- Acorda, meu amor! – Ele me beijou na testa.
- Hum?
- Acorda! – Ele fez carinho no meu braço.
- Que horas são? – Eu perguntei totalmente embriagado de sono.
- Já são 8h, amor! Precisamos nos arrumar para irmos lá com o advogado.
- Ai, tô com preguiça!
- Vem tomar banho comigo, vem?
- Ai, amor, deixa eu dormir só mais um pouquinho. – Meus olhos não abriam de jeito nenhum.
Eu devo ter dormido, por que eu senti ele me beijar novamente me chamando.
- Amor, já são 9h, precisamos ir.
- Tá bom! Vou tomar banho! – Eu me levantei com muito sono ainda.
- Te espero pra tomarmos café, tá?
- Tá!
Eu entrei no banheiro me arrastando, eu só acordei de fato quando eu senti a água muito, mas muito gelada cair sobre meu corpo. Após meu banho, me arrumei, me perfumei e fui tomar café com meu namorado.
- Bom dia! – Ele disse sorrindo pra mim.
- Bom dia, meu amor! – Eu fui até ele e nos beijamos. – Tá mais animadinho hoje?
- Tô! Tu estás certo! Não vai ser um papel que vai estragar nossa felicidade, né?
- Isso mesmo!
Nós tomamos café e saímos correndo. Chegamos quase atrasados no escritório do advogado.
- Bom dia! – Nós cumprimentamos o advogado quando entramos em sua sala.
- Bom dia! Em que posso ajuda-los?
- Doutor, é que nós somos um casal, sabe?
- Sei, e vocês querem saber se existe algum meio para vocês oficializarem a união de vocês.
- Isso mesmo! Como o senhor sabia?
- Meu jovem, você ficaria surpreso com o número de casais homossexuais que vem aqui fazer a mesma pergunta que vocês iriam fazer. Portanto, eu adianto logo que sim, há uma forma de oficializar a união de vocês.
- E que seria?
- Bom, atualmente, nós não temos nem um meio legal para oficializarmos um casamento homossexual, mas vocês podem assinar um termo de união estável.
- E o que seria uma união estável?
- Bom, a união estável é como um casamento, no entanto tem suas particularidades, legalmente falando, é claro.
- E quais seriam?
O advogado falou durante torturantes 40min. Ele explicou de forma muito clara, e cansativa, a diferença entre o casamento e a união estável. Resumindo a história: a união estável não servia de um blá-blá-blá para acalmar os casais homossexuais. Nós não tínhamos nem a metade dos direitos que teriam um casal casado. Um exemplo é que se eu viesse a falecer, o Bruno não poderia ser meu herdeiro. Que injustiça! Era isso que eu senti quando eu saí revoltado daquela sala. Como assim um casal gay não poderia se casar? Por que a sociedade era tão retrógrada a ponto de fechar os olhos e os ouvidos para a população gay que clamava por direitos igualitários? Eu saí frustrado daquele escritório, mas se não tinha jeito, nós teríamos que fazer a tal da união estável, era a nossa única saída.
Saindo do escritório do advogado, nós decidimos ir logo na casa do Bruno pegar as coisas dele. Ele teve que ligar novamente para a Sabrina e pedir para ela remarcar as consultas da manhã, pois ele só iria à tarde para o hospital. Quando nós chegamos no prédio dele, para a nossa infelicidade o desgraçado do Jean estava no hall esperando o Bruno aparecer a qualquer momento.
- Bruno, até que enfim!
- Jean, some da minha frente se tu não quiseres que eu faça uma besteira.
- Bruno, meu amor, eu preciso da tua ajuda.
Mas que filho da puta! Eu já estava endiabrado com o que o advogado falou e ainda tenho que ficar ouvindo as merdas daquele sujeito? Não, de jeito nenhum!
- Jean, escuta o que eu vou falar, mas presta bem atenção: EU QUERO QUE TU SUMAS DA MINHA VIDA, VAI PRA PUTA QUE PARIU, VAI DAR PARA O DIABO E ESQUECE QUE EU EXISTO.
- Pelo visto tu estás se divertindo bastante com essa putinha aí!
Eu não me controlei e voei pra cima daquele sujeito. Eu dei uns três socos na cara dele e ele caiu no chão com a mão na boca que estava escorrendo sangue.
- Nunca mais se dirija a mim dessa maneira! Nunca mais se aproxima do meu namorado. Tu ainda não entendeste que ninguém aqui quer a tua presença desprezível? Tu és pior que as putas dos cabarés, até elas têm mais dignidade que tu. Somes daqui se tu não quiseres apanhar mais.
- Amor, deixa esse verme pra lá! Vamos pegar minhas coisas!
- Bruno, me escuta, me ajuda!
Até eu já estava duvidando daquela doença, tinha algo muito teatral naquela reação dele.
- Vem amor! – Bruno pegou na minha mão e nós subimos.
Chegando no apartamento ele foi logo me perguntando se minha mão estava doendo e colocando gelo.
- Não precisava daquilo, né mocinho? – Ele falou enquanto colocava o gelo – Mas eu gostei!
- Mas que sujeitinho! Quem ele pensa que é pra falar aquilo pra mim? E que história era aquela de “amor”, ele é louco? Ele que se aproxime da gente novamente pra ele ver o que eu sou capaz de fazer.
Nós arrumamos todas as roupas dele, os CD’s e todos os documentos, não dava para levar tudo, ele tinha muitos livros. Nós teríamos que vir outro dia pegar o restante das coisas, mas o mais importante nós já estávamos levando.
Nós descemos com várias sacolas, íamos ter que fazer outra viagem para poder pegar as malas com as roupas. Quando chegamos na garagem, a praga estava lá encostada no carro do Bruno.
- Mas é muito não temer a própria vida. – Eu falei enquanto andávamos em direção ao carro.
- Calma!
Quem disse que eu consegui ter calma?
- Tu vais te mudar, amor? – O verme perguntou.
- Sim, ele vai se mudar, vai se mudar para a minha casa, afinal é isso que um casal faz quando se casa, né?
- Vocês vão casar? – Ele olhou muito assustado.
- Não, vamos brincar de casinha, imbecil!
- Moleque, será que dá pra ti calar a boca?
- Olha aqui seu filho de uma puta, eu acho que eu ainda não consegui deixar bem claro o que eu quero. – Eu falei segurando ele pelo pescoço e o pressionando contra o carro – Eu quero que tu sumas da nossa vida, entendeu? Se dá próxima vez que tu apareceres eu juro que eu não me controlarei e farei uma grande besteira, portanto, se tu temes a tua vida, some daqui. Volta para o quinto dos infernos, lugar esse de onde tu nunca deverias ter saído. Aqui ninguém quer a infelicidade que tu exales, tu fedes! Tu és podre! Some daqui! Some da vida do MEU MARIDO! Entendeu agora? MEU MARIDO! Agora tu não estás lidando somente com o Bruno, agora ele tem a mim e a vários amigos para defende-lo, e se tu apareceres mais uma vez, eu juro que eu não vou estar sozinho.
- Amor larga ele! – Bruno disse pegando no meu braço.
Só então eu percebi que o sujeito estava quase sem ar. Ele me olhou assustado e saiu correndo sem dar um piu sequer.
- Nossa, esse Antoine eu não conhecia! – Ele disse sorrindo.
- Meche com quem eu amo que eu viro outra pessoa! – Eu estava com muita, muita raiva.
- Ei, cama! – Ele me envolveu com os braços dele – Não fica assim!
- Como essa criatura tem a ousadia de aparecer aqui? Ele é louco?
- Amor, esquece esse cara! Olha – ele segurou minha cabeça ternamente com as duas mãos e olhou nos meus olhos – esse momento é muito importante para nós, não vamos estragar isso, tá? Lembra, nós estamos fazendo minha mudança para a tua casa. Lembra, nós vamos poder dormir e acordar todos os dias juntinhos.
- Eu sei! Desculpa! Mas...
- Mas nada! – Ele me beijou – Mais calmo agora? – Ele perguntou quando finalizamos o beijo.
- Um pouco!
- Então, vamos pra casa!
- Vamos!
Nós voltamos pra casa, almoçamos e o Bruno teve que ir trabalhar. Como eu não tinha nada para fazer, eu arrumei as infinitas coisas que nós tínhamos trazido do apartamento dele. Deixei tudo arrumadinho e separado, o que era meu era meu, e o que era dele era dele. Nós pegávamos as coisas um do outro, é claro, mas eu gostava dessa ideia de particularidade.
*********
Os dias foram passando e enfim o final de semana havia chegado. O dia do nosso jantar havia chegado, o Bruno estava nervosíssimo, mas ao mesmo tempo estava feliz ao extremo. Toda vez que eu olhava pra ele, ele estava sorrindo. O Jean, graças a Deus, não perturbou mais a gente até aquele momento, e eu estava torcendo para que ele nunca mais aparecesse.
Nós estávamos em casa esperando a hora para ir à casa dos meus pais. Já estava tudo certo, meus amigos mais próximos (Jujuba, Dudu, Loh) estariam lá, além, é claro, de toda a minha família: Maman, Papa, Guillaume, Anne.
- Vamos, amor? Tá na hora! – Ele estava super nervoso e eu não entendia o motivo.
- Vamos!
Nós partimos para a casa dos meus pais.
- Ei, calma, por que tu estás tão nervoso? – Eu peguei na mão dele quando saímos do carro.
- Ah, sei lá! Fico meio que com medo do teu pai não aceitar.
- Ele já até desconfia que seja isso, amor! Todos eles desconfiam, fica tranquilo. Lembra que tu não vais me pedir em casamento, nós só vamos comunicar que nós vamos casar. Fica calmo, tá?
- Tá! Vou tentar!
Nós entramos em casa e a casa estava linda, toda iluminada e muito cheirosa, maman caprichou.
- Filhote! – Papa veio me receber – Como tu estás?
- Bem, papa!
- E tu filhote mais velho?
- Bem também! – Bruno sorriu.
- Vamos, entrem, a mãe de vocês está lá na sala de jantar dando os últimos retoques.
- Essa maman...
- Vai lá com ela, bebe!
- Tá!
Eu fui até maman e eu encontrei uma mesa lindamente ornamentada. Até flores havia ali, estava tudo muitíssimo bem arrumado.
- Maman?
- Salut, chéri!
- Salut! Como a senhora está gatona, viu?
- Eu sempre sou gatona, meu filho!
Metida? Jamais! De onde eu puxei esse jeito abusado e nada convencido de ser? Não sei!
- A senhora sempre está gatona mesmo! Jojo, minha gostosa!!!! – Eu sai correndo e beijei o rosto da fiel escudeira de maman.
- Oi, meu filho! Mas tu estás um gato hoje, viu?
- Só hoje, Jojo?
- Não, não! Tu és um gato! E aquele pão? Tá aí?
- Ainda não! – Eu sorri – Ele ainda não chegou, mas, Jojo, não é querendo te desiludir, mas ele está quase comprometido.
Dudu e Loh estavam ficando ainda, mas eu tinha quase certeza que eles iriam engatar um namoro, eu nunca vi meu amigo tão disponível para uma menina como ele estava para a Loh. Eu rezava para que tudo desse certo e que ele não fizesse nenhuma besteira.
- Ai, que pena!
- Mas esse menino já te babou, Jojo?
- Já está com ciúmes, maman?
- Claro! Tu foste abraçar a Jojo e em mim nem um beijinho deu!
- Ooooooooo meu Deus! – Eu fui e dei um beijão nela e um abraço – Melhor agora?
- Agora sim! Cadê o Bruno?
- Tá lá na sala com papa.
- Esses dois não se desgrudam mais hoje.
Era assim, toda vez que a gente se reunia, Papa e Bruno ficavam horas conversando, nem lembravam que a gente existia. Papa realmente tinha adotado meu futuro esposo como filho. Na verdade, toda a minha família havia adotado o Bruno, mas ele também não media esforços para ajudar todo mundo, para conquistar todo mundo. Meus irmãos eram simplesmente loucos por ele.
- Vamos lá com eles!
- Vamos, maman!
Nós fomos para a sala e eles estavam no lugar preferido deles: o micro bar da sala.
- Vocês vão passar a noite ai ou vão conversar conosco também? – Maman disse abraçando meu namorado.
- Oi, Ange! Tudo bem? Nossa, mas hoje tu estás maravilhosa!
- Ai, merci, chéri!
A campainha tocou e a Jojo foi abrir a porta.
- Amigoooooooooooooooooooooooo!!! – Ela foi entrando feito uma louca.
- Agora a festa vai começar! – Papa falou – Chegou a Jujuba!
- Oi, gente! Boa noite! Oi tio Carlos! – Ela foi abraçar papa
- Oi minha princesa maluca! – Papa só a chamava assim.
- Oi, tia Ange! – Ela deu dois beijinhos em maman e depois a abraçou.
- Oi, chérie!
Meus pais amavam a minha amiga mais maluca de todas.
- Amigoooooooooo!!! – Ela se jogou em cima de mim. – Ai, nossa, que gostoso! – Ela disse me apalpando.
- Eu ouvi, heim! – Disse o Bruno.
- Ai, meu Deus, que pitel! – Ela disse olhando para o Bruno
- Sossega a periquita, Jujuba! – Eu dei uns tapinhas no braço dela.
- Ai, ela fica toda alegre quando vê teu namorado... que bofe!!!
- Mas é muita cara de pau mesmo, viu?
- É só brincadeira! Cadê o pessoal?
- Ainda não chegou ninguém!
Eu fechei minha boca e a campainha tocou novamente e a Jojo foi abrir a porta novamente.
- Boa noite, minha gente! – Tia Joana foi entrando.
Quando eu a vi minha barriga virou uma geleira em segundos.
- Tia?
- Não se atreva a trocar uma palavra sequer comigo! – Ela disse me abraçando.
- Tia?
- É menino! Sou eu! Por mais que tu tenhas esquecido que tua titia aqui existe e te ama, eu ainda existo e ainda te amo!
- Ai tia, desculpa, mas a senhora sabe, né?
- Sei sim, querido, não te preocupas, só estou brincando. Ai, mas a titia estava com muita saudade de ti! – Ela disse me abraçando de novo.
- E o...
- Não, ele não veio e nem sabe que eu vim.
- Chéri, eu chamei a Joana, tem algum problema?
- Imagina, maman! Eu também estava morrendo de saudades da senhora tia! – Eu a abracei.
- Tá bom, tá bom! Vem Joaná, vem aqui comigo!
- Ainda com ciúmes, Ange? – Minha tia disse sorrindo e me abraçando mais ainda.
- Vem logo! – Maman tentou puxar minha tia pelo braço.
- A Ange está com ciúmeeeeees... a Ange está com ciumeeeeees... – Titia ficava caçoando de maman. – Maman olhou pra tia Joana com o olhar da morte - Ai, meu Deus, deixa logo eu ir lá com ela, por que quando ela olha assim, sai de baixo!
Elas foram para a sala de jantar ver alguma coisa.
- Amigo, é hoje! – Disse a Jujuba.
- É hoje, Ju!
- Vocês estão felizes, né?
- Muitíssimo felizes!
A campainha tocou novamente e como maman tinha levado a Jojo com ela e minha tia, eu fui atender a porta.
- Fala rapariga adestrada! – Eu disse assim que eu o vi na porta.
- Fale viado amarrado! – Dudu estava segurando a mão da Loh.
- Oi, Loh!
- Oi, amigo!
- Entrem!
Eles entraram e a Loh soltou a mão do Dudu e foi cumprimentar as pessoas, ele ia junto mas eu o puxei.
- Vem cá, a coisa tá séria mesmo, né?
- Cara, ela é incrível!
- Olha, eu acho que tem alguém se apaixonando.
- Para de graça, só estou interessado nela!
- Sei, sei! Vocês já...
- Não, ainda não!
- RÁ! Tu estás apaixonado por ela! Tu nunca, nunca, nunca esperaste para transar com uma menina, quando ela não liberava tu chutavas.
- Ai, será?
- Certeza! Ai, enfim meu irmãozinho arranjou a tampa da panela!
- Palhaço! – Ele estava sorrindo.
Sim! Ele estava apaixonado pela Loh, eu só torcia para que eles engatassem num namoro.
- Oi, cachorro! Ops, agora tu és cachorro adestrado, né?
Nós vivíamos bagunçando com ele, quem mandou ele ficar naquela pose de “O MAIOR COMEDOR DE TODOS OS TEMPOS” durante todos esses anos?
- Oi, macumbeira!
- Macumbeira é a senhora...
- Jujuba! – Eu falei – Hoje não!
- Tá, tá! Mas só por que hoje o dia é especial...
Dudu foi falar com papa e com o Bruno e pra lá ficou.
- Amigo, o que a tia Joana faz aqui? – Perguntou-me a Loh.
- Maman a chamou, elas nem sonham com o que eu vou falar hoje...
- Ai, será que ela vai contar para o Thi? – Perguntou a Jujuba.
- Não sei! Mas acho que seria até melhor ela contar, ela tem todo um jeito de conversar com a gente.
- Isso me salvaria de uma conversa bem difícil! – Confessou minha melhor amiga.
- Verdade, Ju!
- Como será que ele vai reagir?
- Não faço a mínima ideia, Loh! Tomara que da melhor maneira possível. Mas vamos deixar esse assunto de lado um pouco, a gente quer saber de ti! – Eu as puxei para sentarmos no sofá.
- Isso mesmo! Vocês já provaram o corpo um do outro?
- Ai, gente para com isso! – Ela disse ficando vermelha.
- ESPERA AÍ! Tu és virgem?
- Não, Jujuba! Claro que não! Só que eu não sou assim, conheceu/transou. Para eu ficar com o cara eu tenho que estar segura.
- Estás certíssima, Loh! Mas como vocês estão?
- Muito bem! – Os olhinhos dela brilharam – Nós nos entendemos, sabe? Ele é um lindo!
- É mesmo! – Eu disse – Eu vou falar pra ti a mesma coisa que eu falei pra ele: cuidado! Se tu magoares meu irmão tu vais te ver comigo!
- Mais fácil o contrário!
- Por que?
- Ah, todo mundo sabe como o Dudu é, né Antoine? Quem me garante que ele não está com outra por aí?
- Eu garanto! Ele tá gostando de verdade de ti, Loh! Nunca vi meu amigo assim!
O Bruno me chamou lá do bar.
- Teu bonitão tá te chamando! – Disse a Jujuba.
- É, eu já vi! Vou lá com ele, esperem aqui!
Eu fui até o Bruno, só estavam ele e o Dudu, Papa tinha ido falar com maman e tia Joana.
- Oi, amor?
- Amor, que horas a gente fala?
- Assim que a gente sentar na mesa, a gente fala.
- Tá bom!
- Ei, rapariga, tu já foste lá falar com a Jojo? – Eu falei caindo na gargalhada.
- Filho da puta! Tu ainda lembras disso?
- Jamais vou esquecer meu querido! Jamais!
- O que foi que ele fez com a Jojo? – Perguntou o Bruno.
- Tu não lembras, amor?
- Não!
- Ai, mas que memória, heim? Ele foi tirar uma gracinha com a Jojo dizendo que ela era gostosa e que ele a pegava. Ai, ela olhou pra ele e disse só se for agora, o Dudu ficou roxo de tanta vergonha, ele não deu mais nenhum piu. – minha risada era incontrolável só de lembrar da cena.
- Ah, eu lembro disso! – Bruno começou a rir também.
- Até tu, Brunete?
- Meu velho, quem mandou dar uma de doido? Existem doidos muito piores que tu no mundo! Bem feito!
- Meninos, vamos jantar! – Maman anunciou que a mesa já estava posta.
Todo mundo foi caminhando para a sala de jantar. Papa sentou em uma ponta da mesa e maman na outra. Eu sentei em uma lateral, quase do lado de papa e o Bruno sentou ao meu lado. Gillaume e Anne, que estavam lá em cima brigando por causa do vídeo game, desceram quando a Jojo foi chama-los e sentaram na minha frente e na do Bruno. Do lado do meu amor estava a Jujuba, na frente dela o Dudu. Do lado do Dudu estava a Loh e na frente dela estava a minha tia que estava quase do lado de Maman.
A mesa estava linda, a sala de jantar estava linda. Tinham flores por todos os lados em vários vasos espalhados pelo ressinto. A comida estava com uma cara muito apetitosa. Eu tinha certeza que maman já desconfiava o motivo daquele jantar e caprichou.
Quando todo mundo já estava acomodado, o Bruno se levantou e me olhou. Eu olhei pra Maman e os olhinhos dela estavam brilhando. Eu me levantei também.
- Gente, nós solicitamos a presença de vocês aqui, hoje, pois nós queríamos compartilhar um momento muito feliz em nossa vida. – Ele pegou na minha mão levantou e beijou.
- Filhote, o que é que vocês vão aprontar? – Papa perguntou.