Por Favor... Me Ame! 17

Um conto erótico de Evan
Categoria: Homossexual
Contém 3678 palavras
Data: 30/06/2014 22:36:59

Capítulo 17: O começo do fim.

A explosão me jogou, de costas, até dentro da piscina vazia. Perdi todo o ar dos meus pulmões quando me estatelei no chão, minha cabeça ficou zunindo furiosamente depois que eu choquei-a na sólida rocha do fundo da piscina. Com a vista ainda borrada, devido a queda, eu consegui ver que alguns dos alunos que eu tinha salvado, também caíram dentro da piscina. Me sentei com bastante esforço, ainda atordoado, e vi que tinha uma garota que se agarrava fortemente na borda – que tinha desmoronado, em algum momento – e gritava tão horrivelmente que meus ouvidos, que já estavam zunindo, ficaram piores. Me arrastei até ela, estendi a minha mão e, quase, imediatamente ela pegou a minha mão. Seu aperto foi forte e eu comecei a puxá-la, ela se debatia e ficava impossibilitando a minha ajuda. Seus gritos já estavam começando a ficar dolorosos, cada som estridente que saia de sua boca era como se estivessem derramando óleo fervente nos meus tímpanos. Suor escorria pelo meu rosto, caindo na minha escancarada pelo esforço e nos meus olhos semicerrados, quando a água salgada do meu suor fazia contato com os meus olhos, uma puta ardência me deixava momentaneamente cego. Aquela menina parecia pesar menos que eu, mas, pendurada a uma altura consideravelmente alta, ela estava bastante pesada. O braço que eu tentava puxá-la para cima, tremia incontrolavelmente, e eu estava escorregando, o piso ainda estava molhado e minha roupa não era exatamente a prova de escorregões. Tentei olhar para trás e implorar para que mais alguém me ajudasse ali, mas, com o meu gesto, eu só consegui escorregar mais para frente. Eu também gritei quando vi que minha cabeça, meus braços e meus ombros estavam pendendo para baixo. A garota não parava de se debater! Ela deslocaria o meu braço com esses seus movimentos bruscos, peguei o outro braço dela com o meu outro braço livre e puxei.

Puxei, puxei e puxei até cair exausto, e tremendo devido ao esforço, no chão. A menina arfava do meu lado de maneira louca, a respiração dela estava tão alta que eu fiquei com medo, vai que ela estivesse passando mal. Mas quando ela se levantou, sorriu na minha direção e começou a ir na direção oposta, deixando-me ali, sozinho e cansado, eu pensei que talvez, só talvez, eu devesse ter deixado ela cair. Quando ela estava de costa eu falei: “Pelo menos me ajude essa vez, já que no rio, você preferiu me deixar morrer” ela parou, sua musculatura traseira ficou toda retesada. Ela se virou, lentamente, em minha direção e me fitou com imensos olhos, arregalados, de pavor. Estava fraco, não tinha comido nada naquela manhã, corri quase dez quilômetros dentro de mata fechada, pulando deformidades no chão, subindo e descendo declives e pequenos morros, desviando de árvores de troncos que eram três vezes mais largos que a minha altura. E acima de tudo: a preocupação com Marvo, eu tinha pouco mais de um metro e sessenta, meu minúsculo corpo de poucos músculos nãos estava perfeitamente condicionado para todos aqueles exercícios e minha mente não estava saudável bastante para raciocinar direito. Pois se eu estivesse com as minhas faculdades mentais boas eu, com toda certeza, teria deixado aquela vadia sem coração cair. Não sou Deus, mas, mesmo assim, já salvei a vida dela duas vezes. Duas! Enquanto ela iria me deixar para a minha própria sorte uma segunda chance.

Estava pensando que, se casso eu encontrasse aquela garota em mais uma situação de risco, eu, simplesmente, viraria de costa e iria embora. Mas uma parte do meu corpo sabia que aquilo não era verdade, não teria coragem o suficiente para fazer isso. Aquela roupa não ajudava em nada para melhorar a minha situação, o tecido antibalas grudava em minha pele, e a sensação que eu tinha, era de estar, totalmente, vestido em plástico. Meu corpo transpirava, mas o tecido absorvia todo o suor, deixando a roupa pesada. Aquele sol, que antes estava confortavelmente prazeroso, agora estava infernalmente quente. Quando eu pensei que o sol cozinharia de vez o meu cérebro e que a garota, definitivamente, tinha ido embora, uma sombra apareceu na minha frente, escondendo o sol escaldante atrás de si. Olhei para cima, estava sentado no chão, pernas abertas em um circulo quebrado, braços jogados debilmente na minha frente e, sem sombra de duvidas, com a pele do rosto vermelha ao extremo. Era a garota! Ela estava na minha frente, impedindo que o sol me queimasse até a morte. Sua mão estava estendida e eu acetei-a, não ia ficar ali para que alguém me encontrar e acabar, de uma vez por todas, comigo. Eu a ajudei a sair do fosso que uma vez foi uma exuberante piscina e, quando ela já estava do lado de cima e fora do fosso, ela me ajudou a subir. Acho que ela sentiu na pele como é difícil sustentar e suspender uma pessoa, por menor que seja, de uma altura inferior a sua. Vi que os homens que eu tinha acertado também não se encontravam no mesmo lugar onde deixe-os. A explosão foi tão intensa que tinha jogando-os para dentro de uma pequena área de mata que rodeava a piscina.

O prédio, que antes era um complexo de salas de aulas, estava em chamas. O pouco que restou da construção original, estava queimando. Um longo e espesso dedo de fumaça cortava o lindo céu azulado, deixando a vista macabra e o ar pesado devido a enorme quantidade de fumaça. O calor, que eu pensei que fosse do sol, estava vindo da pira que queimava incessantemente a alguns metros de distancia de onde eu estava. Mesmo eu estando longe, deu para senti o calor. Os meus cabelos estavam enegrecendo nas pontas e olhei para o lado, os pelos dos braços da garota que salvei duas vezes, estavam chamuscados. Peguei em sua mão e a arrastei dali, senão era capaz de um de nós, ou nós dois, acabássemos queimando vivos. Minha cabeça chicoteava de um lado para outro, os pelos de minha nuca estavam mais eriçados que nunca. Ainda com a mão da garota – Heide era seu nome, ela me disse quando eu perguntei, gritando, como ela se chamava – estava fortemente presa a minha. Nossos passos soavam tão estranhos quando tocavam no solo de terra batida, era quase como se estivéssemos pisando sobre um tapete extremamente felpudo. Olhei para baixo e deixei um grito esganiçado escapar de minha boca. Sangue! A terra estava mole devido ao sangue que estava ali, a areia quente brilhava, escarlate, a luz do sol.

Com a minha parada abrupta, Heide também parou, olhou para o chão e gritou. Seu grito horrorizado ecoou longamente pela área ao nosso redor. Os ecos iam diminuindo a medida que iam se embrenhando mais fundo na floresta. Encontrei a fonte que empapava o chão, era um aluno! Isso eu não tinha duvidas, ele não estava com roupas especializadas, usava apenas um fino short de tecido e uma camiseta de algodão branca. Que, infelizmente, já não estava tão branca. Suja de sangue e terra era quase impossível dizer se aquela peça de roupa era branca, mas eu sabia que era, eu tinha uma igual. Seu nariz ainda escorria sangue, assim como sua boca, finas linhas vermelhas e com cheiro característico e ferro. O tiro tinha acertado em sua garganta, mesmo eu não querendo, eu desejei com todas as forças, que ele tivesse morrido em decorrência do tiro e não sufocado em seu próprio sangue. Ver a vida te escapar e não poder fazer nada é uma forma cruel de morrer. Mas, quanto mais eu olhava para as linhas de sangue, menos eu conseguia acreditar que foi o tiro quem o matou. Me levantei, com as articulações estranhamente duras. Eu não sabia quem era aquele estirado, morto, ali no chão. Mas eu chorei pela sua morte, lágrimas tão mortas como ele próprio.

Continuamos a andar, eu agora com a arma em riste. Se eu visse alguma coisa se mexendo eu, certamente, atiraria. No nosso caminho, eu estava com intenção de levar Heide até o portão principal de entrada, o grande portão preto polido, encontramos mais algumas dezenas de mortos. Contei quatro mortos do meu acampamento, sete do inimigo e cinco estudantes comuns. Chorei pelos meus companheiros de sala de aula e pelos meus amigos de espionagem. Mesmo eu nem sabendo os nomes deles, como eram em vida, eu chorei por eles. Lagrimas que pareciam ser infinitas, queimando meu interior, para ver se eu sentia alguma dor, pelo menos um pouquinho da dor que todos eles sofreram. Heide se apoiava em mim como uma criança assustada, mas, mal sabia ela que eu estava tanto ou mais assustado que ela. Pequenas pérolas brilhantes escorriam pelo seu rosto cada vez que ela via um morto, eu via a sua reação, seus brilhantes olhos ficavam imensos, repletos de repudio, tristeza e horror. Sua boca se escancarava de maneira quase impossível, seria engraçado se não fosse trágico. Encontrei um dos meus momentos antes de morrer, ele estava sufocando, um material preto, que brilhava na luz do sol, se projetava do seu estômago. Alguém tinha esfaqueado-o! Se quer que aquilo poderia ser chamado de faca, estava mais para espada! Corri na sua direção e, mesmo com toda aquelas gentes mortas, eu só queria saber de uma pessoa, e essa em questão estava viva, assim eu esperava.

— Você viu Marvo? - Acho que ele tentou me responder, mas creio que não, ele apenas deu uma série de tossidas molhadas e começou a respirar rasamente – Me responda, por favor. Você o viu?

— Eu... eu... eu... novato, novato... não sei... Marvo – Mesmo se acabando em tosse e sangue ele conseguiu sussurrar aquelas palavras, eu tive que me esforçar para escutar e usar todas as regiões do meu cérebro para entender o que ele tinha falado – Novato... não sei, não, não, não, não... sei.

— Você é novo na companhia, é isso? — Ele confirmou com a cabeça, um ínfimo aceno – E não conhece Marvo, certo?

O seu último movimento em vida foi um anuir de cabeça e dizendo “não” repetidas vezes. Senti-me tão mal que desatei em um choro compulsivo e dolorido. Como eu tinha feito aquilo? Preocupado-me mais com outra pessoa com o cara quase morrendo em minha frente? A meu egoismo me levou a fazer aquilo, nem perguntei o seu nome! E dessa vez eu não fiz por que não quis! Suas mãos, que antes seguravam e tentavam tirar aquela faca monstruosa de dentro de si, agora pendiam, frouxas, paralelas ao seu corpo. Desculpe-me, me desculpe, me desculpe, me desculpe. Essa única frase inundava a minha mente, me deixando tão mais culpado que sentia os efeitos em meu corpo, fisicamente falando. Nem tive muito tempo para ficar de luto por ele, algum tempo depois – teria sido minutos? Segundos? Horas? — Heide me chacoalhou tão fortemente que meu estômago deu uma cambalhota indesejada.

— Levante-se, Evan! — Ela gritava, mas eu não tinha controle sobre o meu corpo, a culpa me inundava tão fortemente que simplesmente me desconcertou. Eu estava consciente da urgência em sua voz, mas não fiz nada – Levante-se! Eles estão vindo! Levanta!

Eles? Quem eram esses eles? De forma débil, minha cabeça girou na direção que ela olhava. Dois homens vinham correndo na nossa direção, montanhas vestidas com roupas de homens, mesmo os dois estando longe, aquele pensamento fez uma enorme gargalhada explodir pela minha boca. Armas apontadas em nossa direção, eu deveria saber o significado das cores que eles usavam, eu sabia o significado, mas a parte do meu cérebro estava tão paralisada pela culpa que nada vinha em minha mente. O da esquerda, atirou. O tiro e o grito assustado de Heide não foram suficientes para me tirar do meu torpor culpado. Eu só consegui voltar a mim tempos depois, mas foi tarde demais. Como eu me recusava a ficar em pé, Heide me colocou. Seu rosto estava tão próximo do meu, seu nariz tocava o meu e sua respiração quente queimava as minhas bochechas. Sorri abobalhado, não faria nada caso ela tentasse me beijar, eu queria que ela me beijasse! Oh, como queria. Vi sua boca se abrindo e em vez de prestar atenção nas palavras eu fiquei mais atento foi com os movimentos dos seus lábios, e me perguntando como seria sentir o gosto dela em minha boca.

Mas nunca pensei que o gosto dela em minha boca seria sangue. Uma hora eu olhava, encantado, para o seu belo rosto e no momento seguinte apenas o que eu via era um olho estourado, nariz estraçalhado e dentes quebrados. Seu sangue respingou sobre mim, quente e pegajoso. Ela morreu em meus braços, nem tive a chance de beijá-la. Um grito tão agoniante rasgou minha garganta, dilacerando minhas cordas vocais. Seu corpo inerte no chão estava irreconhecível, se eu não soubesse quem ela era, provavelmente, se eu fosse um outro qualquer, eu não saberia disser quem ela era. Naquele momento isso era tudo que eu queria: ser outra pessoa, mais que tudo o que já quis na vida. Isso ou que ela voltasse a viver. Seu sangue estava em minha boca, eu sentia o cheiro e uma pequena gota vermelha estava presa no meu cílio. Passei as mãos no rosto, lágrimas e sangue eram uma única coisa naquele meu gesto. Minha arma estava caída no chão, me agachei quando ouvi mais um tiro. Meu coração já estava estraçalhado novamente, e eu duvidava que tivesse concerto dessa vez. Meu corpo queimava, um sentimento tão asqueroso se apossou dos meus músculos, entrou na minha corrente sanguínea e controlou o meu cérebro. A fúria me controlava totalmente, tão furiosamente como nunca. E eu não a impedi.

Apertei o gatilho de onde estava mesmo e com uma estranha satisfação, eu vi quando o pescoço do cara da direita explodiu em sangue em pele. O outro parou por meros segundos, mas foram os segundos que custaram a sua vida. Nem hesitei, quando ele estava se preparando para atirar em mim, minha bala já estava cortando o ar a incontáveis quilômetros por hora. Acho que nem deu tempo para que ele desviasse, pois um homem normal nasce com dois olhos, mas aquele, especialmente, morreu com apenas um. Assim como a minha recém-adquirida amiga morta no chão.

— Sinto muito – Sussurrei para o corpo inerte que uma vez foi uma garota bonita – Sinto muito mesmo, sua morte foi culpa minha, então Heide, a culpa dela cai em meus ombros.

E sai andando, se eu ficasse ali eu morreria, eu sabia disso. Olhar para Heide morta ia ser a minha perdição. Eu tinha assinado sua morte, não foi o cara que apertou o gatilho da arma, fui eu, se eu não estivesse tão inundado pela culpa por outra pessoa e impedido-a de prosseguir, ela ainda estaria viva. Agora ela não teria mais filhos, nem netos, nem família alguma. A sua única família seriam os vermes que morariam em seu corpo pobre quando já estivesse enterrada. Lagrimas queimavam meu rosto. Não sabia para onde estava indo, estava naquela estrada por causa de Heide, eu iria levá-la até o portão e colocá-la em segurança do lado de fora da escola que tinha se tornado um campo de guerra, mas em vez disso eu tinha matado ela. Olhei para minhas mãos para ver se não estavam sujas de sangue assim como o meu rosto. Mas além de calos, áreas vermelhas e sujeiras e um pouco de sangue seco, eu não vi mais nada. Mais seu sangue estava lá, conseguia senti-lo quente e denso correndo pelos meus dedos e caindo no chão de terra.

Meus pés ainda me levavam na direção do portão, não sei o que era, mas alguma coisa me compelia em seguir em frente. Um passo após o outro, eu podia jurar que esses eram os sons que os meus pés faziam quando tocavam no chão. A arma pesava uma tonelada, mas eu não a colocava novamente no suporte, a estrada era rodeada pela densa floresta, quem saberia o que estava escondido atrás daqueles grossos troncos e folhas sussurrantes? Se bem que eu era um alvo bastante fácil, andando sozinho em uma estrada completamente deserta, mas eu sabia que aqueles homens eram orgulhosos demais para atirar escondidos. Os homens que mataram Heide confirmavam isso. A minha caminhada pela estrada principal pareceu menor do que da primeira vez que eu fiz aquele percurso. Antes mesmo de ver o portão eu consegui escutar vozes.

— Nos deixe sair! — Gritou uma voz esganiçada feminina.

— Se não calar essa maldita boca, sua puta! Vou quebrar todos seus dentes e depois fodê-la sem dente algum – Respondeu uma voz gutural. Horrível de se ouvir.

Uma horrível cacofonia de sons interrompeu os meus pensamentos culpados. Quando, enfim, atravessei a última curva que dava no portão eu vi a causa daquela algazarra toda. Alunos! Tantos que era quase conferir, todos os tamanhos, cores e séries, juntos ali amedrontados. Por que eles não saiam? Mas sem querer eu já sabia a resposta para minha pergunta. O portão estava fechado, grossas correntes prateadas brilhavam como um segundo sol. Vários alunos tentavam chegar perto do portão para saírem, mas quatro homens os impediam de continuar. Quatro homens que eu definitivamente conhecia. Não eram homens do meu acampamento, não, isso não. Eram professores! Educação Física, Literatura, Física e Historia. Como eu nunca tinha reparado na altura deles, nos seus corpos cheios de músculos. Uma única palavra explodiu em minha mente para responder aquela pergunta: Marvo.

— Nos deixe sair professor, por favor – Um garoto, cheio de músculos e com fartos cabelos pretos, falou – Por favor.

— Cala sua maldita boca, sua bicha! — E deu um soco no rosto dele. Mesmo de longe foi possível ver quantos dentes voaram de sua boca: três – Que isso sirva de exemplo para todos.

Acho que serviu, pois todos se calaram. Cade o guarda que ficava naquela maldita guarita? Eu tinha um péssimo pressentimento quando ele pensava nele. Já que todos os professores eram caras malvados disfarçados, por que o guarda da guarita não seria o mesmo? Aquilo não podia mais acontecer, aqueles alunos estavam assustados, vi várias meninas juntas, em um canto, chorando como se fossem morrer. Vi, também, vários rapazes derramando lágrimas como se fossem menininhas. Aquilo mexeu comigo, já chega de olhar. Aquela mesma fúria que corroeu meu ser depois da morte de Heide me assolou novamente, usei-a como combustível para fazer o que faria. Senti as pontadas em minha perna, me agachei e peguei as três facas dali. Afiadas como o inferno. Coloquei-as em minhas mãos, eram grandes para as minhas minúsculas mãos, mas, mesmo assim, eu as segurei. Andei alguns metros, enterrei bem fundo meus pés no chão e arremessei a primeira faca.

Pegou na perna do professor de Física, nem dei tempo para pensar, arremessei outra. Vários alunos caíram no chão quando viram o que eu estava fazendo, sorri, assim minha vista ficaria melhor, sem obstruções eu poderia acertar mais alvos. E arremessei a última faca, todas as três estavam no ar no espaço mínimo de tempo. O segundo a ser atingindo foi o professor de Literatura, depois o de Educação Física. Com uma agilidade felina eu dei uma série de quatro disparos, esses daqui não estavam usando nada a prova de balas. Então foi fácil matá-los, atirei mais quatro vezes para confirmar a suas mortes.

Um silencio macabro se alastrou por todos os alunos, eles me olhavam assustados, cochichavam alguma coisa para as pessoas ao lado e abriam caminho quando eu passava. Parecia um astro do rock, mas, na verdade, estava mais para anjo da morte. Nenhum deles estavam com as chaves para abri aquele cadeado, eu tinha os revistados. Então o que eu fiz em seguida foi digna de Hollywood, atirei no cadeado! Uma sequencia de sete tiros, um som agourento ecoava pela floresta cada vez que uma bala se chocava, em alta velocidade, com as correntes prateadas. No sétimo tiro as correntes caíram e eu empurrei os portões pretos polidos, eram pesados, mas a fúria era o meu combustível.

Se eu não saísse do caminho a tempo, eu, com certeza, teria sido atropelado pelas inúmeras pessoas desesperadas para saírem dali.

— Chamem a polícia! As autoridades! — Eu ficava gritando, enquanto eles passavam – A polícia! Chamem-na! Chamem-na!

Meus olhos vasculhavam aquela multidão em busca de rostos conhecidos, mas foi só isso que eu vi, conhecidos. Colegas de classe e pessoas que falavam comigo as vezes. Mas o que eu estava realmente procurando e ficando com uma crescente preocupação – não era Marvo, esse preocupava o meu ser, o meu coração, minha estrutura como ser humano -, não vi nenhum cabelo vermelho. Nenhum rosto igual ao meu, ou sequer uma pele branca como a minha. Quando a última pessoa saiu, um garoto que estava com o braços ferido devido a uma queda, e um último “Chamem a polícia” da minha parte, foi que eu percebi que meus irmãos não tinham passado por ali. Não tinham nem como disser que eu nãos os reconheci já que tinham várias pessoas amontoadas ali, mas não, como eu não reconheceria o meu próprio rosto? Esse mesmo último a sair me perguntou se eu não iria com eles, eu respondi:

— Não! — Seco e duro, um garoto decidido – Meus irmãos ainda não saíram, vão na frente, depois eu vou.

— Você que sabe – Deu de ombros – Afinal, a vida é sua, não minha.

Garoto esperto! Era a minha vida sim, mais eu tinha uma morte em minhas mãos e não teria mais três, ainda mais com gente do meu sangue envolvidos nessa confusão. Quando o garoto com o braço machucado já estava longe eu virei de costas, passei pelo portão, fechei-o com um grande estrondo metálico, encarei a estrada na minha frente. Ainda dava para voltar, só um portão de ferro estava entre a minha salvação e a minha morte certa. Meu coração batia, furiosamente, no meu peito. Marvo, Marvo, Marvo! Era o que ele dizia, não estava dando a mínima se morresse. Que morresse nos braços do meu supersoldado. Morreria feliz.

Dei um passo, mais outro e mais um depois do último.


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Comentários

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Li seus contos hj muito emocionante,me senti lendo um romance policial.

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Até que enfim o Evan deixou de ser fracote. Eu acho que não tem necessidade de citar toda hora que o Evan é pequeno, tem musculos pequenos e tals..Isso torna o conto cansativo, até porque todos que lêem o conto já sabem disso. Nota 10.

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Incrível! Maravilhosa! Sem palavras. Muito bom como sempre.Estou adorando esse nova versão do Evan,decidido, corajoso,destemido.

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Isso foi intenso muito mesmo, mas eu adorei tipo eu estou apaixonado por essa versão de fúria do Evan espero que ele ainda mate muitas pessoas muahahahaha, é serio mesmo espero que ele mate muitos inimigos principalmente Junior e o Diretor nossa isso seria incrível, só que esculta aqui rapazinho não me venha dar uma de R.R. Martin e matar todos os personagens legais OK, ta eu sei que a historia é sua e sim você esta se saindo muito bem tanto é que eu acho que essa sua historia daria um dos melhores filmes de ação que eu já vi, mas não ha necessidade de mortes de personagens principais pra isso , e eu tenho certeza que você ainda não mostrou todas as cartas tenho, certeza que você ainda tem algumas surpresas das boas nos aguardando, eu vejo centenas de possibilidades pairando em minha cabeça nesse momento para o que pode vir a seguir, talvez algumas estejam certas mas tratando-se de alguém criativo como você ainda mais sendo você um fã de R.R. Martin nunca se pode ter certeza do que vai haver, bom deixe-me encerrar mais antes eu queria agradecer por não estar demorando tanto a postar isso é realmente muito bom, então bejinhos e xau.

Atenciosamente de um fã realmente impressionado Neto.

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Nossa tipo não to preocupado com o marco nem com chaves nem com niguem mais sim com os irmãos do Evan tipo mao queria que eles morressem seria triste demais e tipo será que vamos ter a batalha entre Evan e junior ?nossa isso ta me comendo de curiosidade seria perfeito uma batalha dos dois .

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Cenas fortes! Espero que o Ev tenha um final lindo.

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Mega intenso esse capítulo, o conto está incrível.

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