e se fosse... parte.06

Um conto erótico de ane de oliveira
Categoria: Homossexual
Contém 3556 palavras
Data: 12/05/2015 22:47:58

Que bom viver como é bom sonhar, o que ficou pra trás passou e eu não me importei, e foi até melhor, tive que pensar em algo novo que fizesse sentido, ainda vejo o mundo com os olhos de criança que só quer brincar e não tanta responsa. Mas a vida cobra sério e realmente não dá pra fugir.

Livre pra poder sorrir, livre pra poder buscar o meu lugar ao solEstava ali e vi duas garotas, uma parecendo uma criança se equilibrando sobre uma mureta na praça e a outra segurando sua mão, as duas sorrindo e falando coisas que só faz sentido para elas.

Comecei a admirar aquilo, confesso que não vejo isso hoje em dia, sei lá só vejo celulares olhares vagos, assunto sem nexo sabe eu revelo que acredito no amor real, namoro á distancia, demonstração de afeto sem segundas intenções, sou real e acredito que nasci na época errada, não encontro ninguém assim, só vejo interesse de muitas espécies.

E ali aquele casal me faz acreditar que tem alguém me esperando evoluir mais pra que um dia nos abraçássemos para voarmos além da barreiras que a sociedade nos impõe.

E ali as duas felizes, Dani e Sandra no caminhar de uma e no equilibrar da outra,

Sincronia perfeita, parece que uma gira em torno da outra, uma depende da gravidade da outra, num salto Sandra vai em direção da amada que a pega sem nenhuma dificuldade.

-peguei!

Um beijo surge e olhares de desaprovação nasce.

- vamos pra casa?

-só vou por que você esta pedindo, não por que esse povo não entende que somos duas pessoas que se gostam.

Na mesma varanda, dois olhares direcionados para o mesmo lugar.

-vai chover.

-com medo?

Rsrsrs

-queria saber se você acredita no inferno?

-o inferno é aqui, sofremos tanto pra que? Pra novamente sofrer e sofrer para conseguirmos sorrir, aqui é o purgatório inferno e o céu.

- não parece radial? Sei lá, como os teus pais pensavam, será que somos condenados a o inferno por ter essa opção?

- bem... primeiro se fosse opção nem eu nem você estaríamos aqui, pois estaríamos “seguindo o bando”

e eu acredito que se formos bons, compartilhar coisas boas, ajudar e tentar fazer a diferença sem machucar, ofender e nada do estilo estaríamos bem na vista de deus, se ele nos fez a imagem e semelhança dele, creio eu que estamos aqui para evoluirmos e deixar nosso conhecimento para outros irem mais além até que o enigma da vida seja elucidado, ele não se importa com nosso corpo físico, e sim com a alma e ela não tem sexo, somos todos iguais aos seus olhos, então por que ele dizem essas besteiras que vamos para o inferno por amar e cuidar de alguém.

sandra ficou calada e Rafaela chegou.

- oque o casal esta fazendo?

-pensando nossa vida pós-morte.

- que horror! Tô vendo que vocês se merecem mesmo.

-você não tem curiosidade sobre o outro lado?

-não, isso deixo pro dia que realmente irei saber.

##

##

Dani esta saindo do trabalho cedo, não teve muita coisa pra fazer no dia de hoje, ela só organizou seus documentos, distribuiu as tarefas entre os demais foi lhe dada uma dispensa do dia.

No caminho ao seu carro ela avista ele.

“ mais confusão?” ela pensou.

Cláudio a observava chegar mais perto.

-oi?

-que você quer?

-pode me dar uma carona?

-cade seu carro?

-no conserto..

Ela concordou, na verdade não queria, mas ela não via mau nenhum em dar uma carona pra alguém que ia para o mesmo lugar que ela, mesmo que seja “ele”

-sabe, queria te pedir desculpas.

-agora? Não acha que é tarde?

-Eliane me contou tudo.

-que diferença faz?

-você pode me aceitar de volta?

-não!

-por que? Sei que você me ama ainda, vou lutar para ter sua confiança.

- olha, eu não quero mais, alguém que faz uma coisa dessa não me merece, e além do mais já tenho alguém.

-ora! Por favor, acha que brincar de boneca com uma garota é se chamar de ter alguém?

Dani ficou tão indignada que desejou ter dito “não” a ele, mas fez como se não tivesse atingido, mas atingiu.

- Dani, você só esta tendo uma fase, eu entendo, eu sou a pessoa que você ama, e acredito que você só arrumou essa garota para não ficar com mais nenhum homem.

-continue acreditando, pois só isso que você vai ter, a crença de que eu ainda vou ser sua mulher, volta pra Eliane que é melhor.

##

Eliane esta agora chorando na casa das primas.

-contei tudo pra ele, e decidi deixar dele.

-como assim, você gosta dele, a Dani nem quer ele mais..

-ele disse que ia atrás da Dani.

A espinha de Sandra gelou ao ouvir isso.

-ele não pode!

Rafaela virou pra ela.

-você em que dizer “ela não pode” ela que te que decidir, e sei que ela não dará bola pra ele.

###

-Dani, deixei ela por você.

-não, você deixou dela por culpa de não ter acreditado em mim, e gora eu te digo, não dá mais, éramos infelizes eu sou feliz agora e não há oque você diga ou faça que mude o que penso, e é melhor ficar calado se não eu paro e coloco você pra fora..

Ele furioso e disse algo que ela achou muito pretencioso da parte dele.

- posso te fazer a mulher mais satisfeita do mundo.

-não seria feliz?

-confessa que um de borracha não é comparado com o de verdade.

Por reflexo Dani com toda sua força deu um soco no rosto dele.

-imbecil, não sei como aguentei você por todos esses anos.

Ela parou o carro.

-SAI DO MEU CARRO!

-você pode ao menos me lavar ao hospital.

-SAI!

-vamos, não vai me deixar assim, e além do mais não há como eu ir rápido, você não é assim.

E ela consentiu.

No caminho eles permaneceram calados, Dani sentia-se a maior burra do mundo, sentia uma coisa estranha, e ele não se aguentou e continuo u a falar.

- olha que você fez, me agrediu por causa de uma sapatãozinha.

-essa sapatãozinha , tem nome e é a pessoa que amo, você não pode fazer nada que mude isso, já te falei que era pra ficar calado.

Ele sentiu o corpo tremer e desferiu um golpe no rosto dela que a fez perder o controle.

####

-AI!!!!!!! – Sandra coloca a mão na cabeça e cai.

-que foi!

-minha cabeça dói, não sei que aconteceu.

-vou leva-la para o hospital.

-para com isso, é só tomar um analgésico que passa.

-alexandra, eu sou medica, isso não é normal, você não pode sentir uma dor assim e dizer que não é nada, e além do mais eu estava indo pra lá mesmo e agora você vai comigo.

Sandra nem disse nada só concordou.

Lá no hospital ela fez uns exames rápidos e constatou que não passou de uma enxaqueca.

-ta vendo, não precisa usar seus privilégios de medica para me fazer uma bateria e exames por causa de uma coisa mínima.

-hummm, tô querendo cuidar de você.

Um bipe a tira da conversa e a mensagem do celular a faz sair da sala pedindo para irmã esperar seu regresso.

Um tempo depois rafa volta pálida e sem como falar para a irmã o que aconteceu;

- que foi?

-mana, senta ai.

-que foi? – sentiu o desespero chegar.

-a Dani sofreu um acidente.

-que? Você ta de brincadeira?

-ela bateu o carro e machucou serio a cabeça, eu fiz os primeiro socorros nela e a levaram com urgência para a sala de cirurgia.

-não! Não foi. Ela dirigi tão bem, não foi ela.

-ela comprometeu a massa encefálica, ese ela sobreviver.

-não fala isso!

-ela vai provavelmente ter que apender tudo de novo.

-ela vai esquecer de mim?

-provavelmente.

O sangue de Sandra gelou, e dali não saiu mais palavra nenhuma.mana

Um casal distinto entrou na sala de espera e a mulher em prantos lhe lembrava a Dani.

-rafa acho que ela é mãe da Dani.

Chegou perto delas e se apresentou.

-meu nome é Danielle, sou mãe da Daiane, como ela está?

Sandra sentiu um no na garganta querendo sair e pronunciar que ela era namorada dela.

-ela está bem?

Rafa levou a mulher para conversar em particular e seguiu todo o protocolo do hospital para casos como esse.

-não, ela machucou a cabeça e o marido dela está bem.

“Marido?”

Aquilo ecoou em sua mente varias e varias vezes.

“Ela não estava sozinha?”

Ela esperou o melhor momento para chamar a irmã.

-mana por que falou que ele é marido dela?

-ele quem deu entrada na ficha dela e disse que era o marido, que você quer que eu faça?

Quer que eu diga que ele deu entrada que é marido, mas que é que tá com ela na verdade é você? Lembra que ela fala sobra a família?

-eu só queria estar com ela.

-ela precisa da família e a família precisa dela.

##

Os dias se passaram, semanas, meses e nada dela reagir.

Alexandra estava tentando levar sua vida do jeito que pode, voltou a dar aulas e a participar de shows pequenos dançando.

Rezava para que deus a fizesse se curar.

##

Eliane procurou Cláudio.

-como está Dani?

-ela esta indo bem, os médicos disseram que ela está se curando e que não vai demorar para tirarem ela do coma induzido.

-e agora e a gente?

-não tem a gente, você fez algo que não posso perdoar, olha, vou todo mês depositar uma boa quantia em dinheiro para você reconstruir a sua vida e faça o favor de levar a sua prima sapatão contigo, ok!

-que?

-você ouviu, a Dani vai acordar sem lembranças, e eu vou reescrever esta historia e você se quer mesmo se redimir mantenha ela longe da minha mulher.

##

Dani estava consciente mas não conseguia mexer seu corpos nem sentia ele, só havia a escuridão, ouvia vozes, sentia toques e nada mais, nem tinha forças para pensar.

E um impacto forte em seu peito a fez despertar.

Seus olhos cor de mel abriram a toda e sua mãe estava ao seu lado.

-graças a deus, você acordou.

Ela tentou sorrir, mas não teve efeito, só seus olhos que mexiam.

O medico entra pela porta e dirigi uma luz forte em seu olhos que a cegou por um instante.

-senhora ela esta bem e precisa de fazer fisioterapia após sair da UTI.

-sim,sim. Vamos seguir todas as recomendações.

Um casarão, uma cadeira de rodas e ela estava em silencio, sentia frustração em não lembrar do que aconteceu nesse acidente, oque ela fez em uma faixa de tempo de 4 anos, ela só lembra das coisas que aconteceram ate 4 anos atrás, sua fala estava melhorando e seu andar se ajustando, Cláudio ficou feliz por isso, ela não lembra de ter sido deixada por ele e de acordo com os médicos, era improvável que ela recobre essa lembrança pelo fato de terem retirado um pequeno pedaço de sua massa encefálica, e por isso que ela tinha que aprender algumas coisas.

-amo se sente bem?

-s..s..si..sim.

- que bom! Mês que vem nos voltaremos pra casa ,que acha.

- b..b..bom.

###

-mana que foi?

-ela voltou com o marido.

-eu nem sei o que dizer, ela foi levada em coma ainda para a capital e não sei que aconteceu dai. Mas queria que desta vez você não fizesse como antes.

-ela me ensinou muitas coisas, e uma dela é dar tempo ao tempo.

###

Dani esta de volta a sua casa, Cláudio a leva pelos cômodos.

- e ai? Lembra?

-nã.. não é.. co..mo.. lem..lembro mas tá ma.mais boni.to.

Ele se tornou um marido exemplar, a beija senta com ela, faz todos s exercícios que o medico lhe propôs.

Em pouco tempo ela estava falando normalmente, e andava bem.

Ela a levou a um local para se distraírem, o nome e veleiro.

-que foi meu amor?

-odeio lugares sem cadeira- e sorriu, uma dor também lhe veio como uma alfinetada na cabeça mais passou.

beberam e sorriram mas Dani sentia que não estava certo aquilo, que faltava algo, mas ela não sabia o que era.

No palco Alexandra dançava e no virar de cabeça avistou Dani em uma mesa com “ele”, se desiquilibrou e caiu, todos riram mas ela não se importou, disse para o seu parceiro que não se sentia bem e foi ate a irmã que estava em uma mesa perto do palco.

-que foi? Se sente bem?

-vi a Dani.

-serio?

-sim, ela tá aqui, queria falar com ela.

-não, você não vai, pode arrumar confusão.

-sei disso, a Eliane já falou que ela decidiu que ficando com ele seria melhor, mas eu me recuso a acreditar, caramba! Parece que tudo que vivemos foi uma grande mentira, não acredito que ela só queria se distrair, esperar ele.

-é eu acho difícil acreditar também, mas é a realidade, e acho que foi ate bom ela não vir aqui partir de vez seu coração.

-verdade, a última coisa que quero é confusão.

###

Dani foi ao hospital se consultar e marcar uma tomografia, o medico havia lhe pedido que enviasse um exame.

E foi rafa que estava no tuno da tarde a atendeu.

-olá Dani.

Dani não reconheceu aquela pessoa, mas o natural seria ela ter sido atendida por ela, mas não custa nada perguntar.

-você me conhece?

Rafa achou estranho o comportamento dela.

-não se lembra de mim?

-desculpa, eu tive um acidente e fiquei com uma memoria limitada, só lembro de coisas que aconteceu de quatro anos para trás.

Rafa pensou consigo.

“então foi isso que aconteceu”

Ela a dirigiu para fazer a tomografia.

e resolveu investigar.

###

Em casa rafa contou tudo para Sandra.

-eu sabia que tinha alguma coisa, ele está se aproveitando disso.

-é mas você não pode fazer nada, você não existe pra ela.

-mas...

-mana eu sou medica, busquei a ficha medica dela, e a lesão que ela teve é irreversível.

Sandra achou sensato deixar como estar, talvez seja a oportunidade da Dani ser “normal”, ser feliz e ter alguém pra levar na casa dos pais. Com ela não seria assim, seria tudo escondido, mas como ela ficaria?

## Dani ainda sentia um vazio, o marido dela não tinha mais aquele efeito sobre ela, tudo que fazia era por obrigação não por amor, outro dia ele queria fazer amor com ela e nada. O toque dele a fazia querer se afastar, sentia um tipo de nojo dele.

“acho que sou eu, pois ele me dá atenção, carinho e tudo mais, só que não sei... acho que com o tempo colocará tudo em seu eixo”.

-amor quer dar uma volta?

-pode, ser.

Ela nem perguntou para onde era nem nada, só deixou que ela a levasse.

Seus olhos percorriam a areia seguiam a agua e morriam no horizonte, seu olhar era sem vida, seus movimentos eram automáticos, Cláudio passava a mão em seu braço afagando e acariciando tentando dar a ela de alguma forma alegria de estar ali.

Ela começa a roer a unha e pensar, tentava puxar na memória coisas que poderiam encaixar neste vazio a assombra.

-sabe, você já sentiu como se tivesse perdido alguém que nem mesmo conheceu?

-Dani, que ta rolando?

-nada, e só me sinto assim, parece que falta alguém aqui.

-você esta confusa ainda, esquece isso.

Mas ela não podia esquecer.

##

Rafa , dandara e Sandra estavam no mesmo lugar que eles, e não podiam desviar o olhar para Dani.

- é estranho ver a Dani assim, como uma estranha.

-é, e o pior de tudo e que eu tô aqui, do outro lado sem poder fazer nada.

##

O telefone de Cláudio toca e é da empresa, aconteceu uma emergência.

-amor, temos que ir.

-posso ficar mais um pouco?

-claro, vou de taxi e deixo o carro pra você.

Beijaram-se, e ele se foi, Dani continua olhando para o horizonte, imaginando a tortura de ter uma eternidade de informações perdidas, mesmo sabendo que ela teve sorte, muita pessoas ficam deficientes e não se recupera, ela foi salva pelo próprio deus ela pensava.

Levantou e caminhou na areia, não durou muito tempo ela seguiu para o seu carro e quando virou olhou pra frente ela repara naquela garota dançarina do outro dia, ela estava ali na mesa a olhando fixamente, e a fez não para de olhar também.

A respiração de Sandra acelerou quando notou que ela estava a olhando também.

Dani fazia força para lembrar. Tinha a impressão de que ela a conhecia, mas não iria lá, e se fosse um engano dela? E se fosse para ela ir ali e perguntar? E se fosse para ela ir embora? Ela sentiu uma dor no local onde se localiza sua cicatriz.

Entrou no carro e o ligou.

“não vou!”

Desligou o carro e foi ate lá.

-olá?

-Sandra ficou muda.

-você é a medica que me consultou né?

-sim, você esta bem?

-não muito, mas vou marcar uma consulta com um psicólogo para me tratar.

-por quê?

-eu às vezes sinto que não estou vivendo a minha vida, que falta algo ou alguém.

Sandra queria abrir aboca e falar tudo, mas decidiu que seria melhor não.

-essa é minha irmã a Alexandra.

Dani a olhou e sorriu.

-te vi dançando, você é belíssima.

Ela não evitou e sorriu largamente.

Lembrou-se desse elogio por muitos dias.

##

Dani estava só com um livro nas mãos, sentou-se o abriu e começou a ler, seu titulo era “ a colina dos anjinhos” ela sempre amou essa estória, e de repente cai um envelope de dentro dele.

Ela o pega e se espanta ao ver de que se tratava.

##

Sandra esta na praia também, e sobe nas pedras onde viu a Dani pela primeira vez, colocou as mãos no bolso, ela estava brava com deus, por ter lhe dado um grande presente e depois o tirou.

- sabia que você era alguém especial.

Sandra olhou para trás, e era Dani, desceu o mais rápido que pode.

-você lembrou de mim?- sorridente e feliz, por ter a ouvido falar que ela é especial.

-não, sei que te conheço, mas não te conheço- dando um leve sorriso de vergonha, olhando para o chão.

Sandra ficou confusa.

-mas que aconteceu.

Dani lhe entregou o envelope e lá estava uma foto das duas, Dani abraçando ela pr tras com a cabeça pousada em seu ombro, estavam felizes.

-quero saber por que você fez que não me conhecesse, e por que meu marido não me falou de você, e o mais importante de tudo o que você é pra mim?

Sandra ficou sem saída, será que ela conta ou fica na dela?

-vamos diz.

- fui sua namorada.

-QUE!?

-e por que se fez? Por que não me contou?

-você sofreu tanto, e achei que iria sofrer de novo.

-como de novo?

-ficou em depressão pelo seu marido ter te deixado.

-ele me deixou?

-sim.

Sandra contou tudo e a levou ate sua casa.

Não tinha ninguém.

Sandra lhe mostrou mais fotos, cartas e presentes.

Não tinha como não acreditar.

-nossa, é como se eu estivesse viajado e alguém ficou no meu lugar.

Sandra se sentou, olhou para Dani.

Olhar perdido, lia e relia as cartas, a letra era dela, o modo de escrever também, mas era como...

-vou falar com o Cláudio, ele pode me explicar.

-não acha que ele devia ter te contado antes?

-mas vou perguntar mesmo assim.

Sandra acompanhou Dani ate a porta, e rafa e dandara estão agora na sala.

Elas não acreditam no que veem.

-você se lembrou?

Dani sorri.

-não. Mas um dia eu consigo.

Rafa fez uma cara estranha.

-você é medica, me diz se posso mesmo lembrar.

-olha... a nossa memoria é como se fosse uma placa de computador, cada componente é responsável por uma tarefa, e o mínimo pedaço que você perdeu era responsável por lembranças recentes.

-e por que lembro das coisas que tô vivendo?

-o cérebro muda os locais de armazenamento conforme sua importância, coisas supérfluas como atos rotineiros ele apaga.

-e por que tive a sensação de que conhecia a Alexandra mesmo não lembrando?

-como também há em memoria de computador á rastros de coisas que ele apaga, e você só esta sentindo os rastros.

Aquilo esclareceu muitas coisas que os médicos que cuidam dela não conseguiram.

##

Cláudio chega do trabalho e ao se aproximar de Dani , ela logo o afronta.

-Cláudio, você poderia ir embora daqui?

-por que?

-por que você não é meu marido faz muito tempo, vai atrás da sua mulher pois eu tenho alguém.

-você lembrou, como?

-não interessa!

-olha, ainda vai ficar nessa de sapatão?

Ela teve a confirmação de que Sandra era mesmo sua namorada.

-eu gosto dela, e queria que você se retirasse.

-não vou.

-então eu vou.

-tá, eu vou sim. Mas queria que você soubesse que eu te amo.

-você não me ama, mas foi bom quanto durou.

##

Dani não conseguiu se adaptar ao ritmo de Sandra ainda, mas elas duas são amigas, Dani não se sentia segura com a relação, era algo novo de novo pra ela.

De bruços na cama de Sandra, Dani lia um livro, Sandra sentada em uma cadeira a admirava ali com ela novamente, a fazia querer ficar ali a eternidade.

Continua


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