Cap.11
...a porta se abre de repente. Soltei a mão dele e fui ver quem era.
- Lucas, seu porteiro ficou me perturbando, quase não consigo subir- tava morrendo de medo de ser o Ryu, mas era apenas a Juh.
- Como você está juh ?- ela sorriu
- To bem- a abracei- e você ?- nessa hora ela viu Marcos embrulhado no sofá. Ele sorriu- pelo jeito está muito bem- ela olhou pra mim com a mão na boca, com certeza pensou que tivéssemos feito mil loucuras.
- Oi juh ? Tudo bem ?- ele perguntou
- Tudo ótimo- olhei pra ela com uma cara de "não é isso que você está pensando !"
- E então juh, a que devo sua ilustre visita ?
- Vim ver se você quer ir agora naquela loja pegar a sua camisa- olhei pra ele.
- Ele pode ir ?- ela me encarou, estarrecida.
- Pode- olhei pra ela
- Deixa eu trocar essa roupa, vem aqui comigo Juh, você tem ótimo gosto
- Bondade sua- entramos no meu quarto e logo ela começou a falar- meu deus, o que ele está fazendo deitado no seu sofá ? Vocês tão de caso é ?- ri.
- Não juh, não estamos de caso. Apenas virei amigo dele, tô ajudando a tirar ele daquele buraco onde ele se meteu- ela sorriu- e ele está aqui hoje porque combinamos de ver alguns filmes juntos
- Quase que agarrados né ?- ri novamente- eu achei que você tinha raiva dele por causa daquela história de antes.
- Não. Eu não guardei rancor dele. Se aquilo não tivesse acontecido, eu não terei tido força de vontade pra emagrecer e ficar do jeito que estou hoje. E de qualquer jeito, ele precisa de alguém que o apoie e ele não tem ninguém, a não ser eu. Acredita que ele se inscreveu no CREAP- ela ficou boquiaberta.
- Mentira !
- Depois de tanto eu insistir, ele aceitou- ela sorriu
- Lucas, você não tá flertando com ele não né ?- revirei os olhos
- Claro que não. Ele é hetero, esqueceu ? Para de falar besteira e vamos logo !
TEMPO DEPOIS
DOMINGO
NARRADO POR RYU
Eu estava bastante animado. Seria a primeira vez que eu sairia com Lucas. E depois daquele beijo eu estava cheio de esperanças de que rolasse algo mais sério. Ô asiático romântico ! Peguei o carro, depois de milhões de conselhos da minha mãe e sai. Logo cheguei na frente de seu apartamento. Eu não havia feito uma incrementação pra ficar mais bonito. Na verdade eu estava bem simples. Vestia uma camisa verde estampada, uma calça jeans e um tênis. Acho que estava bonito. Subi as escadas lentamente e bati na porta. Não demorou muito e ele abriu.
- Oi- falei, um pouco envergonhado.
- Oi. Já estava te esperando- ele abriu a porta e pude ver ele, lindo como sempre. Usava sua camisa preta de uma banda de rock, ligeiramente apertada, uma calça laranja e um tênis.
- Nossa, você está bem bonito- fiquei corado logo depois de falar isso.
- Muito obrigado, vocês também está bonito. E então, podemos ir ?
- Sim- ele fechou tudo, e lentamente fomos saindo. Minha vontade era de beijar ele. Logo entramos no carro.
- Como você está ?- ele perguntou. Sorri
- Bem. E você ?
- Também bem. Estou ansioso pra chegar nessa feira. Creio que vai ser legal.
- Também acho- logo saímos.
TEMPO DEPOIS
Chegamos na feira. Pra todo lado víamos asiáticos.
- Nossa, isso vai ser tão legal- ele dizia, animado.
- Tenho certeza que sim- sorri. Logo começamos ver alguns mangás. Tinha de todos os jeitos, shouzo, shonen, shonen ai.
- Eu amo esse- disse ele, me mostrando bleach.
- Eu também- logo passamos para as barracas aonde tinha o bunraku, uma espécie de teatro feitas com bonecos- vamos ver ?- o puxei
- Claro- sentamos lá atrás e ficamos vendo o teatro, onde língua japonesa e portuguesa se misturavam. A história a contada era a do shinju, o suicídio provocado pelo amor e tragédias que alcançaram enorme sucesso no Japão. Ele olhava fascinado pro teatro. Me deu vontade de abraça-lo. Mas surpresa maior foi quando ele escorou sua cabeça em meu ombro. Só com isso já tive meu coração acelerado. Logo depois, vimos como funciona a cerimônia do chá, que parece ser tão simples, mas é complicada- você promete um dia fazer essa cerimônia do chá comigo ?- sorri.
- Sim. Mas você vai precisar de um kimono- ele fez cara de desentendido.
- Pra que ?
- Porque faz parte. Ou você pensa que kimono serve apenas pra lutar ?- ele balançou a cabeça, concordando- você ainda tem muito a aprender sobre a cultura japonesa. Vimos logo em seguida o ikebana, a arte dos arranjos florais, vimos algumas peças usadas por japoneses, ukiyo-e, pinturas japonesas, e diversos origamis, o qual ele ficou bem encantado.
- Você sabe fazer isso ?- sorriu, me mostrando.
- Os mais simples sim. Tem alguns bem complexos, que precisam de prática- ele parecia criança com um presente novo. Estava cada vez mais fascinado pelo seu sorriso. Vimos uma parte do rakugo, e um vídeo sobre as onsen, as fontes termais. Logo chegou a parte da culinária- vamos comer sushi ?- ele ficou envergonhado.
- Mas eu não sei usar os hashis
- Eu te ensino- sorriu. Compramos duas porções de sushi, e fiz ele sentar do meu lado.
- Ai gente, eu vou ficar parecendo uma criança aqui- dizia ele, emburrado.
- Vai nada, anda logo- peguei os hashis, e coloquei em sua mão- você tem que segurar eles assim- tocava levemente em sua mão, a sensação era ótima. Me aproximei- você entendeu ?
- Acho que sim- ele parecia nervoso.
- Agora tenta- ele balançou a cabeça. Tentou a primeira, não conseguiu- não, você tem que segurar assim- falei, reposicionando os hashis- tenta de novo- ele tentou, e conseguiu- eeeeeee- sorri, ele também- viu, não é tão difícil- começamos a comer. Estava ótimo. Olhava pra ele a cada instante, assim percebi que ele havia se sujado-ficou sujo aqui- falei sorrindo, ele ficou vermelho. Peguei o lenço e eu mesmo limpei. Ficamos nos olhando por alguns segundos- pronto, seu fofo, já está lim...- ele me interrompeu, com um beijo
Continua
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