Lembranças de Rafael - Capítulo 1

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 1481 palavras
Data: 24/02/2015 18:34:36

Eu sentia várias coisas ao mesmo tempo. Estava ciente de tudo. Do calor, da parede contra as minhas costas, do som que emanava lá de fora do banheiro e dos gemidos que emanavam do box ao lado. Estava ciente dele. Da boca dele, das mãos dele na minha cintura, do seu corpo contra o meu, da sua ereção empurrada contra a minha por cima das calças. Os gemidos que vinham do box ao lado ficaram mais altos e estranhos, até que não me controlei e comecei a rir. Ele olhou pra mim, confuso:

- Fiz alguma coisa?

- Não, não... É só que, ela geme engraçado...

- A garota daqui do lado?

- Aham.

- A gente podia ir pra algum lugar melhor.

Ele percebeu minha expressão assustada.

- Não to falando de um motel... Falei da minha casa. Não tem ninguém lá, sabe?

- Ah... Mas e a Sabrina?

- Sua amiga? Ela pode ir também - ele riu.

- Ha ha - falei, ironicamente - To falando sério, ela veio comigo.

- Ah. Eu posso deixar ela em casa.

- Ela não vai querer ir embora agora.

Notei uma expressão estranha nele, e entendi que estava parecendo que eu estava o rejeitando.

- Olha, vou falar com ela, ok? Me encontra no bar em 20 minutos?

- 20 minutos - ele assentiu, e destrancou a porta do box em que estávamosLá fora, me dirigi à pista de dança, onde sabia que iria encontrar Sabrina. Não deu outra, mesmo com a lotação, a sua altura e seus cabelos loiros a destacavam na multidão. Alcancei ela com certa dificuldade e, com mais dificuldade ainda, chamei sua atenção.

- Sabrina, eu to indo embora. - gritei no ouvido dela, tentando ser entendido apesar do som alto.

- Ah, Lucas, mas tá tão bom, não quero ir agora.

- Você não precisa ir...

- Não!! Sério? - ela me olhou, em choque - Ta indo com ele?

- Tô.

- Ótimo! Aproveita, ok?

- Não fica chateada de ter que pagar o táxi sozinha?

- Quem disse que vou de táxi? - ela riu - Jajá acho alguém pra me levar em casa.

- Nenhum desconhecido. Por favor. - supliquei.

- Sou loira mas não sou burra, né?

- Eu sei - sorri.

- Ah, e Lucas, vê se dessa vez conta o que acontecer primeiro pra mim, depois pra Alice.

- Ok, pode deixarE eu ia mesmo. Desde que eu havia contado pra Sabrina que era gay, nossa amizade parecia ter melhorado mais ainda.

Fazia um mês que Danilo havia ido embora. Um mês desde que Rafael havia viajado e me dado um prazo pra saber se gostava realmente dele. E, em uma tarde sozinho com Sabrina, percebi o quanto era injusto que ela não soubesse de toda a verdade. E aí contei tudo. Ela reagiu com surpresa, à princípio, e passou muito tempo calada. Mas aí ela levantou e começou a tirar roupas do seu armário.

- Vem, me ajuda a escolher uma roupa pra mais tarde.

- Você vai sair?

- Nós dois vamos.

- Eu não tenho roupa! Nem dinheiro.

- Sua roupa da festa de sábado tá aqui.

- Ótimo, vou fedendo ao seu vômito...

- Babaca - ela riu - A Zulu lavou.

- Mas ainda não resolveu o problema do dinheiro...

Ela me olhou como se dissesse: "Por favor, isso nunca foi problema pra mim". E nunca havia sido mesmo. Com uma mãe advogada e um pai delegado, dinheiro pra ela nunca havia faltado. Mas, apesar disso, Sabrina nunca fora de esbanjar.

- Me ajuda, Lucas, eu preciso de uma roupa!

- Eu não sei...

- Você é gay! Porra, do que adianta ter um amigo gay assim? É a mesma merda de amigo hétero então. - ela deu uma pausa - Pelo menos você não vai se apaixonar por mim...

Fiquei em silencio frente à clara referência ao Danilo.

- Cedo demais? - ela perguntou, envergonhada.

- Não. Deixa pra lá.

Ficamos em silencio durante um tempo. Por fim, levantei e escolhi um vestido preto, liso, no canto de seu guarda roupa.

- Esse.

Ela sorriu pra mim e pegou o vestidoAgora, dois meses depois disso, as nossas saídas eram constantes. Sabrina havia me encorajado a conhecer e a ficar com outros caras. Alice não aprovava isso, e evitava sair conosco. Pra falar a verdade, eu só havia começado a ficar com outras pessoas no dia que soube que Rafael também estava ficando. Sabrina havia falado com ele no telefone e ele havia confessado. Não me senti traído, nem nada do tipo. Mas ele havia me prometido que iria pensar em nós dois, e se o jeito dele fazer isso era ficando com outras pessoas, então eu ia fazer o mesmo. Olho por olhoAvistei ele no estacionamento.

- Pedro! - chamei sua atenção.

Ele levantou a cabeça e sorriu.

- Tudo certo?

- Tudo sim. Ela vai pegar carona com alguém.

- Nesse caso... - ele abriu a porta pra mim.

Chegamos rápido em seu prédio, era perto da boate. No elevador, nada de beijos, entendi, quando ele apontou pra câmera.

Só quando chegamos em sua casa que ele finalmente me beijou. E parecia que estávamos no box do banheiro novamente. Mas, dessa vez, sem os barulhos incômodos e acomodados no sofá.

Ele me beijava devagar, enquanto me prendia com seu corpo. Sentia sua ereção por cima da minha, mas não me atrevia a tocar em nenhuma das duas. Eventualmente, ele colocou a mão por debaixo da minha camisa, e deixou lá, como se pedisse permissão. Não protestei, e ele levantou minha camisa. Segui o exemplo e logo estávamos os dois sem blusa, os pelos do peito dele roçando no meu peito liso.

Foi então que ele moveu sua mão e alcançou o zíper da minha calça. Ali, congelei. Ele sentiu minha hesitação e se afastou.

- Alguma coisa errada?

- Não, é que...

- A gente não precisa fazer nada se você não quiser...

- Não é que eu não queira. É que... Eu ia me arrepender. Eu sei.

- Poxa...

- Não! Não tem nada a ver com você. É sobre outra pessoa.

- Você disse que não namorava - ele me deu um olhar acusatório.

- Não namoro! É que...

- Olha, Lucas - ele me interrompeu - eu já te contei minha história. E você sabe que, por causa daquilo tudo, eu não posso mais lidar com nenhum drama. Eu quero curtir, ser feliz. E eu gosto de você. Mas se tem outro alguém na parada, eu acho que você devia resolver o que quer que seja antes da gente fazer qualquer coisa.

Fiquei em silêncio, absorvendo o significado daquilo tudo. Ele havia dado a entender que esperaria eu "me resolver". Rafael tinha dito a mesma coisa. Eles dois entregavam a decisão pra mim e eu não sabia o que fazer.

- Tá tudo bem? - ele me perguntou.

- É só que... Você é a segunda pessoa que ta esperando que eu "me resolva".

- Ah. E a outra, quem é?

Encarei ele, respirei fundo.

- A história é meio longa.

- Ainda bem que voltamos cedo, então.

- OK. Então, tudo começou com um cara chamado DaniloEle parou o carro em frente à minha casa.

- Valeu. - eu disse.

- Por que?

- Pela carona. Por ouvir. Por entender...

- Já lidei com muito drama, Lucas. Sei o que você ta passando. Por isso eu digo, se quiser alguma coisa simples e livre disso tudo, me liga.

- Ok.

Abri a porta do carro. Já ia saindo, mas virei e dei um último beijo nele. Ele sorriu e disse:

- Vou torcer por uma ligaçãoDeitado na minha cama, não conseguia dormir. Ficava pensando no que o Pedro havia me proposto. Algo simples. Sem drama. E parecia tao atrativo. Me lembrei do dia que havíamos nos conhecido.

Eu estava em um bar com Alice e Sabrina. Elas estavam discutindo sobre um cara que havia se oferecido pra pagar uma rodada caso elas fossem sentar com ele e os amigos. Alice não queria ir. Mas Sabrina não queria ir sozinha. Por fim, Sabrina levou a melhor, e saiu arrastando Alice, dizendo que voltariam logo. Fiquei sozinho na mesa. Então, ouvi a cadeira da frente ser arrastada, e um cara branco, de cabelo e barba escuros sentar nela.

- Suas amigas te deixaram sozinho mesmo?

- Hã... Foi.

- Nesse caso, você precisa de companhia?

Fiquei sem reação.

- Quem cala, consente.

Eu ri.

- Seu nome é...?

- Lucas.

- Prazer, Lucas. Eu sou o PedroO toque do celular me tirou do meu devaneio. Olhei o relógio, eram quase quatro da manhã. No visor, aparecia a foto de Sabrina. Atendi.

- Lucas, onde você tá?

- Em casa.

- Ah, e o Pedro?

- Ele veio me deixar.

Ela fez um silêncio.

- Aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu - ela disse.

- Você ta bem?

- Não foi nada comigo. É que, Luke, lembra que hoje saía o resultado da lista de espera da faculdade?

- Aham...

- Então, o pai do Fael é muito amigo do reitor, você sabe né?

- Sei...

- Então, ele conseguiu olhar o resultado do Fael. Ele passou, Lucas.

- Ah... - eu estava confuso. - Mas porque a ligação às quatro da manhã?

- É que ele quer estar aqui amanhã quando sair o resultado oficial.

Finalmente entendi o que ela queria dizer.

- Lucas, o Rafael ta voltando.


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Comentários

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Tu voltou e eu só fiquei sabendo agora, essa sua volta tem que render bons capítulos. Não demora heim.

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Pois eh! Que bom que voltou. Só não demora plix. Ah e pegando o gancho eu vou comentar o conto anterior. Des de o começo eu nao dava muito valor ao Danilo e percebia as investidas do Rafael em cima do Lucas. Agora Burro vai ser se o Lucas nao quiser o Rafael. O Rafael mostrou gostar do Lucas enquanto o Lucas se iludia em um amor utópico. Utópico não, platônico!

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Que bom que voltou! Não demora pra continuar!

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Perfeita sua hist. to amando ler, continua pf e se poder da uma olhada no meu conto: Odeio te Amar rs. bjs cat

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Cara q bom q voltaste! Visitava seu perfil sempre, ansioso pelo prox

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Que bom que retomou o conto! Achei que nao ia voltar... Agora quero ver vc e Rafael juntinhos e felizes

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Aeeee!! Muito bem escrito e contado =)

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