Calouro duas vezes - Parte 4 (Final)

Um conto erótico de Deco
Categoria: Homossexual
Contém 1325 palavras
Data: 26/12/2014 20:56:10

- Que porra está acontecendo aqui??!

Nesse instante, o mundo pareceu desabar sobre nossas cabeças. Não era possível termos sido tão burros a ponto de transar em um banheiro da faculdade. Apesar de que o pavilhão onde se localizava tal banheiro fosse bem deserto naquele horário, não deveríamos ter feito aquilo; ainda mais gemendo feito duas cadelas no cio.

Ficamos praticamente imóveis e calados pelos segundos seguintes, enquanto vestíamos as nossas roupas silenciosamente (sem nem mesmo termos chegado ao ápice do prazer). Foi então que ouvimos outro berro:

- É você aí nessa cabine, Davi?

Gelamos!! Estávamos fritos. Aquela era a voz do Rogério, o coordenador do terceiro e quarto semestres do curso de Medicina da faculdade. O Davi entendeu que não poderia mais ficar calado a partir daí.

Davi: - Sou eu sim, Rogério!

Rogério: - Peço-lhe que saia e me acompanhe até a coordenação do curso. Fomos informados por um aluno que você e o Marcos se envolveram numa briga e, pelo que acabei de ver aqui no chão (havia sangue), deve ter sido séria. É inacreditável que dois homens aparentemente maduros tenham feito algo tão infantil e, para completar, em um banheiro da faculdade.

Aquilo nos soou como um alívio, embora a situação ainda fosse de grande preocupação. O Davi então prosseguiu:

- Claro, Rogério! Estou terminando de trocar de roupa e logo em seguida o acompanharei.

Rogério: - Ótimo! Esperarei pelo lado de fora.

A porta do banheiro bateu novamente, dessa vez menos estrondosa. Olhamos um para o outro e nos sentimos aliviados, embora arrependidos de ter feito uma loucura daquele tipo em um sanitário do pavilhão 2 e, ainda, um pouco preocupados com o que o Davi teria de enfrentar na coordenação do curso. Menos de um minuto depois, o Davi abriu a porta da cabine e me deu um selinho de despedida, sussurrando no meu ouvido:

- Vejo você depois e explico tudo, Deco. Espere mais um tempinho pra sair daqui. Ainda bem que o Rogério parece não ter desconfiado de nada. Até logo!

Aguardei na cabine e ouvi novamente o barulho da porta, entendendo que o Davi já havia saído e acompanhado o coordenador. Terminei de arrumar toda a bagunça e segui para a biblioteca, que já estava quase fechada a essa hora. Percebi que já não poderia mais pegar um livro de fisiologia na ala de locação, pois o horário máximo para isso era 17:50. As recepcionistas já haviam saído e os outros funcionários estavam desligando os aparelhos eletrônicos para fechar o local (no meu relógio marcava 18:05). Então decidi deixar o livro para o dia seguinte e me direcionei para a saída do pavilhão 2 (onde também ficava a coordenadoria dos cursos) para aguardar o Davi. Sentei em um degrau da escada que ficava entre o subsolo e o térreo e aguardei por cerca de cinco minutos, até que recebi mensagens do Davi. Ele escreveu que havia seguido direto para o estacionamento e perguntou se eu ainda estava na faculdade. Respondi que sim, e então perguntei onde ele havia deixado o carro; segui para lá logo em seguida.

Quando encontrei o Davi, ele me pediu para que eu entrasse no carro. Após entrarmos, já me apressei em perguntar:

Eu: - Velho, o que aconteceu na coordenação?

Davi: - Calma, Deco! Vou te explicar tudo. Você conhece o Marcos, do primeiro semestre também?

Eu: - Acho que sei quem é.

Davi: - Então, hoje nos envolvemos numa briga séria lá naquele banheiro mesmo.

Eu: - É, ouvi o Rogério dizer. Mas me explique o motivo disso tudo, cara. (Fiquei quieto e deixei ele falar)

Davi: - É o seguinte! Moramos no mesmo prédio, velho. Já nos conhecíamos antes mesmo de entrarmos na faculdade, mas não éramos muito ligados. Mesmo assim, eu o convidei para começarmos os estudos no meu apê ontem à noite e ele acabou aceitando. Chegando lá, conversamos um pouco e tudo correu bem até o fim dos estudos; só não gostei mesmo de uma hora em que ele disse que odiava "viados" (nem sei porquê a conversa tinha chegado nesse ponto), mas não falei nada pra não dar pinta. Então nos despedimos e ele foi embora. Acabei esquecendo de trancar a porta e, logo depois, tomei um banho e liguei o PC; eu estava doido de tesão (não por ele, é claro) e entrei em um site pornô gay. Abri vários vídeos e fiquei pelado no quarto, me masturbando alucinadamente. De repente, ouvi um barulho e o Marcos falou da porta do meu quarto:

- Que porra é essa, cara?!

- O que você tá fazendo aqui, porra?! (Falei enquanto pegava uma toalha e desligava o monitor do PC)

Então ele falou que voltou pra pegar o celular que tinha esquecido e até chegou a bater na campainha, mas eu não atendi; ele percebeu que a porta não estava trancada e entrou. Fiquei puto com aquilo, velho! Mas aconteceu então uma coisa que eu realmente não esperava: o Marcos veio pra perto de mim e colocou a mão por dentro da toalha, pegando no meu pau e falando que queria me chupar. Não acreditei naquilo! Logo ele, que não gostava de gays?! Foi então que dei um fora e falei que não gostava daquela hipocrisia, de gays enrustidos como ele e tal. Ele se retou comigo e saiu sem nem pegar o celular. Hoje, ficamos sem nos encontrar o dia todo por causa da divisão de turmas. Foi só na aula de anatomia mesmo que nos vimos. Depois da aula, ele entrou no banheiro e o segui para devolver o celular, mas não aconteceu como eu esperava. Ele me deu um soco no nariz e disse que eu tinha estragado tudo, saindo do banheiro logo em seguida. O pior é que tinha mais alguns alunos nos mictórios e nas cabines, que viram tudo; provavelmente algum deles contou ao coordenador.

Eu: - Velho, não dá pra acreditar. Que cara idiota esse Marcos! Como alguém é capaz de fazer isso?! PQP!

Davi: - É, velho, mas está tudo bem agora. O Rogério conversou com a gente e nos encaminhou para o núcleo de atenção psicológico da facu. Já fui dispensado, mas acredito que estão fazendo um bom trabalho com o Marcos, que ainda está lá.

Eu: - Que bom então, Davi! Mas e você, como está? O nariz já tá melhor?

Davi: - Oo, nem parece que teve isso hahaha! Mas também, depois do fantástico curativo feito pelo homem que eu tanto amo há mais de um ano, seria impossível não estar perfeito.

Eu: - Você tá falando sério?

Davi: - Nunca fui tão sincero em toda a minha vida, velho. Eu te amo, Deco, desde quando éramos colegas; mas sempre tive medo de sua reação e nunca tentei nada. Pensei que você nunca seria meu.

Eu estava perplexo! Como assim?! O amor da minha vida também me amava?! Eu devia estar sonhando. Falei logo em seguida:

- Eu quem pensei que você nunca seria meu, velho. Diga ao Michelângelo que você já é propriedade minha, viu! (Rimos)

Continuei: - Você não sabe, Davi, mas eu também te amei durante todo esse tempo que passamos juntos. Sempre quis falar contigo, mas não tive coragem de olhar no fundo desses olhos que brilham tão forte e são tão sinceros. Você sorri com os olhos, sabia?! Isso sempre me fascinou.

Davi: - Só faço isso porque tenho um motivo: você, meu amor.

Calamos as bocas com um beijo profundo, demorado e cheio de amor, terminando logo em seguida o que havíamos começado há pouco tempo no banheiro da faculdade.

O que parecia impossível se realizou, e o destino talvez tenha decidido por nós. O fato é que a partir de então descobri que o verdadeiro amor está onde menos se espera, e se revela nos momentos mais obscuros da vida. Não devemos desistir daquilo que tanto desejamos; só assim os nossos sonhos poderão se realizar. A palavra é persistência, desde que ela esteja acompanhada de respeito, dedicação e sinceridade.

Não importa quando, mas o que tem que ser, será.

Fim!


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Comentários

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Poxa ja acabou? mas ficou muito bom esse cap.

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