Capítulo Vinte e Um
OBSSESSÃO
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Expliquei o que eu faria para Denny e ele tinha aprovado o que faria, afinal seria o mais sensato porque o que mais me preocupava era a dignidade do meu pai. Se ele descobrisse que Charley o botava pra dormir e depois o estuprava ele ficaria arrasado. Sem contar que ele mataria Charley. Literalmente. Ele abriria o cofre que tem no quarto dele e pegaria a arma que tem lá dentro e daria um tiro no meio da testa do Charley.
- é o melhor a se fazer – falou Denny.
- e meu pai não corre o risco de ser exposto.
- eu não sei – falou Denny – tenho que pensar.
- Imagine se ele tivesse feito isso comigo? E se ele tivesse me sedado para fazer suas perversões? Como eu vou saber que ele não fez isso com outra pessoa?
Alguém bateu na porta.
- pode abrir
Fritz abriu a porta.
- com licença, hora de te checar novamente. – falou ele.
- claro falei.
- vou deixar vocês á sós. – falou Denny saindo.
- eu não posso mesmo dormir?
- não. Você está muito cansado? – perguntou Fritz.
- um pouco.
- você está ok. – falou ele.
- quantas horas? – perguntei.
- agora são 04h38min.
- que droga, ainda falta muito.
- não se estresse você quer ir lá pra baixo?
- quero – falei descendo minhas pernas. Eu fiquei em pé e dei um passo e Fritz ficou ao meu lado e eu coloquei a mão no seu ombro.
Nós fomos andando passamos pelo corredor e chegando á escada.
- vamos descer um degrau de cada vez. – falou Fritz.
Nós descemos um por um até finalmente chegarmos à sala e eu logo me sentei no sofá.
- decidiu descer? – perguntou Gray.
- sim. Eu estava entediado lá em cima.
- não adiantou muito vai morrer de tédio aqui também – falou Vanessa que se aconchegava ao lado de Steve.
- gente se vocês quiserem ir embora podem ir. Eu fico aqui.
Todo mundo protestou quando disse isso. Qualquer ruído na calada da noite parecia um barulho ensurdecedor.
- claro que não – falou Xavier – vamos ficar aqui com você até termos certeza de que está melhor.
- tudo bem – respondi.
Todos começaram a conversar entre si e eu apenas fiquei observando eles. Meu pai estava sentado ao meu lado eu então me aproximei dele e deitei a cabeça no ombro dele. Fiquei por alguns instantes, mas aquela posição estava começando a dar uma dor no meu pescoço.
Tentei me aconchegar, mas de todo o jeito que eu fazia meu pescoço ficava doendo e a posição não me favorecia. Então peguei p braço direito dele e passei por trás de mim. Ele me puxou pra perto dele Eu então me aconcheguei e deitei a cabeça no braço dele ficando de olho aberto olhando para o pescoço dele e para o pomo-de-adão que ficava subindo e descendo enquanto ele falava. Eu fiquei hipnotizado por aquilo e logo o sono veio com tudo e eu comecei a fechar os olhos.
- ele vai dormir – falou Vanessa.
Eu levei um susto porque meu pai deu um pulo no sofá e me sacudiu.
- não dorme – falou ele.
- eu não estou dormindo – falei ainda deitado no braço dele de olhos fechados.
- abre os olhos então – falou Steve.
- não precisa eu estou acordado. – falei. – olhem pra minha perna enquanto eu estiver balançando ela, significa que eu estou acordado – falei.
Não passou nem 10 segundos eu me assustei outra vez com meu pai me assustasse outra vez.
- para pai. – falei ainda deitado.
- quer saber – falou ele tirando o braço de trás de mim e me fazendo sentar direito. – senta direito, você está armando pra cima de mim! Você quer é dormir.
- você não pode dormir – falou Fritz.
- tudo bem, prometo que não vou tentar – falei de olhos fechados, bocejando. Meus olhos até lacrimejavam de tanto sono.
- Larry, nos fale sobre como Mike aprendeu a usar a privada. – falou Adam.
- acordei – falei abrindo os olhos e passando a mão para acabar o sono. – se vocês acham que vão falar sobre mim criança ou pegar os álbuns de fotos e ficar folheando e dizendo como eu era fofo e inocente, podem ir tirando o cavalinho na chuva.
- vou lá pegar os álbuns – falou meu pai fazendo menção de se levantar.
- eu subo as escadas e me jogo de lá de cima. Só pra dar mais trabalho.
- tudo bem – falou meu pai rindo.
As horas foram passando e fazíamos de tudo para passar o tempo mais rápido, jogos, conversa fora, televisão. Eu estava com sono, mas o dia foi amanhecendo e o sono foi passando. Logo meu pai fez café da manhã com ajuda de Adam e Gray. Nós fomos todos para a cozinha tomamos café da manhã e antes que percebêssemos o relógio marcava 10h00min da manhã.
Eu fui para a cozinha e me sentei a balcão tomando um copo de suco de laranja.
- eu vou ficar acordado até ás 14h00min né? – perguntei para Fritz.
- seria até ás 14h00min, mas como você teve aquele probleminha na fala eu decidi deixar você em observação até ás 18h00min.
- fiquei acordado até agora, posso aguentar até ás 18h00min.
Mal terminei de dizer essa frase e meu celular tocou. Era Charley.
Ignorei a chamada. Fritz se levantou e foi lá para fora para respirar um pouco. Meu celular tocou outra vez. Era Charley e mais uma vez eu ignorei.
Passou-se alguns segundos e ouvi o celular do meu pai tocando. Era a droga do Charley. Meu pai atendeu e veio até a cozinha.
- Charley quer falar com você.
- fala que eu estou muito cansado para conversar.
- Charley ele não quer falar agora, ele está muito fraco.... ok.... tudo bem... – meu pai desligou o celular – ele está vindo aqui.
- pai não adiantou nada. Eu não quer vê-lo.
- seja lá o que for que aconteceu com vocês, você precisa enfrenta-lo. Eu não criei meu filho para fugir dos problemas.
Adam ficou olhando pra mim. Ele provavelmente pensava que Charley tinha me traído e era por isso que eu não queria vê-lo.
- fale com ele – falou Denny vindo até mim – fale agora.
- você acha? – perguntei sussurrando.
- quando ele vier o chame para seu quarto e conte tudo.
- tudo bem – falei.
Depois de 30 minutos alguém tocou o interfone. Era Charley. Meu pai usou o controle para abrir o portão e ele colocasse a moto pra dentro.
Eu me levantei e fui recebe-lo na porta.
- Mike o que aconteceu – falou ele entrando.
- eu cai – falei.
Ele veio me dar um beijo, mas eu virei o rosto.
- eu te fiz alguma coisa? Perguntou ele.
- vamos lá pro meu quarto, eu quero conversar com você.
- eu posso pelo menos cumprimentar todo mundo?
- não, vem logo aqui pra cima.
Nós subimos as escadas e entramos no meu quarto.
- o que está acontecendo? – perguntou Charley quando eu tranquei a porta.
- eu quero te fazer uma pergunta – falei.
- qual? – perguntou Charley se sentando na minha cama.
- o que você sentiu quando viu eu chupando o pau do seu pai?
- do que você está falando? – perguntou Charley.
- por favor Charley, não vamos nos fazer de desentendidos.
Charley respirou fundo quando eu disse aquilo.
- você sabe sobre seu pai e eu?
- claro que sei.
- você não precisava ter feito aquilo.
- como você se sentiu ao ver seu pai homofóbico dar de mamar pro seu namorado? Ele não aprecia tão homofóbico naquele momento né?
- a culpa não é minha Mike. Seu pai deu em cima de mim.
- não sou idiota Charley. Eu instalei câmeras pela casa toda. Eu vi o que você fez com meu pai. Eu vi você colocando algo na bebida dele. Eu vi você tranzando com ele.
Vi que ele arregalou os olhos quando disse isso.
- sabe eu pensei em várias coisas que eu poderia fazer com essa filmagem, mas eu percebi que vou destruí-la.
- obrigado Mike – falou Charley tocando minha mão. Eu me afastei dele.
- não vou fazer isso por você. Vou fazer pelo meu pai.
- mesmo assim obrigado.
- para dizer a verdade vou fazer sim por você. Eu tenho pena de você sabe porque? Você precisou drogar meu pai para poder tranzar com ele. Seu pai estava bem acordado quando nós tranzamos.
- você não tinha o direito de se intrometer na minha família. Você podia ter me dito de uma vez e não ter feito essa palhaçada.
- sabe o que é mais engraçado? Seu pai é muito melhor na cama do que você.
- você não pode contar isso pra ele. Você não pode contar ao Larry o que eu fiz com ele.
- porque você se importa?
- sabe Mike, eu não sinto só tesão pelo seu pai. Eu sou apaixonado por ele. Quando te conheci é claro que gostei de você, mas quando você me apresentou para sue pai eu vi o tipo de homem que ele era. Ele te trata tão bem. Eu tive admiração pro seu pai, mas acabo use tornando uma paixão.
- isso não justifica nada.
- você já se sentiu atraído pro uma pessoa que nunca vai ter? – perguntou Charley.
Quando ele disse aquilo eu me lembrei de Gray. Essas foram as palavras que ele disse. Era assim que me sentia sobre Adam antes da noite passada.
- você drogou meu pai. Eu não me importo que você esteja apaixonado por ele. Você podia ter dito a ele. Você iria levar um grande fora, mas pelo menos não faria a coisa horrível que fez.
- você não pode se fazer de puritano. Você tranzou com meu pai.
- a diferença é que seu pai queria. Você é patético Charley. Acho que seu pai não gosta de você e não fato de você ser gay. Você diz que ele é homofóbico e tal, mas bastou um flerte e ele foi pra cama comigo e acredite em mim: nós fizemos como um casal de coelhos.
- respeita meu pai.
- quer saber? Acabamos aqui Charley. Vá embora e não volte nunca mais.
- Mike, por favor, não pode terminar comigo.
- porque não?
- eu não posso me afastar de seu pai.
- você está de brincadeira? raiva?
- você não entende Mike, eu amo seu pai, eu estou apaixonado por ele.
- você é louco? Você drogou meu pai e estuprou ele. Você não faz isso com a pessoa que ama. Eu também já me apaixonei por um hétero, mas nunca pensei em fazer algo como isso. É bárbaro, é nojento.
- Mike você não entende! Eu sinto essa coisa quando olho para ele.
- isso se chama paixão. Você precisa superar.
- quer saber? Eu digo a ele que gosto dele. Talvez ele sinta o mesmo.
- acorda Charley meu pai não gosta de você seu babaca.
- gosta sim Mike. A primeira vez que vi seu pai eu me apaixonei por ele e por seu corpo. Eu tive que me satisfazer em casa pensando nele. Toda vez que eu via seu pai eu me satisfazia em casa até que finalmente eu tive a chance te ficarmos sozinhos. Eu então preparei a bebida e coloquei algo que ajudasse ele a relaxar afinal era nossa primeira noite sozinhos.
- você é louco, você não entende? Meu pai não te ama Charley! Nem o seu pai gosta de você, quem dirá o meu.
- você não tem o direito de dizer isso – falou Charley avançando em mim e me derrubando no chão ele subiu em cima de mim e pressionou suas mãos fortes no meu pescoço. Estava sem ar. As mãos dele estavam fortes em meu pescoço.
- você não tinha o direito de fazer o que fez com meu pai.
Tremia as pernas e os braços, minha cabeça doía, mas eu não conseguia escapar de suas mãos. Charley começou a chorar em cima de mim. Tentava respirar, mas isso só arranhava minha garganta.
Tentava agarrar algo com as mãos e depois de procurar agarrei um fio e o puxei com força. A tela no meu computador caiu com toda a força no chão.
Temos um banheiro no segundo andar e Vanessa estava indo ao banheiro quando ouviu o barulho.
Ela parou de andar e ficou olhando em direção a minha porta.
- Mike? – falou ela.
Eu bati minhas pernas e senti elas ficarem dormentes e depois meus braços.
- Mike? Você está bem? – ela disse isso abrindo a minha porta.
Ela deu um grito quando viu Charley me enforcando no chão.
- SOCORRO! SOCORRO! – falou ela gritando com todas as forças.
Infelizmente já não respirava e Charley continuava apertando meu pescoço.
Uma barulheira se formou enquanto todos subiam pelas as escadas desesperadamente.
- MIKE! – gritou Vanessa chorando.
Gray entrou no quarto primeiro e quando viu a cena deu um chute nas costelas de Charley o fazendo soltar meu pescoço.
Meu pai entrou no quarto e quando em viu se ajoelhou ao meu lado.
Fritz entrou no quarto e Charley tentou se levantar e ele e Gray o derrubaram outra vez.
- Larry! – falou Charley tentando se soltar. Ele estava mais forte do que de costume.
- liga pra ambulância – falou Steve.
- Adam pegou o celular e saiu pelo corredor chamando a ambulância.
Charley se contorcia tentando se soltar então Fritz deu um soco na cara dele e depois outro e o terceiro foi certeiro. Charley desmaiou.
Meu pai se afastou de mim devagar e se apoiou na parede. Seu rosto não tinha expressão ele apenas ficou lá em silêncio. Fritz saiu de cima de Charley e veio até mim e colocou o ouvido no meu coração e não ouviu o som das batidas. Ele pegou no meu braço e não tinha pulso.
- precisamos da ambulância. – falou Fritz.
- está a caminho – falou Adam. – ele está vivo?
Fritz abriu minha boca, tampou meu nariz e fez respiração boca a boca e massagem no meu coração.
- eu não vou aguentar perder mais alguém. – falou meu pai. – eu não vou perder meu filho.
Fritz mais uma vez fez respiração boca a boca e logo após massagem no meu coração.
Meu pai se levantou e saiu do quarto.
- você está bem Larry? – perguntou Adam.
Meu pai não respondeu nada e apenas entrou no quarto e bateu a porta.
Fritz continuava tentando me reanimar e mais uma vez sem sucesso.
“Ele abriria o cofre que tem no quarto dele e pegaria a arma que tem lá dentro e daria um tiro no meio da testa do Charley” – Essas foram às palavras que vieram à cabeça de Denny.
Denny estava de fora com os braços cruzados olhando para mim caído no chão ele então olhou para o corredor e foi em direção ao quarto do meu pai.
Ele abriu a porta e meu pai estava ajoelhado no chão com a arma na mão apontada para a cabeça.
- Larry – falou Denny pulando em cima do meu pai e derrubando ele no chão. O tiro ecoou quando a arma disparou na parede. Eu abri os olhos assustado com o barulho e dei uma garfada de ar.
- ele acordou – falou Xavier ajoelhado ao meu lado junto ao Fritz.
- precisamos leva-lo ao hospital – falou Fritz se levantando e saindo do quarto. Eu estava fraco e não conseguia me mexer direito.
Fritz se levantou correndo e foi até a porta receber os paramédicos. Steve se ajoelhou no chão e colocou a mão em baixo da minha cabeça me fazendo ficar mais confortável.
Ele alisou meu pescoço vendo as marcas que tinham ficado por causa da força que Charley colocou em mim. Meu pai entrou no quarto e Xavier se levantou dando espaço para ele.
- pai – falei com a garganta doendo. Minha voz saiu rouca.
- não se preocupe filho, eu estou aqui – falou ele alisando minha testa que suava frio.
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