A vida e cheia de surpresas mesmo, estava numa cidade nova e faria tudo pra que minha vida fosse diferente, pois oque me deixava feliz era o fato de que agora eu estava vivendo de fato. Oque eu sentia pelo Davi e pelo Lucas já havia acabado, estava finalmente disposto a viver uma nova vida. Já havia se passado dois anos depois de toda aquela confusão, já havia me formado e estava a procura de viver novas sensações.
Tudo que eu queria era viver tranquilamente na cidade de Drummond, Itabira poderia não ser o melhor lugar para se morar, mas naquele momento era de tranquilidade e paz pra um novo recomeço, e isso Itabira me oferecia com grande exatidão.
Sabe oque fiz na manha seguinte depois da Transa com o Ricardo?
Eu lavei meu rosto e fui correr pela cidade, acho que já estava crescidinho de mais pra me apaixonar por um Garotinho de Programa, nada contra ao hobby dele, mas eu não o teria só pra mim, e além do mais ele era um garotinho. E confesso não esta disposto a viver a vida cuidando de um bebezinho. Que queria alguém maduro pra ficar comigo, alguém que realmente fosse capaz de me amar e de reconhecer os meus desejos e frustações.
Bom Tomei meu cafezinho na padaria da esquina e fui correndo por uma avenida chamada Mauro Ribeiro, muito conhecida aqui na cidade e bastante movimentada. Uma dica bacana e conhecer a cidade de Itabira, e um lugarzinho tranquilo e muito aconchegante, e pelo que pude notar logo na primeira semana, tem varias cachoeiras na região, e já experimentei todas.
Bom na minha caminhada matinal eu já pude perceber que os itabiranos não ligam pra moda, um pessoal que parece que não assiste Esquadrão da Moda (tenho ate medo de algum itabirano ler isso), mas era cada roupa pavorosa, rsrsr.
Corri durante uns vinte minutos, e quando já estava voltando pra casa, imagine quem estava me esperando no portão da minha casa?
Ahhhaha Era ele mesmo, o |Ricardo. Assim que me viu ele abriu um sorriso pra mim, com aqueles dentes branquíssimos. Mantive-me do mesmo jeito que estava sem esboçar qualquer reação.
__ Pensei que nunca mais fosse voltar Matheus!
__ Pra sua alegria eu já estou de volta, e quanto à ontem à noite vamos entrar pra que nos possamos combinar o valor que devo te pagar pelo programa de ontem.
__ Não vou cobrar nada de você cara, a minha foda com você teve algo de especial que não estou acostumado a sentir.
__ Foi tão especial que em menos d duas horas você já estava de volta pra meter em outro cara. Poupe-me de espetáculos, por favor, amigo. Você e só uma putinha que os caras pagam você não senti nada de especial porra nenhuma cara. Você acha que alguém vai querer te levar a serio sabendo que você e uma putinha? Obvio que não ne, eu não quero ter nada com você mais cara, e vamos logo falando quanto eu te devo, porque se não você vai perder uma graninha boa meu chapa...
Nem terminei a ultima frase, pois quase que meus dentes caíram todos da boca, o cara me arremessou um soco na boca que quase fiquei sem nenhum dente, era visível a ira nos seus olhos, creio que peguei muito pesado com ele, chamei o cara de putinha. Nos últimos tempos não estava sendo tão gentil como antigamente, depois de apanhar tanto da vida agente aprende que nem sempre podemos ser frágeis.
Nossa me cresceu uma ódio na hora, ao invés de bater de volta, eu comecei a chama-lo de FDF, desgraçado entre outros chingamentos, foi ai que Seu Nilo, porteiro do prédio veio correndo na minha direção com um cassetete na mão, juro que a cena não era engraçada, mas estava quase soltando uma risada apesar da dor; Imagine só um senhor de uns 70 anos, barrigudo com cassetete na mão correndo escada abaixo, gritando “Sai daqui Marginal, sai logo daqui se não eu chamo a Policia, seu filho de uma Quenga”. Confesso que achei desnecessária aquela reação, mas era o jeito dele, eu não podia fazer nada; No meio desse espetáculo o Ricardo foi se afastando e as pessoas parando pra observa oque estava acontecendo naquele lugar.
Puta confusão desnecessária todo esse barraco, mas bem que gostei do que ouve, como que um garotinho vem dizer que nossa transa foi diferente se, minutos depois ele estava na cama com outro cara. Ahh me esquece ne, pedi desculpa ao Seu Nilo pelo acontecido, mas foi ai que ele me disse que estava ali pra defender, zelar pela segurança de todos os moradores, inclusive da minha.
Achei engraçado o discurso dele, foi meio heroico de mais, mas creio que idade daquele senhor havia ensinado muita coisa sobre a vida pra ele, subimos as escadas conversando e ele foi me contando que tinha um sobrinho com a mesma idade que a minha, disse que o garoto estava meio desanimado da vida (garoto?” o cara tinha 25 anos e era garoto), me disse que o cara não sabia oque fazer da vida, que havia feito na vida só um cursinho técnico, mas que o sonho dele era fazer faculdade igual eu havia feito. Disse pra Seu Nilo, que todo mundo tem seu tempo e que mais cedo ou mais tarde esse “Jovem” encontraria seu caminho. Percebi que nos olhos daquele senhor certo pedido de angustia, tomei a atitude de fazer uma proposta pra aquele nobre senhor que segundos atrás havia salvado minha vida. Falei pra que ele convidasse o seu sobrinho para ir ao meu apartamento, que eu trocaria umas ideias com ele, afinal de contas tínhamos a mesma idade e poderíamos nos entender talvez. Além do mais como estava numa nova cidade, queria conversar com alguém local pra me orientar sobre o mercado da cidade, pois estava com intenção de montar uma empresa pra mim.
Bom Seu Nilo já foi arrancando o celular do bolso e discando um numero, e logo começou a fala “O filho você esta muito ocupado? Se não vem aqui no prédio que quero que você conheça um amigo meu, ele esta querendo muito te conhecer, ele eh novo na cidade e creio que você possa ensina-lo coisas sobre Itabira. Não demore muito, pois ele e um moço muito ocupado”. O Seu Nilo desligou o telefone e já foi cantarolando escada a baixo, quando chegou ao ultimo degrau se virou e disse “Quando ele chegar interfono pra senhor;”.
La se foi o Velho feliz da vida, terminei de chegar ao meu apartamento e tratei logo de verificar o estrago que aquele FDP havia feito no meu rosto. Estava começando uma inchação, peguei logo uma bolsa de gelo e coloquei no lugar, ele havia pegado pesado comigo naquele soco viu.
Não deu meia hora Seu Nilo interfona avisando que seu sobrinho havia chegado, e que se ele poderia subir. Disse que sim em alguns segundo toca a companhia do meu apartamento. Fui abrir a porta, estava eu sem camisa e de boné, todo suado devido à caminhada, nem banho havia tomado. Assim que abrir a porta vejo um espetáculo masculino na minha frente, o cara devi ter 1,80 de altura, todo musculoso, cabelos pretos, ombros largos, todo bonequinho de ser, sabe aqueles homens que você vê no cinema e já fica imaginando ele na cama com você? Pois é, um nesse estilo estava na minha frente naquele instante, convidei-o para entrar e se assentar:
__ Tudo bem cara meu nome e Matheus, seu tio foi rápido no gatilho hein, pedi pra que ele dissesse a você para conversar comigo, e ele te ligou na hora.
__ Ahh Tio Nilo e meio doido assim mesmo. Mas meu nome e Davi Lucas, que bom conhece-lo Matheus.
Ele me estendeu a mão pra me cumprimentar, mas juro pra vocês que minha vontade era de mandar ele se levantar e sumi da minha frente na mesma hora, eu só podia ter dançado funk no caixão de Joao Paulo ll, pra vida me pregar uma peça dessas. Não era possível que essa porra de vida estava-me fudendo, a surpresa foi tanta ao ouvir esses nomes que meus olhos escureceram e, só me lembro de ter dito que não estava bem, pelo que percebi quando voltei ao normal, que havia desmaiado.
Definitivamente eu ainda sentia falta daqueles monstros.
Ohh vida do cão.
Quando acordei percebi que a Davi Lucas estava sentado na beirada da minha cama, olhando um álbum de fotos que eu guardava, cheio de fotos minhas, do Matheus e do Davi.
Assim que percebeu que eu despertava do meu desmaio ele veio me perguntado se eu estava bem.
Será possível?
