- Valentim- diz uma voz grave.
- Príncipe Alexandre - eu exclamo assustado.
- O que estais fazendo fora do Palácio?
- Eu só estava respirando.
- É proibida saída de escravos- ele diz me fuzilando com seus olhos azuis penetrantes que pareciam perfurar a minha alma.
- Perdoe me meu príncipe- digo com a cabeça baixa.
- Entre agora - diz ele friamente.
Eu viro as costas, mas, eu não podia evitar pensar sobre noite passada. No fundo eu sabia que eu também que tinha culpa e não podia agir como se nada tivesse acontecido.
- Como está seu...?- digo.
- Você me nocauteou covardemente. Qual é o seu problema?- diz ele irritado.
- Eu sinto muito. Eu não sei onde eu estava com a cabeça. Só estava me sentido ameaçado - Digo
Ele dar gargalhadas sarcásticas.
- Qual é garoto? Não estais aqui a passeio. Você é meu. Pertence a mim. É minha propriedade. E deve se submeter aos meus comandos. Você é só mais um ninfeto qualquer entre muitos e muitas que já deitei. Eu poderia ter te matado ali mesmo, mas, qual a graça de matar a presa se pode brincar com ela não é mesmo?- diz ele sorrindo.
- Obrigado por ter tido piedade de mim. Que os deuses o recompensem- digo me curvando.
- Você é tão falso quanto suas palavras- diz ele.
- Eu estou sendo sincero- digo
- Não posso negar que fiquei admirado com sua coragem. Ninguém nunca ousou a me desafia. Sabe quanto sangue eu já derramei?- diz ele.
- Muito- eu digo- o senhor é um guerreiro.
- Agora me diz o porquê se faz de difícil quando sabes que hora ou outra terais de se entregar. Sabes quantos queriam está no seu lugar?- diz ele.
- O meu coração tem dono senhor. É isso que me faz resistir- Eu digo.
- Amor? Ideia criada pelo fraco povo grego. O amor não existe- ele afirma.
- O Príncipe nunca se apaixonou?- pergunto curioso.
- Príncipes seduzem. Não são seduzidos. Um homem nunca pode se deixa levar por paixões. Ele se torna fraco e impotente- diz ele.
- Eu desejo que o príncipe seja acertado por uma flecha de Eros- digo
- Isso nunca irá acontecer garoto agora vá- diz ele.
- Porque não me matou? – Exclamo.
- Como poderia esquecer a sua dança? – diz ele sorrindo me deixando envergonhado. Ainda não acredito que dancei pra ele daquela forma. Eu estava movido por emoções. Não controlei os meus extintos, mas, talvez isso seja bom. Eu tenho alguma coisa que ele quer.
- Com licença alteza- digo entrando.
O meu coração está acelerado. Minha boca está seca. Minhas mãos estão suadas, mas, agora sei que devo ficar calmo pelo menos por enquanto. Ele deve apenas estar com orgulho ferido. Deve estar acostumado com todos aos seus pés. De ser desejado por todas e por todos. Não aceita ser rejeitado. Eu tenho medo, terror e tento não pensar que estou preso aqui para sempre. Eu tenho que pensar em uma estratégia de fuga. Eu não nasci para ficar preso. Nasci para ser livre como os pássaros. E eu sou capaz de qualquer coisa para conseguir isso.
Eu encontro Cesar e ele vem sorrindo em minha direção.
- Tenho ótimas notícias agora és exclusivo do príncipe. Não pode mais ser tocado por ninguém-diz ele.
Como isso pode ser possível?– eu penso.
- Você deveria estar contente. Ponha o sorriso nesse lindo rosto- diz ele tocando em meu queixo.
- Eu estou-digo.
Agora eu entendo o porquê dele não ter feito nada contra mim. O “burro manco” quer me fazer sofrer. Ele sabe que eu sou apaixonado por alguém. Ele quer abalar o meu psicológico, mas, não será por muito tempo. Eu sei que minhas orações a Atena não estão sendo em vão eu acharei o caminho para longe desse lugar. Às vezes eu sinto como se as paredes estivessem se estreitando, como se o ar que respiro fosse pesado, como se tudo estivesse escurecendo, mas, eu lembro do beijo de Augusto. E tudo passar e novamente eu firmo meus pés no chão.
Eu decido procurar algo para ocupar a minha mente. Passo por algumas moças que estão tecendo alguns carpetes, alguns garotos conversam entre si e por algum momento posso jurar que estão fazendo comentários sobre mim. Enquanto próximo há um fonte eu vejo um garoto acocado com a cabeça sobre os joelhos. Me próximo.
- Olá tudo bem?- Pergunto me ajoelhando ao seu lado.
Ele responde com gemidos abafados.
- O que aconteceu? Eu posso te ajudar? - digo tocando em seus cabelos.
- Me deixe sozinho- diz ele soluçando.
- Eu só quero ajudar. Eu não sei o que aconteceu com você, mas, pode confiar em mim-digo.
Ele me mostra sua vestimenta manchada de sangue, em cima de seu bumbum. E eu fico assustado. Eu poderia imaginar o que tinha acontecido.
- Oh Eu sinto muito por isso. Eu não sei nem o que te dizer. Quem fez isso?- digo abismado com tamanha brutalidade.
- Um guarda. Ele era sujo, fedorento, nojento e eu não pude me defender. Eu me debatia como um animal. E suplicava a sua misericórdia, mas, ele estava possuído por algo. Eu sinto tanta dor era como se eu tivesse sendo partido ao meio- diz ele gemendo.
- Você consegue levantar- digo estendendo a mão. Ele levanta e se apoia em meu ombro cambaleando. Eu o levo até uma das piscinas artificias. Meu coração aperta e a emoção toma conta de mim. Aquilo me atingia de uma forma inexplicável. Eu me via naquele garoto aparentávamos ter a mesma idade. O que me garante que eu não terei o mesmo destino que ele. Ele entra na água e passa a chorar. Eu apenas massageio seus cabelos e o deixo liberta toda a dor através das lágrimas.
- Pode chorar está tudo bem. Eu estou aqui com você. Não vou te deixar sozinho-digo segurando uma de suas mãos.
Ele adormece sobre meus braços. O coitado devia estar exausto. Eu poderia ver por suas olheiras arroxeadas. Seu rosto é calmo e sereno. Sua pele é bronzeada. Seus olhos são negros assim como seus cabelos cortados a altura dos ombros. Ele é bonito assim como todos, aliás esse é o quesito para se estar aqui. Passam-se algumas horas e eu permaneço imóvel ao lado dele como prometi. Aos poucos ele acorda. Sai da piscina e eu o entrego uma vestimenta branca igual para todos.
- Obrigado – diz ele.
- Estar tudo bem- digo o dando um sorriso amistoso.
- Você é Valentim, o exclusivo do príncipe Alexandre, certo?
- Sim e você quem é?- Pergunto.
- Saeed sou da persa, eu estou aqui há 6 meses. De onde você é?- Ele pergunta.
- Eu sou grego. Eu cheguei há poucos dias- respondo.
- Pessoas como você tem sorte, pessoas como eu são jogadas aos leões para serem engolidos- diz ele.
- Do que estais falando?
- Olhe para seus cabelos ele parecem ter uma luz própria. Sua pele é tão linda e saudável, seus olhos cor de mel, seu corpo é bonito- diz ele me desdenhando.
- Você também é bonito-digo
- Minha beleza é comum, a sua é rara. Isso é o que nós difere. Eu só sirvo para alimentar os porcos-diz ele.
- Você vale mais do que isso- digo
- Eu tinha valor quando estava entre conhecidos na persa. Aqui eu sou apenas um objeto-diz ele.
- Eu também não vim por opção, que dizer ninguém veio. Você julga que estar com um príncipe é melhor do que estar com um soldado. Pra mim eles são todos iguais e não se diferencia em nada a não ser pelo “ status”. Não é só você que é um objeto todos somos. E devemos ficar juntos um do lado do outro. Eu fui arrancando da minha família e perdi o meu amor de infância, mas, eu nunca irei desistir de um dia me ver livre desse lugar tenebroso. Você não pode desistir- falo.
- Continue sonhando só saímos daqui mortos. Você fala isso porque não teve que se deitar com vários homens ao mesmo tempo. Não foi estuprado por um ser desalmado. É um hipócrita e egoísta assim como Tamara. E de pessoas como vocês. Eu quero distância- diz ele se retirando.
- De nada- Eu digo.
Eu sei que talvez possa ter pegado pesado com ele. Só estar frágil e sensível em um momento delicado, mas, eu não aceito se chamado de egoísta. Ele não tem esse direito não conhece a minha história. E me comparando com Tamara. Aquela ser deprimente essa sim é egoísta só pensa em si própria, talvez, esse seja o meu defeito pensar demais nas pessoas e esquecer de mim.
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Alguns filósofos gregos dizem que a esperança é um sentimento ruim, pois te faz acreditar no improvável, irreal, impossível, mas, na minha concepção. É ela que nós move. A esperança de encontrar o amor verdadeiro, a esperança da liberdade, a esperança de encontrar a felicidade seja lá o que ela seja. Esse é o nosso combustível. E o que te faz seguir em frente. Se ela é um abismo sem fim. Então eu estou em queda livreOuço sons dos gongos sendo tocados provavelmente deve ser meio-dia. Hora na qual devemos nos reunir para o banquete. Quando estou nervoso eu geralmente fico faminto. Só o cheiro da comida me deixa com água na boca. Eu me sento a mesa e posso ver 10 frangos assados, 3 porcos, arroz, pão de centeio, soja ao molho de carne, frutas entre outras coisas. Eu encho o meu prato com grandes pedaços de frango, um pedaço de pão e um 3 Conchas com arroz. Eu devoro em alguns minutos. E decido repeti o prato. Ás vezes eu sou guloso, mas, de uma forma que eu não sei explicar a comida tem o poder de me acalmar. Quando fico satisfeito pego alguns morangos com mel para sobremesa. Minha barriga está estufada acho que passei dos limites. Vou para o meu quarto. Onde deito na cama, e fico pensando em minha manhã de treva. Eu estou cochilando quando ouço batidas na porta. Levanto-me como muito sacrifício.
- Tamara?- Exclamo surpreso.
- Oi precisamos conversa- Diz ela.
- Eu não tenho nada pra fala com você-digo fechando a porta e ela empurra a porta e invade o quarto
- O assunto é de teu interesse
- Fale agora não tenho tempo para suas bobagens- digo.
- Eu tenho uma proposta para te fazer.
- Proposta?-
ContinuaAviso a frequência de postagens será de 2 a 3 vezes por semana.
Beijo.