Dois dias e não recebia noticias dele, meu pai sempre perguntava o que houve e eu me limitava a falar que brigamos.
Gabi vivia lá, me ajudava com o Ariel.
Ela: Vic, conversa com ele, você não está bem.
Eu: Não estou mesmo, mas o que eu posso fazer Gabi?
Ela: Olha, você foi muito precipitado.
Eu: Não Gabi, não fui. Você acha que o problema era só porque não dava atenção a ele? Eu dava Gabi, mesmo com o Ariel, mas ele queria uma vida a dois como tinhamos antes, quando ele chegava em casa eu estava pronto, só para ele, minha atenção era só dele, diferente de hoje que tenho que dar atenção ao Ariel também.
Ela: E o que mais tem aí?
Eu: O maior problema do Olli é que ele não quer ter filhos e agora tenho o Ariel, ele agora é meu e para onde eu for tenho ele.
Ela: Mas ele te disse que não quer mesmo?
Eu: Um milhão de vezes. Achei que com um tempo ele iria mudar, iria se derreter por o Ariel, mas isso não aconteceu. Conheço o Olli Gabi, e ele está em dúvida quanto ao Ariel sim.
Ela: Vic, não se sinta na obrigação quanto ao Ariel, se quiser abrir mão eu fico com ele e você pode voltar com o Olli.
Eu: Não. Não Gabi, jamais. Se saí de casa é porque tenho certeza que quero cuidar do Ariel, a mesma certeza que tenho quanto ao Olli não estar preparado.
Ela: Que complicação.
Eu: Olli não quer ser pai.
Ela: Espero que isso mude, quero ver vocês dois juntos novamente.
Bem, não era todo dia que tinha a Gabi comigo me ajudando em tudo, ela tinha a vida dela e agora ia voltar a trabalhar, havia tirado só uns dias de folga, era empresária.
As coisas do Ariel estavam acabando, fraldas, leite, papinhas, etc. Tinha que ir comprar. Arrumei o Ariel, me arrumei e saimos.
Fui ao supermercado, chegando lá, peguei um carrinho, coloquei a cadeirinha dele atravessada e comecei a andar, ele choramingou um pouco mas dei a chupeta e um brinquedo e logo se acalmou.
Enquanto olhava as coisas todo mundo que passava elogiava, mulheres e homens, é impressionante como bebê atrai pessoas, elas dão mesmo encima de você, não acredita? Pegue um bebê e saia com ele para um supermercado ou outro lugar, mas demonstre responsabilidade e não que está segurando para alguém.
Andei mais um pouco e fui olhar as fraldas, quando escuto: Meus amores!
Era a Merta. - Que surpresa boa. Estavam adivinhando? Ia lá hoje ver vocês.
Eu: Que saudade Martinha.
Abracei ela.
Ela: Deixa eu ver essa coisa linda aqui.
Ela tirou ele da cadeirinha e pegou no colo.
Eu: Estou comprando algumas coisas para o Ariel, muitas coisas ficaram lá e eu não levei, pricipalmente muitos pacotes de fraldas.
Ela: Pois vamos pegar, não tem problema nenhum.
Eu: Não, e ele?
Ela: Não está em casa, está trabalhando, depois que vocês saíram é só o que faz. Aproveitamos e almoçamos juntos.
Eu: Tudo bem.
Fui no caixa, passamos as coisas que compramos e saimos.
Chegamos lá...
Ariel começou a chorar...
Eu: Tenho que dar a mamadeira dele.
Ela: Eu dou. Vá pegar as coisas.
Eu: Ok.
Peguei uma sacola enorme e fui ao quarto do Ariel, fui até o armário e pegando pacotes de fraldas, a Ana tinha comprado muitos e a Gabi nos deu.
Quando sinto a presença de alguém atrás de mim. - Ah Marta, o Ariel já acabou a mamadeira?
Me virei e o vi.
Olli não falou nada, apenas me olhava.
Eu: Desculpe, não pensei que estivesse aqui, só vim pegar algumas coisas do Ariel...
Quanto mais eu falava, mais ele se aproximava, pegou nos meus braços, nossa respiração estava pesada, olhava nos meus olhos e na minha boca, Olli me beijou, um beijo louco de fome e de saudade. Ele pegava na minha cintura e eu passei as mãos no seu pescoço.
Marta: Querido quer aju... Oh, desculpe!
Nos soltamos...
Eu: É melhor eu ir.
Marta: Não precisa!
Eu: Peguei o Ariel no colo.
Ele: Como está as coisas por lá Victor?
Eu: Tudo na mesma, meu pai tá babando encima do Ariel, virou um vô coruja.
Ele: Uhum.
Eu: E aqui?
Ele: Tudo na mesma também, estou focando mais no trabalho.
Sabe quando você não tem nada para falar com a outra pessoa e enrola? Eu estava sem saber o que dizer alí.
Marta: Vem meus amores.
Eu fui com o Ariel para a sala.
Ele: E como você está?
Eu: Bem, o Ariel é um menino lindo...
Ele: Não estou perguntando do Ariel, estou perguntando de você. Só fala nesse bebê, não fala em outra coisa.
Eu: Mas minha vida é o Ariel agora. Oh Deus está vindo a tona todo o porque da nossa separação. Sabe, eu ainda me culpei um pouco, me perguntava se não fui precipitado, se errei, mas agora vejo que não. Você definitivamente não nasceu para ser pai.
Ele suspirou. - Vai ficar para comer com a gente?
Eu: Não, já peguei as coisas dele, vou embora.
Marta: Vou com vocês.
Eu: Não precisa!
Marta: Hoje eu já ia mesmo querido.
Eu: Tudo bem, então.
Olli: Tchal Victor.
Eu: Tchal Olli, fica com Deus.
Saí dalí...
Respirei fundo, entrei dentro do carro com Marta segurando o Ariel, comecei a chorar.
Marta: Calma meu filho.
Eu: Como vou ter calma Marta? Eu o amo, poderiamos ter a vida perfeita com o Ariel, mas ele deixa claro sempre que não quer.
Marta: Sinto muito filho, antes dele te conhecer eu falava sempre para ele procurar alguém e ter filhos e ele batia na madeira.
Eu: Viu? Quando saí de casa disse para ele pensar se me queria e ao Ariel ou ter a vida de solteiro, acho que ele já fez a escolha.
Marta: Acho que ele espera que você abra mão do Ariel por ele.
Eu: Nunca Marta. O Ariel não tem culpa de nada, é uma criança que perdeu os pais e eu não vou quebrar a promeça que fiz a Ana.
Marta: Você ama essa criança não?
Eu: Como se fosse meu.
dirigi para a casa do meu pai.
Chagendo lá, meu pai correu para a porta. - Cheguei e não encontrei ninguém, dá aqui meu neto. Mulecão, vamos brincar de avião...
Ele jogou ariel para o alto. - Pai Ariel comeu agora!
Mal falei Ariel vomitou na camisa dele.
Ele: Amor isso não se faz.
Morri de rir, Marta pegou o Ariel.
Eu: Vai trocar a camisa!
Saí dalí com Marta.
Sentamos na sala.
Marta: Você está triste não?
Eu: Sim Marta, eu o amo, mas vejo que ele não nos escolheu, quer viver sozinho.
Marta: Na verdade, acho que ele quer viver com você.
Eu: Mas para viver comigo tem que aceitar o Ariel.
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