(Este conto é a continuação de "Se não tem porquinha... vamos de Ruivinha!")
1- Tchau, papai! Tchau, mamãe!
Uma semana depois do que ocorreu no celeiro, soubemos que o meu avô materno, que morava na cidade, havia se sentido mal e passara alguns dias internado em um hospital. Os meus pais então se programaram para passar o fim-de-semana com ele: partiriam da nossa fazenda na sexta-feira, depois do almoço, e estariam de volta na segunda-feira, de tardinha, se tudo corresse bem. Nesse período, as terras ficariam aos cuidados do nosso capataz, que era pai do Merenda. Eu pedi para a mamãe me deixar ir visitar o vovô também, mas ela disse que as estradas estavam perigosas e que ficaria mais tranquila sabendo que eu permanecia na fazenda, sendo cuidada pelo meu irmão mais velho, o André.
É claro que mamãe não sabia o que tinha acontecido no celeiro, assim como ela também não havia notado que o André, há dias, não falava comigo; na verdade, ele sequer olhava para mim! Às vezes, eu pensava que ele estava envergonhado por não ter impedido os seus amigos, e eu esperava pela oportunidade de lhe dizer que eu não tinha raiva dele, porque apesar de ser maior que o Negrinho, ele não tinha vez contra o Merenda, que era forte e gordão. (E por falar nesses dois, eu não os tinha visto mais, graças a Deus!)
Fazia um frio terrível quando nos despedimos dos nossos pais, do lado de fora do casarão. Assim que o carro deles sumiu de vista, brinquei com o André: "Então você vai cuidar de mim no fim-de-semana? Pode começar me fazendo um chocolate quente!" Achei que ele fosse dar risada, mas me olhou feio e, em silêncio, saiu em direção ao mato, para fazer sei-lá-o-quê. Sem entender a reação dele, eu mesma fiz o chocolate, na cozinha, e fui assistir à TV.
O tempo passou, anoiteceu e o André não voltava. De vez em quando, eu ia até uma das janelas da sala, olhava a escuridão lá fora, ouvia o vento forte batendo nas árvores altas, e nem sinal dele. Fiquei preocupada, mas não queria ligar para a mamãe porque, desde que soubera do vovô, ela parecia bem abalada e eu não queria deixá-la ainda mais tensa. Me distraí com a novela e um filme, e, quando veio o sono, subi para o quarto, vesti o meu pijama mais quentinho e esperei pelo André deitadinha debaixo dos cobertores.
2- Uma manhã friiiiiiia... e diferente das outras!
Acabei pegando no sono e, assim que acordei de manhãzinha, senti que havia esfriado ainda mais. Ajoelhada sobre a cama, olhei pela janela e vi o sol fraquinho; lá fora, tudo estava cinza e parecia sem vida. A cama do André, encostada na parede oposta, estava desarrumada: sinal de que ele chegou tarde em casa, quando eu já dormia, e se levantou bem cedinho, coisa que não tinha o costume de fazer. De qualquer modo, aquilo me tranquilizou, porque significava que ele tinha vindo para casa e, se dormiu quietinho, sem me acordar, devia estar bem.
Tremendo de frio, fui até a cômoda e deixei sobre a minha cama um conjunto de moletom bem grossinho para eu passar o dia (até com capuz!), além de meias felpudas, porque eu não gosto de ficar com os pezinhos gelados. Fui para o banheiro, tomei um banho quente, escovei os dentes (eu tenho a mania de escovar os dentes antes e depois do café-da-manhã!), me enrolei nas toalhas e voltei para o meu quarto para me trocar... mas qual não foi a minha surpresa ao ver que, sobre a cama, em vez do moletom, havia um shortinho de lycra, uma calcinha e uma blusa justinha? Eu havia ganhado aquelas peças no ano passado, então ficavam apertadas em mim, incomodavam e, além do mais, não eram roupas para serem usadas num sábado congelante!
Costumo ser bem calminha, mas fiquei brava com aquilo! Ainda com toalhas enrolando o meu torso e os meus cabelos, procurei outras roupas aconchegantes nas gavetas da cômoda e no guarda-roupa, mas todas haviam sumido, assim como as minhas calcinhas e sutiãs! Fiquei indignada e, dali do quarto mesmo, gritei: "Dré, onde você está? Não gostei da brincadeira! Me devolve as roupas! Traz elas aqui!" Não ouvi resposta; o casarão parecia vazio. "Dré, quando eu te achar, vou te matar, seu bobão!", concluí, porque, quando eu queria, sabia ser bem furiosa.
Sequei os meus cabelos, já entendendo que ou eu usava as roupinhas sobre a cama, ou ficaria enrolada em toalhas molhadas até Deus-sabe-quando! De má-vontade, vesti a calcinha rosa-claro, com desenhos de moranguinhos; o shortinho apertadíssimo e curtíssimo entrou com dificuldade, marcava bem a xaninha e entrava no bumbum, junto com a calcinha; e a blusinha sem mangas, além de exibir o meu umbiguinho, ficava estufadíssima por causa dos meus seios grandinhos.
Com as bochechas rosadas de tanta raiva, desci as escadas, pisando firme e falando alto: "Dré, eu tô com frio! Me dá minha roupa agora!" Cruzei a sala e já ia sair de casa, pensando que ele poderia ter escondido as minhas roupas no porão, que só é acessado pelo exterior, quando ouvi um barulho na cozinha e fui para lá. Para a minha surpresa, o André estava encostado no balcão. "Cadê minhas roupas?", fui logo perguntando, esfregando os meus bracinhos com as mãos para me aquecer. "Não estão comigo.", ele disse, somente, e se sentou à mesa da cozinha, olhando para as minhas pernas bonitas."É claro que estão com você! Não fala mentira! Tá frio e quero meu moletom! E você não pode mexer nas minhas coisas! É errado! Eu não mexo nas suas! Onde você colocou tudo? A mamãe vai te matar se você amarrotou as m--", mas não completei a frase, porque me assustei com uma voz vinda da sala, que há pouco estava vazia: "Caralho, Dré! Sua irmã fala sem parar, hem? E que vozinha chata a dela!" Me virei e vi Merenda e Negrinho entrando no casarão, caminhando em direção à cozinha. Da mesma forma que o André, eles também me olhavam toda, e não pareciam ter vindo só para tomar café-da-manhã.
3- Porquinha ou vaquinha? Que confusão!
O Negrinho entrou na cozinha, risonho e, como se a casa fosse dele, se serviu de uma xícara de café. "Eu que escolhi a roupa, Soninha. Gostou?" Eu não respondi e corri para sair dali, pressentindo que eles não estavam com boas intenções, mas o Merenda, enorme como era, bloqueou a minha passagem. "Sai da minha frente! Quero minhas roupas! Onde elas estão?", eu tentava empurrá-lo, mas ele nem se mexia. "Você fala demais, e porquinha não fala. Porquinha faz oinc!, oinc!, oinc! Não é, Negrinho?" "É.", ele concordou. "Faz som de porquinha pra gente, Soninha." Me virei para o Negrinho e gritei: "Não sou porquinha! E não me chama de Soninha! Meu nome é Sônia!" O Merenda se aproveitou de que lhe dei as costas e segurou os meus braços para trás. "Ai! Me solta! Tá me machucando!", mas ele não soltou, encostou o nariz nos meus cabelos ainda úmidos e respirou fundo. "Nossa! Essa porquinha cheira tão bem!", e, sem me soltar, me levou para o meio da cozinha. "Me ajuda, Dré! Ele tá me machucando!", eu pedi, tentando liberar os bracinhos, mas o Merenda me segurava com facilidade. Sentado à mesa, o André disse: "Desculpa, mana, mas quem mandou o papai vender a Margarida? Era a única porquinha que deixava a gente brincar com ela. Eu e os caras procuramos por outras, mas são todas bravas." "Vocês não vão me machucar de novo!", eu me retorcia, mas não adiantava, e o Merenda aproveitava os meus movimentos para se esfregar no meu bumbum.
O Negrinho se aproximou de mim, segurando a xícara em uma das mãos e, com a outra, apertou o meu seio por cima da blusinha. "Acho que a Soninha tá mais pra vaquinha do que pra porquinha; as tetas dela mal cabem na blusinha. Tem leitinho pra mim, vaquinha?", e, puxando o decote para baixo, fez os meus seios pularem para fora. "Tetudinha você, hem? Não tinha reparado...", sussurrou o Merenda no meu ouvido, por trás, e me lambeu a nuca em seguida, o que achei nojento e me lembrou da maldade que fizeram no celeiro. À minha frente, o Negrinho apertava um dos meus seios com a mão, como se me ordenhasse, mexendo nele para frente e para trás, pressionando o biquinho rosado, ao mesmo tempo que segurava a xícara bem perto do meu peito, como se eu realmente tivesse leite. O calor do café subia e aquecia o meu seio.
"Para com isso! Não sou vaquinha! Me solta!", eu pedia, com vergonha de estar sendo chamada assim e de eles se referirem aos meus seios como "tetas", mas o Merenda dizia: "Não tá vendo que o Negrinho quer café com leite? Não tô com tempo, vaquinha! Libera logo o leite!" "Vocês não vão brincar comigo! Não vão! Eu vou contar pro papai na segunda-feira, assim que ele chegar, vou cont-- Ai!!!", gritei muito quando o Merenda torceu o meu bracinho. O Negrinho, malvado, em vez de ter dó de mim, beliscou o meu mamilo esquerdo, o que me fez gritar mais ainda. O Merenda ameaçou: "Você não vai contar porra nenhuma! A gente brinca e você fica de bico calado! Senão eu te quebro no meio!" Comecei a chorar e pedi para ele, por favor, parar de torcer o meu braço. "Você entendeu ou não, vaquinha?", ele insistiu. "Entendi! Entendi! Me solta! Ai, ai, ai... vai quebrar... me solta, por favor!" Ele afrouxou um pouco a torção, mas não me soltou. O Negrinho largou o meu seio e deixou a xícara de café sobre o balcão; o André fez um sinal para o Merenda, que foi me tirando da cozinha, me levando escada acima, para o meu quarto.
4- Oinc! Oinc! Oinc!
Os meus seios, para fora da blusinha, davam saltinhos a cada degrau que eu subia, porque o Merenda, dobrando os meus bracinhos para trás, me conduzia todo sem-jeito para o andar de cima. Eu me debatia e gritava, mas nenhum deles se convencia de que aquilo era errado, e o Negrinho, que vinha no fim da escada, falou: "Não vai demorar, né? Tenho que estar em casa daqui a pouco!" "Vai ser rápido!", o André respondeu, e o Merenda completou: "Tem que ser rápido, mesmo! Porque o pai precisa da minha ajuda quando ele tem de tomar conta de tudo sozinho!"
Entramos no quarto que eu dividia com o André. Era óbvio qual metade pertencia a quem: a minha era toda arrumadinha, perfumada e bonitinha, tinha duas bonecas de pano sobre a cama, um vasinho de flores sobre o criado-mudo, perto da foto do papai e da mamãe, borboletinhas de papel machê decoravam a parede e adesivos em forma de coração enfeitavam a lateral do computador. Já o lado do André era horroroso: todo bagunçado, roupas saindo pelas gavetas semiabertas, guarda-roupa com a porta escancarada, revistas espalhadas sobre a cama e um controle quebrado de videogame caído em um dos cantos.
O Negrinho jogou as minhas bonecas no chão e o Merenda me obrigou a ficar deitadinha na cama, de bruços, com o bumbum redondinho para cima. Ele então se sentou na cabeceira da cama e segurou as minhas mãos junto dele, para que eu não pudesse estapeá-los. Olhei para o lado e vi o André abaixando a calça e a cueca: o pau dele era grossinho e já estava duro, com a cabeçona brilhando, e as bolas eram peludinhas e pareciam inchadas. O Negrinho chegou ao lado da cama e puxou o meu shortinho para baixo. Todos olharam, por alguns segundos, o meu bumbunzão branquinho e grandinho, com a calcinha se perdendo nele. O Negrinho deu um tapa forte no meu bumbum: "Ai!" "Que saudade desse bundão, Soninha!" Mais dois sonoros tapas se seguiram, e dois gritos de "Ai!" acompanharam cada um deles. Então ele puxou a minha calcinha para baixo e se afastou, cedendo espaço para o André, que foi se deitando sobre mim. "Não, Dré! Não faz isso! Por favor! Não me machuca!", eu mexia as perninhas tentando chutá-lo, girava a cabeça de um lado para o outro; as minhas lágrimas molhavam o travesseiro, o meu bumbum ardia por causa dos tapas do Negrinho e o Merenda não me deixava levantar.
Querendo experimentar o mesmo que os amigos já haviam experimentado, o André posicionou a cabeça do pau na entrada do meu cuzinho e começou a forçar. "Ai! Ai! Ai!" Ele puxou os meus cabelos e ergueu a minha cabeça um pouco: "Para de gritar! Sua voz me irrita!", e enterrou o pau, me mostrando que, naquela manhã, ele não queria brincar de esconde-esconde com as minhas roupas, mas sim se aproveitar de mim. Eu me retorcia de dor, chorava muito, e ele enfiou com mais força, para que tudo entrasse. "Isso, Dré! Enfia! Enfia com força! Ela aguenta!", o Merenda berrava, sem me soltar. O Negrinho, de pé perto da cama, pediu novamente para o André fazer rapidinho, porque ele tinha que ir embora.
Eu sentia o pau grossinho do André entrando e saindo do meu cuzinho, me machucando, o corpo dele pesando sobre o meu, subindo e descendo, fazendo a cama ranger. Ele puxava os meus cabelos com força e, com a outra mão, apertava o meu bumbum. "Hmmm! Hmmm! Ah! Puta merda, maninha, sempre quis fazer isso! Já bati tanta punheta pra você! Hmmm! Hmmm! Ah!", ele gemia no meu ouvido, enfiando fundo e rápido, sem ligar para o meu choro e gemidos de dor. "Rebola, Sônia! Faz ele gozar!", mandou o Merenda, e eu sem acreditar que aquilo acontecia de verdade.
Então o André, que já estava todo suado de tanto "pular" sobre mim, disse, arfando, de olhos fechados: "Imita uma... hmmm... hmmm... ahhh... delícia... ahhh... imita uma... uma porquinha... hmmm... imita..." O Negrinho deu risada: "Caralho! O Dré prefere uma porca do que essa tesudinha, hehehe!" Mas o André, sem diminuir o ritmo, olhou feio para o Negrinho, que achou melhor calar a boca. O Merenda gritou no meu ouvido: "Não ouviu, porra? Imita logo, senão ele não goza nunca! Imita!", e eu, amedrontada, comecei: "Oinc!, oinc!, oinc!", chorando. "Não é assim que porco faz! Imita direito!", o André também gritou, cravando tudo atrás de mim. "Oinc!, oinc!, oinc!", continuei, mais alto, mas ele me deu um safanão na cabeça: "Não é assim, sua burra!" "Cara, ela não conhece o barulho! Não adianta! Deixa isso pra lá e goza logo!", o Merenda mandou. Então o meu irmão soltou o meu cabelo, apoiou as mãos nos meus ombros, me pressionando contra o colchão macio, e ficou subindo e descendo sobre mim com rapidez: "Hmmm... ahhh... isso, porquinha... hmmm... fica paradinha... isso... isso... fica boazinha... ah, que gostoso!"
A cama rangia tanto que achei que fosse se quebrar. Tentei ficar caladinha para não irritá-los, mas o entra-e-sai era doloroso demais: "Ai! Ai! Tá doendo! Para! Para, Dré!" O Negrinho pegou uma das bonecas de pano que ele havia jogado no chão, se aproximou de mim e enfiou o bracinho dela na minha boca: "Morde isso e calaboca, Soninha! A gente tem que ir embora e você não tá ajudando!" "Hmmm! Hmmm! Hmmm!", era só o que eu podia dizer agora e, comigo caladinha, o André parecia se excitar mais: aumentou a intensidade das estocadas, os seus dedos pressionaram a minha pele delicada, o pau latejou e ele grunhiu, enchendo o meu buraquinho de gosma quente e nojenta.
5- Ainda quero o meu moletom!
Assim que terminou, o André se deixou cair sobre mim, cansado e suado. "Até que enfim!", exclamou o Negrinho, e finalmente o Merenda me soltou, se levantando da cama. Ambos se despediram do meu irmão e, me ignorando, apressadamente desceram as escadas e foram embora. Envergonhada e dolorida, abri a boca e a a bonequinha caiu no chão; cobri o meu rostinho com as mãos e fiquei chorando baixinho. O André continuava em cima de mim, acariciando os meus bracinhos e beijando a minha bochecha, todo carinhoso depois de dar um tapa na minha cabeça, me chamar de burra, dizer que a minha voz era irritante e machucar o meu bumbum.
Passado um tempinho, ele se levantou, subiu a sua calça e cueca, guardando o pau mole e babado. Suor escorria da sua testa e encharcava a sua blusa, nas axilas. "Levanta, mana. Vou fazer pra você aquele chocolate quente." "Agora não quero mais!", passei a mãozinha no rosto, secando as lágrimas; me sentei na cama, encolhi as pernas e voltei com os seios para dentro da blusinha. Sentia o meu bumbum doendo e sujo de gozo, que escorria para o lençol. Pensei em, novamente, dizer que contaria tudo para o papai, para ele ver que não se sairia bem daquilo, mas me lembrei da ameaça do Merenda e de como o André era imprevisível, e fiquei quieta. "Não chora. Não deve ter doído tanto quanto no celeiro." "Doeu, sim! E você me bateu! E me chamou de burra!" "Desculpa. Depois vou te levar num dos chiqueiros e te mostrar o som que as porquinhas fazem." "Não quero saber!", respondi, brava, shortinho e calcinha ainda abaixados. "Você vai gostar. É engraçado, hehehe! Levanta e se ajeita. Vou na cozinha fazer algo pra gente. Também não tomei café, ainda."
Ele desceu as escadas, eu fui para o banheiro a passos curtinhos porque, para não sujar o shortinho e a calcinha, deixei-os na altura dos joelhos. Me limpei e lavei o rostinho. O meu bumbum estava com uma grande mancha rosada devido aos tapões do Negrinho, o meu mamilo esquerdo doía por causa do beliscão, e eu estava sem força nos bracinhos, de tanto que foram torcidos e segurados pelo Merenda. Ajeitei o cabelo, que estava desalinhado, voltei para o quarto e troquei o lençol manchado; coloquei sobre a cama as minhas bonequinhas que estavam no chão, o bracinho de uma delas umedecido pela minha saliva.
Passando a mão no rosto para espantar o choro, fui para a cozinha e, da escada, senti o cheiro de chocolate quente. "Dré, cadê minhas roupas? Tô morrendo de frio vestida assim!" Ele estava sentado à mesa, comendo pão com geleia de goiaba, queijo e doce de leite (uma mistura doida que ele gostava de fazer). "Deixa isso pra lá. Pega seu chocolate e senta aqui.", batendo a mão na própria coxa. Peguei o chocolate sobre o balcão, mas não me sentei. "Deixa pra lá, nada! Quando vai me devolver?" Ele esticou o braço, segurou a minha mãozinha e me conduziu para o colo dele; então me abraçou a cintura e falou no meu ouvido: "Você é lindinha demais pr'aqueles moletons folgados que a mãe te dá. Fica assim mais um pouco; depois te devolvo as roupas." Sem alternativa, aceitei, e tomei o meu chocolate sentadinha na perna dele. Eu não queria falar daquilo, mas não me contive: "O Merenda e o Negrinho, eles... eles vão voltar? E você? Você vai me... me..." "Você vai se acostumar com as brincadeiras; vai começar a gostar." "Não vou, não." "Vai, sim." "Eu não gostei do Negrinho me chamar de vaquinha." "Foi um elogio.", ele finalizou, dedilhando a minha barriguinha (acho que tentou fazer cócegas, mas não ri).
Quando terminou o seu lanche, ele foi tomar banho e me deixou na cozinha. "Ele é louco se acha que eu, algum dia, vou gostar de ficar sem roupa, debruçada, com cafajestes montados em mim, rindo, gemendo e fazendo piadas, me comparando com bichinhos de fazenda! E por que ser chamada de vaquinha é um elogio?" Isso tudo confundia a minha cabeça. Peguei um cobertor no meu quarto e, com ele sobre mim, fiquei na sala assistindo à TV, me sentindo mais aquecida, apesar da geada lá fora e da roupa que eu usava. Eu tentava me convencer de que logo-logo eles se enjoariam daquilo ou conseguiriam uma porquinha mansinha... mas no íntimo eu sabia que não se contentariam novamente com porquinhas depois de terem feito comigo, assim como sabia que aquela tinha sido apenas a primeira de muitas sem-vergonhices que aprontariam naquele fim-de-semana sem os meus pais em casa.
Skype: a.fantasiadora
Twitter: a_fantasiadora