Cap.3
Tentei me levantar, mas não consegui.
- Ah, não !- falei, fazendo careta de dor.
- Tudo bem, eu te carrego até o carro !- e então, aquele rosto novo me carregou no colo, até um carro desconhecido. Me ajeitou. Tava parecendo um invalido.
- O quê você vai fazer comigo ?- falei
- Calma, eu não vou te estuprar não, só vou te levar pra casa, eu sou Marco Aurélio - aos poucos ia me lembrando daquele rosto. Acho que eu já havia visto ele uma ou duas vezes na minha sala, mas ele também sempre esteve lá, desde quando cheguei no colégio.
- Ah claro, estou lembrando de vo...- de repente, ele me interrompeu, me beijou, me surpreendeu, eu mal o conhecia e ele estava me beijando. Mas o beijo dele era tão envolvente que eu nem consegui fazer nada. De repente ele me soltou, me tirando daquele transe.
- Eu sempre quis fazer isso !- falava ele, mordendo os lábios, e passando as mãos no meu rosto.
- Cara, isso foi esquisito !- aquele sorriso se desfez- mas foi ótimo.
- Eu preciso abrir meu coração com você. Eu sempre fui muito afim de você Jonas, eu acho que eu te amo... Mas eu nunca tive coragem nem de sentar do seu lado, sempre travava em qualquer tentativa de falar com você, sou muito tímido !- fiquei olhando pra ele de boca aberta, nunca esperei ouvir aquilo, e ainda mais dele.
- Como você pode me amar tanto ? Se nem me conhece direito ?- perguntei intrigado.
- É tipo um elo, parece que você é um imã, que me puxa. Eu sempre prestei muita atenção em você, sei sua data de nascimento, aonde você mora, do que você gosta, realmente, eu sou muito afim de você- falou, ajeitando meu cabelo.
Pior, é que ele sempre esteve ali, e apesar desse ser bem bonito, eu nunca me aproximei dele. Antes ele era bem franzino, mas hoje estava encorpado. Marco Aurélio era bem branco, cor de leite, loiríssimo, que usava com uma franjinha super ajustada e curta, olhos verdes, tinha a minha altura, e como disse, ele era bem encorpadinho e gostosinho. PS:Ele não é albino. É, ele era bonito. Abri um largo sorriso pra ele.
- Pelo menos alguém nesse colégio não me odeia !- falei, olhando pra ele, acariciando seu rosto. Ele sorriu.
- Vamos, eu te levo em casa.
- Você já dirige ?- perguntei.
- Já, meu pai me ensinou. Não tenha medo, eu dirijo bem.
Logo saímos daquele lugar que ainda me causava arrepios. Aos poucos ele foi me contando um pouco da sua vida. (TRILHA SONORA: TROUBLE-COLDPLAY)
- Tenho 17 anos. Eu só tenho meu pai, minha mãe faleceu 3 meses depois de eu nascer. Meu pai é assessor de um deputado, sempre disse que não ia me esquecer, que eu estava em primeiro lugar, mas aos poucos me esqueceu. Acabei criando um vínculo com Rebecca, nossa faxineira. Aquela altura, já tinha ela como mãe. Sempre tive poucos amigos, e nunca tinha me apaixonado por ninguém. Até que você surgiu aquele dia na minha sala. Desde aquele dia eu não consegui esquecer de você. Sempre, ficava olhando você passar nos corredores, passava noites em claro no meu quarto, pensando em um jeito de me aproximar de você. Tinha dias que eu ficava vendo você e aquela sua amiga, lanchando e eu ficava pensando, vai lá, fala com ele, quem sabe ele não goste de você ! Mas eu acabava indo pra sala. Tinha dias que eu ia na sua direção, mas me virava, fingia alguma coisa... pra ninguém perceber. Você embaraçou meu coração por completo Jonas ! Mesmo sem te conhecer direito, eu sinto que te amo- ele ficou sorrindo- não sei nem como eu consegui te dizer tudo isso.
- Porque eu não me apaixonei por você ein, algo me diz que você é uma pessoa sensacional. Porque tive que me apaixonar por aquele louco !- falei, chorando.
- Hoje, quando aconteceu tudo aquilo, a minha vontade era de bater em todos eles, mas não me deixaram fazer isso. Pelo menos, teve um lado bom pra mim.
- Qual ?
- Eu descobri que você é gay. Minhas chances aumentaram.
- Quem sabe, se a gente se conhecer melhor, eu não passe a gostar de você - falei, acariciando sua mão. Ele olhou pra ela, como se não acreditasse, e sorriu pra mim. Já haviamos chegado em casa. Ele me carregou de novo, até em casa. Minha mãe já esperava na sala. Ao me ver, ela deu um pulo no sofá.
- Ai meu filho, que horror ! Tá doendo muito ? Como isso aconteceu ? Não acredito que foi o Roberto que fez isso !
- Foi ele sim- falei.
- Bem, já está entregue, Tchau Jonas !
- Tchau Marco Aurélio, obrigado por ter me trazido em casa- ele sorriu
- De nada. Depois ligo pra você.
- Obrigado por ter trazido ele até aqui- minha mãe falou. Ele saiu, e ela começou a limpar meus ferimentos com um algodão- já me contaram o motivo de terem batido em você assim.
Continua
Gostaram ???