Olá pessoal. Antes do capitulo começar eu quero dizer a vocês que tenho uma novidade.
Eu li os comentários anteriores e vi alguns falando que estavam com dificuldades de ler alguns capítulos e fui conferir, realmente alguns capítulos não estão abrindo, a pagina fica toda branca e só. Não sei o que aconteceu, estava tudo certinho no seu lugar e de uma hora pra outra aconteceu isso.
Um amigo me mostrou um aplicativo no celular de leitura de livros, que também tem um site na internet, o wattpad, não se conhecem, creio que sim, achei bastante interessante e resolvi criar uma conta por lá, publiquei os capítulos escritos, inclusive esse que estou publicando hoje.
Não deixarei de publicar aqui, publicarei por lá também, pra mim ficou muito mais rápido e fácil acompanhar uma historia, é bem suave de se ler e não é difícil criar uma conta para deixar comentários, basta um e-mail e pronto.
Espero que vocês possam estar acompanhando por lá também, principalmente quem acessa pelo celular, é bem fácil criar uma conta para comentar e tudo mais, não é obrigado ter facebook, basta ter um endereço de email e pronto; O capitulo 4 lá ficou como privado devido a uma organização do site, só poderão ler se tiver conta, mas os outros estão públicos. Lá eu uni o capitulo 2 e 3 para aumentar o texto, mas não o modifiquei.
Espero que gostem, experimentem, é bem simples e legal. Lembrem-se, não deixarei de publicar aqui.
Beijão e deem uma olhada por lá. Comentem e votem.
/ que aquela conversa seria muito melhor do que conversar com a Julia. Pelo o que eu pude perceber nessas poucas semanas, é que a Julia sempre se estressava quando algo saía ou tentava sair do seu controle, ainda acredito que, pelo fato de nos ter entregado para adoção e de ter brigado pelo Luan, ela acabou ficando controladora, mas de todo modo, não era ruim, não mesmo.
Já o Pedro, ele me parecia ser bem mais calmo, assim como o Luan havia me dito, ele era dois anos mais velho que a Julia e no entanto parecia bem mais do novo do que se dizia ser, e bem mais tranquilo.
Eu soltei a porta dando passagem para ele que logo a fechou, me sentei na cama e fiquei observando ele pegar a cadeira e arrastar até próximo a minha cama, ele sempre fazia isso, pegava uma cadeira para sentar-se próximo.
- eu sei o que você está tentando fazer – disse me olhando ao sentar
- eu não estou tentando fazer nada – disse calmo
- não sou a Julia, e eu já fui adolescente assim como você – disse sorrindo – você só está aqui a poucas semanas e já a conhece bem. Sabia que ela iria agir daquele jeito – disse sorrindo.
- eu não sabia – falei. Ele me olhou – eu não sabia que ela iria se estressar daquele jeito, só quero ir conversar com o Caio, ele não é nenhum assassino ou bandido e não é uma pessoa ruim, só fez escolhas ruins – falei o encarando
- eu entendo você, entendo de verdade, nós conversamos bastante com os pais do Caio quando ele bateu no Luan, só que a Julia é insegura com essas coisas, ela ama demais vocês para deixar que algo aconteça entende? – perguntou
- você tem razão, eu cheguei aqui tem pouco tempo, não conheço vocês direito, menos o Luan, aquele ali eu acho que já o conheço o bastante, enfim, eu mal os conheço, ainda estou me adaptando a tudo isso, só que é sufocante, é.... é agoniante sabe? Eu tive uma educação diferente da que o Luan e o Lúcio tem aqui, eu aprendi que devemos nos virar como podemos, que temos que ir atrás dos nossos sonhos, aprendi que, nunca deixamos ninguém que amamos para trás, que devemos proteger as pessoas que fazem parte da nossa vida e, apesar de eu ter vivido 16 anos dentro de um orfanato, momento alguém eu me senti preso, senti como se meus passos estivessem sendo contados, não é difícil se acostumar a ter uma cama boa, banheiro dentro do quarto, conforto, mas eu não consigo me acostar a ter pessoas que dizem me amar me julgando por eu ter defendido quem eu amo, pessoas me apontando o dedo sem nem ao menos conhecer meus motivos, isso dói, e dói muito – falei o encarando, algumas lagrimas escorriam dos meus olhos e dos dele.
- não sabia que você se sentia assim, e de certa forma você tem razão, é sufocante ter alguém contando seus passos, mas não queremos o seu mal, muito pelo contrário, nós te amamos, amamos muito e eu sei que, o que a Julia disse foi infeliz, mas ela doa tudo o que ela pode de si mesma, por vocês, por nós. Vamos fazer o seguinte, daqui pra frente, você quer ir a algum lugar, basta falar que conversamos, não iremos mais grudar em vocês, mas também iremos fazer o nosso papel de pais, nos preocupar com o bem estar de vocês – ele disse sorrindo
Ele se levantou e se colocou ao meu lado, Pedro me abraçou forte, beijou meus cabelos, senti algo forte dentro de mim, uma sensação boa, de alivio, uma sensação de carinho, eu o abracei forte.
- obrigado, acho que eu precisava dessa conversa – falei o olhando
- eu não sou daqueles pais ranzinzas.... Meu pai e eu nunca tivemos uma conversa assim sabe, ele sempre preferiu ditar as ordens e eu obedecia, só que eu gosto de conversar, gosto de ouvir a pessoa – ele disse rindo
- que bom, é melhor do que ter que ouvir gritos – falei rindo e limpando as lagrimas
- bom, acho que você tem que ir à casa do seu colega, tome cuidado – falou levantando
- eu acho que vou deixar para falar com ele na segunda feira, vou ficar por aqui mesmo – falei
- tem certeza? – perguntou
- tenho sim – falei
- tudo bem.... Eu vou descer, acho que a sua mãe está preparando algo para comermos – ele disse abrindo a porta.
- pai, obrigado – falei sorrindo
Ele ficou parado um minuto me olhando, depois sorriu e saiu fechando a porta. Deitei na minha cama respirando fundo, peguei o meu celular e liguei para o Breno novamente, ele não atendeu, acho que liguei umas três vezes e nada dele atender, acabei desistindo e fiquei dentro do quarto assistindo televisão.
Já se passava das nove da noite quando o Luan chegou, eu estava na sala com o Lúcio deitado em meu colo já dormindo, Pedro e Julia no outro, ele entrou sorrindo feito uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo para pôr na banheira.
- e ai garanhão, como foi? – perguntei fazendo Pedro rir e o olhar, ele estava vermelho
- foi legal, nós vimos o filme, era uma comédia romântica, comemos e conversamos, foi bom – ele disse sentando ao meu lado
- só isso? Foi bom? Não rolou beijo nem nada? – Julia perguntou
- vem, vamos subir, eles estão curiosos demais – falei levantando do sofá e o puxando pelo braço
Subimos as escadas, entramos em seu quarto e eu me joguei na cama dele enquanto ele tirava a roupa para pôr o pijama.
- me conta o que rolou – perguntei me levantando, fui até a cômoda e abri a terceira gaveta
- o que está fazendo? – perguntou
- pegando chocolate, sei que você guarda aqui – falei sorrindo. Peguei um tablete de chocolate e me deitei novamente
- bom, vimos um filmes bem legal, quer dizer, razoável, ela pareceu gostar mais do que eu, dividimos a pipoca, o que rendeu muitos toques de mãos. Ela é muito engraçada, bem diferente do colégio onde ela gruda nas amigas, bem inteligente também – ele disse colocando o short
- e o que mais? Falaram de vocês dois? Falaram e sair mais vezes? – perguntei
- sim, eu chamei ela para nossa festa de aniversário – ele disse
- que festa de aniversário? – perguntei espantado
- a que teoricamente vamos dar, foi a única coisa que passou na minha cabeça – ele disse me olhando
- e o que vai acontecer quando ela souber que não teremos festa, já vamos ganhar um carro, acha que eles vão bancar festa? – perguntei
- não sei, vale apena tentar. Até porque nunca tivemos festa de aniversário pois a mamãe não queria comemorar sem você, quem sabe ela não tope – ele disse
- serio? Nunca teve uma festa? – perguntei
- parte das coisas boas foram embora com você – ele disse deitando ao meu lado
- como assim foram embora comigo? – perguntei
- tipo, você é legal, bonito, não é medroso feito eu, é inteligente, - ele disse
- e você também é, basta querer, e você é muito mais bonito do que eu, eu, nem vem dizer que não, e é super inteligente, tem um bom papo. Se você acha que eu sou tudo isso e você não, é por que você está acostumado a deixar as pessoas dizerem isso para você, você é tudo o que eu disse e muito mais, - falei lhe olhando
- é né, quem sabe – ele disse rindo
- está bem garanhão, vai desembuchando tua ideia para essa festa ai – falei. Ele tomou o chocolate da minha mão e mordeu;
- bom, eu estava pensando em usarmos o fundo da casa, tem bastante espaço, podemos fazer tipo uma tenda sabe, com bebidas, puffs pro pessoal sentar, conversar, podemos começar de tardinha perto da piscina e terminar a noite. – ele disse
- parece legal, mas será que eles vão deixar? – perguntei
- deixa eu te contar uma coisa, você ficou 16 anos dentro de um orfanato, acha que eles vão te negar uma festa de aniversário? Claro que não – ele disse me olhando
- meu Deus, estou vendo que você não é tão inocente assim – disse sorrindo
- um pouco – falou rindo
Continuamos rindo muito até a Julia entrar no quarto e nos mandar ir dormir que estava tarde, eu queria falar com ela sobre a festa, mas o Luan preferiu deixar para o café da manhã, acabei deixando ele sozinho no quarto e me enfiei dentro do meu.
Nada do Breno, nem mensagem, nem uma ligação para perguntar o motivo de eu não ter ido, estava começando a ficar incomodado com aquilo. Quando fui dormir já era tarde, peguei no sono que nem percebi. Acordei no dia seguinte, depois do banho eu desci e todos estavam na cozinha, aquele final de semana estava tenso, muito tenso, Luan comia tranquilamente, caminhei até ele e me sentei dando bom dia a todos.
- ainda bem que você chegou – disse Pedro – Luan estava nos contando da sua ideia de fazer uma festa de aniversário – completou
Quase engasguei com minha própria saliva, eu o olhei incrédulo, ele havia dado a ideia e disse que havia sido minha, e o filho da mãe apenas sorria pra mim.
- estávamos pensando em fazer uma festa surpresa, mas já que vocês tiveram uma ideia muito melhor do que a nossa, podem fazer a festa – disse Julia
Deu certo! Filho de uma mãe. – pensei
- vocês vão fazer 17 anos e não 18, então nada de bebidas alcoólicas, não quero ninguém caindo bêbado pelo jardim nem vomitando no pátio – Pedro disse nos olhando
- isso é o de menos, conseguimos a permissão e o dinheiro pra fazer a festa, como já é quinta feira, temos muita coisa pra fazer depois da escola, acho melhor irmos logo lá pra cima organizar tudo – Luan levantou da cadeira animado
- me diz uma coisa, vocês já se inscreveram para tirar a CNH? – Pedro perguntou
- na segunda iremos nos inscrever, não se preocupem – ele disse arrastando o meu braço, só deu tempo de tomar um pouco do suco.
Subimos as escadas feito foguete, logo entramos no seu quarto, ele ligou o notebook e o trouxe pra cama onde eu me sentei.
- que negócio foi aquele lá em baixo? – perguntei
- eu te falei que eles não negariam uma festa – ele disse sorrindo
- você disse que a ideia foi minha – falei
- eu sei, soou mais dramático, o importante é que deu certo – falou me olhando
- você é malandro, que mente malvada é essa sua em – falei sorrindo
- você é a força, eu sou a mente – ele disse rindo
Dei um soco de leve em seu braço e logo procuramos coisas na internet para a festa, como armar a tenda, fizemos um planejamento grande, não poderia negar que estava empolgado, muito empolgado mesmo, seria minha primeira festa de verdade e com muita gente, Luan colocou mais de 50 pessoas na lista só do colégio, era tudo tão novo e tão bom.
No meio dessa organização meu celular tocou, olhei no visor e era o Breno, me levantei indo em direção ao banheiro e entrei nele atendendo.
- oi – falei
- o que aconteceu pra você não ter aparecido? – perguntou
- você só vem me perguntar isso agora? O que aconteceu com você ontem quando eu te liguei – perguntei
- eu tive um compromisso de última hora e o celular ficou no silencioso, mas eu fiquei te esperando – ele disse
- quer dizer que se eu tivesse ido não iria encontrar você porque você saiu, não teve nem a decência de me avisar – falei
- me desculpe, serio mesmo. – falou
- vai te catar Breno – falei rude
- olha, isso é ridículo.... Até agora só nos beijamos e já estamos brigando – ele disse calmo
- quer saber, realmente é ridículo. Eu não vou mais te incomodar, - falei
- Eduardo, calma não desliga. Posso encontrar você? Quer dizer, pode vir aqui em casa? – perguntou
- ontem você disse que era um erro – falei
- eu sei, por favor, podemos nos ver? – perguntou
Eu fiquei calado por alguns segundos.
- tudo bem, eu estou terminando algo com o Luan, te encontro mais tarde – falei
- ótimo – silencio – eu.... Eu gostei bastante do beijo – falou suspirando
- também – disse
- Edu, anda logo – Luan gritou do quarto
- nos falamos depois, tchau – falei desligando
Quando abri a porta, ele estava me esperando em frente, me olhando como se eu tivesse cara de culpado.
- desembucha – falou me olhando