Ao sair do banho notei que no meu celular haviam notificações de e-mails, cinco, uma da minha mãe e quatro de Rafael, deixei para ver a da minha mãe por último e fui logo ver as do meu irmão. Em todas ele reclamava das saudades, de não ter conversado comigo por tanto tempo, me senti culpado, porque realmente havia me afastado dele desde que tinha chegado nos Estados Unidos, então pedi para ele ir no computador e me ligar, o que, por coincidência de ele estar usando o celular na mesma hora, o fez.
"Você sabe quanto tempo que a gente não se fala? Você sumiu, por que?", ele falou já puxando várias perguntas do meu sumiço e que tinha tentado entrar em contato várias vezes, sem nenhum resultado, eu sabia que ele estava certo, mas não foi fácil ouvir tanta crítica de uma vez só. "Calma, Rafa, me desculpa, mas não é para tanto, eu só não chequei o celular nesse tempo.", "Então para você não importou isso? Você não sentiu nada?", "Não é isso Rafa, você sabe que não é.", e realmente ele sabia, sempre que ele me olhava ele conseguia entender o que eu estava sentindo.
"Você não sabe como aqui é chato sem você aqui, até dormir está difícil sem você do meu lado...", "Eu sei, também sinto muito sua falta, queria você aqui. Mas já está acabando e logo eu volto.", "Estou aqui esperando. Mas como está aí? O que tem feito?", falei para ele sobre as saídas, sobre o Renan, evitando o assunto de Roger, mas quando cheguei na Marcela notei ciúmes nas suas frases, "Anda saindo muito com ela? Tem achado ela legal assim é?", "Claro que temos saído, só tem a gente aqui haha", foi legal ver seus ciúmes, ficamos conversando até eu notar que estava atrasado para meus compromissos. Me despedi e prometi entrar em contato todo dia, sem exceção até voltar.
Prometi e cumpri, sempre, toda noite conversava com ele pelo menos uma hora antes de sair para passear. Roger parece ter se afastado depois do soco, depois de ter demorado para conseguir explicar o olho roxo. E Renan parecia estar muito bem, sempre acompanhado de Lúcio e Marcela, o que me fez sentir seguro.
Na nossa última noite fomos para uma festa, apesar de o local não ser tão grande, descobri uma parte aberta com gramado, onde deitei, já cansado, depois de alguns minutos olhando para as estrelas e lembrando do meu irmão noto duas novas presenças ao meu lado, eram Marcela e Renan, cada um deitou de um lado meu, ambos seguraram minha mão. "A gente nunca vai esquecer isso não é?", "Acho que não, Marcela.", eu falei ainda olhando para as estrelas. "Eu tenho certeza de que não vamos." Renan falou, ao olhar para eles vi que os dois também observavam o céu, então eu voltei a o fazer, "É, a gente nunca vai esquecer.", falei apertando suas mãos.
"Vem, vamos dançar, a gente tem que aproveitar.", Marcela disse puxando nós dois de volta para a festa, dançamos muito até que Renan sumiu depois de tentar comprar um refrigerante. Fiquei conversando com Marcela e aproveitei para conhecer a outra menina enquanto a festa acabava. Mexendo no celular vi a mensagem de Lúcio, que já tinha voltado porque Renan torceu o tornozelo, avisei a todos e resolvemos voltar. Chegando no meu quarto notei que estava sem o cartão e não conseguiria entrar, mas também notei um barulho no quarto e deduzi que tinha gente acordada lá. Bati na porta e depois de um tempo de silêncio ouvi a voz de Lúcio, "Já vai.". Depois de mais alguns minutos ele abriu a porta, um pouco suado e ofegante e Renan estava sentado na cama sem camisa, tive a impressão de ter atrapalhado algo e ri, mas eles se resumiram a pegar biscoitos e comer como se nada tivesse acontecido, me arrumei e dormi, por estar muito cansado.
Acordei ouvindo algumas vozes, "Vai... Isso Lúcio, não para...", gemidos e respirações fortes vindo do banheiro. Obviamente eram Lúcio e Renan transando, mas sem acreditar muito, fui para lá. Encontrei a porta entre-aberta e Lúcio de costas, com Renan em sua frente, se apoiando em pé na parede. O corpo do professor brilhava com o suor, enquanto ele penetrava meu amigo, que gemia muito. Ver Lúcio beijando seu pescoço e nuca me deixou num misto de ciúmes e excitação, notei meu pau extremamente duro enquanto olhava Renan puxando o quadril de Lúcio para mais perto de sua bunda, como se fosse possível ser ainda mais penetrado.
Lúcio começava a bombar mais rápido e forte, com a respiração muito profunda, e Renan estava com um gemido cada vez mais tremido. Meu professor já o apertava com força contra seu corpo, sua bunda tensionada, indicando que ele penetrava fundo meu amigo, até que seu corpo tremeu, como em um calafrio, e ele se mexia mais devagar, mas sem parar de meter. Meu amigo gemia mais baixo e cansado, quando ele voltou a passar a mão no quadril de Lúcio notei que ele havia gozado, espalhando sêmen no professor. Percebi que Renan iria se virar e voltei correndo para a cama, me preparando para fingir que estava dormindo.
Acabei pegando no sono e acordei no dia seguinte, com um pouco de pressa para arrumar as malas, as malas de Renan já estavam praticamente prontas e ele veio me ajudar. Depois de ter visto aquilo ontem me sentia um tanto quanto constrangido de falar com ele, pensava na invasão que eu fiz ao vê-lo transar com Lúcio, no ciúmes que senti e sobre ele não ter me falado nada. Eu sabia que não tinha o direito de cobrar nada dele, mas nunca fui bom em controlar esses sentimentos. Ele já devia ter notado, mas também não falava nada, e assim terminamos de arrumar tudo.
"Ei, sobre o que a gente falou ontem, sobre nunca esquecer essa viagem, foi para valer né?", eu disse segurando seu braço quando ele ia abrir a porta do quarto. Renan soltou a mala e parou por uns segundos, depois virou para mim, "O que você acha? Que seria possível esquecer? Claro que é para valer." e me abraçou. Depois de ter passado esse tempo em silêncio foi ótimo sentir seu abraço. Nos soltamos e descemos, encontrando todos na portaria. "Uma última foto?" eu disse, puxando Marcela e Renan pelos braços,enquanto pedia para Lúcio tirá-la.
Dormi praticamente o caminho todo de volta, descansando de tudo que passei nos Estados Unidos. Ao chegar vi a mãe de Marcela, a médica que me atendeu no hospital, o casal que julguei serem os pais da menina, mas minha atenção mudou quando me vi a minha frente. Rafa estava lá, com um sorriso enorme, como uma criança que ganha o que desejava por anos. Ele correu até mim e me abraçou, quase me derrubando e me deu um beijo na bochecha.
"Já não aguentava mais você longe de mim!", "Também estava com muitas saudades Rafa, muitas!", ele me abraçava forte, e depois de muito tempo me soltou, cumprimentou Renan, Marcela e Lúcio. Pegamos minhas coisas e nos despedimos dos outros, voltamos para casa, chegando lá Rafa fechou a porta e me abraçou. "Vem, vamos entrar, você precisa descansar, e eu também. Te amo."
