Ato XXII – Meu Mundo, Minha Metade.
– Promete que me espera! – Felipe pediu quando me abraçou para se despedir.
– Prometo te esperar pra sempre e sempre – respondi com a voz tremula em meio as lágrimas.
Eu nunca estaria pronto para aquilo, vê-lo se afastando de mim em passos lentos, com uma atmosfera de tom pálido e frio à minha volta que parecia fazer o tempo escorrer, de uma forma em que o desmoronar de algo enorme acontecesse muito lentamente, com destroços e coisas importantes caindo e se transformando em poeira ao tocar o chão, sem que eu pudesse fazer nada, onde só eu e Felipe tínhamos cor em meio a tantas pessoas em tons de cinza. Ao longe o vi olhar para mim antes de entrar na sala de embarque e perde-lo de vista, me deixando sozinho ali naquele grande saguão, desolado e completamente perdido.
Viver daquela forma era desumano e impossível, eu me sentia impotente e absolutamente nada que eu fizesse mudaria a distancia entre nós. A dor de ver o Felipe partir era tão forte, mas tão forte que algo dentro de mim começava a morrer, não sentir a presença dele próxima a mim matava tudo de bom que criamos juntos, eu preferia entregar minha alma para ele a vivermos separados, e assim eu fiz.
Após aquele dia eu não tinha mais vida, fui forte e usei a razão para aceitar o que tinha acontecido, me apegava a ideia de ver o Felipe três ou quatro vezes ao ano nas férias e feriados longos, mas aquilo era ridiculamente pouco, porém eu deveria me contentar. Nos falávamos por horas pelo telefone todos os dias, no começo por muitas vezes passávamos muito tempo escutando um o choro do outro, dia após dia a dor os choros iam diminuindo e aos poucos começávamos a nos falar normalmente.
Por diversas vezes enquanto eu fazia coisas normais durante o dia, como nas aulas da faculdade, almoço ou jantar, banho, andando pela rua... lágrimas geladas escorriam pelo meu rosto sem que eu esboçasse nenhuma emoção facial (não sei explicar o motivo mas elas eram realmente frias), algumas pessoas se assustavam com isso e perguntavam o motivo, no começo eu mesmo não sabia, e muitas vezes sequer notava que eu estava chorando. Hoje acredito que aquelas lagrimas eram a reação do meu corpo sobre a minha mente, meu corpo estava transbordando de tristeza e expressava daquela forma enquanto minha mente de forma desesperada usava a razão para me manter respirando e sob controle.
Não tenho duvida alguma de que já passei por grandes dores e problemas com sentimentos, mas até hoje não sei lidar bem com a distancia, acredito que de todos os males e sofrimentos infligidos ao ser humano nenhum se tem tão devastador quanto a saudade. Sentir falta de quem se ama é o sentimento mais doloroso que uma alma pode sentir. Como uma praga ou doença a saudade se instala em cada célula do nosso corpo como uma febre impossível de não se perceber, talvez por frações de segundos ou até minutos se formos muito fortes podemos nos distrair e esquecer da falta que alguém faz, mas essa doença terrível não nos deixa esquecer da dor por muito tempo, não importando se estivermos tristes ou felizes.
A saudade é como uma névoa negra que nos envolve cobrindo a visão e nos impedindo de ver a luz, contra ela não existe armas nem estratégia, não existe luta ou vencedor e a única cura é o Tempo, e são nesses nossos momentos de sofrimento que a Velha do Tempo se mostra útil e amável, nesses momentos ela nos abraça servindo de apoio. Quando estamos cobertos pelo nevoeiro da saudade, como em um lugar escuro presos nas sombras do passado, sem nenhuma fresta de luz ou esperança a Velha do Tempo aparece e nos faz sonhar com coisas que nos fariam voltar a ter felicidade, ela nos apresenta um lugar onde podemos consertar todos os erros do passado, nos apresenta o futuro.
Já o futuro é um como um quarto completamente branco, uma tela esperando para ser preenchida por cores, imagens e planos. No ápice da dor da saudade pelo passado, brilhou dentro de mim a esperança de um futuro melhor, me puxando de volta ao presente e dando força para escrever uma nova historia. Aos 17 anos aprendi que o tempo é nosso maior aliado, se o aceitarmos e pararmos de questiona-lo nos tornamos parte de algo maior, nos tornamos parte do tempo.
Alguns meses se passaram enquanto aos poucos eu começava a me adaptar ao relacionamento à distancia, ate que o Felipe viajou para passar alguns dias comigo. Ele contava desanimado sobre as coisas que aconteciam onde ele vivia, falou como era a faculdade que ele estava estudando e sobre as pessoas que estudavam com ele. Ele disse que tinha na faculdade um garoto que se parecia comigo fisicamente, que na realidade nem parecia tanto mas sempre o fazia lembrar de mim quando o via. Saber disso não me fez muito bem, o fato dele ter encontrado alguém parecido comigo me incomodava muito e me fazia pensar se ele começava a esquecer de mim.
- Parecido comigo? – perguntei de forma fria – e vocês são amigos? – completei tentando não demonstrar preocupação.
- Não somos amigos, só conhecidos – Felipe disse de forma natural – ele lembra um pouco você mas meu noivo é muito mais bonito – ele continuou usando a tática da demonstração de afeto para me comover.
- Que bom saber que você já tá me substituindo tão rápido assim – eu disse com um sorriso frio deixando claro que a tática para me convencer não tinha funcionado.
- Para com isso amor, você sabe que eu te amo pra sempre e pra sempre – ele disse de forma meiga enquanto me abraçava.
- Sabe que eu nunca parei para prestar atenção se tem alguém parecido com você? – eu perguntei de forma irônica – mas não se preocupa não noivo que vou começar a ter mais atenção pra isso – completei.
- Não vai não, para com isso Lucas. Poxa eu não to aqui com você? – ele perguntou falando serio – quando eu falei que tem alguém parecido com você queria que entendesse que penso em você o tempo todo – ele continuou agora segurando meu rosto com as duas mãos e olhando para meus olhos.
Na realidade eu já tinha pensado na hipótese antes, dele acabar conhecendo outra pessoa lá, aquela ideia não era nova. Eu ainda estava muito inseguro e fragilizado com a distancia entre nós, e com isso más ideias sempre vagavam minha mente.
- Ta bom Felipe, mas serio se você conhecer alguém eu não vou aceitar nem te perdoar nunca – falei mais calmo mas deixando claro minha posição quanto aquele tipo de coisa.
- Mas Lucas, você conhecer pessoas todos os dias na sua faculdade – ele completou.
- Você entendeu o que eu disse – eu disse de forma séria.
- Poxa amor, eu venho de tão longe pra te ver e você briga comigo? – ele perguntou me deitando na minha cama e repousando a cabeça sobre mim, com os braços pela minha cintura como não fazíamos há alguns meses.
Naquela posição comecei a lembrar de tudo que já tínhamos passado e mesmo assim continuávamos juntos, calado e sem mais tocar no assunto eu imaginava e calculava o fato de o Felipe conhecer alguém parecido comigo, aquilo me incomodava muito, pois se ele gostava de mim e tinha alguém parecido comigo ele poderia me ver em outra pessoa e acabar gostando dela. Na minha cabeça isso fazia muito sentido, porem me mantive firme, calado e imóvel como um bloco de gelo, enquanto calculava todas obscuras possibilidades que se passavam pela minha mente.
Pouco a pouco acabei percebendo que desconfiar e abrir mão da confiança no Felipe era um erro que eu estava cometendo, imaginar que ele poderia me trair feria meu orgulho próprio e não estava certo desconfiar ou cogitar essa possibilidade. Foram nas lembranças seguras e consoladoras do passado que eu me agarrei para me manter seguro e confiante sobre o que eu sentia por ele.
As coisas aconteciam melhores do que antes, aos poucos nós íamos reconstruindo nosso universo planeta por planeta, de forma lenta o nosso sol interior que pela distancia brilhava de forma tímida agora aumentava cada vez mais e irradiava até mais forte que no passado. Enquanto estávamos longe um do outro eu e Felipe esfriamos, mas quando juntos nós sempre seriamos a estrela de maior brilho, quando nos uníamos em um corpo só éramos o centro de todo o universo.
E depois disso um felizes para sempre seria o ideal, mas não houve felizes, e o para sempre... bem o para sempre fica muito bem em final de historia, mas isso é minha vida então não sei muito bem quanto tempo é para sempre, mas algo me diz que isso ainda não aconteceu.
Após alguns dias comigo Felipe teve que voltar para sua nova cidade e mais uma vez eu via o amor se afastando de mim. Novamente no aeroporto eu começava a imaginar quantas vezes eu precisaria passar por aquilo, quantas vezes eu precisaria ver quem eu amo indo embora, e logo percebi que dali em diante sempre que eu e Felipe nos encontrássemos momentos depois perderíamos um ao outro, como em um loop eterno de extrema felicidade ao vê-lo e dor profunda por perde-lo. E assim é ate hoje.
Lentamente comecei a perceber que lembrar dele me fazia mal, mas diferente do Matheus, eu não consegui seguir em frente, eu e Felipe não tínhamos acabado, não perdemos o contato, pelo contrario continuamos nos amando longe um do outro. Tudo que eu sofri para aprender e me reerguer com o Matheus de nada servia com o Felipe, não havia uma formula a seguir e mais uma vez eu não sabia lidar com os problemas que minha vida me impunha.
Distrações pareciam ajudar com a constante falta que o Felipe fazia, usei de todos os artifícios... vídeo game, sair com amigos, esportes que eu já gostava e novos que eu nem tinha interesse mas me obrigava a fazer... de fato me distrair ajudou bastante, porem a necessidade de manter contato ainda me incomodava, e por algumas vezes me perdia vendo Fotos do Felipe em redes sociais. Nós sempre usávamos esse tipo de meio para mantermos nossas piadas internas sem que nossos amigos percebessem e junto a isso estreitar a distancia física.
Em uma noite de quinta-feira em que eu acabará de fazer uma prova bem difícil, cheguei em casa estressado, só querendo tomar banho falar com o Felipe por alguma das redes sociais e dormir, foi quando acessando uma delas eu “conheci” o Lucas substituto. Em uma foto do mesmo dia junto com alguns amigos que Felipe já tinha me falado, estava o Lucas falso ao lado do Felipe que sorria de uma forma estranha já reconhecível para mim, ele havia bebido. Até aquele dia eu não tive interesse em saber quem o Lucas falso era, mas algo me dizia para eu procurar mais e mais, e acabei percebendo que o Felipe me omitiu muitas coisas em relação a essa pessoa que se parecia comigo, percebi mais coisas do que eu precisava para saber o significado de tudo aquilo.
Após algumas horas na frente do notebook me aprofundando sobre coisas que o Felipe não havia me contado acabei encontrando dentro de mim uma parte minha que acreditava não existir mais. Naquele dia, após descobrir tantas más novidades vi à minha frente como se dois caminhos começassem a se formar aos poucos à minha frente, como em um vídeo acelerado eu conseguia ver tijolo por tijolo descendo como meteoros do céu e encaixando no devido lugar, criando duas estradas distintas. Aquela dor me fazia imaginar um grande campo de grama verde sendo completamente destruído pelo impacto que aquelas bolas de fogo cortando o céu acima de mim causava.
Após horas observando o mundo a minha volta mudar de cima para baixo, como se o espaço exercesse poder sobre a Terra e me apresentasse dois caminhos pavimentados com sentimentos de dor sólidos como pedras incandescentes ainda vermelhas pelo calor do ódio que eu sentia. Vi a minha frente um caminho bifurcado com duas estradas distintas por onde eu deveria escolher por onde caminhar...
Caminho 1 – País das Maravilhas
Caminho todo pavimentado com espinhos, onde se anda descalço se ferindo e sentindo dor por tudo que aconteceu, de paisagem pálida e morta ao redor, porém no horizonte um lindo céu colorido, onde mesmo durante o dia estrelas e planetas podem ser vistos, lembrando a recompensa por estar seguindo o caminho mais doloroso porem certo. Nesse caminho não teria muito de maravilha, a única beleza seria prezar pela verdade e acreditar nela, se manter no mundo real onde problemas se resolvem com diálogo, onde a fantasia não existe e a única coisa maravilhosa seria esquecer o orgulho, ouvir toda uma explicação sobre tudo que aconteceu, baixar a cabeça para o que foi dito e acreditar.
Cada caminho uma sentença, uma recompensa: manter a integridade, prezar pelo que é certo, ser honesto e bom, e por maior que seja o problema ser o vencedor no final e com isso ganhar o controle sobre o tempo, ser detentor do poder da consciência onde só você vai ser responsável por reescrever seu passado/presente/futuro e dos que lhe rodeiam com plenitude.
*notas: claro se faz que o caminho é tortuoso e cheio de intempéries, o País das Maravilhas não é um lugar onde se chega, e sim a paz de espírito e a evolução que se alcança.
Caminho 2 – O Céu Particular
Um ótimo lugar para se estar para quem não gosta de entender e pensar em consequências, por esse caminho os mais orgulhosos trilham, buscando se tornar um Deus. Para se chegar ao Céu Particular não é necessário trilhar caminho algum, sentir-se injustiçado e superior ao mundo a sua volta é o caminho, só basta crer muito nisso e abraçar essa enganação como verdade que magicamente no seu próprio céu você estará. Um mundo particular, onde você escolhe as cores, você decide a vida dos outros ao seu redor, onde se pode fazer tudo e que a única lei que existe é você quem dita, um mundo ideal para quem busca o conforto da vingança. Por esse caminho sorrisos vazios não faltam, aqui você decide tudo a sua volta, aqui o mundo terá sua cara e personalidade e você terá todo o poder que sempre sonhou.
Cada caminho uma sentença, uma recompensa: vingança, egoísmo e o conforto de fazer o próximo sentir toda a sua dor. O excesso de orgulho e amor próprio o fará invencível por um curto espaço de tempo, já que sempre a alguém melhor ou pior que nós. Você será um Deus onde o único fiel que acreditará em você é você mesmo, um Rei sem súditos, porem extremamente rico de, e apenas, si mesmo.
*Notas: a palavra Céu é só mais uma metáfora, e toda a alegria, satisfação, conforto e comodidade desse caminho será cobrada em um muito provável inferno de arrependimento, que não será uma metáfora.
Adoraria dizer que parei e por horas analisei os dois caminhos, gostaria de falar aqui que tive força de vontade em pensar antes de decidir, eu gostaria com todas as minhas forças poder ter o poder sobre o tempo, mas o caminho que trilhei me trouxe ate aqui. O orgulho me tirou tudo de bom que um dia tive, toda a magia de um relacionamento perfeito. Como um Deus do gelo eu ditei regras e julguei os erros do Felipe, por orgulho eu tentei faze-lo provar do próprio veneno.
Seguir pelo caminho 2 e acreditar que eu seria o dono da verdade me fez um ditador, julguei os pecados de outra pessoa sem ter poder para isso. Tento até hoje excluir de cada planeta do Meu Universo o fato de ter sido traído, pensar nisso me fez ter orgulho para revidar contra o Felipe com mais força do que eu devia, seguir pelo caminho mais fácil me fez errar o suficiente para ser o errado da minha própria história. Por vingança usei todo meu poder para atingi-lo e acabei acertando a mim mesmo. Por rancor tentei fazer ele sentir o que eu sinto e acabei abrindo uma ferida em mim de onde todos os dias parece sair com muita dor todo o nitrogênio que usei para atingi-lo.
Por isso escrevo, um dos principais motivos é provar para quem quiser ler é que lutar por orgulho e excesso de amor próprio só causam feridas a si mesmo. Sei que muitos provavelmente passaram, estão passando ou vão passar por isso, eu não tive apoio, eu não tive amigos para me aconselhar e meu pior lado me guiou sem ninguém para me mostrar o que eu destruiria.
Eu perdi toda a possibilidade de controlar o tempo pelas escolhas que fiz e por isso hoje aqui escrevendo tentando me redimir de mim mesmo. Cada palavra dita aqui, cada metáfora criada tem um único propósito, Redenção, e para isso após tantos “pecados” por egoísmo e prepotência sofro o insuportável diariamente descrevendo a trajetória do meu Mundo que se voltou contra meu Universo.
Luto e sofro hoje para reconquistar a Velha do Tempo e escrever aqui minha historia, tentando quem sabe ter um pouco da magia que destruí no meu passado. O erro do Felipe por culpa minha acabou por desencadear uma serie de erros piores, pois eu sabia que ele havia cometido um erro em se envolver com outra pessoa, e mesmo eu sabendo do amor que ele sentia por mim eu cometi sucessivos erros pior que ele por vingança.
Errar por vingança me envolvendo com outras pessoas me fez entender que dentro de cada um existe um enorme Universo particular. Percebi que diversos mundos giram em tordo de pessoas que são o centro de sua própria galáxia, e de forma inconsequente quebrei alguns mundos, sem me preocupar com o preço que eu pagaria fingi não sofrer enquanto machucava quem lutou por mim. Perdido na raiva do meu passado, tentando substituir o amor pela vontade de me vingar fiz nevar de mais, e quase esqueci a beleza do que um dia senti. Por muito pouco o orgulho quase me fez esquecer e desistir de amar.
Dois universos que cresceram juntos se tornando um só, coexistindo por tanto tempo entrou em colapso pela distancia. Absolutamente todos os planetas, luas e sois se chocaram por causa das mudanças e falta de sincronismo entre eu e Felipe. De um Universo inteiro sobrou apenas dois planetas que atualmente parecem vagar em direções opostas.
Felipe cometeu erros que acabaram por ferir meu orgulho, tanto quanto ele mesmo se feriu por comete-los, já eu, fiz questão de contar para ele todos os erros que cometi por vingança como em uma tentativa de deixar claro que eu venci, foi quando ele me disse:
- Eu nunca vou esperar nem querer que você entenda um erro que cometi, foi um erro, mas vou pedir desculpa para sempre. Mas os seus erros doem muito mais, Lucas, você é calculista e faz de proposito para me fazer sofrer.
Ele estava certo, meus “erros” era propositais, eu não errava por acidente, acabei me acostumando em me vingava vezes e vezes seguidas por acreditar que ele merecia. A cada pessoa/universo que fiz parte depois do Felipe acabei propagando a dor que eu sentia, até que certo dia meu sol se apagou de vez e eu decidi que não sentiria mais o amor. E por saber o que o amor significa fui ao inferno sem ele, e só voltei de lá quando realmente entendi a magia dele, e que é por causa do amor minhas metáfora e fantasias existem.
Hoje eu e Felipe nos mantemos longe, ele ainda mora em Manaus e não terminou sua faculdade. Vez ou outra nos encontramos, ainda existe algo entre nós mas não o mesmo de antes, nossos erros causaram nossa distancia, a cada dia e a cada encontro tentamos esquecer o passado, vivendo o presente, mas não ainda não descobrimos o que seremos no futuro.
No final toda minha historia se resume em sofrimento e superação, e como parte da minha vida desmoronou por eu não ser forte o suficiente para me manter correto em meio aos erros dos outros. E escrever tudo que aconteceu comigo quem sabe não seja uma tentativa de voltar no passado e consertar todos os erros lá cometidos, uma tentativa de conseguir aqui, escrevendo conseguir controlar poder da Velha do Tempo. Organizar minhas memorias, meus erros e acerto me ajudam a ser alguém melhor no presente e a sonhar com um futuro melhor do que meu passado.
O Tempo rege nossas vidas, ele pode ser uma arma ou a cura e como usa-lo é o que nos define, afinal
Por todos os cantos profundos do espaço vaguei como um planeta solitário sem uma estrela regente, após algum tempo perdido algo estranho parecia ecoar pela imensidão como se alguém cantasse sorrindo:
- Sinceramente, eu preciso que você seja bravo – foi o cantarolar que ouvi de outro planeta errante que por acidente passou perto de mais de mim.
Por curiosidade acabei por cometer meu melhor erro, diminui a velocidade até parar para olhar de perto. Em mim algo parecia rachar enquanto eu tentava me conter sem sorte. Tudo a minha volta mudava, uma luz forte e dourada começou sair pelas frestas do chão forte o suficiente para começar a fazer rachaduras, partindo meu mundo em vários pedaços. Blocos de gelo a minha volta começavam a derreter e evaporar se transformando em brumas, sobrando uma confusa luz branca e pálida. Tentei me manter frio, mas de nada adiantou, lembrei que no passado eu já havia sido um sol e brilhar/amar novamente parecia um erro, mesmo assim lutando contra meu orgulho fui bravo.
Dois bravos sois em rota de colisão reescrevendo um novo universo de Luz e Luz, Nosso Universo.
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Bem, esse não é toda a minha historia, na verdade tem muito pouco de tudo que já passei aqui, mas a algum tempo acabei percebendo que esse conto já estava bem maior do que eu esperava. Como eu disse no primeiro Ato o meu objetivo aqui era contar minha historia e encorajar outras pessoas que façam o mesmo, que se sintam seguras para contar partes importantes de suas vidas e achem aqui um amigo que se identifique e possa confiar, espero que tenha dado certo e fico realmente muito feliz por saber que hoje muitos dos que leram minha historia se tornaram amigos e que se falam diariamente, de verdade isso me deixa muito feliz mesmo.
Sobre esse ultimo ato, gostaria de me desculpar a todas pela demora em postar e principalmente pelo final, bem, sei que a maioria das pessoas não esperava isso, mas como eu já disse algumas vezes... isso é minha vida e não um conto fictício, então não posso mudar isso. Quem sabe eu contando a todos o que aconteceu comigo a maioria acabe não cometendo os mesmos erros que eu cometi... Ainda assim, pode parecer que não mas tudo acabou bem no final, final não que minha vida não acabou, quem saber por causa da CDC ela só não esteja começando outra vez... ^^ kkkk
Quero dizer também que não pretendo parar de escrever, pensei em escrever algumas partes que não estão nessa historia, sobre o que aconteceu depois que descobri sobre o Felipe e o Falso Lucas... Decidi não me estender sobre essa parte aqui no Meu Mundo, Meu Universo por fugir do motivo que me levou a escrever, mas quem sabe em um outro conto menor...
Para os que querem me dar sugestões, meu e-mail é:
Então, sei que isso não significa muita coisa mas eu gostaria de dedicar esse ato final a todas as pessoas muito especiais para mim, todos que leram e comentaram cada ato da minha historia. Gostaria de dizer também que vejo cada um de vocês como amigos e agradeço do fundo do meu coração por cada linda palavra que disseram nos comentários e por cada segundo que perderam lendo cada ato, para sempre vou lembrar de cada um de vocês, muito obrigado por tudo mesmo, mesmo:
Lucas(meu Lucas ^^), May Lee, Irish, Drago*-*, Iguinho sz, Deeh, Quin, prireis822, gatinho02, David_Ross, Kevina, LiCem, _hunter, Netto.., Geomateus, Stiler, Rafaah, Petricky, vini..., Ru/Ruanito, Monster, The hearthbreaker, lucaseemerson♡lucasedani♡, Nathan7, Willc, LiCem, vini..., Dj', M(a)rcelo, ***Gabriel ♥ Mateus***, mistyck, Paris Ramone, Higorrego, Sori, guigo1, Chriz.., Lipe*-*, Luucaas', Drica (Drikita), gui001, ✩SëcrëttS✩,Marceloveloz, Wemer', alngboy, VictorNerd, Natsu421, Alê8, Junynho Play, Alê8, Zorro-passivo19, Junynho Play, €$, safadinha dele, thigor_ps, CHV 2!, Livius Titus, Fã de Fairy tail, oPAKO, Felipe e todos os outros que não tem uma conta na CDC mas que leram.
Adoro vocês.