Ao dizer que me amava, eu ignorei... Ao dizer que te amava, você me ouviu

Um conto erótico de Nando Mota
Categoria: Homossexual
Contém 2478 palavras
Data: 29/06/2015 00:32:56
Última revisão: 29/06/2015 02:04:10

_ Jardel, desce.

Minha mãe sempre gritava lá de baixo quando eu estava atrasado. Naquele dia em particular nós teríamos uma audiência no Fórum da Cidade em que morávamos para que eu decidisse com quem queria morar, ela ou meu Pai.

Terminei de me vestir. Olhei o conjunto da obra no espelho e só faltava colocar o cordão cromado que havia comprado com o final do dinheiro da mesada. Me achava lindo e totalmente confiante.

Me chamo Jardel Couto Aguiar e ter 14 anos de idade quase quinze quando o novo mês entrasse, Julho, não era nada demais numa vida cheia de permissões por parte deles e de muita arte da minha parte. Na verdade eu era uma peste, só que muita coisa foi acontecendo e quando dei por mim tava domado... Só que até lá penei feito cachorro em dia de mudança.

Mamãe era uma tremenda gata. Tinha nascido e crescido na pequena Cidade de Tormentas... Olha o nome do lugar... E sua vida começou a mudar quando ganhou o concurso de beleza da Cidade aos 18 anos e engravidou do filho do dono do lugar, no caso meu pai, quando ele estava com 19 anos de idade. Ela sempre foi muito correta e quando anunciou a gravidez a meus avós, Fátima e Alarico Couto, eles só não lhe mataram porque isso era contra a natureza deles. Meu avô Aguiar, pai do meu pai, moveu céus e terras para que o casamento não acontecesse e assim que ele perdeu a parada e eu nasci, fomos embora do lugar por conta de uma herança que papai havia recebido de sua mãe, uma avó que nunca conheci.

Parece que a gente era rico. Tinha casa própria, tinha carro do ano, vestia umas roupas legais, enfim a gente tinha uma vida bem fácil e cheia de conforto. As brigas entre os dois sempre houveram. Papai sempre foi contra o lance de minha mãe trabalhar fora de casa e quando ela passou no concurso do Banco do Brasil, o cara surtou de vez...

_ Não quero saber de mulher minha trabalhando fora de casa. Tá ouvindo Izabel?

_ E tem como não ouvir essa gritaria que você esta fazendo? Eu passei em segundo lugar num concurso nacional e eu não vou desistir de minha carreira ou meus sonhos por conta de suas manias e sua falta de entendimento das coisas.

_ Você não precisa trabalhar fora, mulher. O que minha mãe deixou, eu já quadrupliquei umas mil vezes e a gente é rico... Você tá tirando a chance de outra pessoa...

_ Por favor Zé Marcos, você pode parar? Eu não vou aceitar mais essa chantagem emocional. Se eu não preciso de dinheiro e isso você tem razão, eu preciso me sentir útil.

Só sei que a coroa ganhou a parada e meu pai passou os últimos dez anos infernizando a vida dela todo santo dia por conta disso... O almoço não estava pronto quando ele chegou... A casa parecia abandonada sempre que ele chegava... Eu parecia um órfão por não ter a orientação e o amor da mãe quando precisava... Era tanta coisa que juro pra vocês, não sei como D. Izabel Couto Aguiar aguentou tanto tempo.

No dia que fiz 14 anos de idade, ele bateu nela uma vez e nos meses seguintes a coisa foi ficando repetitiva e feia a cada mês que passava. No dia que entrei no quarto deles após uma grande gritaria onde os dois se ofendiam mutuamente e um silêncio estranho e constrangedor se abateu sobre o lugar, ele estava em cima dela com as duas mãos em volta do seu pescoço e ela tava com o rosto roxo e as mãos jaziam ao lado do seu corpo inerte... Não contei até um, parti pra cima de meu pai,e bati nele com força, vontade e prazer, só parei quando cansei o braço e vi que tinha dois dedos quebrados e a mão esquerda tava toda esfolada... A cara dele parecia um rabisco de obra de arte impressionista... Tava feia a coisa pra ele... Fui até minha mãe que já havia se recuperado parcialmente e ouvi quando ela disse:

_ Para Jardel... Ele é teu pai.

Depois disso seu Zé Marcos Aguiar saiu de casa. Houve a tal audiência e claro fiquei com D. Izabel, minha mãe. Ela pediu transferência pra outro Estado e a gente se afastou de vez do meu pai e da família dele. Nunca me dei bem com o avô Aguiar, meus tios e tias e meus dois primos Miguel e Moisés.

Meu avô Alarico e minha avó Fátima eram as únicas pessoas que sabiam pra onde a gente tinha ido depois de mais uma briga nos tribunais porque eu ainda era menor e meu pai tinha o direito de saber onde eu estava e alegou que minha mãe queria tirar ele da minha vida... Ria de tudo isso.

Do Paraná fomos para o Mato Grosso do Sul. Três anos depois fomos morar em Maceió e eu quando completei 19 anos de idade e já estava num cursinho para o vestibular, morava em Fortaleza. E a vida mudou novamente...

Papai, o Seu Zé Marcos morreu num acidente aéreo onde outras cento e quatorze pessoas tiveram o mesmo fim. Eu recebi uma herança gigantesca e após seis meses dessa tremenda reviravolta em minha vida, D. Izabel Couto anunciou seu casamento com um Diretor do Banco em que ambos trabalhavam. Não gostei dessa ideia de jeito nenhum. Foi quando larguei tudo e passei a andar no lado negro da vida. Bebidas, farras com amigos, drogas, arruaças e pra completar ganhei um irmãozinho de 17 anos.

...

Papai chegou do banco por volta das 18:00 h, bateu na porta do meu quarto e após eu dizer um simples...

_ Entra...

_ Olá filhão. Como foi o dia?

Era sempre assim desde que nós dois tínhamos chegados em Fortaleza. Mamãe havia morrido de câncer e como São Paulo sempre seria um lugar de lembranças tristes, ele resolveu pedir transferência e eu tive a honra de escolher o lugar... Fortaleza. Eu tava com 13 anos de idade quando mamãe nos deixou e mesmo aós quatro anos sua presença e a saudade que eu sentia dela eram ainda bem marcantes em minha vida. Sempre fui um bom filho, um ótimo amigo e deixar os meus pra trás foi um sofrimento terrível. mais seguimos e frente e nos adaptamos com o passar do tempo.

Me chamo Ricardo Paranhos Melo, os amigos me chamam de Ric Melo e mesmo já adulto ou quase adulto, já que tenho 17 anos de idade, era tratado como se fosse uma criança que ainda precisava de todo o carinho, cuidado e atenção, pelo menos na cabeça de meu pai o Dr. Felipe Braga de Melo, Superintendente Regional do banco do Brasil no Ceará.

Lembro como se fosse ontem o dia que chegamos do almoço de domingo e ele disse quase que a queima roupa...

_ Filhão, preciso falar uma coisa séria, na verdade bem séria com você.

_ Pai, pro senhor falar assim comigo, deve ser coisa importante mesmo, né? Diz aí, o que tá pegando?

_ Primeiro rapazinho, que gírias são essas ao falar comigo? E já sorrindo... Bem que você poderia usar mais vezes...

_ Pai, você tá desviando do assunto. Sério, o que você quer tanto falar?

_ Tô vivendo uma relação em segredo e a coisa ficou séria rapidamente, filhão. O que eu quero dizer é que...

_ Tá apaixonado e vai casar novamente, acertei?

A cara de bobo que ele fez foi demais e caímos os dois numa sonora e divertida gargalhada...

_ Tava com medo de dizer isso a você. Quatro anos já se passaram e...

_ Pai, você tem direito de ser feliz uma outra vez. Quem é a felizarda? Eu já vi? Ela já veio aqui?

_ É uma amiga do trabalho. Ela é diretora Financeira do Banco. Uma mulher muito bonita e que me deu sinal verde pra que na próxima sexta-feira eu possa ir com você em sua casa e que a gente possa seguir com nossos planos.

E foi nesse clima de expectativa e ansiedade que esperei a semana passar.

Naquela dita segunda-feira acordei cedo, me vesti após um bom banho quente, me arrumei, verifiquei a mochila e fui pro cursinho. meu pai me deixou na porta como sempre fazia e antes mesmo de entrar um carro sobre a calçada de vez e quase me atropela. Eu era um garoto alto, tinha seguramente uns 1.82 m de altura e o pulo que dei pro lado, me fez cair e bater a lateral do corpo na calçada de uma vez causando uma dor filha da puta...

_ Ric, o que aconteceu, cara? Jota Mendes um amigo já veio em meu socorro...

_ Esse carro subiu de uma vez e quase me pega, rapaz. Quem ta dirigindo essa porcaria? Já fui me levantando sentindo uma dor escrota na coxa esquerda.

_ Eu que tô dirigindo... Florzinha do campo.

_ Tinha que ser você né cara?

_ Eu tava na minha, você que veio pra cima da minha máquina... Se tivesse arranhado, e o filho da puta foi verificar a lataria do carro, ia ter que pagar a conta da oficina...

_ E a conta do hospital quem ia pagar, teu pai, seu escroto?

Não me lembro de mais nada. Quando acordei estava na sala da coordenação com o olho direito fechado e roxo, o peito dolorido e um corte no supercílio esquerdo. Jota Mendes estava a meu lado bem como Silvia, Tânia e Marcelo meus fieis ...

_ O que foi que aconteceu? Perguntei quase chorando... Na verdade eu tava chorando porque tava com dores pelo corpo todo.

_ O Jardel Aguiar te pegou de jeito. Falou Tânia e Marcelo ao mesmo tempo.

_ Mais o que foi que eu fiz pra que esse cara viesse feito um louco pra cima de mim/ Comecei a lembrar da sua cara... Era ódio puro.

_ Sei lá cara, falou o Jota Mendes. Vocês falavam sobre quem ia pagar a conta de quem e de repente você falou no pai do cara... Foi aí que começou o festival MMA.

_ O que deu em ti Ric pra enfrentar o parede?

As pessoas só chamavam ele assim... O Parede.

_ Eu não fiz nada. O cara quase me atropela, me faz cair feio no estacionamento do cursinho e ainda por cima me bate e nenhum de vocês faz nada... Tô bem de amigos, viu??!!!

_ E o que você queria que a gente fizesse? Dez de nós não pegava aquele filho da puta. Ele disse que ainda vai te fazer gritar...

_ Ele me ameaçou? cara, eu tenho que ir embora da Cidade, do Estado...

Quando fui liberado e meu pai veio me buscar, tive que fazer uma avaliação completa num Hospital da Cidade. Quando recebemos boas notícias sobre meu estado de saúde, papai me levou pra casa e D. Leila pôde finalmente cuidar de mim. Tomei um monte de analgésico e dormi feito um bebezinho. Passei o resto da semana sem ir na aula e com certeza O Parede também.

...

Quando eu vi aquele cara no chão com um olho fechado, segurando a barriga após meu último chute e ver seu rosto branco sem uma gota de sangue, quer dizer, tinha sangue saindo do corte em cima do olho esquerdo, eu fiquei louco...

" MATEI O CARA "... Foi tudo em que pensei enquanto o coordenador me dava um sermão totalmente sem lógica. O que ele disse no final foi com certeza o pior...

_ Se a família do garoto der queixa, e por você ser maior de idade, tudo vai se complicar Sr. Jardel Aguiar.

Isso me fez temer pela própria vida. Minha mãe ia pirar quando soubesse o que fiz. Eu ainda não podia assumir minha grana por conta de um lance do testamento, era dependente dela em tudo, ser maior perante a lei não significava ser dono da própria vida... Não esquentei com isso não e esperei pra ver o que ia ser.

Desde a notícia de um provável casamento dela com outro cara que andava estranho. Na verdade não queria e tava com ódio do mundo... Fui pra casa morrendo de medo do cara me processar e assim que me fechei no quarto o telefone tocou...

_ Fala Coroa...

_ O que você andou aprontando, Jardel?

_ Pelo visto mãe nem preciso responder a essa pergunta.

_ Não banque o espertinho comigo, rapaz. O que você fez dessa vez, filho?

_ Briguei com um otário lá no cursinho. Bati um pouquinho nele e o seu grande amigo coordenador me deu uma semana de férias e ainda me fez ficar co medo...

_ Medo? Como assim, medo?

_ Ele me disse que o otário e a família dele podem dar queixa e por ser maior de idade isso pode complicar...

_ Isso é verdade, filho. Assim que chegar em casa a gente vai ter muto o que conversar... Nem preciso dizer que o senhor esta de castigo...

_ Sem essa, coroa. Olha o meu tamanho e a minha idade...

_ Você é que devia se olhar realmente e começar a colocar juízo nessa cabeça... Quado chegar em casa quero você dentro dela, entendeu Jardel?

Fiquei louco com esse castigo. Ia perder os treinos de luta pro campeonato. Ia ficar sem zoar com a turma da academia. Com certeza ela ia pegar as chaves do carro que acabara de ganhar... Ela mia me tratar como um adolescente imbecil qualquer e isso me deixava com mais raiva daquele otário...

Fiquei de castigo e ela tomou tudo o que pôde de mim e me proibiu de sair de casa.

_ E na sexta-feira se prepare porque vou receber aqui o homem com quem vou casar e ele me ajudará a por um pouco de juízo em sua cabeça...

_ Ele não vai fazer nada disso porque ele nunca será meu pai, ouviu bem D. Izabel?

_ Ele não será seu pai, isso é certo... Agora que ele vai me ajudar, nem duvide disso por um segundo sequer... Rapazinho.

Suas palavras ficaram na minha cabeça por um longo tempo. Acordei no outro dia bem cedo e com a mesma raiva do dia anterior...

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Boa noite e boa semana a todos...

Não há nada mais difícil na vida de um jovem do que a transição para a vida adulta. Jardel e Ric apesar de terem quase o mesmo estilo de vida, são tão diferentes em suas visões de mundo...

Se Jardel veio de um mundo desajustado, Ricardo tem na esperança e na fé pelas pessoas o remédio pra curar as mágoas de sua vida. O que isso tudo vai dá? Que tal se a gente descobrir juntos?

Beijos a cada um de vocês meu querido Povo do Lado Esquerdo.


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Comentários

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Cara amo teus contos em Fortaleza, parece que teus relatos ficam mais verídicos. Com certeza muita emoção vem por aí, pena que comecei atrasado, mas vou devorar tudo e seguir acompanhando. Obrigado! e Abração cara.

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amei esse capítulo, indo pro próximo!

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Oi meu querido..adorei esses começo cheio de hormônio da adolescência rsrsrs,vou correndo lê o próximo. Um grande beijo.

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Odiei o Jardel e prevejo um possível incesto ae Kkkkkk ta ótimo o conto parabéns

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Abraço Nando! Acompanhando com expectativa!

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Ansiosa para descobrir com vc e amigos leitores como Jardel e Ric se comportarão quando da apresentação de seus pais. Um cheiro e um beijo.

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E lá vamos nós, de novo! Que alegria ver um novo conto teu aqui. Já começou quente, vejamos se vai refrescar ou esquentar mais. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Oba!!!! Que bom que voltou logo,com certeza sera mais um de seus maravilhoso contos,ja estou amando bjs

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O novo enredo já promete haha. Abracos man...

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Oi Nando boa tarde que bom que voltou. Ja tava com saudade de vc. Essa nova jornada ja começou inclivel vou aguardar os proximos. bjos

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Eaiiii... sdds Nandoooooo... espero q responda meu comentário :(

Aguardando a continuação dessa história. Abraços! !!

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Já amei! É sempre um prazer tê-lo de volta. Felicidades!

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Já amei de primeira, muito ansioso pro próximo :)

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Amei, adoro contos com essas tematicas.

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Bom dia meu lindoe amado amigo!! essa historia promete grandes emoçoes vou ficar no aguardo anciosamente pelo proximo capitulo. que bom que conseguir te pegar no inicio da jornada beijos da drika seu ggatoso.rs

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