- Me beija!
- Oi?!
- É isso mesmo! Me beija! Eu preciso esquecer meu ultimo beijo.
- Se é pra te ajudar.
Eu estava sentado na minha cadeira e ele na minha mesa. Ele abaixou um pouco a cabeça e nos nos beijamos.
Quando acabou ele desceu da minha mesa, puxou uma cadeira, sentou do meu lado e voltamos a nos beijar sem dizermos uma palavra.
O beijo dele era maravilhoso. Eu não era um expert em beijos, ainda não sou, mas dos quatro que havia beijado ele era o segundo melhor.
- Gostou?
- Amei!
Nós sorrimos e o sinal tocou. Assim todos os alunos entraram.
O restante das aulas correu bem. Eu estava um pouco envergonhado, mas melhor do que estava antes.
Na saída pude ver o Breno beijando o Guilherme.
Quando estava no caminho da minha casa, dessa vez sozinho já que a Lua e o Lipe teriam uma aula extra toda segunda, fui surpreendido por uma voz chamando meu nome.
- Ah! Vinicius!
- Serio? Imaginei outra reação.
- Desculpa! É que vi uma coisa bem desagradavel...
- Você é o namorado do meu primo, não é?
- É! Eu fui!
- E deixa eu ver... O motivo de vocês terem se separado foi o Breno!
- É!
- Uma coisa eu posso te dizer, ele não gosta do Guilherme.
- Eu não quero falar sobre isso!
- Ótimo! Então vamos falar sobre a gente.
- A gente?
- O nosso beijo!
- O que tem?
- Eu não quero que seja o ultimo!
Eu tremi de medo e vergonha, mas já que o Guilherme tava seguindo a vida dele...
- Eu também não!
Eu puxei ele pra perto de uma arvore que tinha no caminho e o beijei.
Foram beijos demorados com paradas curtas entre eles.
- Eu tenho que ir pra casa.
- Agora? Ta tão bom aqui!
- Eu sei! Eu adorei ficar com você, mas to com fome!
- Que tal, a gente sai comer e depois continua de onde parou?
- Tudo bem, eu aceito!
A gente foi numa lanchonete perto da minha casa e quando estavamos saindo dela o meu celular tocou era o Tadeu.
- E Thalles ataca novamente! Que boy é esse que ta com você?
- Cala a boca, Tadeu! Depois que eu chegar em casa eu te falo.
- Quem era? Perguntou o Vinicius.
- O meu irmão! Um dos...
- Você tem quantos?
- Três! O Thiago, a Taila e o chato do Tadeu que me ligou agora.
- Eu sou filho unico! Minha mãe se limitou.
- A minha também não queria muitos, mas meu pai queria! Ele ficou uns doze, treze anos sem trabalhar só pra cuidar da gente.
- Meio incomum.
- Essa é minha família.
A gente conversou enquanto andava e quando chegamos em um lugar mais reservado ele me puxou e me beijou.
- Nunca imaginei que ficaria com um garoto no mesmo da que conheci ele.
- Já eu imaginei desde que entrei na sala.
- Você tava me secando?
- Não é sempre que um garoto lindo igual você ta sentado bem ali, na minha frente.
- Agora eu to com vergonha!
A gente ficou junto até de tarde, tanto que quando cheguei em casa meu pai ja tinha chegado.
- Posso saber onde você tava?
- Eu saí com um amigo.
- Que amigo? Não foi a Luara, nem o Filipe, nem o Guilherme.
- Eu ja te falei que o Guilherme é passado! Foi um garoto novo da escola, novo na cidade e eu resolvi ajudar, pai, só isso!
- Eu vou confiar em você. Só avisa da proxima vez.
- Bom, sermão passado, recebido, agora meu irmãozinho vai subir comigo e me contar tudo! Disse o Tadeu.
- Espera que eu também quero saber. Gritou a Taila.
A gente subiu e eu contei tudo pra eles.
- Você pegou o primo do seu ex? Nossa! Disse a Taila.
- Ta pior que eu! Passando o rodo legal! Disse o Tadeu.
- Pelo amor, né, Tadeu! Eu beijei quatro caras na minha vida toda, você beija o dobro em três horas, numa boate. Você é uma bicha piriguete.
- Verdade! Não dá pra comparar.
A Taila riu, gente conversou mais um pouco e o resto da noite correu bem.
No outro dia fui a escola e a aula foi normal, só que agora eu tinha um amigo, ou algo mais.
No intervalo eu desci e o Vinicius veio atras.
- Vai me deixar sozinho?
- Achei que ja tinha aprendido andar pela escola.
- Sabe que não! Ainda preciso de você.
- Vamos então!
- Você ta estranho comigo hoje. To me sentindo usado. Ele disse enquanto caminhavamos.
Eu ri.
- Não é isso! É que eu me sinto envergonhado. Ontem eu tava agarrado em você, hoje tenho que olhar pra você, conversar.
- Bom, se não quiser conversar eu to aí pra ser só usado de novo.
- Assim eu fico com mais vergonha.
A gente chegou numa parte do patio mais distantes das pessoas e logo o Lipe e a Lua chegaram.
- Estava te procurando, coisa!
- Achou!
- Bom, eu vou ao banheiro. Disse o Vinicius.
Depois que ele se afastou a Lua me encarou.
- Quem é o gato?
- Eu também não conheço. É novo?
- É o Vinicius.
- Gostei, hein!
- Claro! Pra você é só ser garoto que vai. Disse o Lipe.
- Cala a boca! E aí, tenho chance?
- Bom, se você tem eu não sei, mas eu tive...
- Serio que você pegou?
- Caralho, hein! Desse jeito vou ter que morrer virgem. Você ta levando todos. Disse a Lua.
O Lipe e eu caímos a rir na mesma hora.
- Você virgem? Faça-me rir, Luara Pereira. Disse o Lipe.
- Realmente, alegrou meu dia. Melhor que o Zorra Total. Ah, pera! Qualquer coisa é melhor que o Zorra.
- Vocês dois são uns amores, sabia?
- Desculpa, Lua! Mas foi muito engraçado.
- Voltei!
- E eu to indo, Luiza ta me chamando! Disse o Lipe ajeitando o cabelo.
- Aquele deve ser a Felipe, né?! E você a Luara?
- Exatamente!
A gente ficou conversando até o final do intervalo e depois nos separamos.
No final da aula, ao sair da sala, encontrei no corredor o diretor que disse estar me esperando e me levou pra sala dele.
- Fala diretor! Só que já vou avisando, não fiz nada.
- Vou ser direto! O assunto é o Guilherme.
Eu levantei.
- Bom, se é pra ser direto, to indo embora. Meu dia ta muito agradavel.
- Fica!... Por favor!
Eu respirei e sentei.
- A questão é que o Guilherme não faz mais parte da minha vida.
- Ele gosta de você. Ele ta com aquele garoto, mas ele gosta de você. Você é o assunto que reina lá em casa.
- Continua.
- Ele anda tão deprimido esses dias, que eu tenho medo de acontecer o pior. Eu só queria entender o por que do termino.
- É simples! O seu filho me traiu. Depois de tudo que a gente teve. Depois de ter me pedido tanto pra não trair. Ele me traiu. E com o Breno! Mas, quer saber? Eu já superei! To em outra.
- Eu sei que eu não devo, nem posso te pedir isso, mas, por favor, conversa com ele. Tenta perdoar. Eu não suporto mais ver meu filho daquele jeito.
- E por isso eu tenho que ostentar um chifre? Não obrigado. Agora eu sair antes que fale merda pro senhor.
- Só pensa!
Eu saí e vi o Guilherme entrar, tipo, sorrateiramente.
Eu resolvi ouvir atrás da porta. Sim, eu fiz.
- Eu tentei, mas ele não quer nem ouvir falar em você.
- Mas nem um “eu ainda amo ele”?
- Só um “ele não faz mais parte da minha vida”.
- Eu não acredito! Em uma semana ele não pode ter me esquecido. Não sozinho.
Eu resolvi sair e parei de escutar atras da porta.
Eu não tinha esquecido ele. Claro que não! Mas eu não queria voltar com ele. E nem pretendia.
Eu encontrei a Lua e o Lipe no portão e nós fomos pra casa.
Li um pouco, depois assisti televisão e resolvi passear.
Passei numa sorveteria, comprei um sorvete (Serio? Serio mesmo?) e sentei na pracinha. De repente sinto duas mãos tapando os meus olhos.
- Adivinha quem é! Disse alguem distorcendo a voz.
- Sei lá! Lipe!
- Dica: como você mesmo disse, ontem você tava agarrado em mim.
- Vinicius!
Antes de tirar as mãos dos meus olhos ele me beijou.
-Vinicius, aqui não. Eu disse depois de morder o meu labio inferior como fazia sempre.
- Desculpa!... Por que você fica mordendo o labio assim?
- Sei lá! Mania, eu acho!
- Acho fofo!
Eu apenas ri.
- Bom, quer voltar lá naquela rua deserta?
- Eu não sou desse jeito. Mas vamosDicas do Dia: />
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