Capítulo 22 - Devil Wouldn't Recognize You – Parte I
Eu olhei pra janela do meu quarto e pode ver a luz entrado pelas frestas. “Droga já é de manhã???” Eu pensei. E por isso que eu odeio verão. Ele deixa os dias longos e as noites curtas. Nada agradável. Essas férias poderiam tanto ser melhores. Eu tava na segunda semana de janeiro de 2009. E os dias pareciam que estavam rápido demais que mal conseguia discernir quando começava um e ou terminava outro. Pra falar a verdade eu não conseguia discernir muitas coisas a um bom tempo.
Então me levantei e fui tomar meu “animadíssimo” café. Meio pão. Meio copo de leite. Meia maçã. Eu mastigava e parece que não era mais capaz de sentir o gosto da comida. Eu apenas colocava ela pra dentro pra ela cumprir seu papel de me dar energia. Algo que a um bom tempo ta em falta por todo o meu ser. A casa tava silenciosa ainda por ser cedo, deveria ser umas 7:30 ainda, meus pais só costumavam acordar lá pelas 9 e meu irmão só as dez. Essa era a rotina das férias aqui.
Terminei meu café, lavei minha louça silenciosamente, e fui pro banheiro escovar os dentes e lavar o rosto. Feita toda minha higiene troquei o pijama por um shorts de futebol, coloquei uma camiseta preta um pouco larga, calcei meus tênis e sai de casa pra caminhar, uma vez q eu estrava estritamente proibido de correr parece.
Coloquei minha playlist “animada/caminhada” [rima tosca eu sei :p] recheada com músicas de cantoras pop e músicas de anime. Peguei meu óculos aviador total black e sai de casa.
Eu queria andar até meus pés doerem. Queria andar até minha batata da perna queimar e ficar pesada me impossibilitando de mexer o pé. Queria andar até eu suar até desidratar e ver q eu estava quase exaurido e deixando meu corpo. Eu só queria me colocar no limite. Assim como foram os últimos, sei lá 6 ou 7 meses [?]. Porém eu queria chegar no limite, pois eu sabia que pelo menos nesse estado eu esquecia de tudo. Absolutamente tudo!
Porém hoje era um grande dia, eu sabia que mesmo que eu chegasse na beira do abismo entre viver e morrer que fosse eu ainda ia lembrar do dia de hoje. Do que significava o dia de hoje. Mas eu não queria pensar nisso agora. Agora eu só queria andar e andar e esquecer de tudo. Enquanto eu andava eu cantava mentalmente e as vezes alto, eu via os rostos das pessoas porém não conseguia enxergar faces. A muito tempo eu não consigo pensar em outra face. Memorizar outro rosto. Ver beleza em outro rosto. Como eu odiava essa sensação. Esse transe constante que tinha tomado a minha mente. E foi assim pela uma hora e meia seguinte eu querendo esquecer e os pensamentos vindo. Uma batalha que vinha sendo tratada na minha cabeça a um bom tempo já.
E hoje a batalha especialmente grande. Como um campo de batalha das cruzadas, ou da segunda guerra mundial ou qualquer grande batalha que fosse. Que merda de dia. Por que diabos ele tinha que chegar porra.
Então pra retirar esses pensamentos da minha cabeça coloquei uma música que vinha sendo meu mantra a um bom tempinho. Hung Up da Madonna
“I can’t keep on waiting for you
I know that you’re still hesitating
Don’t cry for me
‘cause I’ll find my way
You’ll wake up one day
But it’ll be too late”
Gritava a minha eterna rainha pelo meu fone de ouvido assim como eu cantava enquanto andava. Pelo menos nessas horas enquanto eu andava eu esquecia de tudo. Absolutamente tudo até mesmo de como eu me sentia eu conseguia esquecer. Era só manter a mente ocupada por mais difícil q fosse, seja ocupada com músicas ou seja ocupada com a dor do corpo exausto, com tanto que estando ocupada me fizesse esquecer tava ótimo.
De repente eu já estava perto de casa, minha cota de hora caminhando já estava cumprida na sua metade. Entrei em casa e estavam todos a mesa comendo. Cumprimentei meus pais e meus irmãos, peguei um copo de água e fui pro meu quarto. Tirei minha roupa suada e fui tomar banho. Durante o banho eu tentava pensar apenas em trivialidades. Como episódios de animes e series. Músicas e seus significados. O que quer que mantivesse minha mente ocupada. Até a tabuada já entrou na roda as vezes pra cumprir essa função. Sai do banho e fui descansar uma hora. Quando dei por mim o descanso já tinha acabado meu pai chegou com o colchonete e foi me ajudar em abdominais e flexões bem a moda militar mesmo. “Ótimo, 1, 2 ,3 ,4...” eu fiquei pensando durante os exercícios.
O dia cumpriu seu papel também, ou seja correu rápido, logo era de tarde já. E logo logo a Ceci ia chegar na minha casa pra cv. Ela era única pessoa confiável pra absolutamente tudo. A única que sabia da reclusão q tinha se tornado minha rotina. Acho que se não tivesse a amizade dela eu teria pirado a muito tempo. O Interfone tocou e fui correndo atender ela no portão.
- Oi Rô! Disse ela em abraçando, você parece melhor hoje
- Pareço? Falei incerto. A única fisionomia q eu tinha era o caos. A única aparência q eu tinha era a desordem. Palavras como melhor a muito tempo não me descreviam.
- Sim. Você tem certeza disso? Dessa decisão? Perguntou ela muito preocupada.
- Sim. Falei determinado, Eu esperei muito por hoje, mesmo parte de mim querendo evitar o dia de hj, a parte majoritária tava ansiando por ele.
- Ok, você sabe q eu to do seu lado pra tudo, ok? Falou ela sorrindo
- Sim, Amiga eu sempre serie grato por isso.
Conversamos bobeiras até dar 5 horas. Hora da minha segunda rotina de caminhadas. Da minha segunda leva do combo “exaustão pro esquecimento”. A Ceci antes de ir embora me ajudou a me vestir. Eu devia tá perfeito ela disse. Então vesti um short de futebol azul que valorizava minhas pernas, que agora estavam bem jogador de futebol style [a.k.a HOT]. Uma camiseta cinza escuro, mais justa que as usuais, pra valorizar meus “músculos recém adquiridos” como disse a Ceci. E meu regular tênis de caminhada. ME olhei no espelho e tava bem gato.
- Isso amigo, como um fênix, e assim q tem que ser. Falou ela pra mim antes de sair.
- Ok Amigo! Falei animado.
Sai junto com ela e me despedi dela na esquina da rua da minha casa.
- Depois você me fala como foi tudo ok
- Claro você será a primeira a saber.
Coloquei meus óculos e sai caminhando. A cada passo a ansiedade, a raiva, o ódio, o amor e mais infinitos sentimentos ficavam crescendo e indo pra estado de ebulição. Porém consegui manter o controle. Passados 40 minutos andando eu vi ele vindo na minha direção. “Então funcionou!” pensei comigo mesmo. Ele estava com uma regata branca. Os braços estavam mais fortes também. Um bermuda laranja e tênis vermelho. O cabelo estava cortado bem baixo, “será q ele raspou?” pensei. Quando me viu ele assustou e diminuiu a velocidade dos passos. Então eu caminhei até ele. Tirei o óculos e exclamei no meu melhor tom irônico e escarnico.
- Vejam se não é meu filha da puta favorito. Surpreso em me ver Luís. e sorri
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Ola pessoas queridas. Primeiro vai a explicação do titulo que é uma música da Madonna, se der ouçam pois ela e linda, que ilustra bem a o capitulo. Em segundo lugar o capitulo tem duas partes, a primeira agora e a segunda no seu devido tempo :P. Essa veio agora pois esse é um dos primeiros momentos cruciais do conto. Uma das primeiras reviravoltas da minha vida. No capítulo seguinte a historia volta pro passado pra se desenrolar até chegar nesse fato crucial do capitulo, então foi um pequeno flashfoward [ou avançar no tempo :P]. Espero que gostem do capitulo pois esses e uns dos especiais, não que os outros não sejam, porém acho que vocês me entenderam :D. Beijos a todos e comentem :*