Naquele dia a tarde nos despedimos e voltei para casa, e novamente passaram-se dias, não estava mais aguentando!
Ligava para ele e a mesma coisa, trabalho...
Eu ia para a Faculdade e Ana e Ro percebiam minha tristeza.
Chegava em casa e ia chorar no meu quarto.
Meu pai tinha voltado também a sua vida normal, trabalhando como antes.
Mais uma vez fui para a facul.
Ana: Amigo?
Eu: Olá.
Ana: Nossa, quanta desanimacão!
Eu: Você sabe porque!
Ana: Vic você tem que conversar com ele sobre isso, as coisas não podem continuar assim, amigo você está mal.
Eu: Sou azarado mesmo, meu pai desde criança vive fora de casa por o trabalho, por isso minha revolta com ele. Sempre fui muito sozinho, quando encontro alguém é a mesma coisa!
Ana: Amigo você não pode adoecer por causa disso, você já está mal Vic e antes que isso aconteça eu conto se você não contar. Me lembro dos seus problemas por o seu pai.
Deitei minha cabeça no ombro dela e ela me deu carinho.
Voltei para casa, mandei uma mensagem para Olli falando que o amo e ele me respondeu falando o mesmo.
No dia seguinte acordei com uma baita dor de cabeça, tomei um remédio...
Ana me liga...
Eu: Oi Aninha?
Ana: Já está tarde, você não vem hoje?
Eu: Não amiga, não estou me sentindo muito bem, quero ficar quietinho.
Ana: Vic, eu estou avisando, não vou deixar você sofrendo sozinho.
Eu: Ana, depois a gente conversa, sério, estou com muita dor de cabeça.
Desliguei.
Ana narrando...
Aquilo não ia ficar assim, Victor sempre sofreu muito com esta história de solidão, a morte da mãe, o trabalho do pai que não tinha muito tempo para ele, o bullying e agora que ama pela primeira vez o Olli faz isso!
Peguei meu cel, disquei o número e liguei para ele...
Ele atende...
Eu: Olli é você?
Ele: Sim, é ele, quem fala?
Eu: Você não tem meu número, mas eu tenho o seu! É a Ana, tenho que falar urgentemente com você!
Ele: É algo com o Vic?
Eu: Sim. Não fale a ele que quero falar com você, é segredo.
Combinamos de nos encontrar em uma lanchonete ali perto, e naquele mesmo instante, pois ele ficou preocupado.
Cheguei primeiro pois ficava perto da Faculdade.
Sentei em uma mesa das que ficavam ao ar livre, pedi um refri e fiquei esperando um pouco, com um tempinho me para uma viatura em frente, o vejo conversando com outro, então ele desce todo poderoso naquela farda, PQP, o Vic nasceu com a bunda virada para a lua, que homem é aquele!
Ele se aproximou, enquanto andava as mulheres e alguns homens que alí estavam viravam a cabeça para olhar, Olli já chama atenção por natureza, quando está fardado então, nossa, fica mais másculo ainda!
Ele sentou na minha frente: Então? O que você tem a falar?
Eu pigarriei pois estava meio que entalada com aquele Deus grego a minha frente todo fardado, mas tinha que me controlar e ser dura: O meu amigo não está nada bem...
Ele: O que aconteceu ao Vic, Ana, fala logo? Alguém atacou ele e ele me esconde? O que?
Ele falou rápido e parecia preocupado.
Eu: Só me escute, ok? Olha, o Vic já passou por muita coisa difícil, a pior foi a solidão. Depois que a mãe dele morreu, o pai dele sempre trabalhou muito, então ele sempre foi muito sozinho.
Ele baixou a cabeça, já sabia muito bem onde eu queria chegar...
Continuei: Não quero que ele adoeça novamente, e acho que já está acontecendo, hoje ele nem se quer foi a faculdade.
Ele: Ana é o meu trabalho.
Eu: E é o Vic. Você já se separou uma vez, foi por isso não? Mas para você tenho certeza que foi fácil escolher, pois você não a amava, mas será que vai ser fácil escolher entre seu trabalho e o Vic? Porque este momento vai chegar, ele não vai aguentar muito, você precisa ver a situação em que já está, o Vic é carente Olli, para uma pessoa que não seja já é difícil, imagina para uma pessoa carente como ele, você não sabe os problemas que o Vic já passou, não vou permitir que você faça isso com ele!
Ele: Vou falar com ele.
Eu: É bom mesmo.
Olli narrando...
Saí dalí com a cabeça em chamas, mais uma vez meu trabalho atrapalhando minhas relações, mas o que mais me deixava curioso era essas coisas que o Vic passou, fiquei muito curioso para saber o que...
Falei com meu colega e pedi para ele me cobrir, precisava resolver algo... Peguei um táxi e fui direto para a casa dele, fardado mesmo.
Toquei e quando ele abre a porta, vejo a situação em que Vic se encontrava, os olhos vermelhos de quem tinha chorado bastante, cabelo assanhado, aspécto caído, ele não estava bem.
O abracei mas ele não retribuiu, ficou com os braços caídos...
Andou até o sofá e sentou, fui até lá e ajoelhei em sua frente para olhar o seu rosto...
Eu: Amor, o que foi? O que está acontecendo?
Ele não me respondeu, baixou mais ainda o rosto... Subi para ele olhar para mim...
Vic estava chorando.
Ele: Olli, a gente ainda está junto?
Eu: Claro que sim, porque essa pergunta?
Ele: As vezes eu acho que você não me leva a sério, a gente quase nunca se ver.
Eu: Tá louco Victor? Como não te levo a sério?
Ele: É contado nos dedos quando a gente se ver, acho melhor a gente terminar logo Olliver, não quero sofrer ainda mais, pelo menos agora ainda é o inicio da nossa relação.
Eu estava perdido, sem saber o que fazer, ele tirou a corrente do pescoço, abriu minha mão e colocou, levantou e eu levantei junto...
A alguns anos tive essa mesma conversa com Suzana, ela tirou a aliança e colocou na minha mão, eu não senti absolutamente nada. Agora com o Victor parecia que tudo estava desmoronando, era como se algo valioso escapasse das minhas mãos.
Ele andou um pouco de costas para mim e o abracei.
Eu: Você não vai fazer isso com a gente, você é meu! Não vou te perder.
Ele: Não faz tudo ser mais difícil.
Eu: O que ser mais difícil? A gente não vai acabar nada, isso é loucura da sua cabeça!
Ele: E o que a gente faz? Eu não vejo alternativa, você ama seu trabalho...
Eu: Mas eu te amo mais. Ninguém vai terminar nada aqui ouviu?
O beijei. - Quer morar comigo?
Ele: O que?
Eu: A alguns dias eu estava muito incomodado, a gente estava se vendo muito pouco, sonhava todas as noites com você e não paro de pensar um só minuto em uma solução, cheguei a essa a uns dois dias, mas pensei ser cedo, a gente acabou de começar a relação e você gosta da sua privacidade, seu espaço...
Ele me interrompeu com um beijo, um beijo gostoso.
Ele: Claro que aceito, eu te amo Olli, te amo...
Eu: Vou rever meus horários, ok? Quero ter mais tempo para você, eu prometo.
Vic narrando...
Só eu sei o quanto o trabalho era importante para ele, nem por causa da Suzana ele mudou, preferiu se separar.
Ele me virou de costas e colocou novamente a corrente... - Que susto você me deu, quando te ví tirando a corrente e colocando em minha mão foi horrivel.
Eu: Desculpa amor. Você está fardado, estava no trabalho, o que fez você vir aqui?
Ele: A Ana me ligou, na verdade, devo muito a ela porque você já tinha até decidido me deixar.
Eu: Esses dias eu também andei pensando, mas nem me passou pela cabeça morarmos juntos, achei que você nunca iria aceitar!
Ele: Porque não? Tudo para não me afastar de você!
Ele tinha uma mão em minha cintura e a outra tirava meu cabelo dos olhos enquanto falava.
O beijei novamente, quando meu pai chega do nada!
Pai: Olá Olli?
Olli: Oi Roberto, queria mesmo te ver, é bom que falamos logo sériamente.
Pai: Não é nada novo sobre o caso não, é?
Olli falava sério com meu pai, eles já se conheciam e falavam de igual para igual, Olli não tinha o minimo receio de enfrenta-lo.
Olli: Não, é sobre meu relacionamento com o Victor, queremos dar um passo a diante, quero levá-lo para morar comigo.
Curto e groço! Simples assim. Meu pai nos olhou...
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E agora? O que irá acontecer com esses dois?