Continua...
Narrador:Vitor
O que estava acontecendo?Onde eu estou?
Para todos os lugares que eu olhava,eu via pessoas,carros e motos.Eu estava em uma avenida!Mais como eu cheguei la?
A única coisa que me lembro e que o meu nome é Vitor,e o resto parece um borraõ branco.
Caminhei sem rumo por entre as pessoas tentando obter ajuda,mais ela simplesmente me ignoravam como se não me vissem.Isso não era possível,pois eu apesar de estar ferido,podia me apalpar,me sentir,então eu estava vivo.
Depois de um longo tempo caminhando por entre as pessoas,parei ao pé de uma árvore para descansar.Uma mulher alva e de cabelos pretos,veio ate mim e me observou.
-Ola!-ela disse abrindo um sorriso.
-Até que enfim,alguém que resolveu não me ignorar.-Eu disse me colocando em pé,meu corpo gritou de dor,mais eu ignorei.
-Mais eles não estão te ignorando!-Ela disse lentamente.
-Não?-eu perguntei sem entender.
-Não,eles somente não podem lhe ver,pois estão encarnados.-Ela respondeu
-Encarnados?Como assim?-Eu perguntei surpreso.
-Encarnado e quando o espírito ainda está no mundo dos vivos.Quando ele se desprende da casca material,ele passa ao mundo dos desencarnados.-Ela respondeu pacientemente.
-Eu estou morto,e isso?-eu perguntei assustado.
-Vem,vou te levar a um lugar.Lá voce vai ter todas as respostas que quiser.-Ela respondeu estendendo a mão para mim.
-Que lugar?-eu perguntei
-Confie em mim!-ela respondeu em um tom bondoso.
Peguei em sua mão e senti uma energia boa pecorrer o meu corpo.Depois de alguns minutos era como se estivessemos voando,mais ela me disse que estavamos volitando.
Após alguns minutos chegamos a um enorme portão dourado,nos entramos e ela me levou a uma casa branca que havia nos fundos do jardim.
-Ola Milena!-A mulher que estava comigo disse sorrindo para uma que que estava em uma cadeira.
-Ola Julia,o que deseja?-ela perguntou abrindo um sorriso.
-Quero lhe pedir que cuide aqui do nosso visitante.Cuide das feridas dele e lhe dê uma roupa para vestir.Em seguida leve-o para um chalé temporário!-Julia respondeu.
-Claro Julia!-Milena disse vindo ate mim e pegando pela minha mão e puxando.
Júlia me deu um tchau acompanhado de um sorriso e saiu.Milena me mandou deitar em uma maca,e em seguida começou a passar as mãos pelo meu corpo.
Feixes de luz azul e verde saiam da sua mão.Meu corpo foi relaxando a cada minuto,até que não senti mais nenhuma dor e meus ferimentos haviam desaparecidos.
Depois ela me chamou e me levou em direção a umas casas verdes.O jardim era cheio de varios tipos de flores,o que lhe dava um toque colorido,sem falar no perfume que era magnífico,melhor que todos os perfumes mais caros que eu ja havia visto.
Milena parou em frente a um chalé verde e o abriu me puxando para dentro.
-Acho que este serve!-Ela disse parando em frente a uma estante e pegando um pacote e colocando nas minhas mãos.
Depois ela me levou ate um chalé azul.Milena mandou que eu trocasse de roupa e esperasse Júlia vir me ver.
Após vestir a roupa;uma camisa branca,uma calça verde clara e calçar uma sandália.Me deitei na cama e observei o teto redondo acima de mim.
Naquele momento eu percebi o quanto estava cansado,mais me obriguei a ficar acordado,pois ainda queria respostas.Depois de uns minutos ja nao conseguia mais lutar contra o sono e acabei dormindo.
Não sei quanto tempo se passou,até quando eu acordei com uma luz brilhante.Quando consegui me lembrar aonde eu estava,eu me levantei indo até a sala de estar,e percebi que a luz forte que eu estava vendo era apenas a iluminação da sala.
-Julia?-eu chamei ao ver a mulher alva,que estava sentada ali.
-O dorminhoco acordou!-Ela disse enquanto se levantava e vinha até mim.
-Tava cansado,desculpa!-Eu disse envergonhado.
-Não tem do que se desculpar querido!Agora vamos,o Olavo está esperando.-Ela disse indo em direção a porta.
-Quem e Olavo?-eu perguntei a acompanhando.
-Nosso mentor espiritual,uma espécie de conselhereiro e administrador.-Ela respondeu pegando na minha mão.
Depois de alguns minutos entramos em um chalé branco que havia no meio do jardim,e paramos em uma sala que havia no fundo.
Julia bateu e em seguida abriu a porta,me empurrando para dentro.
-Você não vem?-eu perguntei olhando pra ela.
-É uma conversa em particular entre vocês dois,nós vemos la fora.-Ela respondeu enquanto fechava a porta.
Eu me virei para o homem moreno sentado em um sofá branco.Ele sorriu e fez sinal para eu me sentar junto com ele.
-Seja bem vindo Vitor!-Disse ele fazendo um sinal para eu me sentar.
-Obrigado!-eu disse me sentando ao lado dele.
-Você deve ter muitas perguntas,não e?-ele perguntou enquanto abria um sorriso.
-O senhor não imagina quantas.-Eu respondi me sentindo mais relaxado.
-Você ja viu o nosso jardim?-ele perguntou apontando para uma janela.
-Sim,mais o que o jardim tem a ver comigo?-eu respondi me sentindo confuso,sem saber o que aquilo tinha a ver comigo.
-Vitor a nossa vida é semelhante a um jardim.Temos em nossas mãos a
cada dia novas sementes.Cada uma delas representa um sentimento,
sentimentos bons e também sentimentos ruins...Se a cada sol
que nascer soubermos cultivar bem cada sementinha do nosso jardim, o mesmo sempre estará cheio de belas
flores.-Ele respondeu dando um sorriso.
-E eu,cultivei o meu jardim com que sementes?-Eu perguntei começando a entender o que ele queria dizer.
-Vitor a vida te deu várias sementes,mais você escolheu cultivar o odio,o rancor e a ganância.Esses sentimentos cresceram e criaram raizes dentro de você,transformando em um homem cruel.Várias vezes a vida te deu uma chance de mudar,mais você não quis e suas escolhas te trouxeram até aqui.-Ele disse lentamente.
-Eu estou morto?-eu perguntei assustado,enquanto tentava assimilar as palavras dele.
-Vitor quem morre é o corpo organico,o espirito e eterno,ele volta para perto do criador,quando seu corpo volta para a terra.-ele respondeu lentamente.
-O que vai acontecer comigo agorà?-eu perguntei triste.
-Por enquanto voce não podera ficar aqui,antes terá que cumprir uma tarefa,para assim poder recomeçar.-Ele respondeu fazendo sinal para um homem que estava encostado na porta e que eu não havia visto entrar.
-Que tarefa?-eu perguntei ansioso.
-Não se preocupe,na hora certa saberá.O Daniel levará-o de volta a terra.Tome cuidado a terra e ruim para espíritos recém-desencarnados.Boa sorte!-Ele respondeu indo em direção a porta.
O Daniel fez um sinal e se encaminhou para uma porta pequena que havia a um canto.Eu acompanhei sabendo que mesmo que teimasse em ficar,não teria mais respostas.
Depois que chegamos ao jardim,o Daniel pegou no meu braço e me trouxe até a terra,como eu havia ido com a Júlia;volitando.Ele se despediu de mim e em seguida desapareceu.
Eu respirei fundo,pensando na Júlia,eu nem havia me despedido dela.
-Vitor?-um homen que estava sentado em uma calçada me chamou.
-Olha,se foi o Olavo que te mandou...-eu tentei dizer
-Não,não foi o Olavo que me mandou...Eu vim como um guia e mensageiro,então fica calmo rapazinho.-Ele interrompeu se aproximando de mim.
-Desculpa,e que eu to meio confuso.-Eu disse sem nenhuma vontade de discutir.
-Entendo!E ai você vai pra onde?-Ele perguntou parando e me encarando.
-Sei lá!-eu respondi irritado,balançando a cabeça.
-Vitor eu entendo a sua raiva,e ruim não se lembrar de nada,nem de ninguém.Mais você precisa ter paciência.-Ele disse lentamente.
-Acho que é uma virtude que eu não tenho...Mais o Olavo falou de uma missão,que missão é essa?-eu perguntei esperando uma resposta que esclarecesse algo.
-Eu não posso te contar,assim ficaria facil demais,mais é em relação ao tempo que você ficou na terra.-Ele respondeu dando uma gargalhada,enquanto andava.
-Então o que você está fazendo aqui?-eu perguntei irritado enquanto tentava acompanha-lo.
-Vim te dar um empurrãozinho,afinal você tem um prazo.-Ele respondeu andando mais depressa.
-Que prazo?-eu perguntei surpreso,enquanto o acompanhava.
-Vitor as suas escolhas te levaram por um caminho sem volta.Várias vezes você teve chances de mudar tudo e recomeçar,mais você insistiu.Agora você tem que repensar os seus atos,e pra isso,você tem um prazo.É a unica forma de você poder recomeçar.-Ele respondeu em tom serio.
Eu continuei o acompanhando em silêncio,relembrando as palavras do Olavo e daquele desconhecido.
-Pare!-Ele disse em tom urgente.
-O que foi?-eu perguntei assustado.
-E aqui que você tem que ficar.-Ele respondeu apontando para uma casa branca.
-Por que?-eu perguntei observando a casa.
-Vitor você tem que encontrar o caminho de volta.Mais pra encontrar esse caminho,você tem que repensar sobre os seus atos,sobre tudo o que você fez.Lembre-se;nem sempre e tarde pra se arrepender e aprender algo.Confie naquele que te criou,ele só quer a sua evolução.-Ele disse ignorando a minha pergunta,me encarando ansioso.
-Mais por onde começar,senão me lembro de nada?-eu perguntei
-Nessa casa há um garoto chamado,Felipe.Esse garoto te fez uma promessa há muitos anos atrás,e em breve chegará a hora de ele cumpri-la,mais até lá,ele sera um elo que te ligará ao mundo dos encarnados e por isso será a unica pessoa capaz de te ajudar.-Ele respondeu apontando para a casa.
-Mais como entrarei ali?Deve estar trancada!-Eu disse tentando arrumar uma desculpa para ficar ali e tentar arrancar mais resposta.
-E só atravessar a parede.-ele respondeu sorrindo,como se atravessar uma parede fosse a coisa mais facil do mundo.
Eu fiquei ali parado,observando ele se afastar e ir sumindo aos poucos.Depois caminhei ate a parede,respirei fundo,fechei os olhos e fui.
Quando abri os olhos estava em uma sala branca,com tudo branco.Após observar por alguns minutos,subi e entrei no primeiro quarto que eu vi,fui ate a Janela e observei a rua e a cidade lá em baixo.
Naquele momento um rapaz moreno claro,entrou no quarto e ficou me observando.
Ele não era um espírito;pois havia aberto a porta com as mãos,o que me deixou extremamente aliviado,pois estava cansado de lidar com eles.
O rapaz me olhou mais uma vez e soltou um grito que ecoou pelo quarto.
Enquanto eu o observava,eu soube que dali para frente,nada ia ser facil.Ele era um encarnado,e eu um espírito.Iamos ter que aprender a conviver um com o outro,e pelo seu olhar assustado,eu adivinhava que ele não estava pronto pra isso.
Me virei para a janela e observei o céu.Pela frente viria uma longa jornada,e eu sentia medo por mim,e por incrível que seja,por ele também.
Continua&&&&&Bromi,Love Boy,Thiago Silva,dcarlossp,Geo Mateus,P3dr0r!ck,juh#juh e Edu19/15 obrigado pelos comentarios e as notas.
Ru/Ruanito lembro que desde primeiro capitulo,está bem claro que o Felipe namora a Juliana.Ele ainda não se entende por gay,pois isso é algo que ele vai se descobrir nos próximos capitulos.
Obrigado a todos que leram,por favor deixem seus comentarios e a até a próxima.