Ruivo: Festa

Um conto erótico de Moço da casa ao lado
Categoria: Homossexual
Contém 2233 palavras
Data: 01/12/2013 01:27:41

À medida em que adentrávamos nos ambientes da festa, os olhares para o Caio eram de fato tendenciosos. Mas afinal, o que tinha acontecido?

Caio foi cordial e cumprimentou a todos que ele conhecia. Aparentemente foram se adaptando a figura do Caio ali. Aquilo era muito esquisito.

- Pessoal esse é o Vini, Vini esse é o Mateus, esse é o Thiago e aquele o Marquinhos. Eles devem ser da sua turma.

Justamente por ser um condomínio numa área mais rural, havia apenas um colégio próximo, adivinha aonde eu fui estudar. E olha só que sorte, todo mundo estudava lá, logo o Caio também. Ele era um ano mais velho, já estava no Terceiro médio, eu no segundo.

- Koé, beleza?

- Fala aí cara. Então você vai estudar no Mendelli? - Disse Thiago.

- Pelo jeito sim.

Ao me virar procurei o Caio que estava ao meu lado e não o encontrei por ali. Eu havia saído de casa para me divertir e o Caio tinha proposto que saíssemos juntos e me larga por aqui. Mas era muito cedo pra querer entender a cabeça dele. Eu nem o conhecia tão bem. Talvez eu conseguisse saber de alguma coisa por meio dos antigos amigos dele.

- Vamo tomar uma tequila comigo!

Levei o Thiago comigo. Ele parecia estar gostando da festa.

- Cara, eu to meio apreensivo em relação à nova escola.

- Não se preocupa porque a gente vai fazer uma social hoje, vc vai sair daqui adaptado!

O Ti pegou a garrafa de tequila e levou para o centro da sala.

- Vamo brincar de eu nunca.

A brincadeira consistia em fazer uma afirmação iniciada por eu nunca, se fosse verdadeira então se tomaria um shot de tequila e quanto mais bêbados, mais segredos expostos, bem, eu era virginal demais para ter segredos.

- Eu nunca transei.

Todos na roda beberam, menos eu.

- Poxa Vini vc é virgem? -Disse o Thiago.

- Que desperdício hein. Haha.

Fiquei extremamente envergonhado.

- Vai ver estou esperando a pessoa certa.

A brincadeira continua..

- Eu nunca fiz 69.

Somente o Thi e o Rafa beberam.

- Então quer dizer que o Thiago fez um 69 de ponta cabeça? Haha.

- Eu nunca transei com alguém desta roda.

O somente o Dan e a Marina beberam. Mas eles eram namorados, não valia.

- Uhul! Que delícia heinEu nunca beijei mais de dez pessoas numa noite.

Todos menos eu, o Dan e a Marina.

- Caraca Vini, cadê sua auréola e sua batina?

- Poxa cara, vc é mesmo calminho hein. - Disse o Rafa.

- Pessoal, eu tenho só 15 anos! Tem a questão da altura haha, eu não alcanço as pessoas o suficiente pra beijar..

- Eu nunca me masturbei.

Todos os meninos beberam, inclusive eu.

- Ah muleque, pelo menos isso.

- Acho que tá na hora de guardar minha aureola.

Pérola após pérola, já estavamos no whisky porque a tequila ja tinha acabado. E eu que sou super forte pra bebida já estava causando. Aproveitei o restante da festa. Sentia-me um pouco mais seguro. Conheci bastante gente, tinha me divertido, mas faltava algo. Alguém na verdade. Já era uma da manhã. Faltava o Caio. E naquele misto de embriaguez, comecei sentir meus olhos úmidos, eu precisava estar com o Caio. Não sabia o que era aquela sensação. Uma espécie de saudade com nó na garganta. Eu queria vê-lo. Lembrei do seu rosto me analisando. Não sabia onde ele estava. Eu não entendia o que era aquilo tudo, afinal .. Bem. Talvez.. Droga, e se eu..

- Vic você viu o Caio?

- Eu já sei onde ele pode estar. Pode subir a escada e na última porta vc vai encontrá-lo.

- Obrigado.

Subi meio ébrio trocando os pés, e meu coração acelerava. O que era aquilo? Bem talvez eu estivesse preocupado em entender o que se passava com ele. Ou talvez estivesse me importando com ele.

- Caio? -disse enquanto abria a porta.

-Entra.

Estava tudo escuro, meus olhos demoraram um pouco pra se acostumarem com a pouca luz que vinha somente da janela. Aproximei-me, mesmo que um pouco tonto, de onde vinha sua voz.

- Por que vc sumiu? -Perguntei de súbito.

- Por que sim ué, vc nasceu grudado em mim?

- Poxa. Só queria saber onde vc estava.

Virei-me um pouco frustrado e fui em direção à porta,aquela não era a resposta que eu queria ouvir.

- Vini, vem cá.

Meio de cara fechada fui até ele que estava junto à janela.

- Sempre que eu vinha aqui na Vic, eu dava um jeito de vir nesse quarto. Sabe por que?

- Não imagino o porquê. - Respondi seco ainda magoado pela resposta atravessada.

- Por causa desse telescópio.

Foi quando cheguei proximo a ele que estava sentado próximo a um telescópio significativamente comprido. A luz que atravessava a janela, provinha da lua. E aquela luz opaca refletida em seu rosto e seus cabelos avermelhados associados ao meu estado de embriaguez me fizeram sentir um aperto. Era como se um mundo se abrisse para mim, novo e inesplorado. Seus olhos azuis brilhantes e profundos penetraram pelo espelho da minha alma. E não precisávamos dizer mais nada.

- Vini, vini?

- Oi.

- Vc ta aí?

- To aqui sim. Devo estar chapado. Eu acho.

- No espaço muito do que vemos não existe mais. Algumas estrelas morreram há milhões de anos luz daqui, mas continuam a emitir seu brilho.

- Vc perdeu alguma estrela?

Ele desviou o olhar. Não respondeu.

- Muitaz vezes, as estrelas não precisam morrer para que o brilho delas se apague. Elas simplesmente vão sumindo, cada vez mais até que suspiram e se vão.

- Mas as estrelas não escolhem morrer, elas não te abandonam porque querem.

- Sim, essa escolheu me deixar. Me deixou sozinho carregando o peso do que sobrou do universo.

Ele apoiou as mãos no beiral da janela e encostou seu queixo sobre elas. Não queria mais indagá-lo. Sua expressão repeliu minha curisidade.

- Ruivo. Conta comigo.

Ele só fez erguer os olhos.

- Mas eu não sei se vc pode contar comigo. Eu to todo ferrado cara.

- Pode ser que sim, mas peço que vc confie em mim. Preciso que acredite. Pelos menos hoje.

- Eu..

- Faz um mês que eu te conheço, mas agora preciso saber se vc quer ser meu amigo.

- Vai precisar de anel de compromisso, comunhão de bens?

- Claro que não seu bobo.

Eu só queria compartilhar minhas realizações, minhas alegrias, minhas tristezas. Estar quando ele precisasse.

- Fui eu que escolhi você. Desde aquele dia na quadra, eu me sinto um pouco menos sozinho.

- Vc não tem que sentir sozinho cara! Se ama muleque, levanta a cabeça, não vive do passado.

- Mesmo quando aquilo que se foi era uma parte de você?

- Nenhuma estrela dura para sempre, mas talvez seu brilho alcance os lugares mais sombrios nas horas mais escuras.

- Vc não entende!-Disse ele num tom um pouco mais agressivo.

- Eu não consigo. - Eu ali impotente o abracei.

Senti suas lágrimas molhando meu ombro ainda que por cima da camisa. Eu não pretendia dizer mais nada. Somente ficar ali consolando-o. Mas que porcaria. Porra, eu.. eu queria dizer que não mas eu., Eu sou homem! Sou macho! Mas, não, não. Não!

Simplesmente me afastei do ruivo. Eu sentia um calor que subia por meu corpo e parava em um nó na garganta.

- Desculpa Vini. Mas eu to fudido demais pra ser seu amigo.

- Não, eu é que estou realmente fudido!

Queria abraçá-lo de novo. Sentir seu rosto e sua respiração próxima ao meu ouvido. Ouvi-lo suspirar chorandinho e tentar fazê-lo esquecer. Esquecer o que quer que fosse. Mas eu queria esquecer. Esquecer que naquele momento eu estava gostando de outro garoto, e que ele estava passando por momentos difíceis. Mas era muita coisa. Percebi que não me conhecia, a tal ponto de entrar em conflito comigo mesmo.

Pensei nos meus pais, nos pais dele. Aquilo era uma traição. Uma traição a ele. Sim, aquilo não era justo. Não podia ser. Eu tinha que sair do quarto.

- Vamo embora?

- Vc quem sabe.

- Vamo. Por favor.

- Caio, euOlhei dentro dos seus olhos azuis que refletiam o brilho daquela lua enorme avistada pela janela.

Senti um nó. Um aperto dentro da minha alma atribulada.

- Quero ir embora.

Descemos as escadas em silêncio.

- Tchau Vic, obrigado por tudo.

- Magina Vini, foi um prazer. Quando quiser aparece

- Acho que vou entrar no colégio um pouco mais confiante.

- O pessoal te adorou, também simpático desse jeito. Mas o mais impressionante é ver vc andando com esse garoto aí. O que vc fez?

Corei, afinal a Vic era uma garota linda.

- Poxa Vic, acho que nada.

- Eu fico feliz por isso. Acho que agora tudo vai se resolver né.

Porra, ninguém me dizia o que tava acontecendo! Aquilo já tava me irritando.

- Tchau Caio, seu gato.

- Tchau Vic, como sempre irônica.

- Para com isso Caio, vc é sim bonito, inteligente e ruivo. Vc precisa enxergar quem vc realmente é.

- Vic, eu sei viver minha vida ok.

- Tá, mas eu queria vc de volta. Todos gostariam. Vc não teve culpa...

- Boa noite Vic, nos vemos no colégio. Disse Caio impedindo que Vic continuasse a falar.

Despedi-me dos outros

- Falou Thiago!

- Té mais cara. A gente podia fazer alguma coisa por esses dias.

- Vou te adicionar no face e a gente se fala.

-Beleza, bem acho que a galera gostou de vc!

Estava um pouco aliviado, na verdade pouco me preocupava o colégio naquela hora. Eu só queria dormir e não acordar mais. Eu, gay? Por quê? Não, deve ser uma fase. Sim, uma fase. Talvez se eu não tivesse.. Bem aquilo ia acontecer uma hora ou outra. Se não com o Caio com algum outro garoto. Mas..

- Obrigado Caio, a noite foi legal.

- Carinha, agora ta mais seguro em relação ao colégio?

- To um pouco mais.

Fomos pra casa.

- Boa noite loiro.

- Loiro?

- É, você me chama de ruivo.

- Tá. Pode ser Vini mesmo.

- Então tá. Loiro.

- O que aconteceu Caio? O que tá acontecendo?

Estava cansado daquela névoa encobrindo a verdade.

- Vini, eu não quero falar sobre isso.

- Mas..

- Vai descansar amanhã a gente se fala. Eu ja passei por muita coisa.

- Eu achei que.. Ah esquece.

Desci do carro, entrei em casa e o Caio ainda estava lá, parado com o motor ligado me olhando entrar. Eu precisava de um tempo sem ele. Tirei toda a roupa, deixei no chão mesmo. Entrei sob a àgua quente do chuveiro. Sentia a água descer pelos meus cabelos. Lembrei de tudo que feito essa noite. Senti meus olhos cansados. Saí nu do banheiro. Olhei pela janela e vi a luz do sótão acesa, o Caio estava acordado ainda. Senti um arrepio, cada pelo do meu corpo se arrepiou, o Caio me fazia sentir diferente. Fazia-me sentir diferente. Com ele eu sentia uma espécie de conforto. Conversávamos sobre fut, sobre filmes, música, livros e nossa paixão por séries. Sim, de fato tínhamos muito em comum. Mas, ele era diferente de qualquer pessoa ou amigo que eu ja tivesse tido em minha vida. Eu estava confuso, o efeito do álcool já estava se dissipando, mas sentia meu coração doer. Eu precisava dar um tempo.

Decidi que convidaria meus outros amigos para conhecerem minha casa. A maioria que estava viajando já tinha voltado. Não queria ver o Caio por esses dias. Deitei sobre a minha cama. Havia uma mensagem dele no meu celular.

" Boa noite loiro"

Não respondi. Não fazia diferença, era mais fácil acreditar que tudo ficaria bem se eu esperasse longe dele. Esperasse aquilo passar. Aquela vontade de abraçá-lo, tocá-lo. Beijá-lo. Finalmente peguei no sono.

Ao acordar, vi suas duas mensagens

" Bom dia"

" Preciso falar com vc"

Não respondi. Levantei-me.

- Bom dia filho, vamos para a casa da sua avó hoje, só voltaremos amanhã.

- Vou arrumar minhas coisas.

Respirei aliviado. Não veria o Caio por esses dias.

Enquanto terminava guardar minhas coisas no carro minha mãe pediu que eu segurasse meu irmão e arrumasse-o na cadeirinha. Meu pai viajava bastante, era um pouco ausente,mas um homem que eu admirava muito. Daqui alguns dias ele voltaria. Pus o Pedro na cadeirinha.

Quando vi alguém entrando na garagem.

- Oi Vini.

- Oi Caio.

- Vc vai sair?

- To indo visitar meus avós na verdade.

- Eu precisava te falar algo, mas pode ser outro dia.

- É, pode ser. Bom dia dona Rose.

- Bom dia Caio, como vai?

- Tudo bem, e a senhora?

- Senhora Caio? Eu não sou tão velha. Sou? Estou brincando querido, está tudo bem. Andei.conversando com a sua mãe.

- Ela disse, falou também que finalmente achou uma vizinha legal e diferente dessas esnobes do condomínio.

- Pois é. Bem estamos de saída, e não quero pegar trânsito.

- Tudo bem, tchau.

- Tchau Caio, disse eu.

- Mande um beijo pra sua mãe, quando voltarmos eu passo lá pra levar as toalhas que ela me pediu.

- Tudo bem. Tchau Vini. Disse ele me abraçando. Senti seu cheiro, confesso que tive uma ereção. Senti seus braços ao redor de mim, pis minha mão em sua cintura, mesmo que tivesse durado segundos era como se ele me dissesse algo, como se precisasse me dizer algo. Enquanto saíamos minha mãe buzinou e ele sorriu.imediatamente peguei meu celular, e enviei-lhe uma mensagem.

" Bom, quando eu chegar nos falamos"

Cochilei em pouco tempo de viagem. Talvez eu amasse o Caio. Talvez eu odiasse amá-lo. Talvez eu me odiasse por amá-lo. Talvez fosse uma fase. Talvez fosse pra sempre. Talvez fosse verdade. Talvez eu tivesse que lidar com isso. Talvez não fizesse diferença. Talvez eu tivesse certeza absoluta.

-В Лара-


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a vontade de não saber explicar--ser dominado por um macho---joia

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