Cinco anos depois lá estava eu, 17 anos, seios fartos num decote quadrado parcialmente encoberta pela pequena jaqueta, bunda empinadinha muito bem coberta pelo vestido, com os olhos voltados para o chão, o cabelo vermelho intenso e longo, balançando enquanto eu tentava passar desapercebida (o que é impossível com esse cabelo) pelos corredores. Eu era nova na escola e já era conhecida como a Cat Nerd. Eu era nova na cidade e já me chamavam de a safada mais comportada do mundo, esse era por que eu provocava um cara até ele estar mortalmente apaixonado e excitado e depois dizia não e ia embora, comecei a fazer isso logo depois de... Daquele cara, ir embora, me contaram que os pais dele brigaram e na mesma hora a mãe arrastou ele e foi embora, mas mesmo assim, apesar da raiva, assim como minhas lembranças de como ele era e do nome dele terem ficado pra trás (você pode perguntar como um pessoa esquece a pessoa que tirou sua virgindade, mas na minha teoria, eu bloqueei ele da minha mente por raiva), eu tinha magoa por ele nunca ter me mandado notícias então eu fazia basicamente o mesmo com todos os homens. Eu entrei na sala e fui me sentar com Rachel. O novo professor de artes entrou alguns minutos depois, ele era familiar, alto, de pele amendoada, magro mas de corpo bem definido, cabelos pretos e olhos dourados, era dolorosamente familiar
-Bom dia, sou o Novo professor de vocês... Dã, isso é óbvio - todos riram - meu nome é Fabrizio Mouratoglou, tenho vinte anos, sou só três anos mais velho que vocês, então, por favor não me chamem de senhor. Estou concluindo a faculdade então esse aqui é meu estágio, e tratarei de tornar essa matéria o mais interessante possível. Agora a chamada, levantem quando eu disser seus nomes. N°1 Athena Menezes Desperrout - ele balançou a cabeça como se tentasse lembrar de algo essencial.
-Aqui - levantei mas ele não ergueu os olhos da ficha
-Três cursos de artes cênicas concluídos, um de dança, um de música e um de efeitos especiais, nossa seu currículo é melhor do que o meu... - ele falou e eu corei como sempre fazia quando algum funcionário elogiava meus estudos
-É por isso que ela é a Cat Nerd - Henk gritou do fundo da sala - Um tremenda gostosa com um cérebro enorme
-Eu gostaria de um pouco de respeito, senão vou chutar você até a fronteira de Rapid City - falei no meu tom ameaçador de sempre
-Ah é... Cat Nerd que bate como três Tayson's furiosos - ele falou e até eu ri
-Ok, Srt Athena, a Cat Nerd - ele ergueu os olhos para mim, sorrindo e por um momento ficou com uma expressão atordoada me encarando. A sala explodiu num alto e risonho "TIRE SEU CAVALINHO DA CHUVA" e isso fez com que ele acordasse - Hram, hram continuando... - A aula foi realmente muito boa, encenamos um pouco e quando eu fugi de um beijo com o Colins o professor caiu de bunda no chão o que virou piada durante o resto da aula - ... Muito bem, até amanhã, tchau... Srt Athena fique mais um instante - Eu esperei pacientemente tamborilando com os dedos na mesa. Ele divagou, divagou e por fim não falou nada relevante, e mesmo que tivesse falado eu não prestaria a menor importância
Corri para o estacionamento já vazio em direção ao meu carro uma caminhonete preta novinha e reluzente. Quando estava a apenas a uns 100 m de minha caminhonete, pude enfim distinguir uma figura de um homem todo de preto, terno, camisa, gravata, chapéu, sapato, ele não era negro, a pele dele simplesmente reluzia na mesma cor do meu carro, somente os olhos cinzas sem íris davam um ponto de referência no rosto liso de expressão, que apesar de super-mega-hiper sinistro era bastante bonito
-Senhor, deseja alguma coisa? - Perguntei, mas o homem só fez olhar para mim com olhos críticos - Está esperando alguém?
-Estava - ele parecia não beber água a milénios, sua voz era rouca, seca e arranhada. Olhei para todos os lados a procura de alguém, achei bastante gente, vários homens iguais a aquele senhor na minha frente - você - ele agora segurava uma esfera negra gradeada. Olhei enquanto ele jogava a esfera no chão
O que aconteceu em seguida foi confuso demais para que eu acompanhasse. De repente todos os homens avançaram tentando me empurrar para um portal negro e que parecia agonizar, me puxando, me esticando, rasgando minha roupa enquanto eu lutava queimando, chutando e socando tudo que encostava a "patinha" em mim. Eu até me virei bem por um tempo, mas usar minha chama cansava muito, quando eu já estava à beira da inconsciência, os homens me soltaram, não enxerguei o que aconteceu, só notei vultos e mais vultos passando por cima de mim, aquele som de agonia e dos berros enfurecidos dos homens, até que... Silêncio, calma, alguém me pegou no colo e eu apaguei
