—VIADOS! —gritou um cara alto, magro, com barba grande e careca. Era um skinhead, chefe de uma gangue já conhecida na cidade, que aterrorizava a todo mundo. —SÃO VOCÊS, VIADOS, QUE ACABAM COM O MUNDO! POR QUE NÃO MORREM, SEUS VERMES?
—QUEM VOCÊ CHAMOU DE VIADO, OTÁRIO? —gritou Matheus. —VIADO É TEU PAI, FILHO DA PUTA!
—COMO QUE É? REPETE, DESGRAÇADO! —o skinhead chegou, correndo, com a sua gangue e um soco inglês na mão.
—Matheus, vamo embora, cara. Por favor. —implorei.
—OUVE O TEU NAMORADINHO, GAROTA! ELA TÁ COM MEDINHO DE APANHAR, E VOCE TAMBÉM DEVIA ESTAR. AGORA, SAI DA MINHA AREA ANTES QUE EU TE PEGUE NA PORRADA.
— Eu não vou pra lugar nenhum. E é melhor tu sair daqui, antes que eu chame a polícia. —disse Theus, tentando ficar calmo.
—ah, vai chamar a polícia, é? —disse, encarando nós dois. — vou te dar um motivo pra chamar a polícia.
Ele e a sua gangue nos cercaram. Deviam ter cerca de 20, todos prontos à atacar. Nos bateram de todas as formas possíveis. Matheus tentava defender a nós dois, mas era impossível. Foi agarrado e espancado com o soco inglês, paus, chutes e socos, até desmaiar. Eu resisti acordado, e consegui me abraçar a ele, até que a polícia chegasse. Depois, me entreguei. Desmaiei de dor e cansaço no chão daquela praça mesmo.
Acordo com o choro da minha mãe, ao lado da cama, desesperada. Uma dor terrível de cabeça me invadiu e meu primeiro pensamento foi de querer saber onde estava o meu Theus. Olho pro lado, e vejo meu namorado desfigurado, totalmente machucado e dormindo. Mesmo daquele jeito, ele ainda era lindo pra mim. Um anjo, um deus, um tudo. Me orgulhei dele. Sabia que cada hematoma daquele era um sinal de amor por mim. Um sinal de que ele me protegeria de tudo que pudesse. Fingi que continuava dormindo. Esperei todos saírem e, mesmo com uma dor terrível (eu quebrei duas costelas, tive um hematoma na altura do estomago por causa de um chute e perdi um dente de leite. Rsrs), me levantei e fui dar um beijo, simples, casto, puro e cheio de amor nele. Chorei. Eu tinha deixado meu amor apanhar, e não consegui fazer nada. Decidi que quando melhorasse totalmente, eu iria aprender taekwondo (sou faixa vermelha, hoje em dia. To gordo e meio velho pra continuar, mas ainda consigo me defender.) pra conseguir defender a mim e a ele. Ele tinha um olho roxo, rosto ralado no lado direito e a cabeça machucada, lábio cortado...
Houve um vez, que eu fiquei puto de raiva, mas hoje rio ao lembrar. Nosso enfermeiro, o Agildo, é quem dava banho em nós todo dia, porque as dores tornavam impossível levantar. Agildo era um moreno de quase dois metros, forte à beça, muito engraçado, casado e hétero. Ele não podia ver eu ou o Theus sérios, que fazia a gente chorar. De rir e de da dor de rir.
—cara, namorado lindo esse teu. Se eu pudesse, pegaria esse bofe pra mim. Mas não vou trair as amiga. Bate aqui, Biiii! — Ele dizia isso com uma voz muuuito afetada. Gay demais até pra travesti. E eu abria na gargalhada.
E depois de dois meses em que estávamos no hospital, ele ficou doente e não podia ir. Então, a dona Marcília, uma senhora beeeeem antiga na profissão, foi mandada pro nosso quarto. E como ela não tinha força, resolveu chamar minha mãe pra ajudar. Eu relutei muito, gritei, xinguei, fiz um escarcéu. Minha mãe ver meu namorado nu era a ultima coisa do mundo pra mim. Consegui fazer mandarem outro enfermeiro pro nosso quarto. Agildo voltou depois de três dias, recuperado, e lógico que ficou sabendo da história. E enquanto dava banho no Theus, ia soltando umas piadinhas escrotas.
—Luis, fala sério. Tu tava com ciúmes dessa coisinha aqui? Isso não faz medo pra ninguém...
—mô, você não vai me defender? Ele tá falando que o meu pau é um pintinho de nada —Matheus chorava de rir.
—é porque ele não viu a sua potencia, mozão. Mostra pra ele, mostra. —disse a ele.
—não! To com vergonha...
—hahahaha
Completamos um ano de namoro no hospital. Agildo, minha mãe, Dona Marcília e o Japa (o enfermeiro que tinham mandado quando o Agildo tava doente), foram levar um bolinho simbólico e um refri pra comemorar com a gente. Fizemos farra naquele dia. Nos empanturramos tanto que fizemos o AG (Agildo) limpar a gente umas boas três vezes. (comadre ali ficou cheia... kkkkkkkk)
Nos recuperamos das escoriações, depois de quase dois meses, com só a minha mãe levando coisas. Roupa, comida, travesseiro, etc. meu pai nunca apareceu lá.
Saímos do hospital no fim de março de 2007. Fomos pro NOSSO APARTAMENTO.
Chegamos de carona com a minha mãe, e ele me levou no colo até a porta (forte ele...) .
—bem vindo de volta, meu príncipe —ele disse.
—pra você também, meu tudo —beijei ele. O dente ainda não tinha nascido, então mordi ele sem querer.
—ai! Dentucinho! Kkkk
—hahaha. Bobo! Machucou?
—machucou, ó!
—peraí. Eu dou beijinho q passa... melhor?
—muito. Mas peraí que eu vou te dar um lugar melhor pra beijar...
Começamos a nos despir ali mesmo. Tirei a camisa dele, beijei, mordi, lambi, cheirei, rocei o nariz nele inteiro, do pescoço até a divisa da bermuda. Aquela pele de mel, cheirosa e dura, se arrepiava inteira com o toque dos meus lábios.
—aaaiiihh, amor.... que delícia... uuhhhmmm.... continua, meu gostoso...
Levantei, agarrei seu bumbum por cima da bermuda mesmo e continuei beijando aquela boca macia e doce que me pertencia. Seus lábios, que já eram vermelhos, ficaram ainda mais vermelhos. Eu engolia aquela língua carinhosa e treinada, que me dava prazer sem muito esforço.
Lambi as duas axilas, ainda sem muitos pelos, mordi as laterais do tronco e da sua cintura, baixei sua bermuda e mordi a cabecinha da sua rola, que babava muito. Aquele objeto de prazer já estava toda marcada na cueca Box branca que ele usava. Aquela virilha peluda, máscula, cheirosa, me convidava a cair de boca e lhe dar um banho de língua, inclusive no enorme saco que se depositava entre as pernas.
¬— que delícia de rola, amor... posso mamar ela?
—mama, safado! Mama!
—vai me dar muito leitinho quente?
—um monte... agora mama, vai...
Caprichei naquele boquete. Eu sentia o Theus perder as forças com cada chupada mais forte que eu dava. Mamei aquele saco e aquelas bolas grandes e cheirosas como se fossem as mais deliciosas do mundo, enquanto batia uma punheta caprichada nele.
—aaahh... ahhhhh.... ahhh... vou gozar... vou g... vooooouuu.... aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhnnn! —ele gozou fartamente, enchendo o chão e melando totalmente a cama, a minha boca e o meu rosto. Meu pau, babava como nunca antes. Tirei minha cueca, raspei toda aquela porra do meu rosto, provei um pouco e usei o resto pra bater uma. Gozei litros de porra também.
—amor, eu to pronto. Eu quero agora. — Ele disse.
—agora o que, amor?
—quero você dentro de mim. Despejando seu líquido precioso, me dando prazer e tendo prazer...
—deixa eu pegar camisinha e lubrificante, então. — respondi, tentando ganhar tempo.
¬—não amor. Eu quero assim. Sem mais nada pra atrapalhar. Só você dentro de mim. Eu confio em você.
—também confio em você. Por que eu te amo. Fica de quatro. Quero que seja especial pra gente...
—vem amor... vem! Me come, como eu sei que você sabe fazer...
—safado que eu amo...
Dei uma linguada caprichada no cuzinho dele, mordi e dei tapas naquela bunda dura e grande. Ele me olhava com os olhos cheios de tesão e desejo, com um expressão de “sou sua putinha safada” que fazia meu pau latejar sem parar. Pincelei o pau na entradinha, com ele de quatro, e comecei a forçar. A expressão inicial de dor, começou a dar espaço a um expressão de prazer sem igual. Seus olhos faiscavam de vontade.
Comecei a enfiar meu pau com alguma dificuldade no rabinho virgem dele. Senti que doía nele, e tentei parar, mas ele continuou empurrando contra mim. Entrou tudo, e comecei a falar bem no ouvido dele, beijando o pescoço.
—de quem é esse rabo, hein?
—é seu! Aaahh... todo seu! Fode com força! Soca! Ahaaaaaaaaa...
—geme, meu tudo. Geme no pau do teu macho....
—mete, meu puto. Mete! Come esse cu que eu guardei pra você!
—aahhhnnn...ahhhmmm... gosta assim? Forte? Uuuhhh...
—uuuhhhhmmm... adoro... soca! Soca! Soca! Socaaaaaaa!
Ele jogava aquele rabo moreno no meu pau com força. O barulho meu quadril e saco batendo nele, criavam uma harmonia melódica sem igual. Aquele som, naquele momento, era a expressão máxima de amor e prazer entre nós.
— vou gozarr... ahhhnnn....
—goza em mim... me enche de leite, meu macho....
—uuuhhh... vira... vou encher sua boquinha de porra....
—enche.... quero esse leitinho todo...
—uuuuuuuuuuuh! — urrei, gozando litros nele.
—delíicia.... — beijei ele, provando do meu próprio esperma grosso e doce, quase enjoativo.
Ele se deitou, com a cabeça no meu peito, em silencio, por algum tempo. Até que disse:
—você gostou?
—adorei amor. Não esperava menos de você. Por quê?
—Porque a partir de hoje, a gente é um casal de verdade. Que se ama, se completa, e vive um pro outro. Sem traição e sem mentiras, como muitos por aí. Lu, você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, até hoje. Nunca me senti tão feliz. Se você não existisse, eu te inventava. Mas como você já existe, eu vivo pra te amar...
—owwnnn... fofo! Mas eu já ouvi essa frase antes... é de um conto que você leu, né?
—aaahhh... chato! Você me pegou! É. É sim. Mas vale do mesmo jeito. Hahaha
Nossos dias seguintes foram normais. Tivemos que correr pra acompanhar as matérias na escola. Ainda estudávamos no mesmo horário e na mesma escola. Tudo era perfeito, assim como ele. (ele é lindo, gente. Não tem como não apaixonar, até hoje.). E de tarde, ele ia trabalhar na loja de novo. Num desses dias normais, ele chegou, durante o intervalo, conversando com um carinha, todo animado. Eu fui ficar com ele, afinal, namorado é namorado em qualquer lugar.
—oi amor! — disse, já beijando-o.
—oi, paixão! Já conhece o Filipe?
—não. E se você não me apresentar, vou ficar sem conhecer. Rsrs
—rsrs. Bobo. Lu, meu amigo, Filipe. Ele estuda comigo e gosta de quase tudo que eu gosto. Parece até minha alma gêmea!
—humf! — bufei.
—hahaha. Calma, bebê! É brincadeira! Lipe, esse é a paixão da minha vida, meu bebê e meu marido. Luis.
—prazer em conhecer, Filipe. — tentei ser educado.
—prazer é meu. Vocês parecem muito felizes...
—é. Somos sim. Né mô? —respondi.
Ele não respondeu. Olhava pro Filipe como se fosse um deus encarnado. Eu não gostei daquele olhar. Enfim, o Filipe começou a fazer parte das nossas vidas. Ia ao nosso apartamento, estudava com o Theus, faziam trabalhos juntos... começaram a virar unha e carne, como nós no começo. Aquilo me preocupava. Tentei não demonstrar e acompanhava os dois de perto.
Filipe era o total oposto meu e do Theus. Branquinho, magro, cabelos meio longos, olhos negros, falar manso, braços e pernas peludos, peito lisinho (eles viviam sem camisa, ao contrario de mim, que odiava e ainda odeio, tirar a camisa), muito lindo também. Era bissexual assumido também.
Certo dia, meu amor chegou estranho comigo. Seu semblante era triste e confuso. Nem parecia o Theus alegre e sorridente que eu conhecia.
—amor, a gente precisa conversar...
—o que aconteceu? Algo grave? — perguntei, meio desesperado.
—depende... ai... nem sei como dizer...
—acho que eu sei. Você tá gostando do Filipe?
—tô. Mas ele também gosta de mim. E de você.
Aquilo foi um golpe forte pra mim. O coração apertava forte, e as lágrimas pulavam dos olhos. Eu amava aquele cara.
—amor, ele pediu pra ser NOSSO NAMORADO. Você aceita? Eu quero tentar, se você quiser.
—tá. Eu aceito. Mas eu não queria dividir você.
—você não vai dividir, amor. Eu prometo. Olha, se te deixa mais feliz, ele é passivo.
—mas vai querer te beijar. E eu não quero isso. —chorava.
—mas ele vai te beijar também. Pensa nisso.
—posso pensar direito nisso? Por favor?
—pode sim, lu. Na verdade, eu prefiro que pense direito nisso. E espero que a resposta seja um SIM. — disse Filipe, chegando por trás de nós.
Olhei algum tempo pra ele, e voltei pra sala. Passei uns bons dias pensando nisso. Aquela proposta tinha mexido com tudo que eu achava estar firme. Com tudo que eu tinha construído pra ser concreto. Cheguei a uma conclusão. Fui até a casa do Filipe. Ele estava sozinho.