- Strack - onomatopeia.
- Que isso Enzo ?
- Strack strack ! - onomatopeia.
- Cara, quase não tem fotos suas aqui e a iluminação tá perfeita.
- E desde quando você entende de iluminação ?
- Desde quando ela bateu no seu corpo e me deu tesão. Não reclama. O café já tá subindo.
- Você conseguiu chamar o serviço de quarto ? Rá Rá ...
- Usei o google tradutor.
Era cedo pra caralho. Eram nem oito horas ainda. Enzo tinha me deixado um caco de tão cansado e de tanto trabalho que tinha me dado ontem. Mas ele como sempre, sabia me deixar feliz. Com o serviço de quarto já na porta, Enzo interrompeu as fotos e foi receber o café da manhã. Fotos esssas que ficaram ótimas e se tornaram minhas preferidas da viagem, principalmente os selfies que ele tinha feito com minha bunda enquanto eu dormia. Aquele pirralho infantil era louco e engraçado. Continuei deitado, com preguiça de viver e ele estava preparando as coisas em cima da cama.
- Essas tigelas de prata parecem de filmes.
Ele arrumou tudo, foi correndo até a mesa central do quarto, onde havia um jarro com flores ao lado do sofá. Pegou um lírio branco e colocou sobre a bandeja. Bateu palmas e sinalizou que estava pronto. Esfreguei meus olhos, observei a cara inchada dele, e o seu sorriso, o café da manhã, a luz que entrava na janela. Me deitei e cobri minha cabeça com um travesseiro.
- Ah não amor, pode levantar. Você vai comer comigo, não estraga o momento.
- Ai, mas tarde, por favor.
- Não, levanta agora ou como tudo sozinho.
- Come amor, se me deixar quieto depois pode até pedir mais coisas pelo telefone.
Enzo me chamou de grosso. E ficou em silêncio. Eu podia ouvir o barulho do garfo batendo na porcelana. Ouvia sua mastigação. Sentia seu peso na cama. Um cheiro maravilhoso de chá. Levantei e comemos juntos. Ele novamente exibia aquele sorriso de canto de boca como quem diz "sabia que ia se render". Meu celular tocou. Era Flavio. Enzo trouxe até mim enquanto comia um mamão, cujo pedaço era grande demais pra sua boca. Rimos.
- Esse cara ainda te liga ?
- Sempre que pode.
- E você gosta das ligações dele ?
- Ah, ele é um cara bem maneiro.
- Você sabe que eu não gosto desse cara maneiro, não sabe ?
- Sei.
- Você também sabe que você já teve um lance com esse cara. Foi maneiro ?
- Pra falar verdade foi amor. Mas não é com ele que estou, é ?
- Aff, você é um escroto Gabriel !
- Sou nada, só estou respondendo suas perguntas. Ah, você é bem hipócrita. Afinal, não era eu quem estava transando com uma biscate qualquer no natal enquanto dizia que me amava. Nem eu quem estava distribuindo selinhos ontem no bar.
- Eu fiz isso ? - Enzo riu.
- Que dissimulado - risos e um beijo -desencana disso.
- Quero conhecer o Flavio.
- Você certamente irá.
Terminamos o café. Eu ainda estava com sono. Implorei para dormir. Ele, depois de muito relutar, deitou-se ao meu lado. O abracei confortavelmente e dormi. Ele me fez cafuné. Acordei sozinho na cama. Enzo estava sentado na janela olhando o movimento. Ele estava bastante suado. Havia dito que tinha passeado pelo hotel e que conheceu a sauna. Havia também uma sala de cinema porém ele não entendia e não haviam legendas.
- Te comprei uma coisa. Fecha o olho e estenda as mãos.
Acatei. Enzo pegou minha mão direita e inseriu algo no meu dedo.
- Não abre o olho ainda por que não coloquei o meu ainda... Pronto. Abra.
Enzo tinha comprado um anel artesanal de couro de algum artista de West End. Uma incrível peça em couro marrom, costurado por linho preto nas extremidades para dar acabamento. Por dentro uma inscrição em latim que significava "união". Na parte de cima, pequenas bolinhas de metal, que pareciam banhadas a ouro. Era fantástico, simples, original.
- O tamanho ficou bom ? Fiquei com medo de errar.
- Ficou perfeito...!
- Mesmo, mas você gostou ?
- Muito.
- Você tá com uma cara muito estranha, tá tudo bem ?
Eu estava em uma espécie de choque. Fui pego muito desprevenido. Eu simplesmente tinha amado o presente e achei fofo demais a escolha dele, totalmente aleatória e alternativa. Era perfeito ! Não tinha outra palavra que descrevesse. Levantei, ainda bêbado de sono e me lembro até hoje do abraço que lhe dei. Acho que foi a troca de energia mais intensa que já tive até hoje, nada se compara. Às vezes o silêncio vale mais que mil palavras; ficamos em silêncio abraçados. Fiquei pensando em como ele tinha conseguido comprar sem entender direito o inglês nem de euro. Ele nunca me contou até hoje. Deve ter sido um sarro. Naquele mesmo dia fomos a Ann Summers, um sex shop famosíssimo do Soho. A aparência da loja é tão careta e conservadora que parece que tudo lá dentro é comportado, porém a loja é super audaciosa. Gastamos uma nota e testamos muitos apetrechos na denominada "noite do sexo". Enzo comprou diversos masturbadores. Nos divertimos muito tentando aprender como usá-los. Enzo adorou um negócio chamado "inflate" que nada mais era uma bomba de ar que "aferia a pressão do seu pau", consequentemente deixando ele um pouco mais grosso. Foi um sarro. Transamos muito. Mas muito mesmo.
- Amor, vamos fazer um vídeo pornô ?
- Sério Enzo ?
- Ah, seria maneiro ...
- Eu não, vai que você publica esse negócio na internet ?
- Nããão... Seria só pra nós mesmo. Só pra gente assistir nosso desempenho - Enzo levantou e posicionou a câmera.
- Não vou por a mão em nada, você que se vira então.
- Pode deixar que eu dou conta.
Foi brochante. Enzo queria parecer um ator pornô e ficava fazendo aqueles gemidos chiados com a boca e olhava pra câmera em seguida, fazendo um joinha. Rimos muito. A câmera só gravava meia hora, Enzo não percebeu, mas após os trinta minutos ela já tinha desligado e a melhor parte nao foi gravada. Dormimos. Acordamos extremamente dispostos. Neste dia iria apresentar a Londres que Enzo tanto queria conhecer, tentarei ser bem breve. Eram quase oito da manhã quando saímos do hotel. Enzo queria comer mas não permiti. Pegamos o metrô na Leicester Square e descemos na estação Waterloo. Enzo nunca havia entrado num metrô. Percebi isso por que ele foi filmando com seu celular todo o percurso no maior êxtase. Tomamos café em Waterloo. Visitamos o Marriott Hotel, que ficava na antiga sede do Greater London Council. Enzo adorou tirar fotos do local, eu estava ensinando-o a fotografar. Nos divertimos a beça. Atravessamos a Westminster Bridge para visitar a Abadia de Westminster e a St. Margaret's Church, cartões postais de Londres. Enzo estava eufórico. Continuamos pela Abingdon Street até Lambeth Bridge e atravessamos de novo o rio Tâmisa. Percebi que Enzo amava pontes. Pedi para um cara aleatório que passava por lá para nos fotografar. Enzo era um saco sem fundo, já estava com fome. Fomos a cafeteria do Lambeth Pier. Comemos croissant tradicionais. Fomos caminhando lentamente de mãos dadas. O dia estava incrível. Passamos por uma rua, que nao me lembro o nome, mas mostrava uma ótima vista das casas do parlamento. Estávamos com fome. Enzo queria visitar o BigBen. Fomos até o parlamento britânico, atravessamos novamente a ponte, Enzo me fez esperar até o meio dia para ouvir as badaladas. Ele gravou a cena e mandou pra seus amigos no Brasil. Eu estava com fome, ele queria ir no London Eye. Enzo me fez novamente atravessar a Westminster Bridge (só pra enfatizar, fizemos todo esse percurso andando). Entramos na fila. Eu ainda estava com fome. Enzo me comprou um salgadinho. Não foi suficiente. Nossa meta era transar no London Eye. Enzo se deu conta que a cabine era maior do que ele imaginava. Subimos com mais 9 pessoas. Demos uns amassados calorosos e fomos reprimidos pois haviam crianças conosco. Ignoramos e voltamos a nos amassar. Apreciamos a vista. Eu ainda estava com fome. Finalmente meu primo concordou e fomos comer. Eu estava exausto. Andamos até a estação Waterloo e descemos na estação Southwark. Fomos até o Southbank Centre, almoçamos no Skylon. O lugar era charmoso e elegante. Tinha comidas britânicas típicas e um nojento peixe com batata frita. Enzo quase quis comer pra me provocar. Eu detesto peixe. Descansamos muito enquanto almoçamos sem nenhuma pressa. Meus pés estavam com bolhas. Apreciamos a belíssima vista do rio Tâmisa que era possível ver do restaurante. Após um bom descanso ainda no Royal Festival Hall, fomos caminhando lentamente pela margem do rio, garimpando as bancas de livros usados na calçada do BFI Southbank. Trocamos presentes. Prometi que ensinaria Enzo a falar inglês e ele concordou com a idéia. Dei a ele um livro de Exupéry. Continuamos caminhando pela margem do rio e encontramos lojas de artesanato do Gabriel's Wharf. Enzo me chamou por esse nome o passeio inteiro depois. Compramos lembrancinhas para meus pais e uns amigos do meu primo. Escolhi uma boneca de porcelana lindíssima para minha vó, afinal, depois do natal minha admiração por ela só tinha crescido. Pro meu pai não comprei nada, ele ia preferir muito mais algum uÍsque. Continuamos caminhando até as galerias da Oxo Tower Wharf, ou melhor, Gabriel's Tower, como Enzo preferia chamar. Ele me perturbou a tarde inteira. Fomos ao banheiro e fizemos uma travessura. Sentei na tampa do vaso mesmo e abaixei minha calça como quem ia cagar. Enzo se abaixou na minha frente e me chupou. Ele ria baixinho com a boca no meu pau. Eu não sabia se ria ou se curtia. A boca dele era macía demais. Ele passava a língua enquanto me chupava. Até hoje nao sei como ele faz isso. Só que era ótimo. De longe as melhores chupadas que alguém já me deu eram as de Enzo. Ele me engolia até a base como se não fosse um problema. Me encarava enquanto me fazia tremer e me contorcer de tesão. Aquele olhar de puto, de ninfeto, de tarado.
- Vou gozar - falei baixinho.
Enzo continuou mais intensamente.
- Para amor, vou gozar na sua boca...! Não...
Enzo me puxou e levantou a tampa do vaso rindo. Mirei lá dentro e de forma desengonçada gozei lá mesmo. Me limpei provisoriamente com papel higiênico. Fiquei meio lesado depois de gozar. Tentei masturbar meu primo mas ele não permitiu. Deu um tapinha na minha mão e disse enquanto exibia seu sorriso de canto de boca:
- Espero que você nao reclame mais de cansaço hoje ... Se nao reclamar mais posso te recompensar.
- Você é um idiota.
O beijei. Saímos do banheiro cautelosamente. Continuamos nosso passei pela torre. Pegamos o elevador e subimos até o mirante. Juntos, admiramos a linda cidade do alto. Era perfeito estarmos ali. Mas Enzo era inquieto, queria mais. Me fez descer novamente e caminhar até o Tate Modern. Não sei de onde ele tirava tanta energia pra andar. Passamos a tarde toda perdidos nas obras de arte do Tate, que na minha opinião é uma das mais interessantes galerias de Londres. Na época haviam obras de Picasso e Dalí nos níveis mais altos e uma mostra de aclamados, porém nao tão famosos, artistas contemporâneos. Ao término da visitação, descemos ao Espresso Bar: Level 4. Tomamos um drink apreciando o por do sol da cidade. Cansados, com fome e preguiçosos, ainda arranjamos força para desbravar mais o rio Tâmisa. Descemos sua margem em busca de algum lugar para jantar antes de voltar para o Hotel. Encontramos um pub chamado The Anchor of Bankside. Tinham mesas no lado de fora e amplo catálogo de bebidas mas no segundo andar havia um excelente restaurante com pratos britânicos tradicionais. Pedi dois Sunday Rost, Enzo estava louco para experimentar e eu estava morrendo de fome, precisava de algo que me satisfazesse. Era uma especie de assado de carne com iguarias. Enzo amou. Eu também, estava realmente ótimo. Pedimos uma torta de maçã para sobremesa. Comemos. Enzo recebeu mensagens do seu amigo Trevor. Ele nos convidara pra sair naquela noite. Eu estava exausto. Olhei para a cara de criança hiperativo que Enzo estava a exibir e concordei que iríamos. Enzo pagou a conta. Fomos caminhando abraçados até a estação Southwark. Já disse que meu primo amava metrôs ? Perdemos por desatento nossa estação na e descemos na Convent Garden. Fomos caminhando até o Hotel. Tomei um banho bem quente. Enzo estava deitado no sofá descansando as pernas e tentando conversar com o Trevor. Terminei meu banho e indaguei:
- Escuta aqui Enzo, esse Trevor tá doidinho pra dar o cu pra você então fica esperto. Já aceitei ver você dando selinhos nele e em todos os amigos dele e ainda presenciei ele se aproveitando de você enquanto estava bêbado. Ele te agarrou, só nao conseguiu te beijar por que você arrotou na cara dele. Não quero saber desse tipo de coisa hoje. Você conhece seu limite. Nao beba muito.
- Tá bom pai - disse Enzo ironizando - não vou fazer arte.
Ele foi ao banho e eu peguei seu celular. Verifiquei o endereço de onde íamos e se Trevor tinha carro. Ele ficou de nos pegar no hotel. Iríamos numa casa de jazz. Descemos e esperamos no hall. Trevor era muito engraçado com aqueles olhos esbugalhados e o rosto magro, ossudo. Jon estava com ele. Jon não falava muito, mas observava bastante. Ele tinha um volume extraordinário na calça. Entramos no carro e nosso novo amigo Trevor tirou uma foto de nos quatro. Um selfie. Partimos rumo ao Ronnie Scott's (a casa de jazz). Não me lembro quem tocava no dia mas a música era ótima, o ambiente também, bem misto, amplo e recheado de pessoas, a bebida bem gelada, todos se divertindo e Enzo loucão. Ele era fraco demais pra bebida. Eu estava super cansado já, se nao ficaria por lá por mais horas e horas e Enzo começava a dormir aonde encostava. Informei aos garotos que iríamos embora de Táxi. Jon se ofereceu a nos levar. Ao entrar no carro meu primo dormiu, posicionei-o no banco de trás. No percurso pude conhecer um pouco mais de Jon. Ele era atraente. Usava uma barba por fazer, tinha olhos verdes e um sorriso tímido; era alto, um pouco magro, voz grave, 22 anos e era estudante. Sua mãe era dinamarquesa e seus traços era bem interessantes. Super fofo, ele perguntava da nossa viagem, sobre o que estávamos achando, se gostaria de dicas de lugares que os mapas nao mostram. Conversamos de família, de religião. O papo fluía e nos levavam a cada assunto ... Chegamos ao hotel. Não tinha pessoa no mundo que acordava meu primo. Jon me ajudou a levantar ele. Atravessei seu braço pela minhas costas e nuca a fim de carrega-lo até o quarto. Jon se foi. Estava eu tentando arrastá-lo quando Jon surge informando que tinha ido estacionar o carro num lugar adequado. Puxou o braço direito de Enzo e posicionou em seu pescoço como eu tinha feito. Juntos, levamos Enzo até o quarto. Enzo despertou quando estávamos saindo no elevador, ele se queixava de náusea. Levamos ele até o banheiro e o danado vomitou. Fiquei segurando ele para nao tombar dentro do vaso ou sujar suas roupas. Jon ficou na porta observando. Enzo começou a se desculpar dizendo que não tinha me ouvido e que deveria ter bebido pouco. Tirei sua blusa, em seguida sua camiseta. Jon estava atento a todos os movimentos. Tirei a calça de Enzo e o deixei de cueca, o observador perguntou se eu queria que ele saísse, informei que ele podia ficar. Ele me ajudou a colocar meu primo na ducha. Enzo estava de cueca branca, logo, quando molhada, se fez transparente. Jon analisava. Tirei minha camiseta e fiquei de cueca. Entrei na ducha e comecei a esfregar Enzo. Ele falava em português para eu chamar o Jon pro banho também, eu ria e Jon perguntava o que estávamos falando. Jon foi circular pelo quarto enquanto saíamos do banho. Enzo já estava com uma feição bem melhor e um pouco mais sóbrio. Fiz ele comer chocolate. Agradeci Jon, ele informou que se eu precisava de qualquer coisa era só ligar pra ele. Se despediu e foi embora. Perguntei se ele voltaria para o bar. Ele bocejou e esfregou os olhos, me olhou e riu. Ele era uma graça e eu estava muito atraído por ele. Estávamos um na frente do outro, ele no corredor e eu no quarto do hotel segurando a porta. Agradeci pela ajuda e acompanhava a movimentação dos seus lábios. Ele sorriu com os olhos, posicionou sua mão ao lado da cabeça, acenou um tchau, virou as costas e saiu. Fiquei na porta ainda, olhando ele partir e imaginando a mais pueril das coisas na minha mente. Ele virou e me viu na porta ainda. Acenou novamente e eu retribui. Ele passou a mão no bolso, fez uma cara de susto, em seguida uma cara de "ops". Ele havia deixado o celular no quarto. Eu nao peguei para ele, fiz com que voltasse e procurasse. Ele entrou e seu olhar me penetrava e cada vez mais eu me sentia atraido por aquele garoto. Enzo estava com dor de cabeça na cama. Jon encontrou seu celular, eu ainda estava na porta. Jon se despediu do meu primo e novamente se despediu de mim. Entrou no corredor e caminhou até pouco mais da metade. Voltou, segurou minha nuca rapidamente e avançou em direção minha boca lentamente. Avancei o resto do caminho e toquei seus lábios com os meus. Beijei aquela boca e sua barba me penicava, causando uma sensação única e diferente. Ele usava pouco a língua. Fiquei de pau duro no ato. Deslizei minha mão por sua barriga e me assustei com o volume. Me afastei de seu beijo e olhei direito aquilo. Era imenso. Jon riu, ajeitou seu pau na calça e foi embora. Queria que ele voltasse mas nada falei. Enzo estava capotado na cama, me deitei ao seu lado e imaginei o que tinha ocorrido até adormecer.