Viçosa 8

Um conto erótico de Matheus Azevedo
Categoria: Homossexual
Contém 953 palavras
Data: 22/07/2014 00:23:57

Entrei no quarto de Marcos.

Era um cômodo pequeno, com uma janela grande que dava para a garagem da casa, por onde entrava o ar da noite. Tinha uma cama de solteiro, uma cômoda atulhada de roupas e pertences. Uma TV em cima da cama, um frigobar e, o que ocupava o maior espaço, um teclado grande em um pedestal, um violão e um sistema de som potente.

Na falta de maior espaço, eu me sentei na beirada da janela. O ar ali dentro era um pouco sufocado, quente, embora lá fora ventasse frio.

Na minha frente aquela figura enigmática. Alto, magro, branco, olhos azuis, cabelos pretos, os lábios apertados, o nariz reto, os dedos longos. Marcos tinha 23 anos e parecia estar acomodado em viver na casa dos pais, naquele quarto sufocante, trabalhando esporadicamente, andando de moto pela cidade, se locomovendo entre as diferentes festas em que era convidado para tocar.

Era um excelente instrumentista, é verdade. Seu gosto ia do jazz ao modão de viola, e ele era ainda melhor no teclado do que no violão. Mas faltava-lhe mais compromisso e seriedade com a vida.

Era bonito, de um jeito meio largado, meio desleixado. Era uma verdadeira fixação para o garoto de 15 anos em mim e eu o idealizava, cobiçava, almejava, em suma, estava apaixonado por ele e eu não conseguia ficar longe dele.

Não conseguia ficar parado, não conseguia me mover, meu coração era como uma bomba prestes a detonar. Havia uma chama em meu coração e eu não conseguia me saciar. Mesmo quando dormia eu sonhava com Marcos dentro da minha cabeça. Nos meus sonhos os olhos dele brilhavam, não azuis, mas de um vermelho flamejante.

Não conseguia fazer mais nada, a não ser pensar em Marcos, que se tornara uma obsessão para mim. Eu que já tivera várias na minha vida até então. Ainda criança quisera saber tudo sobre mitologia, depois sobre história medieval, depois sobre X-Men, depois sobre as obras de Tolkien e agora eu queria saber tudo sobre Marcos. Queria tê-lo, deter todo o conhecimento, dissecar a fundo, possuí-lo. Uma obsessão, no fundo, não é diferente de qualquer outra.

Ele já devia ter percebido, óbvio. Eu imaginava que não, mas eu ia à sua casa com tanta frequência que talvez fosse de se suspeitar. No início foi a pretexto de que ele me ensinasse a tocar violão, mas acabava que eu ficava assistindo ele tocar e quase nunca pegava no instrumento (Até hoje não sei nem a posição da mão para tocar as notas!)

Daí passamos a conversar bastante, invariavelmente trancados naquele quarto quente, eu sufocado pela sua presença tão próxima, pelo brilho cinza do seu olhar. Falávamos mais sobre mim, ele quase não falava nada dele. Discutíamos os meus problemas, os meus conflitos, as minhas ambições, como se estivéssemos em uma terapia, ele o analista desligado e eu o paciente adolescente doido para deitar no seu divã (Hoje penso no quão bobo eu era, mas quando se tem 15 nós não pensamos nas tolices que cometemos).

Naquele fatídico dia o quarto estava insuportavelmente abafado. Eu sentado na beirada da janela e ele jogado na cama. Marcos não falava nada. Apenas pegou o violão, dedilhou uma canção, olhou pra mim, tirou a camisa. O peito dele era mais branco do que eu pensava, os mamilos rosados, um cordão de ouro reluzente pendendo do pescoço. Era magro, o corpo delgado, poucos pelos na extremidade da barriga. Diante daquela visão, eu o desejei mais ardentemente naquele momento do em qualquer outro até então.

Talvez eu não tenha conseguido disfarçar, talvez ele tenha percebido tudo instintivamente, talvez aquilo já estivesse tudo planejado, pensado, esperado por um bom tempo, até o momento certo, o momento em que eu estivesse devidamente fisgado.

Marcos se levantou e moveu lentamente em minha direção, o olhar fixo em mim. Eu sentia tremores e pequenas convulsões em todo o meu corpo, sentado no umbral da janela. O que aconteceu depois eu não sei descrever ao certo, pois a convulsão foi para dentro do meu cérebro e tudo o que eu fazia era involuntário e/ou controlado por Marcos.

Sei que ele me segurou, me envolveu com seus braços, cheirou-me a nuca, passou a mão pelos meus cabelos, me fez arrepiar da cabeça aos dedos dos pés, me puxou para ele e me beijou. Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas quando voltei do meu torpor a um estado maior de consciência, estávamos os dois deitados na sua cama, suados, ele apenas de cueca e eu de bermuda.

Ele me arrancava suspiros e gemidos enquanto encaixava os nossos corpos. Apesar de ser tão menor que ele, parecia que nossos corpos se encontravam e se conectavam bem, formando aquela química irresistível e inegável.

Eu podia sentir o pau dele duro, em plena ereção, roçando em mim por baixo daquela fina cueca azul, ele ficava mexendo aquela coisa em mim, me queimando, me atormentando, eu tinha espasmos quando ele fazia daquele jeito.

Marcos segurou a minha mão e a levou até o cacete dele, ainda por cima da cueca, duro feito pedra, apontando em riste. Ele falava com sua voz doce no meu ouvido:

- Diga o que você fará comigo agora garotinho? Isso é culpa sua... você que me deixou assim... não é isso o que você queria?

E enquanto ele usava a minha mão para se masturbar, esfregando o pau depois em mim até gozar, encharcando sua cueca de porra, tudo que eu pedia, e eu estava praticamente rezando, era que ele fosse um homem confiável e ficasse na minha vida.

Eu precisava de um homem que segurasse a minha mão de garotinho, que não me dissesse mentiras, que me fizesse um cara feliz.


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Comentários

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Nossa que tudo!Esse capítulo foi de tirar o fôlego uauuuuuuu!Pena que tu parou na melhor parte.Posta outro capítulo logo,ancioso pra saber o que aconteceu depois.

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