STEFAN
Passamos algumas horas explicando tudo para o Cristian desde o começo. Ele já sabia que nós suspeitávamos da Violeta e sobre as cartas. Mas ele ficou surpreso quando nós contamos que o Fernando havia invadido a casa da Violeta e os seus olhos quase saltaram do rosto quando explicamos sobre o painel.
- Levar isso a policia não vai adiantar muita coisa. Eles vão encarar como algo irrelevante. – disse olhando para as duas cartas. – Podem até achar que é alguma brincadeira. E também não temos algo solido para levar a uma investigação. – ele apontou para mim e o Fernando. – Não aconteceu nada com vocês. – o Fernando abriu a boca pra falar, mas o Cristian levantou a mão o silenciando. – Eu sei o que aconteceu com o Marc foi algo grande e eu acredito que pode haver uma ligação sobre a discrição do homem que espancou o Marc e o que você viu com a Violeta, Fernando. Mas a questão é que não vai levar a mais nada apontar pra Violeta, pois ela está morta. O que é curioso. – levantou e ficou passeando pela sala. – Vocês suspeitaram dela, mas, contudo uma nova carta chegou depois de sua morte. E ela ainda aponta o Fernando como ponto central disso. O que é bem mais curioso, pois segundo o detalhamento do Fernando sobre o painel, ele também era o ponto central. Então, meus caros amigos – disse parando em nossa frente. – eu tenho um palpite que pode ser alguém que estava trabalhando com a Violeta ou alguém que a gente menos espera. – ele fitou o Fernando por um tempo.
- O quê? – perguntou o Fernando nervoso.
- Onde você esteve essa semana, Fernando? – perguntou.
- Aqui. Eu fiquei aqui olhando o Marc enquanto o Stefan ia trabalhar e saí uma vez com o Pedro.
- Quem é Pedro? – arqueou uma sobrancelha.
- O novo vizinho da frente. – eu disse.
- Ele chegou agora na vizinhança?
- Sim, faz algumas semanas.
- O que vocês sabem sobre ele?
O que tinha a ver essas perguntas?
- Ele veio pra cá em busca de independência. Terminou recentemente o curso de psicologia. E é uma pessoa gentil e engraçada. O que isso importa, Cris?
- Nada, Stefan. Só algo pra pensar. – disse indo ate a janela da frente. – E sobre você, Fernando?
- O que tem eu? – perguntou girando para olhar em sua direção.
- Você sabe que odeio andar em círculos e eu vou ser bem direto. – Cris olhou nos olhos do Fernando. – Você tem alguma coisa com o assassinato da Violeta?
- O quê? – o Fernando gritou. – Você está ficando louco?!
- Não, não. Mas eu sei que você nunca gostou da Violeta e que foi atrás de pistas por si só. Você mesmo acabou de me contar que invadiu a casa dela.
- Eu não acredito nisso. Você está sugerindo que eu matei a Violeta! Como ousa? – o Fernando estava furioso. Se ele pudesse matar o Cris como o olhar, ele teria.
- Desculpe Fernando, mas esse é o meu trabalho. Perguntar e encontrar a pista. Se alguém soubesse que você já havido invadido a casa dela, se tornaria o suspeito numero um. Eu não estou lhe acusando, estou apenas fazendo perguntas.
- Não faz sentido você fazer esse tipo de pergunta pra mim. Eu não a matei! – o Fernando parecia um pouco alterado. – Eu não sou esse tipo de homem, Cristian. Eu posso ser tudo, menos assassino.
- Tudo bem, Fernando. Se você está dizendo que não tem nada a ver com isso...
- E eu não tenho droga!
- Calma, Fernando. Ele está só perguntando. Não precisava gritar. Se você não tem nada a ver com isso, então não tema.
O Fernando se encostou ao sofá carrancudo. Eu estava pensando sobre as perguntas do Cristian. Fazia muito sentido pensar que o Fernando poderia estar envolvido. As coisas que ele fez e comentava, deixaram bem claro que ele seria capaz de tudo. E a Violeta morreu logo depois do nosso ultimo encontro. E sobre o surto de alegria com a morte dela? Aquilo foi bem estranho. Mas eu sabia que o Fernando não tinha nada a ver com isso.
O Cristian era uma verdadeira cobra. Tinha me dado algo pra pensar.
A campainha tocou e o Fernando levantou pra abrir.
- Oi, Eduardo! Entra. – o Fernando disse da porta.
- Oi, boa noite! – o Eduardo nos cumprimentou ao entrar na sala.
- Boa noite. – eu e o Cris dissemos.
- Onde está o Marc? – perguntou já olhando pelo corredor.
- No quarto. Vá lá vê-lo. Só não façam barulho! – o Fernando disse empurrando o Eduardo no sentido do quarto.
Todos nós rimos. Pelo menos o senso de humor tinha sobrevivido. Esperamos o Eduardo sair das nossas vistas para retomarmos o assunto.
- E o que fazemos agora? – perguntei.
- Eu sugiro que vocês contratem seguranças disfarçados. Espalhem eles em lugares que vocês costumam ir e estar. Tipo, no trabalho, aqui na vizinhança... – disse fazendo uma contagem com os dedos.
- E isso vai funcionar? – o Fernando passou o braço ao redor do meu ombro.
- É a única saída que vejo. – o Cristian sentou novamente pegando o celular parecendo preocupado.
- O que foi? – perguntei apontando para o celular.
- Nada, é só uma mensagem do Oliver perguntando onde eu estou. Posso pedir pra ele vir pra cá?
- Então, a gente vai ter que deixar pra conversa mais amanhã. – olhei para o relógio vendo que estávamos uma hora atrasados para o jantar. – Temos um jantar na casa do Pedro.
- Na casa do Pedro? – arqueou uma sobrancelha. – Será que eu posso ir? Eu estou morrendo de fome.
- Eu não sei se seria...
- Ligue pra ele e pergunte. Se ele é tão gentil assim como você fala, ele não vai se importar.
- E pra que isso, Cris?
- Conhecer o novo vizinho de vocês. – disse com um sorriso torto.
Ele queria iria pra saber mais do Pedro. Eu conhecia aquele sorriso. Era bom mesmo ele ir pra tirar de vez essas duvidas dessa cabecinha dele.
Eu olhei para o Fernando que deu de ombros. Acho que não fazia mal perguntar.
- Você liga, Fernando.
- Irei fazer melhor. Eu vou á casa dele. Volto já. – me deu um beijo rápido antes de levantar.
- Então, Cristian. Me diga como anda o relacionamento com o Oliver?
- Eu não sei. Eu gosto dele, mas ainda não é como eu me sinto pelo Caio. – disse passando a mão pelo cabelo.
- Sinto? Então quer dizer que você...
- Sim, eu ainda o amo. Você não deixa de amar alguém na qual você constituiu uma vida da noite pro dia.
- Vocês já sentaram pra conversar? – perguntei indo sentar do seu lado.
- Não tem como haver conversa entre nós. A gente sempre acaba brigando. Eu ainda estou com muita raiva e ele está estranho. Não quer me ouvir. Sabe o que é pior de tudo, Stefan? Eu sei que fui eu quem afundou o relacionamento. Não estou dizendo que concordo ou aceito o fato dele ter me traído, mas eu entendo. Eu coloquei o trabalho na frente do nosso relacionamento. E eu o acabei perdendo.
- Se você ainda o ama, por que não tenta salvar o relacionamento de vocês? – perguntei segurando sua mão.
- Apesar de amá-lo muito, eu não sei se ainda confio nele. E também mesmo que eu queira, ele não quer mais. Acho que nós próprio nos sabotamos. Mas eu sinto tanta falta daquele desgraçado.
- E sobre o Oliver?
- Eu gosto dele. Ele cuida de mim, mas não é a mesma coisa. Eu acho que nunca conseguirei amar novamente. Eu só amei um único homem e ele arrancou o meu coração quando saiu pela porta da frente. – o Cristian disse com algumas lágrimas caindo pelo rosto.
- Sabe, talvez a história de vocês dois não tenha acabado ainda. Isso o que vocês estão passando é a prova de fogo. Se vocês passarem por isso, é porque estão destinado um ao outro. Se não passarem, é hora de dizer adeus.
- Mas não existe mais nada entre nós, Stef. Ele nos jogou no lixo por nada.
- Você deveria ser sincero consigo mesmo, Cristian. Eu sei que o Oliver é uma ótima pessoa e sei também que as pessoas erram. Escute seu coração, meu amigo. Lute pelo o que você precisa, mesmo que os meios vão ao contrario do que você acredita.
- E o que devo fazer? – perguntou limpando as lagrimas.
- Só você pode responder isso, Cris.
- Ele disse que todos nós podemos ir. Até o Marc e o namorado, se quiserem. – disse o Fernando fechando a porta.
- Então eu vou lá perguntar. – levantei puxando o Cris para um abraço. – Não desista de amar, meu amigo. – sussurrei em seu ouvido.
- Cris, vamos á cozinha me ajudar a pegar as bebidas, por favor.
Os rapazes foram pra cozinha e eu pra o quarto do Marc.
Bati na porta do quarto do Marc antes de entrar. Eles estavam sentados no meio da cama de frente um pro outro.
- Será que os pombinhos querem ir para um jantar na casa do Pedro?
- Eu acho que sim. – disse o Eduardo olhando para o Marc.
- Pois eu acho que não. Eu não gosto desse tal de Pedro. Não fui com a cara dele.
- Você fala isso por que tem ciúmes do rapaz.
- Qual é, Stefan. Sem essa! Eu não vou discutir isso com você. Eu não quero ir e ponto.
- Então eu acho que vamos ficar por aqui mesmo. – disse o Eduardo dando um sorriso de desculpas.
- Tudo bem. Qualquer coisa tem sobras na geladeira.
- Obrigado, Stefan.
Voltei para sala e todos estavam me esperando.
- E o casal? – perguntou o Fernando abrindo a porta.
- Eles vão ficar.
- É bom que sobra mais pra mim. – disse o Cristian ajudando o Fernando a carregar as bebidas.
- Você tem comida em casa, Cris? – perguntei.
- Até tenho. Mas a coragem não deixa. Eu trabalho demais pra você, Stefan. Trabalho muito e ganho pouco.
- Não reclama não, senão te coloco pra fora. – disse rindo. - Você ligou para o Oliver?
- Sim, ele disse que vai se atrasar um pouco por causa do transito.
O Fernando bateu na porta e esperamos o Pedro vir atender. Ele abriu a porta para nós e eu fui logo apresentando o Cristian
O Pedro nos levou para o jardim de trás. Era bem bonito. Um lugar cheio de flores. Havia umas mesas com uns bancos. Tinha uma churrasqueira na qual Pedro estava assando umas carnes. Todos nós nos sentamos e pegando algumas bebidas.
- Então, Pedro, o que te trouxe a esse bairro? – o Cris perguntou.
- Não sei dizer ao certo. Acho que algo me chamou para cá. Como se fosse algo em que eu tivesse que desvendar. – disse o Pedro colocando algumas carnes no prato.
- E você acha que já encontrou esse... – o Cris fez um movimento com a mão como se tivesse procurando uma palavra. – proposito?
- Eu acho que sim. No dia que eu cheguei aqui o Stefan foi o meu primeiro contato e agora estamos aqui. – ele tomou um gole de sua bebida. – Então eu acho que chegamos a um proposito.
- Vamos brindar aos propósitos da vida. – disse o Fernando erguendo a sua garrafa.
Todos nós erguemos as nossas garrafas, menos o Cristian. Ele parecia perdido em seus pensamentos. O que estava havendo com ele?
- E o que você faz para sobreviver? – o Cristian perguntou.
- Eu sou psicólogo recém-formado.
- Quando anos você tem? – perguntou o Cris.
- 26 anos. – respondeu o Pedro colocando mais carne na churrasqueira.
- Sem chances! Você não tem tudo isso. No máximo 20 anos. – o Cristian praticamente gritou.
- Obrigado, mas é a verdade. Acho que é a genética dos meus pais
- Ou pode ser cirurgia. – o Cristian murmurou.
- É tudo original, Cristian. – disse o Pedro olhando para o Cris.
O Fernando estava igual surpreso. Por que o Cris estava sendo tão rude com o Pedro?
- Tem certeza?
- Absoluta. – a expressão do Pedro de repente ficou séria.
Mas que jogo de gato e rato era esse?
Eu não tive muito tempo pra processar a birra desses dois, pois eu senti algo gelado cutucar a minha nuca e uma mão cair sobre a minha boca.
- Olá, pessoal! Boa noite a todos. – disse uma voz atrás de mim.
Pelo canto do olho eu vi o Fernando olhar pra trás. Ele parecia que tinha perdido toda a cor do seu rosto. Quem estava atrás de mim? Eu tentei me virar, mas o dono da voz me repreendeu.
- Se eu fosse você, Fernando, mandava o seu namoradinho ficar quieto. – disse pressionando mais a mão na minha boca. – Se você ainda não percebeu, Stefan, eu estou com uma arma apontada diretamente em sua nunca. Se você se mexer ou bancar o engraçadinho, eu atiro.
Então era uma arma? O que era isso? Quem era que estava fazendo isso? Isso estava longe de ser um assalto.
- Pedro, faça o combinado. – o homem disse.
Eu havia ficado tão espantado com essa abordagem, que não tinha visto que o Pedro tinha uma arma apontada para o Cristian. O Pedro?
- O que está acontecendo aqui? – eu perguntei assim que o homem misterioso havia tirado a mão da minha boca
- Calma, Stefan. Você saberá de tudo daqui a pouco. – o homem disse passando as mãos pelos meus cabelos.
O Pedro pegou o Cristian e prendeu a mão dele em uma barra de ferro que ficava do lado da churrasqueira com uma algema. O Pedro ficou lá do lado do Cristian apontado a arma para a sua cabeça.
- Agora levante e dê a volta na mesa. – disse o homem me puxando.
Agora eu estava de frente para o Fernando. Ele ainda não tinha dito nada. A sua expressão estava ainda de choque.
- Fernando, você vai levantar também e afaste a mesa pra mim, por favor.
O Fernando fez o que o homem disse sem demora. Ele não voltou a sentar na cadeira. Ficou lá, em pé olhando para mim.
- Certo, agora que estamos todos nos seus devidos lugares. Vamos começar a sessão. Fique de joelhos, Stefan.
Eu fiz o que o homem que ainda não havia visto o rosto mandou. Ele ainda estava atrás de mim com a arma pressionando na minha cabeça. Eu podia sentir o mental frio.
- O que você está planejando fazer, Hugo Martiz? Por quê? – o Fernando ainda estava pálido e espantado.
Hugo Martiz?
- Eu faço a mesma pergunta pra você, Fernando. Por que você fez aquilo com a minha família? Por que você mandou todos para a cadeia? – o Hugo estava gritando.
Eu estava petrificado. Não conseguia me mexer. Essa arma apontada pra mim e toda essa confusão estavam me deixam sem ar. Eu olhei ao redor e vi que o Cristian estava olhando do Hugo para o Fernando.
- Eles foram culpados, Hugo. Eu sinto muito que a sua família fosse envolvida com tal crime.
- Você sabe o que aconteceu? Você os mandou pra o inferno! Eles morreram, Fernando! Morreram! – agora eu estava realmente com medo.
- Eu não os matei, Hugo. Por favor, entenda. – o Fernando estava falando com toda a sua voz persuasiva, mas não estava adiantando. O Hugo estava incontrolável.
- Hugo, eu posso te ajudar. Por favor, só abaixa essa arma. – o Cristian tentou argumentar, mas logo se calou com o olhar que o Pedro lhe deu.
- Por que você tá fazendo isso cara? Como você me achou? – Fernando perguntou.
- Eu já estou aqui a muito tempo. Não é de hoje que sigo os seus passos.
- O que você quer, Hugo? – perguntou o Fernando novamente.
- Eu quero destruir você, Fernando. Igual você fez pra minha família. Eu matei aquela cadela que apontou os meus pais como culpado e eu irei fazer o mesmo com você. E isso inclui os que você ama também.
- O que o Pedro é seu, Hugo? Quer dizer, isso se o nome dele for mesmo esse. – o Fernando não tirava os olhos de onde o Hugo estava. – Eu sei que vocês têm um grau de parentesco. O olhar de vocês parece muito. Quando eu olhei para o Pedro no supermercado, eu percebi quem ele me lembrava; você. Mas pensei que fosse só coincidência.
- O nome dele não interessa, mas ele é o meu primo. Você também mandou o pai dele pra cadeia naquele dia. Você condenou a nossa família, Fernando! E nós dois planejamos a nossa vingança contra todos que participaram. Começando com aquela cadela e terminando agora em você.
- Pra quê fazer tudo isso, Hugo? Por que você não abaixa a arma e vamos conversar? – disse o Fernando levantando as mãos.
- Não temos o que conversar! Eu quero a sua morte, Fernando. – disse o Hugo gritando.
- Então me mate e vá embora. Mas deixa o Stefan e o Cristian fora disso. Por favor, Hugo. – o Fernando começou a andar lentamente em nossa direção.
- Fernando, não me teste. Mais um passo e você vai ver agora o seu amado ter os miolos estourado.
Oh, meu Deus! Ele ia nos matar mesmo. Matar todos nós! Ele estava atrás de vingança assim como a Violeta. Violeta... Será que eles...
- Hugo, será que posso fazer algumas perguntas? – eu perguntei.
- Claro, Stefan. Tudo o que você quiser, as minhas respostas serão um presente. Você não morrerá sem saber os porquês. – ele riu.
- Por acaso você e a Violeta estavam trabalhando juntos?
- Sim, nós estávamos. Inclusive, uma coisa muito feia o que você fez com ela, Stefan. A abandonar no altar? Isso não se faz, rapaz. Eu estava lá no dia que você a deixou no altar. E eu estava no dia do acidente do Fernando. Antes que alguém me culpe aqui, eu não tive nada a ver com isso. Quando vocês vão aprender que não se deve dirigir enquanto estamos sob o efeito do álcool?!
- O que quer dizer que você estava lá? Você me seguiu? – o Fernando perguntou olhando pra mim.
- Isso mesmo, Fernando. Como disse antes, eu venho seguindo os seus passos desde que você voltou pra cá. Eu sempre sabia o seu próximo passo. Eu poderia ter acabado com a sua vida ali mesmo, Fernando. Mas ainda queria que você sofresse mais. Então eu mesmo liguei pra emergência e dei sua localização. E só depois eu fui pra igreja assistir o show que a Violeta deu.
- Explique-se, Hugo. – eu disse entre dentes.
- Eu entrei em contato com a Violeta dias depois. E devo dizer que ela já estava planejando algo antes de eu aparecer. O que eu fiz foi só juntar os nossos planos. Se a gente se juntasse, a coisa ia ser mais grandiosa. Só que a Violeta começou a atrapalhar os planos. Ela queria fazer as coisas do jeito dela e eu não gosto de ser passado pra trás. O acidente do Marc foi algo que ela planejou junto com o Thiago. Me agradeça, Stefan, eu quase não cheguei a tempo de parar com o plano deles. Eles estavam querendo realmente matar o Marc. Foi o Thiago quem bateu nele, só pra vocês saberem. Depois eu trouxe a Violeta pra casa e ensinei uma pequena lição; eu bati nela e depois transei com ela. Na boa, Stefan, como você pôde deixar a Violeta pelo Fernando? A sua vida e a do seu irmão estaria mais fácil sem o seu amado aqui.
Eu tremi diante de suas palavras. Agora estava tudo sendo esclarecido. O Pedro era o espião do Hugo. E ele planejou tudo isso debaixo dos nossos narizes. E a última carta era dele também.
- E sobre a morte da Violeta? – perguntou o Cristian. – Foi você, não foi?
- Sim, fui eu mesmo. Eu tive que mata-la, caso contrario ela acabava com a minha vingança. O Pedro me contou sobre o encontro sugestivo de vocês no supermercado. Ele me contou que o Fernando havia visto o painel que eu fiz na casa da Violeta e sobre a invasão. O Jantar inicialmente não tinha sido para essa situação, mas como o Fernando é esperto demais, eu decidi adiantar o inevitável.
- Você é doente, seu imbecil! – o Fernando gritou.
- Você é muito valentão pra gritar comigo, Fernando. Não esqueça que eu ainda estou com a arma.
- E quem é Thiago? Você falou que o Thiago havia participado junto com a Violeta no acidente do Marc. Quem é Thiago? – perguntei com os nervos a flor da pele.
- Quem é Thiago?! Bom, deixe-me apresenta-los. – disse o Hugo.
Eu fiquei esperando esse Thiago aparecer, mas não surgiu ninguém. Eu escutei uma voz estranha atrás de mim.
- Oi, Hugo. Como estão as coisas por aí?
- Aqui está tudo sob controle. E contigo? – perguntou o Hugo.
Eles estavam falando por telefone.
- Então, tem alguém aqui que quer conhecer você. Dê olá para o irmão do seu inimigo, Thiago.
Inimigo?
- Oi, Stefan. Olha, não é nada pessoal, mas o seu irmão tem algo que é meu. – a voz disse estranha disse.
- Eu não estou entendendo, Hugo. – eu disse temendo o pior.
- É simples, meu caro. O Thiago é o ex do Eduardo. O Thiago não gostou de ser trocado pelo Marc. Mas isso é coisa deles. Por favor, Thiago, coloque o Marc na linha.
- Stefan, eles são loucos. Eu não sei o que está acontecendo com vocês, mas não ceda. – o Marc falou depressa.
- Cala a boca, seu inútil. – a voz disse e logo em seguida escutei o grito do meu irmão.
- Não! Não! Não! Por favor, Hugo, não mata o meu irmão. – eu disse entre as lágrimas.
- Se isso dependesse de mim, eu não mataria. Mas o seu irmão não é problema meu. Isso é com o Thiago. Cada um aqui tem sua vingança.
- Eu vou matar você, Hugo. – o Fernando falou com ódio em seus olhos.
- Não se eu o matar primeiro. – o Hugo riu alto.
- Por favor, Hugo. Deixa a gente em paz. – eu disse.
- Calado, Stefan! Chega de tantas perguntas!
- Eu tenho uma última, Hugo. – eu disse com a voz calma.
- Só essa e acabou. E depois eu vou fazer o que eu já deveria ter feito.
- Já que foi você quem fez o painel – eu engoli em seco. – qual a ligação do Oliver com o Fernando? – eu perguntei olhando para o Cris. Ele parecia curioso também.
- Nada, eu acho. O Oliver é um detetive disfarçado. E o nome dele não é realmente Oliver. Ele se chama Xavier. Eu fiquei de olho nele, pois eu não queria ficar em sua mira. Só que o Oliver, digo, Xavier, não está aqui atrás de mim, claro. Ele veio executar um serviço. Mas não se preocupe, Cristian, ele é uma boa pessoa. É apenas o trabalho dele. Mas infelizmente você não poderá jogar isso na cara do Xavier, talvez você nunca deveria ter vindo aqui. – o Hugo explicou e eu quase ouvi tristeza em suas última palavras.
Ele era louco e todos nós íamos morrer em suas mãos. Esse seria o nosso fim. E o Marc, senhor? O que aconteceria com ele? Isso se ele vivesse...
- Agora as perguntas acabaram e vamos para o nosso final. – disse o Hugo. – Pedro, tome o meu lugar aqui por enquanto eu busco o taco.
O Pedro veio e ficou atrás de mim enquanto o Hugo se colocava no meu campo de visão. Ainda não dava pra ver seu rosto, pois ele estava de costas. Ele pegou o taco que estava largado no chão perto do Fernando.
- Sem gracinhas, Fernando. - disse o Hugo enquanto ele algemava as mãos e amarrava os pés do Fernando.
- Você vai arder no inferno, Hugo. – ouvi o Fernando dizer.
- Se eu for, eu te arrasto junto comigo. – disse rindo.
O que tinha com ele? Isso tudo era uma piada? Por que ninguém o mandou pra o centro de psiquiatria? Ele era doente! Cínico e dissimulado.
O Hugo finalmente ficou de frente pra mim e eu pude ter uma visão dele. Alto, magro, cabelos pretos, olhos azuis e uma pele tão alva quanto o algodão. Deveria ter uns 20 anos. Aparentemente um cidadão normal. Se eu contasse, ninguém acreditaria.
- Oi, Stefan. É um prazer conhecer você e eu sinto muito mata-lo. – ele falou enquanto se abaixava na minha frente. Pegou as minhas mãos e também as algemou. – Não é nada com você, mas é sobre o nosso amigo ali. – ele apontou pra trás na direção do Fernando.
Levantou-se pegando o taco em seguida.
- Obrigada, Pedro. Já pode voltar para o seu lugar, mas fique atento. Qualquer movimento do Fernando, você atira. Ok?
- Sim, Hugo.
- Então Fernando, por que você teve que ajudar aquela louca a colocar os meus pais na cadeia?
- Eles eram culpados, Hugo. Eles mataram uma família inteira por dinheiro. – o Fernando disse devagar.
- Resposta errada.
Eu gritei quando senti o primeiro golpe nas minhas costas. Então era pra isso que ele ia usar o taco.
- Não bata nele, Hugo! Por favor! – o Fernando gritou.
Eu olhei pro Fernando e vi que ele estava totalmente devastado. Nunca era pra ter sido assim. Eu pensei quando o Fernando me beijou e disse que me amava, na minha mente viveríamos felizes. Mas parecia que havíamos aberto as portas do inferno. Agora eu ia morrer, o Fernando também e o Cris. O Marc só Deus sabia o seu destino. Talvez ele escapasse de tudo e fosse feliz com o Eduardo.
Olhei nos olhos do Fernando transmitindo todo o amor pra ele. Eu sabia que ele estava se sentindo culpado, mas não havia culpados aqui. O que havia aqui era vitimas do destino. Vitimas de suas próprias criações. Agora eu entendia que a Violeta, o Hugo e todos os outros eram apenas almas perdidas. Eles haviam se perdidos por a vida não ser da forma como eles gostariam, por não girar conforme a musicas deles. E agora estávamos todos aqui pagando por algo que eles mesmos criaram. A mentira. A amarga mentira. Isso era resultado de ficar mentindo pra si mesmo. Quando temos medo de encarar a verdade.
- Me desculpa, Stefan. Eu amo você. – o Fernando disse chorando.
- Veja o seu amor morrer, Fernando. Isso foi o que eu senti quando eu perdi a minha família; dor.
E depois disso ele não parou mais de me bater. Eu já não escutava nada do que eles estavam falando. Eu só sentia a dor. Os meus olhos estavam querendo se fechar, mas eu lutava para me manter firme. Só que tudo ficava cada vez pior até chegar um momento que não sentia mais nada. Eu estava todo sujo de sangue e só queria deitar ali e morrer em paz. Mas até isso foi tirado de mim.
- Acorda, Stefan. Eu sei que você ainda não morreu. Posso ouvir sua respiração e sentir sua pulsação.
Acordar? Mas eu já não estava acordado?! Será que o Hugo não me deixaria em paz?
- O que... você... quer? – eu consegui sussurrar. Doía ate pra falar.
- Abra os olhos, Stefan. Eu quero ver seus lindos olhos.
- Me... mata logo. – eu disse suspirando com a dor que estava me invadindo novamente.
- Abra os olhos! – eu senti um tapa no meu rosto. Mas não fez tanta diferença assim, eu já estava na dor mesmo.
Eu consegui abrir os olhos e olhei para o Hugo que estava na minha frente.
- E agora? – perguntei tentando manter os meus olhos abertos.
- Eu sinto muito, Stefan. – o Hugo disse antes de apontar a arma pra mim e atirar em meu peito.
O meu mundo parou naquele momento. Eu caí para frente no chão querendo que a dor fosse embora. O meu corpo estava queimando e eu queria gritar por ajuda, mas não conseguia achar a minha voz.
Logo em seguida eu escutei gritos e três sequencias de tiros. Eu não estava entendendo nada e nem poderia. Eu nunca saberia o fim de todos. Usei os meus últimos segundos de ar para enviar uma oração silencia que o meu irmão pudesse sair dessa vivo. Ele merecia ser feliz.
Eu nunca havia pensado sobre a morte, e não sabia o que estava me esperando no outro plano. Mas qualquer coisa seria melhor do que sentir essa dor.
Sufoquei em agonia e me permiti ser levado pela eterna escuridão.
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Oi, meus maralindos! Tudo bom com vocês? Gente eu nem vou muito me prolongar aqui, pois eu estou realmente triste. O ruim de escrever, é que você acaba se apegando aos personagens e é difícil de dizer adeus. Devo confessar que passei meia hora olhando para o meu monitor decidindo postar. O meu coração tá despedaçado agora.E não esqueçam de me contar o que vocês acharam sobre esse capítulo. Se eu decepcionei vocês com essas revelações e todo o resto, por favor, me digam. Eu estou aqui para dicas, críticas e sugestões. A próxima parte eu posto mais tarde. Me desculpem por não ter postado no domingo esse capítulo, mas eu acabei ficando indisposta e dormir. Acabei acordando a noite e ainda fui editar o capítulo. E me desculpem também por ele ser enorme, mas foi necessário. Era muita coisa pra ser explicada. A segunda parte vai ser mais light. Não me odeiem, por favor. :'( Boa semana pra todos. Um beijos em seus corações.
Quin: Oi, Tio Qhuinn! Tudo bom contigo? Desculpa ter matado a sua diva, mas eu precisei fazer isso. Já tava planejado. Coitado do Fernando. Você não gosta mesmo dele, né?! rsrsrsrsrsrsrsrsrsr O Marc tá livre, Qhuinn, ou não. u.u E o Stefan, você não transaria com ele não? o.O A culpa não foi do Fernando. Toda essa quadrilha do mal teve escolhas, e eles resolveram ir pelo caminho espinhoso. Infelizmente, os únicos culpados são eles mesmos. :'( :'( Tô chorosa aqui. :'( Esse penúltimo capítulo acabou com o meu rímel. :'( Querido, tenha uma ótima semana no trabalho! Fica com Deus. beijos
Rose Vital: Mãezona, me abraça aqui. Tô precisando de um abraço agora. :'( Então, você acertou quando disse que tudo ia ser esclarecido no jantar. Você sempre acerta, né! Sábia você. E o que achou de tudo? Me conte e não me esconda nada. Rose, fica com Deus. Tenha uma ótima semana. Beijos, Mãezona!
Geomatheus: Obrigada por continuar conosco. Tenha uma ótima semana. beijos!
Irish: E aí, será que deu pra surpreender alguma coisa? Essa sensação de tristeza é normal em final de conto, amiga? Pois eu estou muito triste. :'( Ainda mais depois de um capítulo desse. Fica com Deus, minha amiga. Tenha uma ótima semana. Beijos!
Kyryaq: Oi, querida!! Então, o que achou dessas reviravoltas? O Pedro até estava por trás de tudo também, mas ele era só mais um pião na mão do Hugo. :( Querida, tenha uma linda semana. Fique com Deus! beijos.
Prireis822: Maria, minha linda, você deveria escrever também. As suas deduções foram ótimas! Depois eu quero saber o que você achou das revelações. Eu também irei sentir falta de escrever esse conto. Chorosa já! :'( Tenha uma semana maravilhosa. Fica com Deus! beijão.
Livius Titus: Seja mais que bem vindo, tudo bom contigo? Então, você também gostava da Violeta? Ela até tinha estilo, mas era odiosa. Depois desse capítulo, o que você acha de todos? Me conte! Ei, nem precisa pedir desculpas aqui. Sem problemas. Fica à vontade! Um grande abraço e um beijo. Tenha uma semana incrível! ;D
Plutão: Querido, obrigada por continuar lendo. Então, o que você me diz sobre todas essas revelações? Tenha uma ótima semana. Até mais. beijos