Capítulo Trinta e Quatro
HALLOWEEN
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Havia se duas semanas. Finalmente meu relacionamento com Fritz parecia estar engajado. Nós não brigávamos mais e meu pai tinha consegui o emprego de volta. Eu senti apenas uma mudança nesse tempo. Kenn não era tão meu amigo mais. Eu acho que é por causa do meu namoro com Fritz, mas fazer o que? Eu poderia obriga-lo a voltar a ser meu amigo...
Todos os meus machucados tinham melhorado, minhas unhas tinham crescido outra vez e eu e Fritz tínhamos transado pela primeira vez em um mês na semana passada que foi quando eu tive certeza de que estava tudo bem comigo. Fritz tinha me perguntado como eu tinha me machucado, mas eu disse apenas que tinha sido alguma coisa que eu comi que tinha me machucado muito por dentro. Eu tinha pesquisado bastante antes de dizer isso, afinal ele é médico e poderia descobrir uma mentira na hora, mas ele caiu e não perguntou mais.
Meu pai e eu íamos ao psicólogo duas vezes por semana, meu pai só tinha melhorado desde que ele tinha começado a ir e eu também começava a parar de ter pesadelos. Eu estava acordando todas as noites gritando com um pesadelo horrível em que eu era enterrado vivo e não conseguia gritar para que parassem o enterro. Meu psicólogo tinha me dito que isso tinha a ver com o fato de impotência durante o estupro. E esses pesadelos iam desaparecendo aos poucos e eu já não acordava mais gritado fazia uma semana.
Estava chegando o dia da viagem e a audiência tinha sido remarcada do dia 9 para o dia 31 então todos viajariam dia 30.
Era dia 29. Eu fui trabalhar e a primeira pessoa a chegar não foi Adam e sim Leon, um amigo de Adam que sempre vinha para ir para New York.
- bom dia – falou Leon.
- bom dia, aceita ao algo para beber?
- não, obrigado – falou ele com um sorriso no rosto. – Adam já chegou?
- ainda não Sr. Leon, mas ele deve estar chegando.
Ele então se sentou nas poltronas e às vezes tossia e eu resolvi conversar com ele.
- o senhor vai viajar com eles amanhã?
- sim. – respondeu ele tossindo mais um pouco.
- Adam me disse que vocês se conheceram na faculdade?
- sim, quando cursávamos Direito.
- nesse caso você está sendo um dos advogados?
- sim – respondeu ele.
Logo o elevador parou e de dentro saiu Adam.
- bom dia Mike.
Respondi e Adam foi até Leon e eles apertaram a mão.
- chegou mais cedo hein?
- foi sim, infelizmente marquei meu voo para um dia antes e resolvi não remarcar.
- ótimo – falou Adam. – Mike, você pode, por favor, ia ao 7º andar e arrumar a sala de reuniões? Vamos ter uma reunião de urgência agora cedo.
- quantas pessoas? – perguntei.
- nove pessoas. Eu, Xavier, Gray, Steve, Fritz, Vanessa, Leon, Kenn e Você.
- ok – falei pegando minha agenda eletrônica e a chave da sala de reunião e indo até o 7º andar. Eu arrumei a sala, abasteci o frigobar e assim que estava tudo pronto voltei para o 20º andar. Todos já estavam lá.
- Mike a sala está pronta? – perguntou Adam.
- sim senhor.
- então vamos todos, por favor.
Todos nós entramos no elevador e ele foi até a sala do 7º andar.
- bom dia – falou Fritz.
- bom dia – respondi.
Nós saímos do elevador e entramos na sala de reuniões que tinha paredes de vidro em três dos quatro lados.
Todos nos sentamos.
- bom dia – falou Adam. – estou aqui para dar um aviso para vocês, eu recebi uma ligação ontem que vai afetar nossa viagem amanhã.
- como assim? – perguntou Gray.
- nós vamos receber dia 31 advogados da Commercial.com. eles estão sendo processados por um casal de advogados por difamação e eles querem que nós os representemos, mas não está definido ainda, o dono da Commercial.com quer ter uma reunião dia 31. Felizmente eles não precisam de todos nós, apenas um de nós e como Steve é familiarizado em casos de processo por difamação eu preciso que você fique aqui.
- tudo bem – falou Steve.
- Steve você vai ter que descobrir tudo sobre essa empresa até dia 31.
- pode contar comigo.
- eu estava pensando e eu vou precisar de um ajudante e decidi levar Kenn conosco na viagem. Você pode Kenn ou tem algum problema?
- posso sim – falou Kenn.
- ótimo, Mike depois você conversa com Kenn sobre reserva de quarto, passagens e providencie tudo por favor.
- ok – falei anotando.
- Mike, como você está aqui a mais tempo eu confio em você para cuidar de tudo enquanto estiver fora então nesse tempo você vai ajudar Steve. Você pode ficar no 20º andar, mas vai ter que ajudar Steve.
- sem problemas – falei pensando: “que saco, logo o chato do Steve”.
- então fica assim – falou Adam – Gray, Vanessa, Xavier, Fritz, Kenn e Eu vamos para New York dia 30, amanhã e voltamos dia 2. Mike e Steve ficam aqui e cuidam de tudo para receber os representantes da Commercial.com.
- acho que vamos ganhar esse caso – falou Vanessa – o Halloween é um dia de azar.
- e como vamos ganhar se é um dia de azar?
- e quem disse que vai ser azar pra gente?
Todos riram
- quem dera Vanessa, estamos há tantos anos nesse caso, se tudo terminasse seria ótimo. – por falar nisso – você não vai ter nenhum paciente não é Fritz?
- não, está tudo combinado, um amigo meu vai ficar de plantão com meus pacientes enquanto eu estiver fora.
- ótimo. – falou Adam com um sorriso. – é só isso pessoal.
Todos nós nos levantamos. Quando chegamos no 20º andar eu chamei Kenn.
- Kenn você tem alguma especificação quando ao quarto ou acento no avião?
- não, pode ser o mesmo do Steve assim você não tem o trabalho de cancelar passagens ou a reserva.
- tudo bem – falei.
Kenn não falou mais nada, se virou e logo saiu e foi conversar com Fritz. Logo todos foram embora e Fritz ficou.
- oi amor – falou ele vindo até a recepção.
- shhh, estamos no trabalho, o que nós combinamos?
- não tem ninguém.
- mesmo assim.
- eu já estou indo me dá pelo menos um beijinho.
- tudo bem – falei dando um selinho na boca dele.
Ele então se foi e eu voltei ao trabalho.
Era dia 30, o dia da viagem, um dia antes do Halloween. Eu cheguei ao trabalho e Adam já tinha chegado e me chamou na sala dele.
- bom dia – falei fechando a porta e me sentando.
- Mike, eu fiquei preocupado que você entendesse de forma errada. – falou Adam.
- O que? – perguntei.
- eu te levaria na viagem se não precisasse de você aqui. Kenn deveria ficar e você ir. Se fosse apenas o serviço do Steve, ele ficaria, mas como isto está relacionado a mim eu não confio que Kenn tome conta.
- não se preocupa Adam. Eu entendo.
- ótimo – falou ele.
Logo que sai todos os outros chegaram, estavam prontos para a viagem.
Todos foram até a recepção para conversarem e Vanessa veio se despedir e eu dei um abraço nela.
- boa viagem linda. E feliz Halloween adiantado.
- pra você também, vai sair pra pedir balas? – perguntou ela rindo.
- só se for de drogas.
Ela caiu na risada.
Fritz veio até mim para se despedir com um abraço, mas eu dei um passo pra trás e estendi a mão.
- boa viagem – falei.
- Mike pode se despedir dele – falou Adam.
- estou me despedindo – falei mostrando nossas mãos se apertando.
- eu estou dizendo do jeito pessoal e não “profissional” – falou ele.
- está vendo? – falou Fritz me dando um selinho e me abraçando. – vou sentir sua falta.
- eu também – falei dando um selinho e depois um beijo.
Abri os olhos enquanto nos beijávamos e Kenn estava com a cara fechada e de braços cruzados, eu fechei os olhos outra vez e Fritz deu uns beijos no meu rosto.
- me liga todo dia – falou ele.
- vou sim. – falei.
- liga mesmo hein? – falou Fritz – se você não ligar eu vou achar que estar morto, e para seu bem é melhor que esteja.
Em seguida Xavier me deu um abraço de despedida, Gray em seguida e depois Leon me deu um aperto de mão. Kenn nem olhou na minha cara. Logo o telefone tocou e eu atendi e em seguida desliguei.
- o taxi de vocês está lá fora.
Sai da recepção e fiquei ao lado de Steve vendo eles entrarem no elevador. Todos estavam dentro e a porta começou a se fechar. Eu vi aquela cena bem peculiar em câmera lenta. Eu senti um calafrio, eu tinha a impressão de que algo ruim iria acontecer. Fritz acenou com a mão e a porta de fechou.
Era Halloween e por onde se olhava havia folhas secas no chão. Aboboras enfeitavam a minha porta assim como de todas as casas enfeitadas da rua, do bairro e do país. Ao sair via-se um jardim enfeitado pronto para receber as crianças em sua tradição de doces ou travessuras.
- pai você comprou os doces né?
- comprei sim – falou meu pai chegando a cozinha de terno e gravata.
- a quanto tempo não te vejo de terno e gravata.
- pois é, hoje vamos receber investidores e eles querem me conhecer.
- que bom, mas lembre-se de chegar em casa para dar doces as crianças, não estou afim de ficar limpando a casa suja de ovos amanhã.
- fica tranquilo.
- eu vou demorar um pouco, mas vou estar aqui por volta dás 20h00min e vou te ajudar a distribuir os doces.
- você vai se fantasiar? – perguntou meu pai.
- vou de morto-vivo porque vou estar cansado.
- o seu chefe temporário não deixa você em paz?
- o Steve é legal quando quer, mas quando não quer ele abusa, ele não me deixa em paz um segundo, eu não consigo fazer os serviços internos porque a cada 10 minutos tenho que sair do meu posto e ir ao 18º andar ver o que ele quer.
- força de vontade. Hoje é quinta-feira. Só mais amanhã e tudo acaba.
Abri o armário e peguei uma mão cheia de doces.
- não era para as crianças? – perguntou meu pai.
- vai que no caminho encontro algum espertinho já fantasiado.
- sei, você vai é um coma diabético com tantos doces.
- que nada – falei dando um beijo no rosto dele. – até a noite falei me afastando dele.
- vem aqui me dá um abraço está com pressa por quê?
Voltei e dei um abraço nele.
- bom trabalho – falou ele.
- bom trabalho para o senhor também paizão – falei dando outro beijo no rosto dele.
Eu sai pela porta e logo vi a rua e fui andando pelo jardim e vi duas garotinhas correndo.
- feliz Halloween Mike – elas disseram em coro pra mim.
- feliz Halloween lindinhas – elas não estavam fantasiadas, mas eu dei doces para as duas e elas saíram correndo e rindo.
Ventava um pouco, o clima estava agradável. Eu fui andando até o ponto de ônibus bem devagar, eu olhava os enfeites e algumas casas capricharam na decoração.
Logo que desci no ponto da empresa eu andei um pouco e logo na entrada vi que estava decorado com bruxas, teias de aranha falsas.
- bom dia – falou o porteiro – feliz Halloween sr. Fabray.
- feliz Halloween Jack – falei sorrindo para ele e entregando alguns doces – é só para as crianças, mas vou quebrar as regras.
- obrigado – falou ele pegando os doces e em seguida pegou um cartão decorado para o Halloween e me entregou.
- obrigado – falei pegando e entrando no elevador. A porta se fechou. O elevador estava enfeitado e eu fiquei entretido com os enfeites e começou a tocar uma música que eu gosto no meu iPhone. Eu aumentei no último volume e fui curtindo o som até o 20º andar e quando a porta se abriu eu sai e liguei a fonte, coloquei comida para os peixes no aquário, liguei meu computador e logo fui para meu local de trabalho. Aguardava a qualquer momento Steve ligar. Como não tinha ninguém mesmo eu tirei os fones e deixei a música tocando.
Logo o elevador chegou e Steve saiu de dentro dele.
- bom dia – falou ele – que barulheira é essa?
- desculpa – falei apertando o botão de desligar rapidamente e o iPhone caiu do balcão e Steve segurou ele na hora – obrigado Steve.
- por favor, evite colocar músicas ou fazer qualquer outra coisa escandalosa que você goste, especialmente hoje. E se fosse um dos investidores? Com que cara eu ficaria? Tenha responsabilidade
- perdão não vai acontecer outra vez.
- acho bom mesmo. – falou ele arrogante.
- já sabe a hora que eles vão chegar?
- ás 10h00min.
- tudo bem, vou deixar a sala de reunião pronta.
- ok – falou ele indo até o elevador – quase me esqueci. – falou ele abrindo a pasta e me entregando vários papéis.
- Mike preciso que você leia esse contrato inteiro do começo ao fim e se estiver ok com o padrão você assina em todas as folhas como testemunha e depois leve pra mim.
- tudo bem.
- tem que ser antes dás 10h00min.
- tudo bem.
- vou pra minha sala. – falou ele apertando o botão do elevador e logo ele parou e a porta se abriu e assim que ele entrou eu o chamei.
- Steve!
- o que? – falou ele tirando a metade do corpo para fora do elevador.
- Feliz Halloween – falei.
Ele olhou pra mim como se eu tivesse cometido um crime.
- mas que inferno – falou ele entrando no elevador e desaparecendo. Eu fiquei no vácuo esperando um “Feliz Halloween”. Não sei o que tinha dado em Steve, mas ele estava muito nervoso e eu confesso que fiquei até um pouco ressentido por ele ter dito aquilo.
O relógio marcou 08h45min e eu tinha lido pouco mais da metade do contrato, estava muito chato naquele andar sozinho então eu decidi colocar música no meu iPhone. Eu o coloquei para tocar e continuei lendo o contrato.
Ás 09h09min começou a tocar “Rock 'N' Roll” da Avril Lavigne.
- adoro essa música – eu aumentei o volume no máximo e comecei a cantar. Eu então ouvi um barulho e dei pausa na hora e fiquei ouvindo para ver se ouvia outra vez. Esperei alguns segundos, mas nada. Eu então botei outra vez a música para tocar.
Eu continuei ouvindo a canção e cantando alto. Eu quase dançava junto. Eu então ouvi um barulho alto como uma porta batendo.
- droga – falei desligando a música – Steve deve ter vindo pelas escadas apenas pra me pegar ouvindo música alta.
Eu voltei a ler o contrato, eu estava na última folha. Fiquei olhando para a porta da escada de incêndio, mas ele não apareceu eu botei a música outra vez, mas dessa vez começou a tocar “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” dos Beatles. Outra canção que eu adorava. Depois de alguns segundos ouvi outra vez um barulho alto como um estouro, eu fui correndo para olhar na janela e as pessoas se amontoavam em frente ao prédio.
- um acidente – falei comigo mesmo – para os supersticiosos isso é um prato cheio. – falei me afastando da janela e terminando de ler o contrato.
- prontinho, agora é só levar esse contrato para o Steve e estou livre dele no meu pé!
Eu apertei o botão do elevador e assim que ele chegou eu entrei. A porta se fechou.
- droga, esqueci-me de assinar as páginas. Eu apalpei a calça e encontrei uma caneta e comecei a assinar página por página dentro do elevador. Logo ele chegou ao 18º andar e abriu a porta eu continuei assinando e ouvi um silêncio eu parei de assinar e olhei o andar. Estava vazio, nenhum dos estagiários estava lá.
- mas que droga é essa? aonde está todo mundo?
Ouvi apenas passos de alguém correndo e que foram chegando mais perto de mim eu olhei para o lado e Steve corria em minha direção e assim como em um jogo de futebol americano ele pulou em mim com toda sua força e me empurrou e me jogou no chão. Eu me machuquei quando cai no chão.
Cai de barriga para cima e Steve caiu de barriga para baixo ao meu lado com a perna direita em cima de mim e com a mão direita na minha boca. Eu olhei para ele desesperado e olhei para o lado e duas estagiárias estavam agachadas a dois metros de distancia de onde eu estava caído. Elas estavam chorando bem baixo. Eu olhei por toda a sala e havia outros estagiários em baixo de algumas mesas, mas eram poucos.
- Shhhh – fez Steve pra mim ainda apertando minha boca com sua mão. Logo eu ouvi passos pesados. E olhei por baixo das mesas e vi dois pés vindo da sala de Steve. A pessoa estava calçada com botas de borracha na cor preta.
As pernas usavam duas calças compridas também na cor preta e ela deu alguns passos bem devagar para frente, mas de repente parou e se virou e foi andando para dentro das salas.
- shhh – fez Steve para as estagiárias perto de nós. E depois olhou pra mim. – cala a boca – falou ele sussurrando e bem devagar tirando a mão da minha boca.
- o que está acontecendo? – perguntei.
- um atirador – falou Steve.
- o que?
- cala a boca inferno – falou Steve. – fiquem ai – falou Steve para as garotas.
Ele então foi até elas.
- fiquem calmas, ele não vai machucar vocês.
Elas olharam para mim chorando. Eu ainda deitado sem entender.
- quem é o atirador? – perguntei.
- Hunt – falou Steve abraçando as duas garotas – fiquem calmas.
Um turbilhão de coisas vieram na minha cabeça.
- ele veio nos matar – falei.
- shhh – falou Steve.
- eu vou me entregar – falei me sentando bem devagar – eu vou me levantar e ir até ele. Vocês podem correr enquanto ele...
- não – falou Steve – fica quieto.
Meus olhos estavam pegando fogo. Eu não queria dar uma de herói, mas era o que eu queria fazer. Era um sentimento dentro de mim.
- Mike, quando eu disser você se levanta bem devagar e nós dois vamos juntos até o outro lado da sala – falou ele apontando para a outra ponta. – e entramos na escada de incêndio.
- tem certeza? – perguntei tremendo. Eu tremia como se estivesse com frio.
Olhei em volta e consegui contar 12 funcionários embaixo das mesas e escondidos no canto espalhados pela sala.
- no três Mike – falou Steve.
- tudo be-bem, tudo bem – falei me preparando para se levantarEu olhei para os lados e respirei fundoOlhei para Steve e depois pro chão e comecei a chorar. Minhas pernas tremiam.
- três – falou Steve e nós dois nos levantamos e demos passos silencioso para que Hunt não nos ouvisse.
- eles estão aqui Hunt – gritou um dos estagiários – por favor, pegue eles e nos deixe em paz.
- que droga – falou Steve agarrando meu braço e me puxando para correr, nós corremos e Hunt apareceu e levantou uma das mãos que estava com uma arma e deu um tiro, mas ele errou por pouco, as garotas gritaram quando ouviram o tiro. Antes que ele desse outro eu e Steve conseguimos abrir a porta e finalmente chegar à escada de incêndio e começamos a descer.
Hunt com raiva olhou para o lado e viu o estagiário que tinha gritado e mirou na cabeça e deu um tiro. Ele então correu para a escada de incêndio.
As luzes eram automáticas e se acendiam e apagavam quando alguém estava no ambiente. Teríamos que descer 18 andares o que dava 72 lances de escada. Steve e eu descíamos a escada de incêndio com toda a velocidade, certa hora Steve pulou vários degraus e caiu de mal jeito no chão. Eu voltei e o ajudei a se levantar.
- Mike, Mike, Mike – falou Hunt chutando a porta e começando a descer os lances de escada.
- vamos Steve – falei.
- Mike, Mike, Mike, Steve, Steve, Steve, Mike e Steve, dois cordeirinhos prontos para o abate – falou Hunt dando uma risada. Nós ouvíamos os passos dele aumentando e ficando mais alto.
- eu não aguento mais – falei parando – parece que tem algo cortando meu peito. – falei parando e me sentando no chão de uma vez. Tinha dado câimbra na minha perna.
- vamos Mike – falou Steve me puxando.
Eu me levantei e voltamos a descer.
- vem aqui – falou Steve abrindo a porta que dava no 11ª andar. Era o arquivo. Nós entramos e nos escondemos em meio ás dezenas de prateleiras.
Eu fiquei á 6 prateleiras distância dele.
Esperamos um pouco e logo ouvimos Hunt chegar.
- vocês esqueceram a porta do andar aberta – falou ele.
Steve colocou o dedo na boca para que eu não falasse nada. Eu coloquei as duas mãos na boca e apertei. Tremia e as lagrimas começaram a escorrer na minha mão. Steve então se levantou e desapareceu entre as prateleiras.
De repente a sala ficou silenciosa. Por alguns instantes eu não consegui ouvir o som de nada. Eu ouvi os passos de Hunt na prateleira ao lado, mais alguns passos e ele me teria.