Eu nao sei exatamente onde começou, quando ou como tudo seguiu um rumo totalmente contrario do que eu planejava pra minha vida. Eu sempre fui um garoto na minha, reservado, e talvez ate anti-social. Minhas amizades, apesar de poucas, posso dizer que sao sinceras, a ponto de um dar a propria vida pelo outro. Sempre fui estudioso e via nos estudos uma maneira de me auto-afirmar, me sentir importante.
Logo que terminei o ensino medio, fui direto fazer um cursinho pre-vestibular, para entao tentar uma vaga numa universidade publica, na qual almejo cursar medicina.
Nossa, que falta de educaçao da minha parte, nao me apresentei. Me chamo Leandro, tenho 19 anos, com mentalidade de 30, eu sei, sou do tipo bem "cult", mas sei muito bem agir como um garoto de 19 anos (hehe). Tenho 1,75, branco, cabelos bem negros, um corpo relativamente magro, mas nao tanto, tudo no seu devido lugar, apesar de nao ser definido. Meus olhos sao castanhos, resumindo, extremamente dentro dos padroes considerados "normais". Nao sou sinonimo de beleza, mas ha quem diga que sou bem gatinho (rsrs).
Eu tenho (ou tinha) uma vida super normal, talvez ate pacata. Moro na zona sul do Rio de Janeiro, e minha familia digamos que tem posses. Meu pai, Éric, é dono de uma rede de supermercados, e minha mae? Ah.. ela é o que muitos chamam de perua, sempre em salao de beleza ou centros esteticos, muito vaidosa, estilosa e linda, se chama Aline, e tenho um irmao de 14 anos, o Breno, que sempre se espelhou em mim, estilo parecido, penteado, jeito, amo muito esse leke. Apesar de meus pais terem condiçoes de pagar uma faculdade pra mim, eu sempre fui muito independente, e sempre gostei de conquistar tudo com meu proprio esforço, o que fazia meus pais deixarem de lado o preconceito e me verem como filho deles, e como eu realmente sou, bissexual. Nunca gostei de mentir ou esconder algo dos meus pais, sempre fui claro e honesto com todos e principalmente comigo mesmo. Logo que contei foi um choque, claro. Meu pai passou dias sem falar comigo, e minha mae vivia triste, me evitava, me afastava. Meu irmao tambem ficou um pouco de cara, mas deixou tudo de lado e considerou a relaçao de amizade e cumplicidade que tinhamos, ate tirava brincadeiras do tipo "como é dar a bunda mano? Voce é a mulher da parada? Kk" eu so ria dessas bobagens, mas nossa relaçao sempre foi assim, nao tinhamos restriçoes. Ja tinha ficado com alguns garotos, mas nada passava dos beijos e amassos, sempre fui muito cauteloso em relacionamentos, achava que quando perdesse a virgindade, seria com a pessoa certa, que eu amasse de verdade. Sempre ficava com uns carinhas encubados e medrosos que depois de uns beijos, se diziam heteros e que so foi uma experiencia, no fim eu me sentia usado e triste, mas nao sem antes mandar o fulano pra puta que pariu, ainda bem que nunca transei com nenhum deles.
Com o tempo as coisas foram melhorando em casa, e meus pais passaram a ignorar o fato de eu ser bi, o que me irritava profundamente, pois sempre pergutavam quando eu iria trazer uma namorada pra eles conhecerem. Talvez por sorte minha, passei a ter um lance legal com uma garota da escola, a Leticia, bem no final do ultimo ano letivo. Ela era super maluquinha, e sabia da minha condiçao, e nao se importava nem um pouco, adorava ela, me sentia super bem, tanto que a pedi em namoro apos dois meses e enfim levei ela pra conhecer meus pais, que fizeram questao de preparar um jantar digno da realeza, e chamar toda a familia, talvez pra mostrar pra todos que o filho deles nao era gay, e foi so uma fase de confusao, e eu deixei eles alimentarem essa esperança. Nossa, foi uma alegria sem tamanho, se meu pai mandasse banhar a garota a ouro eu nao iria me surpreender, a trataram super bem, fizeram jantar, contrataram ate garçons. A le tava se sentindo a rainha da inglaterra ali, eu morria de rir, a minha mae puxava saco dela, dizia que era ela linda, com razao, Leticia era ruiva natural, com olhos que alternavam entre cor de mel e amarelo, corpo esbelto e bonito. Apos o termino do jantar, a levei ate a porta de casa, onde o taxi ja esperava. Desejei boa noite a todos, e fui me deitar. Pensei na minha vida, como ta tudo tao normal, bom, leve e feliz, tenho uma familia que me ama, uma namorada super legal e bonita, e brevemente, estaria estudando medicina, na UFRJ. Consegui tudo o que quis, tudo se encaminhando, eu tinha total controle sobre meu futuro, achava eu.
Estavamos em janeiro, e cada vez mais se aproximava o periodo de matriculas, eu estava muito ansioso e nervoso, esse era um passo importante no meu futuro, talvez um salto pra minha independencia total. Meu namoro com a Le continuava firme, nao amava ela, mas adorava sua companhia e as noites nas quais passavamos horas e horas conversando e no maximo, se beijando. Nossa relaçao apesar de ter status de namorados, era mais baseado na amizade, companherismo, um carinho, um se sentia bem em estar com o outro, sem ciumes, ou briguinhas que todos os casais normais tem, era tudo muito bom entre eu e ela, eu tava meio que acomodado e conformado em namora-la, mesmo nao a amando.
A Leticia tbm tinha passado no vestibular, mas pra nutriçao, entao ficariamos proximos na faculdade. Eu acreditava que esse era um ano bem decisivo na minha vida, que teriam muitas mudanças, mas sentia uma coisa na qual nunca tinha sentido antes, talvez medo do que pudesse vir com essa fase de mudanças, algo que mudasse totalmente os meus planos pro futuro, algo que mudasse o rumo que a minha vida tava tomando. E logo eu teria a certeza de que mudaria, minha vida de repende daria uma volta de 360°, e eu teria que tomar decisoes dificeis. Mas decidi mergulhar de cabeça, e ver no que da.
Falaa galera da cdc, td bem com voces? Espero que sim hehe. Depois de um tempo so lendo os contos, me deu uma puta vontade de escrever, mas nao é de hj nao, felizmente (ou infelizmente pra alguns :D) comecei a escrever e espero agradar a vcs com essa estoria que passou pela minha cabecinha :p. Se gostarem, votem e comentem, dependendo disso vejo se continuo ou nao. Ate outro dia galerinha.
Abraços, Leandrinho.