..Unidos pelas diferenças.. capítulo 11

Um conto erótico de Higor Melo
Categoria: Homossexual
Contém 2471 palavras
Data: 20/11/2014 16:46:06

É impressionante como agimos quando amamos não acham,as vezes quando estamos amando fazemos cada idiotice que fica difícil explicar, Comigo não era diferente,eu realmente era bem desligado das coisas,descuidado como diria o Vitor,sempre agindo pelo impulso,e pela raiva,e dessa vez não foi diferente,quando vi aquela loira linda agarrando ele,e o beijando,não aguentei e fui obrigado a me alterar na frente de todos.

— Mas que porra é essa. — Falei sem pensar nas consequências de minhas palavras,eu havia mostrado claramente que estava com ciumes,e agora era explicar o porque.

Todos me olhavam tentando entender o que havia comigo,o porque de estar agindo assim, Vitor me olhava apavorado, e eu tratei de ser muito rápido.

— Por que ele ganha um beijo dessa gata e eu não? — Falei agora rindo,e todos riram também,até ela,menos Higor,que ainda me olhava estranho.

— Não seja por isso príncipe,você também ganha. Ela se aproximou e me deu um beijo no rosto,Vitor me olhava com cara de quem não gostou do que viu,mas disfarçou uma risadinha.

— Agora sim,mas podia ser mais pro ladinho né. — Como eu estava sendo safado,coisa que eu só sou quando tenho intimidade.

— Quem sabe um dia,prazer meu nome é Jessica. — Estendeu sua mão para me comprimentar.

— Prazer gata, Eu sou o Derek. — Apertei sua mão.

— Derek já está tão íntimo do grupo que nem me lembrava que ele não conhecia a Jessica. — Indagou Luana.

— É verdade né. — Comentou Rubens,indo até a entrada da escola,todos o seguiram.

Jessica colocava o papo em dia com a turma,e pelo jeito ela iria estudar conosco,eu até poderia me incomodar,mas ela aparentou ser tão legal,que fiquei feliz por ela estar conosco,mas ainda iria exigir uma explicação para aquele beijo. Todos caminhavam a frente,enquanto eu e Higor iamos atrás.

— Eu preciso falar com você depois da aula,é urgente. — Falou ele a passar do meu lado. Apenas concordei com a cabeça.

Estava curioso,o que será que ele queria comigo. Do jeito que ele olhou pra mim aquela hora,tenho certeza que ele tinha sacado tudo,e so queria ter a confirmação,será que eu tinha acabado com minha relação com Vitor, se Higor descobrisse e contasse tudo?? Mais uma vez minha irresponsábilidade tinha estragado tudo,agora era aguentar as consequências. Entramos na sala, mais uma vez me sentei na carteira da frente,Higor do lado, e Vitor atrás,mas para minha surpresa,Jessica se sentou ao lado de Vitor,atrás do primo. Eu tinha certeza,ela era muito legal,mas sua aproximação e intimidade com Vitor, seriam um enorme problema para mim. Era segunda feira,e o professor de Geografia e sociologia entrou na sala, Seu nome era Rogerio,o mesmo do meu pai,ele lecionava as duas matérias,embora não fosse um professor muito bom,era um cara muito gente boa de se conversar.

A aula começou e como sempre ele passou um trabalho. Eu sempre fazia com Vitor,mas quando me virei para convida-lo a fazer comigo,Jessica já estava com a carteira junto a dele,ele apenas me olhou com aquela cara " Não posso fazer nada",eu irritado virei para frente. Higor como sempre disputado pela turma,quando me viu sozinho,ele disse.

— Vou fazer com o Derek. — E botou sua carteira do lado da minha.

Todos olharam indignados,mas aceitariam de bico calado. Ele simplesmente não falou nada que não tivesse haver com o assunto do trabalho,seja o que for que ele queria conversar,ali não era hora ou lugar. Começamos a fazer juntos,eram 15 perguntas de Geografia,e 15 de sociologia a serem respondidas,cada um pegou uma parte,e nos ajudavamos quando necessário,por ajudar entenda que ele tirava minhas dúvidas. A aula começava as 18:45 terminava as 20hrs,tínhamos esse horário para entregar o trabalho,nenhum desafio para nós é claro,o mesmo não podia ser dito para o resto da turma. Quando me virei para trás,notei Vitor e Jessica batendo cabeça com as perguntas,e um sentimento de satisfação me invadiu o corpo. Terminamos não era nem 19:30,entregamos o trabalho e o professor nos deixou sair da sala,ele sempre deixava quando terminava cedo. Higor disse para irmos para o pátio da escola,que a essa hora era deserto. Eu tinha certeza que a conversa seria agora,e meu coração estava quase saindo pela boca de tanto nervosismo.

Passamos pelo corredor,e descemos as escadas,e saímos para o pátio,era bem confortável ali,e era uma paz quando se estava vazio. Tinha umas árvores,e uns bancos para se sentar,o muro era bem alto,pra ninguém fugir,e a meia lua daquela noite estava bem visível dali. Higor se sentou num banco e fiz o mesmo.

— Posso te fazer uma pergunta? — Começou ele,logo após sentarmos.

— É claro. — Minha resposta saiu calma, embora eu não estivesse nem um pouco.

— Quando planejava me contar? — Perguntou ele me olhando com um olhar serio.

— Contar o que? — Dei uma de tolo.

— Sobre você e o Vitor.

Quando ele falou aquilo,eu me manti completamente calmo por fora,mas por dentro estava explodindo de medo,ele descobriu tudo,minha vida acabou.

— O que tem,somos amigos,você sabe disso faz tempo. — Tentei enrola-lo,mas não funcionou bem.

— Eu to falando de quando vocês iriam me contar que estão juntos. — Me disse já sem paciência.

— Tu ta maluco primo,eu não tenho nada com o Vitor,você ta me ofendendo. — Tentei demonstrar raiva,como se ele realmente tivesse me ofendido.

— Para de mentir Derek,ta muito óbvio pra mim,conheço vocês dois muito bem,e de uns meses pra cá estão agindo de forma muito estranha,eu já estava desconfiado desde a viagem pra gramado,mas hoje com o teu ataque de Ciumes na frente de todo mundo,tive a certeza,pode ter enganado eles com aquele papinho,mas não a mim. — Ele tentava manter a paciência.

— Eu não tava com ciumes,eu so tava brincando. — Eu não queria admitir,embora não conseguisse mais esconder.

— Logo você, que é todo envergonhado com quem não conhece,corta essa,admite logo. — Agora ele havia perdido a paciência.

Eu não sabia mais o que dizer,não podia mais esconder a verdade,não quando ela era tão óbvia. Comecei a chorar,e abaixei a cabeça,as palavras não saiam de minha boca,até que me recuperei,levantei a cabeça e finalmente criei coragem para falar:

— Quer que eu admita... Estamos juntos desde Gramado... Nos declaramos,e decidimos ficar juntos,não importa se você não aceita,e pode contar pra quem você quiser... Não vou ficar sem ele, eu o amo. — Falei devagar e serio,sem demonstrar medo,nada importava agora.

— Sinceramente,você me ofende pensando isso de mim,me conheces desde crianças,e pensa uma merda dessa de mim,que so por que sou hétero,sou contra gays,e que não acredito no amor de pessoas do mesmo sexo??, Francamente acha que eu ainda estaria falando com vocês,se fosse um desses babacas escrotos preconceituosos,e se você acha que ainda não ta na hora da nossa família saber,eu respeito isso,conte quando estiver pronto. — Ele falou com tanta calma,que eu que estranhei.

— É sério mesmo,você não tem nada contra nosso namoro? — Eu estava incrédulo.

— Não,nem o de vocês, nem o de ninguém, cada um faz o que quiser da própria vida primo,não se metendo na minha,não me importo. — Ainda falava com calma.

— Nossa primo,ta difícil de acreditar.

Ele riu,e tirou o celular do bolso,para me mostrar algo.

— O que é isso. — Perguntei.

— É um site de contos eróticos que eu acompanho,esse é o meu painel de favoritos,olha ai as histórias que eu acompanho. — Ele me entregou o celular.

Fiquei espantado,ele so acompanhava contos gays,será que ele também era,e eu nunca percebi.

— Primo,você por acaso também é gay? — Fui obrigado a perguntar.

Mais uma vez ele riu,e respondeu calmamente.

— Não,mas gosto de romances,e nesse site,os romances gays são muito bem escritos,eu achei por acaso quando estava navegando pela Internet. Eu entrei no site,mas nenhuma história hetera me atraiu,até que fui nos últimos contos publicados e vi um tal de " a primeira vista ", eu então decidi ler,mas embora não tenha entendido nada,porque o conto já estava adiantado,a história dos protagonistas era tão linda,que comecei a ler desde o início,e viciei,admito que no início era estranho ler uma história gay,mas depois se tornou normal,comecei a acompanhar outros contos depois disso,e acabei ficando viciado. Embora eu ame ler contos gays,nunca foi um mundo que me atraiu sabe,ainda gosto so de mulheres,pelo menos por enquanto,nunca se sabe o dia de amanhã né. E tudo isso pra te dizer o primo,que sou a favor do teu namoro,e vou ajudar vocês sempre que quiserem.

— Nossa primo,agora fiquei emocionado,e eu odeio ficar assim,mas dessa vez acho que não tem problema,mas so uma perguntinha,a Julia sabe disso?

— Claro que sabe,ela também lê,e gosta bastante.

— Que bom né.

— So fiquei xatiado por vocês não terem me contado do namoro. — Ele tinha um tom triste na voz agora.

— Desculpa primo,é que a gente não queria contar pra ninguém ainda,tínhamos medo da reação.

— Acho que entendo vocês,agora vamos voltar, que a terceira aula vai começar.

— Claro.

enquanto voltávamos para a sala,eu ainda tentava me recuperar do choque,revelar tudo daquele jeito,foi barra pesada,mas ainda bem que tudo terminou bem,agora eu tinha alguém com quem conversar sobre isso,e não guardaria so pra mim. Quando chegamos, Rogério estava saindo da sala,e o professor de história estava entrando,essa era sem dúvidas a pior aula,era muito chato estudar aquilo,me dava sono. A aula foi passando e Vitor me chamava,e eu não respondia,estava bravo com ele. Uma mensagem chegou no meu celular,era do primo.

— Esse mal humor todo é por causa de uma loirinha linda,ou estou enganado.

— Está certíssimo. — Respondi.

Ele riu,e guardou o celular no bolso,fiz o mesmo. Vitor continuava me chamando, e mandando mensagens,que eu não respondia. O sinal bateu e fomos pro recreio. Garotas dando em cima de mim era algo constante,que eu já estava acustumado a ignorar,mas dessa vez resolvi dar papo pra elas,e conversar bastante. Ver Vitor se roendo de Ciumes era bom,pra ele ver como era a sensação. Mas ele nao era o único com ciumes,ver Jessica com ele me dava raiva, mas dessa vez eu relevei. As últimas aulas foram de Educação física e português,as 22 o sinal bateu e fomos embora,mas entre minha casa e a escola, ainda havia um escolar. Quando estávamos lá na rua esperando pelo ônibus,Vitor chegou,e o carrapato loiro logo atrás,não falamos um com o outro, e isso já estava me deixando extremamente triste. O ônibus chegou e entramos,Vitor sentou e quando fui me sentar, a Jessica o fez antes,sentei ao lado do primo,aproveitando que hoje a Julia não veio,ele estava sozinho.

— Pode me contar o que rolou entre ele e a carrapato loira? — Perguntei após me sentar.

— Carrapato loira... Tadinha. — Ele riu. — A Jessica é muito gente boa,ela so gosta demais do Vitor,e não sabe de vocês,da um desconto pra ela,se ela souber que ele ta em outra,ela para. Eles ficaram muito amigos quando estudamos na oitava série,ela se apaixonou por ele,mas ele sempre quis so amizade,ela acabou indo pra outra escola,e voltou agora.

— Mas nunca namoraram? — Como eu estava metido.

— Não que eu saiba. — Respondeu olhando pra janela.

— E por que ele não conta pra ela que tem outra pessoa.

— Por que ele não sabe que ela gosta dele.

— E depois eu que sou ingênuo,e não percebo as coisas.

— Pois é,pra tu ve né. — Rimos juntos.

— Ela parece ser gente boa.

— Ela é sim.

Mudamos de assunto,e continuamos a conversa até eu chegar na minha casa,que ficava um pouco antes da dele,mas era pertinho. Cheguei em casa e cai na cama,que sono que eu tava,dormi feito uma pedra. Acordei com o barulho do carro do meu pai saindo da garagem. Desci pra tomar café e tinha um bilhete do meu pai.

" Filho, tive que sair pra um compromisso,volto a tarde,almoça na casa do Higor,e depois a gente se ve,te amo"

Legal,ia ficar sozinho. Tomei café da manhã e fui ver um pouco de tv,não estava mais aguentando de saudades do meu lindo,ia pra casa dele agora resolver esse problema. Me troquei,peguei a chave de casa,fechei tudo e fui pra lá. Não me agradava subir aquele morro gigante,mas fazer o que né. Apertei a campanhia e a mãe dele me atendeu.

— Bom dia dona Eliane,o Vitor está? — Eu ia tanto lá que já era de casa.

— Bom dia Derek,ele está sim,ta sentando tomando café,pode entrar.

Entrei e estava ele e o Doutor Alberto tomando café,já não tinha mais vergonha,mas depois de ontem eu estava com um pouco.

— Bom dia. — Os cumprimentei.

— Bom dia rapaz,senta ai. Respondeu Alberto.

— Bom dia. — Falou seco.

— Podemos conversar. — Perguntei.

— Ta. — Ele se levantou e saiu andando,eu o segui.

Fomos para o quarto dele, entrei e ele fechou a porta,nos olhamos serio,e o silêncio permaneceu por alguns minutos, até que eu quebrei o gelo.

— Desculpa,eu sei que fui impulsivo quando ela te beijou,mas não me aguentei.

— Eu até fiquei irritado com a tua irresponsábilidade,mas você conseguiu contornar a situação,fiquei bravo por ti ter me ignorado daquele jeito.

— E queria que eu fizesse o que,com aquela guria linda grudada em ti o tempo todo.

— Poderia ter sido mais compreensivo,ela é uma grande amiga sabia.

— Se fosse eu colado com uma garota,você também não ia gostar,e ia ficar bem irritado também.

ele ficou em silêncio,e então concordou com s cabeça.

— É, você tem razão,eu teria ficado igual,não devia ter me afastado de ti por causa dela,me perdoa? — Ele fez a famosa carinha de pidao,é impossível negar algo pra ele com aquela carinha.

— E tem como não perdoar quando se ama.

Ele sorriu,e me agarrou para um beijo suave,mas que também foi forte pela saudade,até que alguém entrou pela porta,e nos apavoramos...

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desculpa a demora,mas to escrevendo quando posso,e espero que estejam gostando. Bjs


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Comentários

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Conversando é que se entende! :) Muito bom o seu conto! Interessante o primo do Derek! Sinto-me da mesma forma, não tenho uma explicação. Não acompanho contos lésbicos nem héteros. Sou assexuada, mas o "tico" de libido que possuo só é despertado lendo histórias ou assistindo a filmes e séries gays, sempre com romance! A sexualidade humana é um mistério! Bisous e até o próximo!

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Amei. Ciumes é bom mas em excesso prejudica a relação, nada que uma boa conversa possa resolver. :)

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