- Amor de cú é rola, caralho. Vaza da minha casa. Quem te mandou vir aqui encher o saco da minha mãe. Mãe, isso é um maluco, vou chamar a polícia.
- Calma Caleb. -Interviu minha mãe. - David, vá para a sua casa, preciso conversar com meu filho.
- Eu amo ele. Ele precisa entender isso. Eu amo ele.
- Cara. Vai saindo. - Falei impaciente.
Ele passou por mim feito um louco atarantado. Eu estava realmente começando a ficar com medo daquela reação esquisita que ele estava tendo. Nunca pensei que sentiria medo de alguém que poucos dias atrás eu só pensava sentindo tesão. Com a saída dele, tive que lidar com a inevitável reação de minha mãe.
- Você se envolveu com o David… - Começou ela.
- Me envolvi. Vou mentir não. - Falei baixando a cabeça. - Mas foram só algumas vezes, há anos que ele enche o saco.
- Desde que você é uma criança ele dá em cima de você, isso é meio doentio. Não acredito que você traiu minha confiança dessa forma Caleb. Você ama mesmo esse rapaz sem futuro e perturbado?
- Claro que não mãe. - Encarei ela perplexo. - Não sinto nada pelo David, nunca senti.
- Então o que rola entre vocês?
- Sexo. - Falei meio cauteloso. - Rolou algumas vezes, eu cortei e ele ficou maluco assim.
- Você então transou com ele? - Ela perguntou fria.
- Transei.
- Usou proteção.
- Claro mãe. - Falei impaciente.
- Olha o tom de voz. Não altere o seu tom que você está totalmente errado e as coisas só vão piorar para você se ficar mais errado ainda.
- Desculpa, eu sei que foi errado. Ele é mais velho, tem péssimos antecedentes. Desculpa, mãe.
- como se não bastassem os problemas que já tenho. Você inventa de se envolver com um perturbado mental.
- Desculpa mãe.
- Isso não vai se resolver com um “desculpa mãe” Caleb. Será que você não entende? Eu trabalho em hospital, conheço vítimas de violência, esse David age exatamente como um possível agressor.
- Calma mãe, também não é …- Tentei argumentar mas minhas palavras não saiam firmes.
- Também não é o que? Você é um moleque de 16 anos que não entende nada da vida.
- Vou pedir pro Ahnrí passar as tardes aqui comigo, para o caso de ele aparecer. - Falei.
Ela pareceu levemente tranquila.
- Qualquer aproximação do David desse apartamento você me liga, está entendendo? Eu vou lá na casa dele ter uma conversa.
Ela saiu porta afora antes mesmo que eu pudesse confirmar que ligaria se ele se aproximasse. Sentei no sofá e pus as mãos na cabeça me achando o maior idiota do mundo. Também estava com medo do David, por isso procurei o Cléber. Lembrando dele, mandei whatssapp explicando o que tinha visto quando cheguei em casa. Antes que ele mandasse uma resposta, fui para o meu quarto, tirei as roupas e entrei no banheiro. Embaixo do chuveiro era um bom lugar para se pensar na vida.
Quando o Ahnri apareceu no apartamento ao lado pensei que era um momento de sorte para mim, uma coisa tão gostosinha morando tão perto. Também adorei conhecer o Cléber, mas aquele problema do David estava estragando essas boas experiências. O que aquele imbecil queria de mim, já havia comido meu cu de todas as formas que desejou, que mais ele queria? Será que ele tinha alguma espécie de sentimento? Em minha pouca experiência, achava que não, no máximo ele devia ter algum sentimento de posse sobre mim, coitado, eu nunca fui só dele. Se ele enlouquecer de ver o Cléber metendo em mim, piraria completamente da batatinha se visse as demais experiências que já tive.
Quando sai de toalha, a porta bateu. Vou atender e é o Ahnrí.
- Ahnrí? - Indaguei surpreso.
- Oi Caleb, posso entrar um pouco? - Ele perguntou envergonhado.
- Claro. - Afirmei me afastando.
Ele entrou e eu ia convidá-lo a ir para meu quarto mas ele me segurou em pé na sala.
- Já vou ter que voltar, estou fazendo o jantar para quando minha mãe chegar com a Lu. Éra só pra pedir desculpas pelos meus modos estranhos. - Ele falou rindo e um pouco envergonhado. - Desculpa mesmo, quando te vi entrando naquele carro, pensei que era algum outro ficante seu, fiquei com um pouco de ciúme. Mas vi sua mãe entrando e ela falou que era um amigo dela.
Fiquei surpreso com as palavras dele. O Ahnrí estava sentindo ciúmes de mim após uma única ficada e isso me assustava um pouco.
- Cara…- Começei.
- Não, não fala nada. - ele falou me segurando novamente os ombros e me beijando na boca. - Estou indo, mas precisava te falar isso e te dar um beijo. - Completou ele rindo e voltando às pressas pro seu apartamento.
Fiquei parado no meio da sala feito um bobo. O beijo foi muito bom, tipo um beijo inocente roubado. O Ahnrí tinha um dom especial de pular entre o inocente e o safado com uma maestria que eu nunca tinha visto. Sai do torpo e voltei pro quarto. Ia ver no celular se o Cléber respondeu minhas mensagens. Quando peguei o celular, ouço a porta abrindo e os passos da minha mãe se dirigindo ao quarto dela. Queria ir perguntar a ela como foi a conversa mas resolvi me vestir antes.
Abro meu guarda roupa e procuro um short de casa para vestir sem cueca mesmo de repente sinto passos entrando no meu quarto, levanto e olho e é minha mãe. Sua cara está irreconhecível de raiva, a única vez que a vi com aquele olhar foi quando descobriu a traição do meu pai.
- Mãe, o que houve? - Perguntei aflito com meu coração pulsando forte de tensão, a pergunta era desnecessária, pelo olhar dela eu sabia que o David havia contado tudo e meu olhar de medo em troca deixava claro que era tudo verdade.
O ar estava tão pesado que provavelmente estilhaçaria se alguém batesse com um martelo. A tensão quebrou quando as mãos dela começam a tremer. Olho então para sua mão direita e ela segura um cinto.
- Eu nunca imaginei que você fosse tão baixo. Tão sujo. Sexo grupal, eu não te criei assim. -
Não consegui esboçar nenhuma reação, nem falar nada. Apenas encarei ela com mais medo ainda e sinto a primeira cintada no meu rosto. Doí. Doí demais. A pancada me faz cair no chão, segurando o rosto, que parece sangrar. Meu grito é acompanhado de um clamor.
- Por favor…. - Falo chorando enquanto uma tempestade de cintada desaba sobre meu corpo magro.
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Até amanhã pessoal. Um aviso, chega um momento em que a história é baseada em algo real, mas é algo real tão diferente que pensei em nem revelar isso, mas não resisti.
Bjos o abraços em todos.