Thithi et moi, amis à jamais! Capítulo 95

Um conto erótico de Antoine G.
Categoria: Homossexual
Contém 2112 palavras
Data: 08/12/2015 23:44:35

Eu já estava pronto para viajar, Papa já havia comprado as passagens. Eu viajaria em dois dias. Tudo estava certo, mas eu ainda não tinha tido coragem para falar para o Pi. Eu só falei por que o Bruno me obrigou, literalmente.

- O que é que ele tem para me falar, Bruno? – Pi disse enquanto estávamos sentados, Bruno, Pi e eu, na sala de casa.

- Eu prefiro que ele mesmo te fale, Pi.

- É grave?

- Sim! – Bruno disse – Antoine, essa é a hora, tu precisas falar para ele.

- Vamos, primo, me fala.

- Não é fácil falar isso, Pi!

- Mas fala devagar, com calma, seja lá o que for eu sempre vou estar ao teu lado. – Ele disse segurando minha mão e sentando mais próximo a mim.

- Pi...

Ele me olhou nos olhos. Eu sabia que ele ia ficar triste, e eu definitivamente não queria causar sofrimento para o meu primo.

- Pi...

- Pode falar...

- Pi... Eu... eu...

- O quê?

- Eu... eu vou embora!

- Como assim? Para onde?

- Eu estou voltando para o Brasil depois de amanhã.

Ele ficou pálido repentinamente, apertou minha mão e ficou me olhando.

- Por que tu vais embora? – Ele disse fazendo carinha de choro.

- Eu estou doente, lembra?

- Mas tu podes te curar aqui, não pode?

- Lembra que a gente já tinha conversado? Lembra que eu já tinha te alertado que isso seria possível?

- Eu sei, mas agora isso é um fato. Tu estás indo embora e eu vou ficar aqui sozinho de novo.

- Eu preciso ir, não queria te deixar, se eu pudesse eu te trazia comigo.

- Se eu pudesse eu iria contigo... – Ele disse chorando

- Não chora! – Eu o abracei chorando também.

- Eu sei que é o melhor pra ti, mas eu não queria que tu fosses.

- Desculpa, Pi, mas eu tenho que ir. Imagina como Maman deve estar lá no Brasil?

- Maman já sabe?

- Sim, a tata já sabe. Eu contei para ela, ela vem aqui, ela quer me ver.

- Eu fui o último a saber que tu vais embora?

- Eu não tinha coragem para te falar isso...

Ele me abraçou forte e chorou bastante. Eu entendia o que ele estava sentindo, ele estava sofrendo duas vezes, e nas duas vezes eu era o pivô do sofrimento dele. Primeiro, ele sofria por que eu estava com câncer e segundo, por que eu estava indo embora. Ele se sentia sozinho em Paris, a relação com os amigos dele não era como a minha relação com ele. Nós éramos quase irmãos, ele me contava tudo, erámos confidentes. Ele se sentia seguro e a vontade comigo, aliás, comigo e com o Thi. Quando ele estava sofrendo, ele só fazia bater na minha porta e deitar comigo no meu quarto. Na verdade, ele nem precisava estar triste ou com algum problema, sempre que ele tinha um tempo livre ele vinha para minha casa ou eu ia para dele e ficávamos durante horas brincando, conversando, assistindo filmes, inventando comidinhas, etc. Esse tempo que ficamos juntos, em Paris, nós nos aproximamos ainda mais. É obvio que ele iria sofrer.

- Como eu vou saber se tu estás bem ou não?

- A gente se fala pela internet.

- Não é a mesma coisa!

- Mas é a única solução, Pi.

- Eu vou sentir falta de ter vocês, aqui. Vou sentir falta de poder vir cozinhar e ficar conversando até tarde com vocês.

- Eu já te disse, as portas da nossa casa estarão sempre abertas para ti. É só tu vires nos visitar em Macapá.

- Isso mesmo, Pi. Nossa casa sempre estará aberta para ti. Vamos te receber com muito prazer.

- Pelo visto eu terei que ir para o Brasil mesmo. – Ele disse tentando sorrir e me soltando. – Tu vais cuidar dele, né Bruno?

- Sempre!

- Qualquer coisa tu vais me falar, né?

- Com certeza! Vou te manter informado sobre tudo.

#####

- Meu filho, como tu estás? – Minha tia já chegou assim naquela noite

- Estou bem, tata!

- Meu Deus, como isso foi acontecer novamente?

- Não sei, só farei mais exames quando eu chegar no Brasil.

- A tua maman já sabe?

- Acredito que ainda não, senão ela já teria feito aqueeeeeleeee escândalo. A senhora sabe como ela é!

- Mas ela precisa saber!

- Quem tá cuidando disso é Papa, ele que ficou de contar para ela.

- Ai, meu filho... – Ela me abraçou e começou a chorar.

Não sei por que as pessoas tinham essa reação, a impressão que eu tinha é que já estavam me vendo com o pé na cova. E, naquele momento, eu já nem me importava. Eu sabia o que me aguardava...

- Calma, tata, não é nada demais.

- É um câncer, meu filho, como não é nada demais?

- Eu já superei uma vez, vou superar novamente.

- Tu nem foste em casa, nem deu tempo pra ti falar com a Jeanjean.

- Pois é, eu queria tanto falar com ela... Mas, teremos outras oportunidades.

- E o Pierre, meu filho? Como ele está?

- Não está muito bem, não Tata. Depois que eu conversei com ele, ele anda meio tristonho por ai.

- Ele gosta demais de ti!

- E eu dele! Nós nos aproximamos ainda mais morando quase juntos.

- Quase juntos?

- É que a gente sempre vivia um na casa do outro.

- E o teu marido?

- Ele gosta muito do Pi também. Nós até o convidamos a ir nos visitar em Macapá.

- Quer levar meu filho de mim? – Ela me deu um tapa na bunda, tentando animar o clima que estava meio pesado.

- Quero! – Eu falei sorrindo – Eu já disse que ele pode até abrir um restaurante lá em Macapá, ele ia ganhar dinheiro!

- Nem pensar! Eu já não gosto dele morando aqui em Paris, imagine no Brasil...

- A senhora e a Maman são iguais, eu hein!

- Nós somos mães, toda mãe é assim com um filho.

- Ah, o Thi deixou um mega beijo pra senhora.

- Esse moleque, por que ele não está aqui?

- Ele está resolvendo alguns probleminhas, ele também vai voltar para o Brasil.

- Como assim? Por que?

- Só por que EU estou doente, a senhora não sabe como ele é?

- É, isso é bem o tipo dele mesmo. Eu lembro que uma vez tu ficaste internado e ele não saiu de dentro do teu quarto. Ficou quatro dias junto contigo.

- Eu não lembro disso!

- Vocês eram bem crianças, não vais lembrar mesmo. O que a Joana disse sobre ele voltar?

- Não sei, eu ainda não falei com ela.

- Já vi que tu vais apanhar dela e da Ange quando tu chegares lá. – Ela parou e ficou um tempo em silêncio – Eu nem cuidei de ti, aqui. A Ange não vai me perdoar nunca.

- A senhora tinha suas coisas, tata.

- Mesmo assim, se isso acontecesse com o Pierre e ela não cuidasse dele, eu com certeza a mataria.

- Vocês são sinistras!

#####

O dia do meu retorno a Macapá tinha chegado, Thi iria viajar comigo e com o Bruno. Eu já estava prevendo confusões...

- Tu vais cuidar dele, né Bruno? – Pi perguntou pela milésima vez enquanto nos despedíamos no aeroporto Charles de Gaulle.

- Já disse que sim, Pi! – Bruno falou rindo.

- E tu sempre vais me ligar, né?

- Sim, senhor!

- Bruno, se tu não me manter informado, eu vou até Macapá e te mato.

- Amor, tu estás proibido de passar qualquer informação para ele, então. Assim, ele vai para Macapá conosco.

- Engraçadinho! – Pi disse me abraçando

- Tu sabes que por mim tu não irias, né?

- Eu sei, Pi. Mas, nós sabemos que, nesse momento, é o melhor a se fazer.

- Eu sei! Promete que tu sempre vais me ligar, falar comigo pela internet, que não vai me esquecer.

- Deixa de ser bobo, quando foi que eu te esqueci?

- É para eu fazer uma lista!

- Não! – Eu disse rindo - Eu não vou te esquecer, primo.

- Eu vou sentir muito a tua falta, aqui. – Ele disse fazendo um biquinho lindo.

- E vou sentir muita falta das nossas conversas na cozinha enquanto a gente cozinhava.

- E de mim? Ninguém vai sentir falta, não? – Thi perguntou

- Até parece! – Eu ouvi o Bruno resmungar perto de mim, acredito que só eu pude ouvir, pois ele estava ao meu lado.

- É claro que eu também vou sentir falta de ti, Thi. – Pi foi até ele e o abraçou.

- Pensava que só o Antoine fazia falta.

- Meu filho, te cuida lá, tá? Nos mantenha informados sobre tudo.

- Pode deixar, Tata! Eu sempre vou ligar para vocês, se eu não ligar o Bruno liga.

- E o senhor cuide muito bem dele!

- Sim, senhora! – Bruno respondeu – Eu ganho mais um abraço? – Bruno disse olhando para o Pi que já estava chorando.

- Ganha, sim! – Eles se abraçaram e cochicharam alguma coisa um no ouvido do outro.

Nosso voo foi anunciado e nós nos abraçamos mais uma vez, Pi e eu. Após isso, entramos na sala de embarque. Bruno e Thi não se falavam, nem se olhavam. Eu ficava no meio deles dois e isso estava me deixando bem incomodado. Ou eu falava com o Bruno, ou eu falava com o Thi.

- Amor, quem vai nos buscar quando chegarmos em Macapá?

- O Dudu ficou de nos buscar.

- Tu falaste para ele?

- Não! Eu disse que estávamos voltando por que tivemos um problema no meu visto.

- E ele caiu nessa?

- Caiu!

- Thi, a tia Joana vai estar no aeroporto?

- Vai!

- O que tu falaste para ela?

- A mesma coisa que ele falou para o Dudu.

- Vocês não sabem mentir mesmo, viu?

Ficamos todos em silêncio.

- Não me digam que nós vamos ficar assim até chegar no Brasil? São horas e horas de voo... se for para ficar assim, me avisem que eu vou trocar de cadeira, peço para sentar ao lado de um homem lindo de gostoso, pelo menos eu vou admirando uma bela paisagem até chegar em Macapá.

Eles se olharam, mas não falaram nada. A situação estava super engraçada. Eu estava me controlando para não rir dos dois. Eles não queriam dar o braço a torcer.

Nós estávamos sentados esperando a autorização para entrar na aeronave, eu me levantei e fui sentar ao lado de um desconhecido, que era muito gatinho por sinal. Eles ficaram só me olhando. Bruno já fazia mil caras feias.

- Bom dia, senhor! Você poderia me dizer as horas, por favor.

- Bom dia! Sim, são 9h:30.

- Obrigado! – Eu disse sorrindo.

- Você está indo para o Brasil? – Era só o que eu queria, uma oportunidade para conversar.

Deu vontade de responder: Não, eu só estou aqui esperando o voo tendo como destino o Brasil por que eu sou louco. Mas, eu me esforcei e sorri para ele respondendo.

- Sim!

- Qual cidade?

- Eu sou de Macapá. E você está indo para onde?

- Para o Pará.

- Ah, é a cidade ao lado da minha.

- Você mora lá?

- Sim!

- Mas você é francês?

- Também! Eu sou brasileiro e francês.

- Ah, dupla nacionalidade, isso é legal!

- Pois é...

- Eu posso lhe chamar por “tu”. – Os franceses tem esse costume, nós sempre utilizamos o “você” com desconhecidos e quando queremos mudar para o “tu”, nós pedimos a pessoa.

Apressadinho ele... Mas, como eu queria que Bruno e Thi se entendessem, pelo menos durante a viagem...

- Sim, claro!

- Tu estás viajando sozinho?

- Não, não, meu marido e meu amigo estão bem ali.

- Ah, tu és casado?

- Sou, sim!

- Que pena! – Ele disse sorrindo

Que viado abusado! Gente, o mundo é gay! Paris é gay! Tudo é gay nessa porra! Kkk Só pode! Onde eu vou eu encontro uns viados desses? Eu hein!

- E tu? Tu estás viajando sozinho?

- Sim, sim! Eu estou indo trabalhar em uma empresa no PA. Estou me mudando para o Brasil.

- Ah, que legal! Tu vais gostar de lá.

- Você mora lá há muito tempo?

- Sim!

- Seu marido é brasileiro?

- Sim! Minha mãe casou com um brasileiro também, aí nós já moramos aqui em Paris, depois em Macapá, depois em Guyane, depois voltamos para Paris, agora estamos todos morando em Macapá.

- Por isso você fala tão bem francês!

- Bom, eu sou francês também, a língua francesa também é minha língua materna.

- E português? Você fala tão bem assim também?

- Acredito que sim!

- Então, você pode avaliar meu português. – Ele disse em português e eu me controlei para não rir, por que quando os franceses falam português fica muito engraçado.

Já me falaram que meu português é um pouco diferente, sofre algumas influências do francês, mas nada se compara ao português daquele cara.

- Ah, você fala muito bem! – Eu menti na cara dura.

- Você é muito gentil em dizer isso! – Ele sorriu.

- Prazer, eu me chamo Guillaume Lartier

- Prazer, Guillaume! Eu me chamo Antoine Guimet. Meu irmão também se chama Guillaume.

- Um bonito nome, não é?

- É sim! – Eu sorri.

Eu vi Thi e Bruno levantarem e virem em minha direção.


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Comentários

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Fora o fato de a volta ser pelo motivo que foi, bem que gostei de teres voltado. Espero, sinceramente, que tudo esteja bem contigo. Estou até vendo mudares de lugar para se sentares perto de Guillaume e fazer o Bruno e o Thi quererem te esfolar vivo. Um abraço carinhoso para ti e para Bruno,

Plutão

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Vixi.. prevejo rolo nessa viagem!

Pôxa Antoine, prevejo que teremos poucos posts nesse fim de ano! Ainda mais com as festas! Mas não nos abandone! Abraços!

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Não to gostando... Está dando uma liberdade ao Thiago que ele já não deve ter... O Bruno levantar e ir até tu e o indivíduo tudo bem, mas o Thiago? O que ele é além de "amigo" pra ter uma atitude dessas? E você dá abertura? Parece aquelas histórias que o guri fica na dúvida de com qual boy ficar. E não é abrir mão dos amigos, mas sim de quem um dia abriu mão de ti para ficar com outro cara. Mas a vida é tua.

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Pancadaria em pleno vôo? Hahahaha continua logo cara 10 👌👌👌😉😂😂😂

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Que sera que vai rolar? Muito bom!

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Você também é terrível menino, deixou os dois sozinhos e ainda fez ciúmes. Eu gosto da sua postura, não podemos abrir mão dos amigos por ninguém, quem está do nosso lado tem que nos aceitar como somos. Beijos querido!!!

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Vish, acho que isso vai ser engraçado...

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Mais um capítulo maravilhoso dessa maravilhosa história. Abraços!

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