AS CRÔNICAS DE MONA - XI
O clube tinha uma fachada simpática. Mas não era grande. No entanto, era muito limpo e organizado. O piso do salão era de tacos de madeira, muito bem encerado. As demais dependências eram muitas limpas, cheirando a detergente. Mas não era um clube de elite. Parecia uma gafieira sofisticada. Logo na entrada, percebe-se uma divisão bem interessante: do lado esquerdo da portaria do clube, um grupo de mesas e cadeiras eram ocupadas por um pessoal mais sóbrio, melhor vestido. O outro lado era composto por pessoas mais humildes. Foi justamente nesse lado que Mona sentou em uma das mesas, a pedido da sua acompanhante...
Mona prometera, à sua faxineira de longas datas, fazer a comemoração do aniversário dela com uma farra, no lugar onde ela escolhesse. Coincidiu que naquele sábado haveria uma apresentação do cantor Reginaldo Rossi naquela casa, e sua faxineira era fanática por esse artista pernambucano. Passava o dia todinho trabalhando ao som das músicas desse cantor que, de tanto ouvir quando era dia de faxina, Mona já sabia as letras de cor. Não era seu gênero favorito, mas conseguia se divertir ouvindo as músicas dele. Então, prometera a Claudia, sua faxineira, que ela teria uma noite de farra patrocinada por ela. E quem sabe Claudia não arranjaria nessa noite o tão sonhado namorado? Cláudia tinha 35 anos e se dizia ainda virgem. Isso era uma aberração para Mona, que tivera sua primeira relação sexual aos 14 anos de idade. Mas isso já era outra história...
Chegaram cedo ao clube, pois sabiam que iria lotar por conta da atração da noite. O cantor era famosíssimo, com uma extensa carreira consolidada. Tornara-se nacionalmente famoso após ser “descoberto” por Ivete Sangalo e passar a aparecer no Programa do Faustão. Mas já era sucesso há décadas no seu próprio Estado, e era unanimidade entre os nordestinos radicados em São Paulo. Sentaram-se à mesa e passaram a observar o ambiente. Também era a primeira vez que Cláudia frequentava aquele clube. Era sabido que o local sempre tinha uma surpresa para depois da meia-noite. Podia ser um simples sorteio de uma moto, ou uma exibição de strippers, nunca se sabia. Um garçon aproximou-se e Mona pediu uma dose de Campari com suco de laranja, ou refrigerante do mesmo sabor. Claudia pediu uma cerveja bem gelada. Em poucos minutos foram atendidas.
Uma orquestra de gafieira tocava no palco, enquanto a atração especial não chegava. Alguém chamou Claudia para dançar, e Mona ficou sozinha na mesa. Aproveitou para olhar em volta, sondando o local. A maioria dos homens era rude, e a olhava com desdém, como se ela estivesse deslocada daquele ambiente. Estava vestida com um blazer elegante, e isso destoava das indumentárias das pessoas daquele lado do salão. Olhou para o lado de lá, e percebeu que realmente estava deslocada, pois viu pessoas vestidas com elegância. Mas do lado de cá, onde Claudia fez questão de sentar, estavam apenas pessoas humildes. Vestidas para festa, mas sem luxo. Só então observou o par de Claudia, e percebeu que ele estava de paletó e gravata. E certamente atravessara o salão para vir chamá-la para dançar do lado de cá. Aí alguém ao microfone anunciou que Reginaldo Rossi não poderia vir se apresentar, por motivo de doença. Ouviu-se o murmúrio de frustração do público...
Por várias vezes, Mona sentiu vontade de dançar, mas ninguém a chamou. Claudia continuava dançando com seu par, e parecia que estavam se dando muito bem, pois ainda não haviam se separado uma música sequer. A bebida começou a pegar muito rápido, então Mona resolveu ir ao toalete lavar o rosto. Aproveitou para fazer xixi e, quando estava sentada no vaso muito limpo, ouviu alguém ao microfone anunciar que aquela era a noite do nudismo no clube. Houve uma gritaria e assovios por vários minutos, depois se ouviu apenas uns acordes de bolero tocados pela orquestra que se apresentava no palco. Mona lavou o rosto demoradamente, retocou a maquiagem e saiu do toalete. Para deparar-se com todo mundo nu, em todo o clube...
Nem bem se refez da surpresa, um moreno atlético veio tirá-la para dançar. Mona esboçou uma negativa, mas ele pegou-a pela mão e quase que a arrastou para o meio do salão, onde todos dançavam nus. Procurou Claudia com o olhar, e encontrou-a dançando nua, agarradinha ao seu par, que também estava despido totalmente. Algumas pessoas olhavam para Mona, no salão, rindo discretamente de só ela estar vestida naquele recinto. O moreno abraçou-a suavemente e começou a dançar um bolero de Ravel, que a orquestra tocava divinamente. Em poucos minutos, Mona entrou no clima. Começou a sentir calor e tirou toda a roupa, jogando-as num canto e abraçando-se com mais afinco ao seu par. Foi quando ele a beijou na boca...
Imediatamente, Mona sentiu um volume entre suas pernas, e percebeu que seu dançarino acabara de ficar excitado. O membro quente dele encostado no seu púbis excitou-a também, e ela afastou-se um pouco, olhando para baixo, conferindo o tamanho daquele pênis. O moreno atlético baixou uma das mãos e apalpou sua vagina. Mona sentiu vergonha de fazer isso em público, mas olhou em volta e percebeu que ninguém prestava atenção a ela, cada um curtindo seu próprio par. Tentou mais uma vez localizar Claudia, e viu-a ajoelhada fazendo um boquete em seu acompanhante. Ele segurava a cabeça dela com as duas mãos, e se balançava como a seguir o ritmo da música que a orquestra tocava. Ninguém parecia censurar aquela cena. Aí Mona abriu mais as pernas, para receber os dedos do moreno na sua vulva já molhada...
Ele encaixou dois dedos dentro dela, e depois começou a beijá-la na orelha. Desceu ao pescoço e depois por seu colo, até lamber-lhe os mamilos suavemente. Mona teve o primeiro arrepio de prazer. Baixou a mão e segurou aquele membro pulsante, que começava a babar em seu ventre. Ele gemeu e aumentou a pressão na sua vulva. Agora foi Mona a gemer, procurando a boca dele com avidez. Depois foi descendo pelo seu pescoço, seu peito, até finalmente descer com a boca em direção ao falo quente dele. Imitou Claudia, ficando de cócoras e engolindo aquele membro todinho até tocar com os lábios o púbis dele. Ele fez movimentos, como se copulasse com a sua boca, e Mona ajudou com movimentos também. Mas antes que ele gozasse, Mona levantou-se e pegou seu pênis suavemente com a mão, apontando a glande para sua vulva molhadinha. Ele a segurou pelas nádegas e introduziu seu membro bem devagar, mas com firmeza. Encaixaram seus sexos e acompanharam o ritmo do bolero que ainda tocava. Foi quando Mona sentiu alguém lamber-lhe entre as costas, causando-lhe um arrepio de prazer...
Olhou para trás e viu tratar-se de Claudia, que tinha o acompanhante junto, sorrindo maliciosamente. Mona quis dizer alguma coisa, mas seu moreno beijou-lhe a boca, fazendo-a calar. Claudia continuava arrancando arrepios, lambendo-lhe as costas. Fechou os olhos e agarrou-se mais ao seu par. Ficaram apenas balançando suavemente, ao ritmo da música, sem sair do lugar. Então sentiu uma língua invadir seu ânus. O moreno abriu mais suas nádegas, facilitando aquela língua invadir seu buraquinho. Gemeu de prazer, pois logo percebeu aquela língua não pertencer a Claudia. Era o par dela que assumira as carícias. Claudia lambia ele, enquanto ele lambia Mona. Seu dançarino retirou suavemente o pênis de dentro dela e agachou-se, procurando com a boca sua vulva. Mona abriu mais as pernas, sentindo-se lambida por trás e pela frente. Sentiu um dedo penetrar-lhe a vagina à procura do seu ponto G, e ao mesmo tempo outro dedo invadir seu ânus, massageando gostoso. Gemeu mais alto, sem se preocupar que alguém a ouvisse. Fechou os olhos e ficou curtindo ser masturbada por trás e pela frente, bem perto de ter um orgasmo. Aí sentiu um falo duro e grosso penetrar-lhe o ânus. Inclinou-se mais, facilitando aquela invasão...
O moreno levantou-se, beijou os biquinhos durinhos dos seios dela, depois apontou a glande para sua vagina. Mona pressentiu novo orgasmo, mas segurou bem. No entanto, não aguentou segurar mais quando sentiu o pênis do moreno adentrar-lhe a vagina, de forma firme, e os dois homens se abraçarem fortemente, fazendo dela um sanduíche. Então começaram fazer movimentos cadenciados, e sincronizados, copulando a vagina e o ânus de Mona, ao mesmo tempo. Ouvia os gemidos do que lhe invadia pelas costas, e presumiu com razão que Claudia lambia o buraquinho do seu dançarino enquanto ele metia em Mona. Sentiu seu próprio gozo se aproximando e agarrou-se mais ao moreno na sua frente. Esse se apertou mais contra ela, abraçando ao mesmo tempo o outro que estava por trás dela, estreitando-a bem mais apertado entre os dois. Mona teve um orgasmo múltiplo, não sabendo precisar quantas vezes gozou mais, e se pela vulva ou pelo ânus. Gemeu alto, sem se importar quem ouvisse. Então todos começaram a bater palmas...
Mona despertou com as palmas e Claudia sacudindo-a levemente pelo braço. Percebeu que cochilara sentada na mesa, nem vira quando Claudia voltara do salão. O locutor anunciava que estivera brincando, e que Reginaldo Rossi já se encontrava nas dependências do clube. Novas palmas e gritinhos de satisfação. Mona tirou um espelhinho de dentro da bolsa e percebeu que esquecera em casa seu livrinho com capa de couro e páginas em branco, titulado Os Contos da Mona. Mesmo assim, sua imaginação estava a mil. Viu Reginaldo Rossi subir ao palco e cumprimentar a plateia, sob aplausos de Claudia e várias pessoas no clube, e aplaudiu também. Mas sentiu vontade de ir ao toalete. Olhou em volta pra ver se via o moreno com quem estivera tendo devaneios, mas sem êxito. Decerto ele nunca nem estivera no recinto. Pediu licença a Claudia e encaminhou-se ao toalete. Lá, fez xixi, ajeitou a roupa, retocou a maquiagem e tornou a sair, quando Reginaldo Rossi já cantava uma de suas canções mais aplaudidas. Aí alguém a tocou no braço, chamando-a para dançar. Era o moreno com quem estivera até então tendo fantasias. Ele existia e estava à sua frente. Claro que Mona não iria perder essa oportunidade de tê-lo de verdade...
“Hoje à noite vou ao clube
Espero encontrar boas companhias
Talvez minha sorte mude
E eu faça desta uma noite de orgias”