Triangulo marginal

Um conto erótico de Aparecido Raimundo de Souza
Categoria: Heterossexual
Contém 1701 palavras
Data: 12/07/2015 17:37:36
Última revisão: 12/07/2015 17:43:16
Assuntos: Heterossexual

Triangulo marginal

(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.

Especial para a “Casa dos Contos”.

1

A TARA DESCOMEDIDA por comer minha irmã, enrabar sua bundinha linda, enfiar nela até o talo, vinha se acentuando desde o ano passado, quando papai pediu a ela que viesse morar com a gente. Separada do Anaximandro, seu marido, com quem estivera casada por cinco anos, a belezura se aconchegou ao nosso convívio trazendo, a tira colo, uma filhinha de três anos.

2

Precisando trabalhar para se manter e também a criança, o que ganhava como empregada domestica, no apartamento de um ricaço, em Jabaquara, não dava para suportar, sozinha, as dívidas contraídas, menos ainda, trazer em dia o aluguel de uma quitinete, na Barra Funda seguido do meio salário que pagava a uma babá.

3

Foi o tempo de papai erguer um puxadinho no quintal contíguo ao prédio principal – quarto, sala, cozinha e banheiro -, para que a Melissa mudasse de mala e cuia, trazendo, na bagagem, a pequena Cíntia, minha sobrinha, os poucos cacarecos que lhe coubera quando da separação e, claro, a babá. Livre do aluguel da quitinete, sobreviveram, por meses, as dívidas pessoais com cartões de crédito (compras de roupas para ela e para a bebê), o que, ao final de pouco tempo se escasseou definitivamente. Por derradeiro, sobrou somente o pagamento da babá (Aline, moça nova, de apenas dezessete anos, tinha um carinho sem limites e cuidava da pequena Cíntia como se a princesinha fosse sangue do seu sangue). De resto, papai ajudava com o supermercado, com a farmácia, enquanto eu contribuía com roupas para as duas, e algum dinheiro para que pudesse minha consanguínea ir e vir do serviço, sem maiores complicações.

4

Depois que mamãe falecera, papai comprou um caminhão a frete. Não precisava. Aposentado do INSS, a renda que recebia dessa autarquia, dava para tocar a vida sem qualquer tipo de embaraço. Porém, segundo ele, para ter um “extra”, levantava com as galinhas, por volta das cinco, tomava café, e saia. Encostava-se junto a pracinha da igreja matriz, com seu Mercedes baú (distante uns cinco quilômetros de casa) e só retornava a noite. Isso quando não aparecia alguma mudança de última hora, o que, muitas vezes, o fazia bater de volta, para o aconchego da família, depois das vinte e duas horas.

5

Técnico em informática, eu passava a maior parte do tempo numa lojinha que papai construíra na frente. Tinha serviço de sobra, e, a cada dia, aumentavam os clientes que apareciam trazendo seus equipamentos para pequenos reparos e troca de peças. Do meu laboratório, dava conta de tudo, sem precisar me locomover para baixo e para cima.

6

Por vezes, ajudava a Aline a preparar o rango. Como ela era uma excelente pessoa, com relação não só a menina que cuidava como se mostrara uma excelente dona de casa. Papai, sabedor desse particular, acertou com ela, pagando por fora, para cuidar da nossa alimentação, o que fez cessar as marmitas que comprávamos de uma padaria próxima. Cintia era um pedaço de fêmea para nenhum sujeito apontar defeito, por menor que fosse. Com o passar das semanas, por estarmos próximos e sozinhos, ela acabou cedendo as minhas investidas. Nesse passo, enquanto minha sobrinha dormia, depois de banhada e alimentada, partíamos para meu quarto, a desfrutar, do bem bom que a minha cama de casal oferecia, além de aconchegante e espaçosa.

7

Tudo corria as mil, e acredito que a rotina jamais teria mudado, não fossem as folgas de minha irmã, nas segundas feiras. Nesses dias, ela dispensava a Cintia, que aproveitava para visitar os pais, em Carapicuíba. A jovem saia no domingo, depois do jantar e retornava na terça-feira.

8

Com a Cintia e papai fora de casa, minha irmã depois das obrigações com a filha, se sentava na sala para ver televisão. E fazia isso só de calcinha, deixando todo o resto de seus pudores à visitação da minha gana pervertida. Quando me chamava para o lanche da tarde, topava não só com a mesa posta, como igualmente com ela, em trajes sumários, o que aumentava o meu apetite bestial. Nessas horas, meu pau ia às nuvens. Minha excitação cambalhoteava, ao passo que a tesão querendo aflorar, me fazia doer os colhões e de contrapeso, a cabeça.

9

Somado a isso, para aumentar meu prazer libidinoso, minha querida irmã lembrava a Cintia, peladinha. Como num filme que passasse me via agarrado aos seus cabelos compridos e vermelhos, ora a gente no banho, ensaboado, fazendo bobices, ora na cama, ela na posição frango assado e eu lhe metendo a vara sem dó nem piedade, enquanto ela aos gritos me chamava de “meu cachorrinho”.

10

Nessa ótica, difícil encarar minha irmã, sua pele muito branca, seus rosto intumescido pelo alvor das vinte e duas primaveras. Mulher feita, perfeita, cheirando a desejos incompreendidos, com as tentações da carne expostas, vazando por todos os poros. Entre uma xícara de café e o cortar de um pão, eu, sem saída, medrado, apavorado, porém, a pica dura, enorme entre as pernas, tentando fugir da sua presença, recuando como se andasse debaixo d’ água numa piscina imensa.

11

Assim foi por muitas e seguidas segundas e segundas até que, numa delas, Melissa teve a iniciativa e partiu, sem pensar nas consequências, para o ataque.

- Mano o que você acha do meu corpo?

Fingindo não ter entendido a pergunta, ela prosseguiu.

- Você me acha bonita? Em outras palavras, chamo a atenção dos rapazes, na rua?

Obedecendo a sinais convulsos do meu bom senso, embora atarantado pela apetência do desejo de agarra-la e partir, com tudo, para cima, respondo com evasivas, ao tempo que saio pela tangente.

- Você é perfeita, mana. Qualquer homem seria feliz a seu lado.

12

Numa dessas, ela foi mais longe. Excedeu. Passou dos limites. Chegou e pediu que cheirasse seus cabelos. Obedeci.

- Agora acaricie meu rosto, meus lábios, meus seios, minha barriga.

Belo dia, num desses tateamentos ao acaso, completamente fora de mim, não resisti. Toquei seus cabelos, seu rosto, cheirei sua boca, apalpei seus seios, investiguei sua barriga e me fixei demorado, na grutinha quente, em meio às pernas.

- Mano, que isso?

No que tento responder, ela se concentra na bermuda onde um volume descomunal revela as más intenções de meus pendurados.

- Mano, que pica dura você tem aqui? Deixa eu ver...

13

No que fala, e antes que eu esboçasse qualquer tipo de reação, Melissa abre o zíper e agarra, com destreza, o meu endurecido que rouba a cena, com a sua grossura firme e decidida.

- Caralho, mano!... - Olhando pra você, assim, ninguém diz que você tem um cacete desse tamanho...

14

Em contínuo, aproxima a boca. Sinto seu respirar ofegante, seu hálito quente. Como se fosse a coisa mais natural desse mundo minha irmã não espera por nenhuma ordem específica. Enfia todo, na boca, o meu membro duro e roliço, como se fosse um pirulito gostoso que acabara de ganhar. E suga, mama, absorve, devora. Fora de si, saliva lambendo, manipula, com os dedos, punheta, sobe e desce, desce e sobe a língua exposta, como se uma perversão incontrolável tomasse conta de seus movimentos. Por um momento não reconheço minha irmã.

- Melissa, pelo amor de Deus. O que estamos fazendo?

Ela, possuída por um fenômeno anormal, a piroca inteira enterrada goela adentro pelejando com dinamismo acelerado, escandalizando com demorados beijos a cabeça da rola, balbucia floreios ininteligíveis, enquanto me pede que não segure o gozo. Que não o prenda, que, enfim, deixe o que precisa sair voar livre para o paladar dela, com a velocidade de uma loucura desabalada, desmedida, e infinda.

- Quero seu esperma todo na minha garganta. Vamos, mano, goze, goze, goze... Não me prive desse manjar delicioso que estou tentando arrancar desse brinquedinho gostoso que nossos pais fizeram com tanto amor e carinho. Me dê... Me dê... Vamos, vamos... Vamoooooooooooossssssssssss!...

15

Animalizado pela cegueira do pecado, amaldiçoando meus dias, me sentindo um verme peçonhento, e, no contraído da minha religião, sem sentido, sem chão, sem onde me agarrar, o peito acelerado, o sangue a desembestar pelas artérias, libero, finalmente, o bastão cheio do leite pecaminoso. Minha irmã, sem tirar o ferro da boca, mama com precipitação sofreguida e impaciente. Percebo, num relance momentâneo, seu corpo inteiro tremendo dos pés a cabeça. Como se de repente Melissa estivesse possuída, embebida por uma fome voraz, excessiva, exorbitante e disparatada.

Não paramos ai. Toda segunda feira, eu e Melissa partíamos para a fornicação.

- Vem maninho. Hoje não quero só na xoxotinha. Vou lhe arreganhar meu cu. Enterra tudo, sem dó nem piedade.

16

E tome pica, ferro, vara, jeba, mandioca, trombudo. Belo dia, Melissa apareceu com a notícia.

- Mano, estou grávida.

17

A noticia caiu forte, pesada, obesa, duplicada, volumosa, robusta. Pior, chegou infame, desleal, ignóbil, asquerosa e repelente. Meu mundo veio abaixo. Não só meu mundo, meus sonhos, meus outros secretos que logo se fariam presentes.

18

A Cintia estava grávida. Tanto fodemos, que, o resultado não poderia ser outro. Eu me vi, entrementes, não enfiando a cara em um buraco, mas saindo de todos os já existentes. Berrei furioso:

- Grávida?

- Sim

- Tem certeza?

- Absoluta.

- E agora, mana? O que faremos, além de queimar nossa eternidade no fogo do inferno? Perante Deus o crime que cometemos não tem perdão...

19

Melissa pegou minhas mãos entre as suas e chorando, de modo convulso, mandou a paulada final.

- Isso não é tudo, manoComo assim, não é tudo?

- Não sei precisar, nessa loucura toda, quem é o pai da criança. Meu Deus, o que faço? Por Cristo, me ajuda...

- Não estou entendendo, mana! Como não sabe quem é o pai da criança?

20

Final.

- É que eu não dava só pra você, mano. Perdoa. Por tudo o que é mais sagrado, me perdoa.

- Não dava só para mim? Como assim, você se encontrava as escondidas com o maldito Anaximandro?

- Não, mano. Depois que separamos nunca mais eu vi. Juro por nossa mãe. Não quero que ela descanse em paz, se estiver mentindo.

- Fala de uma vez. Já estamos a caminho do inferno, no mesmo barco. Desembucha, quem é o outro desgraçado que você dava essa porra dessa boceta...?

-... Nosso pai.

(*) Aparecido Raimundo de Souza, 62 anos é jornalista.


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Comentários

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Eita. Esse texto de Aparecido Raimundo de Souza me deixou com a libido em pandarecos. Estou subindo pelas paredes. Ah, se eu te pego, escritor... se eu te pego... Carina. Ca.

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