Bad Boy Saga 2----Os Instrumentos da Morte-- Parte 3
Eu também não deixaria nada de ruim acontecer com ele. Aquela noite, a gente apenas dormiu agarradinhos um ao outro, mas certa hora da madrugada eu levantei para ir ao banheiro e quando voltei, ele estava na maior folga tomando conta da cama inteira. A minha cama era de solteiro então eu puxei o colchão de reserva que ficava embaixo da cama e peguei um travesseiro no meu guarda-roupa e depois eu apaguei. Aquele restinho da madrugada eu sonhei.
Eu sonhava com ele. Eu estava em um cenário maravilhoso. O céu era azul e a grama verde. Eu estava à beira de um rio cristalino e do outro lado eu via Josh olhando e sorrindo para mim. Ele estendeu sua mão, pedindo que eu fosse até ele. Eu comecei a atravessar á água, mas conforme eu avançava mais fundo ia ficando. Na metade do rio, á água batia em meu pescoço. Eu nunca fui bom em nadar ou mergulhar e então á água começou a me carregar para as partes onde eu não conseguia tocar o pé no fundo. E então eu afundei. Eu mantinha meus olhos abertos embaixo da água e eu via o azul marinho profundo. Eu não estava aguentando mais segurar a respiração, mas foi ai que senti uma mão me puxar para a superfície. Ele me abraçou. Eu sentia sua respiração ofegante em meu pescoço.
Acordei com aquele bom humor, e triste pelo sonho ter acabado. Olhei para a minha cama e ele dormia tão bonitinho, todo encolhidinho que me deu vontade de apertar ou de beliscá-lo, mas a única coisa que eu fiz foi dar um beijo no pescoço dele e outro no rosto. Ele sorriu.
- Está acordado? Pensei que estava dormindo. – Eu disse.
- Acordei com seu beijo. – Ele disse e me puxou para cima dele. – Fica aqui comigo.
- Amor, acabei de acordar. – Eu disse encostando minha cabeça no ombro dele. - Se eu for deitar, vou acabar dormindo de novo.
- Há só um pouquinho. Por favorzinho. Você vai deixar seu garoto triste vai? – Ele disse alisando minha cabeça e depois as minhas costas. – Sua mãe e seu pai já devem ter ido á praia e a gente pode ficar de boa.
Eu não resisti. Deitei do lado dele e o abracei.
- Eu amo deitar assim com você. – Eu disse. – Não tem coisa melhor.
- Eu também amo meu lindo. Por que você não dormiu comigo? – Ele perguntou.
- Eu levantei para ir ao banheiro de madrugada e quando voltei, você estava tão bonitinho dormindo tomando conta da cama inteira que acabei deixando você dormindo em paz. Não queria acordá-lo. – Eu respondi. – E eu sonhei com você essa noite. Foi um sonho bom. Você era meu anjo protetor. Salvou minha vida.
Eu não vi, mas sabia que ele estava sorrindo. Ele alisava minhas costas de uma forma tão carinhosa que me deixava mais relaxado e meio que sonolento. Eu fiquei alguns minutos ali com ele e depois levantei. De fato, meus pais já haviam partido e apenas o Andrew e a Gina estavam em casa. Depois que a Gina saiu, eu me senti totalmente livre e com isso eu beijei muito o Josh no sofá da sala de estar enquanto assistíamos aqueles programas tediosos da manhã.
- E então? Como vai ser o nosso dia? – Ele perguntou enquanto eu estava deitado em seu colo e ele alisando minha barriga. – Tem alguma coisa legal em mente para a gente fazer?
- Sei lá príncipe... Vamos sair? Ficar aqui? Assistir um filme de terror... Sei lá. – Eu respondi. – O que você quer fazer? É só dizer.
- Desde que você fique aqui do meu lado o dia inteiro, eu estou de boa. – Ele disse me dando um beijinho rápido na boca. – Sem você eu não tenho alegria. Não tenho nada.
Meu domingo tinha sido ótimo. E como não seria? Ele estava comigo. Pena que de tarde, Josh teve que ir para sua casa. Minha mãe e meu pai chegaram da praia de tarde também e a Gina... Bem... Ela é ela. Deve estar curtindo com o namorado pamonha dela. Minha mãe tinha temperado uma carne para a gente assar na hora do jantar. Apenas minha mãe jantava incomodada por que á Gina não tinha voltado ainda. Aquilo estava me incomodando. E o Andrew também pelo o que eu percebia.
- Qual é mãe. Deixa a Gina com a droga do namorado dela. – Andrew disse nervoso. – A senhora não acha que tem que nos deixar um pouco mais... Livres. Não há um dia que passa sem a senhora brigar com um de nós por bobeira. E depois acham ruim por que eu tinha ficado mais estúpido e que tinha deixado minhas notas caírem. Isso é irritante e às vezes deixa a gente com muita raiva. A Gina é adolescente, eu sou adolescente e o Junior é adolescente e o que pessoas como nós fazem? Poxa vida.
- Olha é bom você segurar a sua língua garoto! – Exclamou minha mãe nervosa. – Acha que você tem algum direito aqui? Acha que vou deixar vocês saírem para fazer baderna a noite toda e chegarem a hora que querem? Eu quero apenas o bem de vocês. Vou pegar no pé, vou proibir sim o que é errado e que pode prejudicar vocês. Minha casa e minhas regras não é Alisson?
Meu pai apenas assentiu com a cabeça concordando. Meu pai sempre tentava fugir de brigas ou coisa parecida.
- Quer dizer então que se eu contasse que eu estou namorando um garoto, vocês vão me proibir de vê-lo? – Eu perguntei largando o garfo no prato e perdendo o apetite. – A senhora acabou de dizer que vai proibir tudo o que é errado. Aos olhos de vocês, tenho certeza que é errado um garoto namorar outro.
Meu irmão, o Alisson e minha mãe me encararam.
- Mas que diabos você quer dizer com isso? – Meu pai perguntou sério. – Você está dizendo o que eu acho que está ou é apenas um exemplo? É bom que seja apenas um exemplo mocinho ou...
- Ou o que? – Eu perguntei com um tom de voz alto. Minha mãe estava me encarando pasma. – Você acha que eu sou mais errado do que você? Diz Alisson! Ou devo lembrá-lo dos seus maiores erros? Devo contar á todos aqui?
- Contar o que querido? – Minha mãe perguntou encarando o Alisson.
- É pai. O que? – Andrew perguntou encarando o Alisson também, mas eu sabia que ele não estava curioso. Apenas estava tentando arrumar um tempo para mim pensar em uma saída.
Alisson parecia sem palavras.
- Eu trai você amor. – Ele disse olhando para minha mãe.
Andrew mudou a expressão dele para espanto misturado com raiva. Minha mãe parecia sem ação, mas percebi o quanto ela estava acabada por dentro.
- Eu sei que agora você não vai mais querer olhar em minha cara e eu... – Disse Alisson para a minha mãe, mas Andrew o cortou.
- Como você pode! – Ele exclamou se levantando. – Você não presta! Sempre achei que você era algo bom... Eu estava enganado!
- Filho, me desculpe. Todos vocês. Eu... – Disse Alisson parecendo desesperado.
Ele se levantou da mesa de estar e caminhou para o quarto dele. Eu não sabia o que fazer. Eu só queria que todos me entendessem e eu tinha acabado de destruir tudo. Minha família. Eu tinha destruído minha família. Minha mãe estava chorando á mesa e o Andrew estava dando voltas pela cozinha e ele parecia muito zangado. A porta da sala de estar se abriu de uma vez e a Gina entrou desesperada.
- O que aconteceu? Cadê o papai? – Ela perguntou. – Ele me ligou agora dizendo que me ama, pedindo desculpas e disse adeus...
Um som metálico ecoou pela casa no andar de cima. A verdade era que o Alisson tinha uma pistola que ele guardava no guarda-roupa do quarto em caso de emergência. Àquela hora eu já sabia o que tinha acontecido e metade da minha vida tinha acabado ali naquele momento, com um simples som metálico disparado de uma pistolaNO DIA SEGUINTEEu não conseguia acreditar que ele tinha feito aquilo. Não conseguia acreditar que ele tinha atirado em si próprio. Eu olhava enquanto carregavam o seu caixão. Eu me culpava mais do que tudo. Eu tinha matado meu próprio pai. Agora eu sabia o quanto ele amava a nossa família. Provavelmente ele sabia que todos iriam odiá-lo por causa da verdade e por isso atirou em si próprio. A Gina estava abraçada com minha mãe. As duas choravam. Eu nunca queria sentir a dor que minha mãe estava sentindo aquele momento. Ela era uma guerreira. Andrew não chorava, mas eu sabia que ele se culpava mais do que eu. Josh estava segurando a minha mão.
- Eu fiz isso Josh. – E disse á ele com lagrimas nos olhos. – Eu o matei. Eu destrui a minha família. Eu prometi á ele que ia ficar entre mim e ele. Eu quebrei a promessa.
Josh me abraçou forte.
- Não fale isso Junior. Sei a dor que deve estar sentindo nesse momento, mas a culpa não é sua. Seu pai se matou por que ele quis. – Ele me disse.
- Você não entende. Eu dei o motivo. – Eu disse. – Eu só queria reverter tudo. Voltar atrás. Mudar tudo isso. Se eu não estivesse tocado no assunto... Se eu não estivesse mencionado nada ontem, meu pai estaria vivo.
- Por favor Junior. – Disse Josh. – Eu não consigo te ver assim. Está me matando com seu sofrimento. Você sabe que não teve culpa. Você só esta triste, magoado e isso faz você pensar que é o culpado. E não se pode voltar ao passado. E nem viver nele. Ou ele vai acabar te destruindo também. Eu estou aqui, pode chorar em meu ombro a hora que quiser. Eu vou estar sempre com você e eu não consigo ficar bem se você não conseguir ficar também.
- Eu queria estar perto quando você se confessasse para a família Junior. – Disse Andrew me alcançando na caminhada até onde iriam enterrar meu pai. – Mas eu não sabia que seria assim. Só agora eu vejo o valor que meu pai tinha. Ele errou, mas ele estava arrependido. Eu sabia disso. Eu sabia que ele estava arrependido do que fez e mesmo assim eu briguei com ele. Eu tive ódio dele. Ele se matou por que não suportava ser odiado pelas pessoas que ele amava. A família dele. Talvez se eu não estivesse falado nada, ele não teria feito isso. Ele não teria tirado á própria vida.
- Vocês não têm culpa. – Disse Josh. – Não podem viver se culpando. Nenhum de vocês. Olha, eu sempre estarei dando força se precisarem. Tanto para você Junior quanto para você Andrew. Vocês dois fazem parte da minha família e preciso que vocês fiquem bem. Preciso de vocês.
Apesar das circunstâncias, eu sabia que era idiotice da minha parte, mas eu tinha ficado com ciúmes aquele momentoENQUANTO ISSO, NUM LUGAR DISTANTE DA CASA DO JUNIOR...
- Garoto idiota! – Exclamou a voz masculina enquanto acariciava seu gato preto em sua poltrona aconchegante. – Se não estivesse interrompido meus planos aquela noite, eu estaria com aquele pingente poderoso e já teria conseguido o que queria, não é verdade Perley? Aquele idiota do Valter! Eu avisei á ele para não colocar o pingente no pescoço... Mas parece que ele não me ouviu... E agora o pingente desapareceu e eu preciso encontrá-lo o mais rápido possível. Mas eu ainda tenho cartas em minhas mãos. Há Junior... Vai se arrepender por ter atrasado meus planos!CONTINUA
Wont Power - Produções™ e Eduardo Sampaio: OS INSTRUMENTOS DA MORTE.
Desculpe-nos os erros ortográficos e de gramática.
ATT. Wont Power Produções