Oi gente!
Hoje vou dar uma passadinha rápida por aqui, portanto não irei conversar com vocês, mas no próximo capítulo eu prometo responder cada um de vocês.
Amo vocês demais! Obrigado.
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Alguns minutos antes...
— Como é? – Perguntou e gargalhou ao mesmo tempo.
— Você ouviu muito bem, senhora. – Falou o delegado com uma cara nada boa.
— Nunca pensei que você fosse capaz disso, Virgínia – Ruth lamentou.
— EU NÃO VOU SER PRESA! – Gritou.
— Claro que vai dona Virgínia – O delegado confirmou.
Todos estavam reunidos no enorme casarão que pertencia ao patriarca Leopoldo Diniz, marido da viúva Benta Diniz que deixou num testamento assinado para a Virgínia Diniz. Mas o que ninguém sabia, exceto Virgínia e Tony, seu amante, que é o advogado da família, é que isso tudo não passa de uma fraude. O testamento é totalmente falso só para ficar com a maior herança da família, a casa.
— A senhora está presa! Falsificação de documentos e de assinatura é crime – Falou o advogado.
— Vocês não têm provas, isso é um absurdo – Virgínia estava vermelha de raiva.
— Claro que temos provas – Disse tirando uma folha de um envelope.
— O que é isso? – Virgínia perguntou assustada.
— O testamento! Não reconheces mais? – Debochou.
— Mas... – Virgínia não sabia o que dizer.
— Está surpresa, Virgínia? – O delegado zombou a algemando.
— E estamos investigando o envolvimento das testemunhas que assinaram o testamento.
— Quem armou tudo isso foi o Tony, advogado da família. Ele está envolvido – Confessou.
Todos ficaram em choque, menos o Diogo que estava afastado de todos.
— A senhora está confessando o crime? – Perguntou o delegado.
— Se é para me foder, que ele também se foda! – Falou.
— Não acredito que você fez isso, minha irmã – Ruth estava em choque.
— Cala a boca sua imbecil! Eu sei que foi você que armou tudo isso. Não sei como você entrou nesta casa sem ser vista, mas você vai se arrepender por isso, ah se vai.
— Calma mamãe! Isso vai piorar sua situação – Daniel a repreendeu.
— Vocês ouviram, não é? Ela me ameaçou – Ruth falou para o advogado.
— Vamos! – Falou empurrando Virgínia – A senhora tem muito que dizer na delegacia.
— Daniel, contrate o melhor advogado para me livrar dessa – Ordenou.
— Espera! – Ruth se pôs na frente de sua irmã.
— O que você quer? – Vociferou.
— A mamãe passou mal mesmo? Aquela história é verídica? – Perguntou.
— O que você acha? Que eu matei a minha própria mãe? – Debochou - O laudo apontou um infarto agudo no miocárdio, eu não matei a mamãe.
Ruth iria falar alguma coisa, mas de repente ela ficou branca e começou a suar.
— Tia? – Diogo percebeu sua palidez.
— Eu não estou me sentindo bem – Ruth sussurrou.
— Ai meu Deus, eu não estou presenciando esta cena deplorável – Virgínia revirou os olhos.
— Anda! – O delegado a empurrou.
— Dona Virgínia, a senhora está bem? – Ariana se agachou próximo.
— Sim, só um mal estar – Virgínia passou as mãos em seu próprio rosto.
— Eu sinto muito! – Ariana a consolou.
LONGE DALI...
Após a discursão com o seu pai, Yego saiu do apartamento desnorteado com os últimos acontecimentos que envolvia sua família, mas precisamente o seu pai.
— Quando é que vou acordar deste pesadelo? – Perguntou para si.
Yego saiu do prédio em direção a avenida movimentada para poder atravessar e ir até um ponto de ônibus que ficava do outro lado da pista.
— YEGO!
Seu progenitor gritou o fazendo virar e esquecer que estava no meio de uma avenida, mas só veio perceber quando o seu pai gritou desesperadamente, após isso só se ouviu barulhos de freios atormentadores e em seguida uma pancada muito forte que fez o corpo saltar para o para-brisa como um boneco e em seguida cair no meio da avenida.
— NÃO!
— MEU FILHO NÃO! – Gritou desesperadamente.
Ricardo correu em direção ao corpo estirado na pista e se agachou ao lado dele.
— YEGO! FALA COMIGO! – Exclamou pegando no rosto do seu herdeiro.
— Eu não vi quando ele se aproximou, juro. Quando ele apareceu na frente do meu carro, não deu tempo para frear por completo – O motorista do carro falava desesperado.
— SE ACONTECER ALGO COM MEU FILHO, EU NUNCA VOU ME PERDOAR! – Ricardo tentava mexer no corpo do Yego.
— Não mexe! Eu já chamei a ambulância – Falou se aproximando.
— NÃO SE APROXIME! POR SUA CAUSA ELE ESTÁ ESTIRADO AQUI NO CHÃO.
— Eu não tive culpa, eu não vi – O rapaz tentava se explicar nervosamente.
— AI MEU DEUS! – Gritou Vilma – YEGUINHO! – Clamou chorando, se aproximando do local.
Para a sorte do nosso protagonista, a ambulância chegou em "dois tempos" e fez os primeiros socorros. Ricardo, seu pai, chorava constantemente dentro da ambulância pegando na mão do seu filho que estava desacordado. Será que era remorso?
ALGUNS MINUTOS SE PASSARAM...
— YEGO? CADÊ O MEU FILHO? EU QUERO VER ELE.
Dona Ruth gritava desesperadamente quando entrou pela porta do hospital.
— Calma Ruth! – Ricardo tentava se controlar.
— Calma uma pinóia! Olha, se eu descobrir que ele se acidentou por sua causa, eu juro que acabo com você – Ruth falava com ódio nos olhos.
— Calma, eu vou procurar saber como está o estado dele – Falou.
Ricardo saiu de perto de sua mulher, porque a qualquer momento desabaria ali mesmo e sua esposa poderia desconfiar de muitas coisas e ele teria que dar satisfação.
— Meu Deus! Eu não tive culpa, eu não tive culpa – Repetia para si mesmo.
— Família do paciente Yego Diniz? – O médico chamou.
Passaram-se alguns minutos e a essa altura todos já estavam no hospital com cara de preocupação, seu irmão gêmeo Yago era o que mais estava angustiado, Rodrigo não tinha reação alguma, era como se ele não estivesse ali, não sorria, não chorava e não falava, só estava sentado.
— COMO MEU FILHO ESTÁ? – Ricardo gritou.
— Ele está bem? – Diogo também perguntou.
— Nós já podemos ir vê-lo? – Joabson também se manifestou.
— Eu quero ver o meu filho! – Ruth já começava a chorar.
— Calma gente! Vamos deixar o médico falar – Yago foi consciente.
— Primeiramente eu quero tranquilizar em relação ao estado do paciente, ele está bem e não corre riscos.
Todos suspiravam aliviados com a notícia.
— Ele teve sorte! Não quebrou nada, teve apenas luxações, mas o que assustou a todos foi a pancada forte que ele recebeu na cabeça, possivelmente quando se chocou com o chão, mas nós fizemos todos os exames possíveis e nada foi detectado.
— Ele vai ter alta ainda hoje? – Joabson perguntou.
— Hoje não é possível, mas amanhã se não houver alterações no quadro, ele poderá receber alta – O médico falava calmamente.
— Nós podemos ver ele agora?
Rodrigo falou pela primeira vez chamando a atenção de todos.
— Claro! Inclusive ele já está acordado no quarto.
Assim que o Dr. Castro revelou o número do apartamento, todos correram em direção ao mesmo, mas o progenitor dos gêmeos ficou para trás pensativo, mas não notou que estava acompanhado.
— Você? – Ricardo perguntou ouvindo o silêncio de Rodrigo.
— Se for para você brigar, eu vou embora – Disse Rodrigo se levantando.
— Espera! – Ricardo gritou.
— Desde quando? – Ricardo perguntou.
— Desde quando o quê? – Rodrigo não entendeu.
— Ora, não se faça de besta, Rodrigo. Você sabe do que estou falando.
Rodrigo ficou alguns segundos em silêncio, como se procurando as palavras certas para dizer ao pai de um dos gêmeos.
— Antes de tudo, eu queria dizer que eu gosto muito do Yego. Não sei como isso aconteceu, mas foi um sentimento que foi aflorando cada vez mais dentro de mim.
Rodrigo estava criando coragem para desabar de uma vez seus sentimentos, sentindo-se incomodado com o olhar também incomodado de Ricardo.
— Eu fiz muita merda com o seu filho – Revelou.
— Por favor, poupe-me os detalhes – Ricardo pediu trocando o peso das pernas.
— Não, eu estou falando sentimentalmente. No começo sempre o humilhava, fazia piadas desnecessárias, fazendo passar vergonha na frente de outras pessoas. Até que eu comecei a provoca-lo, eu queria experimentar, eu queria provar para mim mesmo que era só passageiro, que era só tesão. Mas não, quanto mais eu provocava, mais me sentia atraído por ele. Até que teve essa merda de foto que veio para foder tudo, por causa dela eu falei coisas horríveis para ele, disse que não queria mais vê-lo na minha frente. Sim, eu fui um estúpido! Mas eu não estou preparado para essa sociedade nojenta, claro que não sou hipócrita em falar disso, até porque eu já fiz parte desta sociedade em falar coisas horríveis e humilhar, até que a ficha caiu e eu estava fazendo parte desta sociedade, e sem eu mesmo perceber estava denigrindo a mim mesmo. – Desabafei.
Ricardo ouvia atentamente com olhos marejados.
— Mas eu tenho medo, sabe? Eu tenho medo de me assumir e as pessoas caírem em cima de mim, você não imagina como eu senti quando as pessoas lá da faculdade ficaram me olhando, apontando e dizendo coisas horríveis, eu me senti muito mal de me expor para uma sociedade tão preconceituosa, ainda mais a sociedade brasileira que tem esse sangue ignorante correndo nas veias – Falou.
— Eu me arrependo muito. Se arrependimento matasse, há esta hora já estava morto.
— Não é só você meu filho, eu estou me sentindo um monstro – Ricardo suspirou.
— Então ainda tem tempo, peça perdão ao seu filho, seja lá o que você fez que deve ter sido horrível, mas ainda acho que tem conserto. Não esqueça que ele é sangue do seu sangue, sendo preto, branco, hetero, gay, seja lá o que for. O pai e a mãe devem amar seus filhos independentes do que ele seja. Amor fraternal é um amor sem preconceito, nunca deve existir desprezo, ainda mais o Yego que é uma pessoa que nunca fez nada de errado.
Rodrigo colocou uma das mãos no ombro do Ricardo, olhou em seus olhos e se virou para ir embora.
— Não vai visita-lo? – Ricardo perguntou.
— Não, acho que ele não quer me ver – Falou.
— Como você vai saber? – Ricardo estranhou.
— No seu lugar eu não queria vê-lo nunca mais – Falou se referindo a si.
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No próximo capítulo terá fortes emoções.
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