Saímos do restaurante sem nem cancelar o pedido, parecia que nós dois esperávamos por aquilo há séculos. Entramos dentro do carro e lá mesmo nos beijamos.
- Pra onde você quer ir? - perguntei.
- Pra qualquer lugar, desde que eu esteja contigo - ele me disse, dando um sorrisinho e ficando vermelho.
Nós dois fomos pro meu AP sem falar nada um com o outro, já que o nervosismo não deixava. Ao chegarmos, entramos no elevador e nos olhávamos como se estivéssemos nos conhecendo naquele momento. Abri a porta do meu quarto com toda a rapidez do mundo, olhei pros lados e peguei em sua mão, onde lhe guiei até meu quarto. O joguei na cama e nós começamos a nos beijar ferozmente.
- Ale... - ele gemeu.
- Oi?
- Você tem certeza? - ele perguntou.
Naquele momento o arrependimento me tocou, novamente.
- Desculpa, você tá certo... isso que estamos fazendo é errado! - eu disse.
- Não foi isso que eu quis dizer - ele se sentou do meu lado.
- Como não?
- Ale, isso tudo é novo pra mim. Porra, eu nunca gostei de outros caras antes e, apesar de eu gostar de ti há um tempão, isso tudo de namorar e tal é muito novo. Além do mais, eu to traindo a Ju e não me sinto bem. - ele colocou a mão em minha perna.
- Eu sei. O que vai ser de nós daqui pra frente? - perguntei.
- Daqui pra frente eu não sei, mas o que você acha de eu dormir aqui com você? - ele perguntou.
Eu nem respondi, ele sabia a resposta. Assistimos um filme de ação que eu realmente não lembro o nome agora, pedimos pizza e compramos alguns refrigerantes e a nossa noite conseguiu ser perfeita, menos sem ter sexo. Claro que beijos não escaparam e eles eram como meu novo vício. E acho que dele também. Nós não conseguíamos passar cinco minutos sem se beijar. Era uma coisa louca.
Eu nem percebi que eu tinha dormido, só percebi no meio da madrugada, quando meu rosto estava afogada em seu peito liso.
- Caralho - pensei alto.
- O que foi? - ele perguntou, ainda dormindo praticamente.
- Te acordei? - perguntei.
- Teoricamente - nós dois rimos. No que você tava pensando pra soltar esse palavrão essa hora da madrugada?
- Maurício, até mês passado a gente não olhava na cara um no outro e agora a gente tá apaixonado um pelo outro. Isso não é louco? - perguntei.
- Claro que é, mas amanhã a gente conversa melhor porque eu to zonzo de sono - ele se deitou de novo. Um exemplo de fofura, pra não dizer ao contrário.
Acordei no dia seguinte e ele não tava na cama. Quase tive um treco quando pensei que eu tava sonhando. Fui até o banheiro e nada, fui na sala e a TV estava ligada e ele estava na cozinha lendo o jornal.
- Caralho - suspirei.
- Qual foi? - ele se assustou.
- Pensei que tu tinha ido embora po - eu coloquei as mãos no joelho.
- Eu não vou desgrudar mais de ti não - ele veio em minha direção e me beijou.
- Assim tu vai me deixar mal acostumado - falei.
- É exatamente o que eu quero - ele saiu me arrastando até a cozinha, onde me fez sentar na mesa.
- Diz aí, o que tu quer comer? - ele perguntou.
- Sei lá, o que tem pra comer mesmo? - perguntei.
- Tem pão, queijo, presunto e suco de laranja.
- Suco de laranja? Mas eu nem tomo suco - falei.
- Mas eu fiz
- Beleza, então eu quero.
Ele fez um pão com queijo e presunto na assadeira e colocou um copo de suco pra mim. Na hora que bebi o suco, eu quase cuspi tudo na cara dele de tão ruim que tava. Tava muito aguado e doce e pra completar ainda descobri que era suco de pacote.
- Porra, tá tão ruim assim?
- Ruim é apelido. Vem, vamos tomar café ali na esquina - puxei ele até meu quarto, onde fiz ele vestir uma roupa minha. Peguei minhas chaves, minha carteira e fomos até uma padaria que tinha na esquina de casa.
- Isso sim que é comida de verdade - eu disse.
- Te lasca, da proxima vez vou te deixar acordar com fome
- E vai ter próxima vez? - perguntei.
- Claro que vai - ele se aproximou de mim e me beijou.
- Tu tá doido? - perguntei.
- Por que?
- Por me beijar aqui
- E é crime?
- Não é crime, mas teu pai nunca aceitaria a gente
- Eu sei... perdi o sono pensando nisso ontem.
- E o que a gente faz agora?
- Já te disse, vamos curtir o presente e o futuro que se foda!
Nós comemos, conversamos e depois deixei ele em casa. Claro que ele me beijou antes de entrar em casa e disse que me via na faculdade. Fui pra casa e depois dormi mais um pouco até dar a hora de ir pra faculdade.
Nosso caso ficou nisso por uns dois meses. Ele dormia na minha casa praticamente todos os dias e no dia seguinte ia pra casa e na faculdade nós fomos nos "aproximando" gradualmente. No dia em que ia completar três meses que a gente tava enrolando, a gente tava na cantina com a galera toda reunida e ai a Letícia tava falando que ela tava ficando há um tempão com o JF e ele nunca pedia ela em namoro e foi uma discussão toda.
- Se fosse eu que tivesse sendo enrolado esse tempo todo eu terminava - falei.
Nessa hora o Maurício olhou pra mim e eu nem me toquei no que tinha dito, mas achei que ele tinha levado na esportiva, já que a gente praticamente namorava. Depois de muita discussão, nós dois estávamos com muita fome e ele disse que queria comer massa, então planejamos ir na spoleto (pra quem não sabe é um restaurante), e ai no meio do caminho ele inventou uma dor de barriga. Eu tinha ficado MUITO puto, gente, sério, muita raiva mesmo. Dei meia volta e fomos pra minha casa. Lá ele disse que era pra eu sair e comprar alguma coisa pra comer, que ele ia ficar e a gente comia lá mesmo e então muito contrariado eu fui, comprei a comida e voltei pra casa.
Quando abri a porta de casa, ele gritou meu nome e eu realmente pensei que ele tava passando mal pelo grito que ele deu. Larguei os sacos no chão e sai correndo pro meu quarto onde ele tava deitado todo embrulhado.
- Eu to mal - disse ele.
- O que tu tem?
- To com muito frio
- Desliga o ar condicionado - falei.
- Não, pega o livro tal que tá dentro da minha bolsa. Lá tem um remédio que sempre tomo.
- Quem diabos coloca remédio dentro do livro? - perguntei
- Não enrola e vai logo
Sai com MUITA raiva em direção a sala, onde peguei a sua mochila junto com seu livro. Quando eu abri, não tinha nada dentro, nenhum remédio.
- Ele só pode tá de palhaçada comigo - pensei.
Voltei pro quarto xingando ele de todos os nomes possíveis desde quando fechei o livro. Quando eu cheguei no quarto e abri a porta, ele apareceu por trás me dando um susto do caramba, encostando o seu pau duro na minha bunda.
- Porra, pra quem tava doente tu melhorou que uma beleza, né?
- Não tava doente não, só queria fazer uma coisa.
Nessa hora eu não acreditei no que eu tava ouvindo. Ele tinha mentido esse tempo todo?
- Seu filho da puta, tu pensa que tu é quem pra...
- Tu quer namorar comigo? - ele se ajoelhou e me olhou nos olhosE ai gente, mil desculpas pelo tempo que passei sem postar, é que começo de semestre é assim, trabalho, resumo, estágio, trabalho, namoro... tudo ao mesmo tempo. Espero que me entendam.
Continuem comentando, dando as notas e tal, é muito legal ver a opinião de cada um a respeito do conto e ao meu respeito também.