Minha história, minha luta, minha glória 18

Um conto erótico de Dr. Friction Fiction
Categoria: Homossexual
Contém 2855 palavras
Data: 18/09/2013 16:32:11

- Como assim, menino?- falou a mãe dele- que brincadeira sem graça, meu filho. Cadê sua namorada?

- Não estou brincando, não. Esse é meu namorado- ele falou olhando pra ela- Donovan, essa é minha mãe, Úrsula. E ali está minha irmã, Olga e meu pai, Gedeão Franco.

- É um prazer conhecer vocês!- eu disse dando um sorriso amarelo- sinto muito pela surpresa!

Seu Gedeão nem me olhou. Virou um copo de uísque de uma vez só. Dona Úrsula, coitada, parecia em choque. Ela olhava de uma pessoa para outra como se esperasse que alguém fosse fazer algo pra eu desaparecer.

Então Olga levantou e veio sorridente na minha direção, e abriu os braços. Ela era linda, mesmo. Se Otávio já era bonito, do jeito dele... Ela era outro nível! Estava vestindo jeans e uma blusa azul linda.

- Donovan, é um prazer te conhecer. De verdade.- ela falou me abraçando- vem comigo e deixa eu te mostrar a casa enquanto meu irmão conversa com meus pais um pouquinho!

- C...claro! Vamos lá!- eu disse- olha, isso não foi ideia minha, tá?

Ela foi me levando pela porta da cozinha e eu só vi por cima dos ombros que Otávio segurou a mãe pelo ombro e a conduziu até a mesa. O pai continuava virando copo atrás de copo de uísque.

- Cara, meus pais são super tradicionais. Minha mãe sonha com netos- ela falou enquanto me conduzia pela casa- sinceramente, acho que eu sempre soube que o Pirulito era gay! Hehehehe!

- "Pirulito"? Como assim?- eu perguntei- apelido de infância?

- Exato! Imagina um moleque magrelo e cabeçudo! Aí ficou esse apelido!- ela falou- mas hoje ele está bonito, mais fortinho... Acho que isso você já sabia, né?

- Com certeza! Ele é perfeito- eu disse- não quero estragar a família de vocês, Olga, só quero ser feliz e que Otávio também seja. Eu o amo!

- Bom saber. Olha por que não esperamos aqui na bibliote...- nessa hora, ouvimos um grito. Era Otávio- ai, alguma coisa aconteceu! Fica aqui que eu vou ver!

- Eu quero ir junto!

- Não, fica. Pode ser pior se você for!- ela falou saindo e fechou a porta- já volto!

Eita pau! Agora fudeu-se! Otávio raramente perdia a calma, e poderia entrar em crise se algo de sério acontecesse!

Sentei numa cadeira confortável e fiquei esperando pela volta de Olga, mas se ela demorasse muito, eu iria atrás deles! Eu estava sentado de costas para a porta, olhando para a escrivaninha cheia de papeis, livros e objetos diversos. Então ouvi a porta abrindo e virei me levantando. Era Plínio.

- Ei, primo. Parece que começou o barraco!- ele sorria, bêbado- você está cheiroso, sabia?

- Ahnnn... Olha, eu pensei que você quisesse participar do almoço justamente pra ver o barraco- falei me afastando- vai lá fora ver.

- Eu menti. Não queria ver a confusão- ele disse se aproximando- queria ver você.

- Eu não sabia que você era gay- eu disse sorrindo sarcástico- sempre achei que você curtisse comer as meninas da escola.

- Curto e muito! E eu não sou gay, não- ele disse- mas sabe aqueles meninos afeminados que você falou? Eu como todos, sabe? Um buraco é um buraco; um boquete é um boquete!

- Não seja vulgar, não te dei intimidade!- falei- eu não entendo o que você quer comigo, você é hétero, Plínio. E eu sou do Otávio.

- Há! Não fala merda, cara!- ele se aproximou mais- ninguém é de ninguém! Vem cá, me dá um beijo!

OK, Plínio não era de se jogar fora. Alto, quase a minha altura, cabelos lisos e compridos pelo meio das costas. Usava barba cerrada mas bem aparada, e era bonito. Não um Deus grego, mas bonito, e com um corpo mais forte e Chris que o de Otávio, mas não era malhado. Ainda assim, eu não iria trair Otávio com ele nem com ninguém. Ainda mais na casa dos pais dele, naquele momento.

- Plínio, fica longe de mim, por favor- eu falei chegando perto da mesa- eu não vou reponder pelos meus atos se você chegar perto.

- Hum, a bichinha tá se fazendo de difícil, hein!- ele chegou perto e me agarrou- eu sei que você quer... E o que é do Otávio é meu também, pergunta pra ele!

Ele veio me agarrando, me cheirando, lambendo meu pescoço, então não tive escolha, dei um empurrão no safado nojento e me afastei. Ele ficou com raiva e me bateu no rosto.

- Putinho sem vergonha, dá pro meu primo e não quer dar pra mim?- ele falou com raiva- pois eu vou te mostrar o que acontece quando eu sou contrariado!

Ele começou e tirar o cinto mas, bem, eu não sou uma mulherzinha indefesa. Peguei ele pelo colarinho da camisa cheirando a vinho dele e o joguei em cima da mesinha de centro. Nessa hora, Otávio entrou.

- O que está acontecendo aqui?- ele olhou de mim para Plínio e nem esperou resposta, foi pra cima do primo com tudo!

- Seu cachorro miserável, seu bosta!- ele agarrou Plínio e apertou o pescoço dele- você atacou o Donovan dentro da casa dos meus pais?! A boca dele tá sangrando!

Só então eu reparei que meu lábio estava cortado, acho que com o tapa meu dente machucou o lábio. Eu levei a mão à boca e limpei o sangue, indo até Otávio e segurando seus braços, tentando tirar ele de cima de Plínio.

- Me solta... Você ficou louco?...- falou Plínio, empurrando Otávio com um chute- você queria me matar? Por causa dessa bicha oferecida? Ele se insinuou pra mim, Pirulito!

- É mentira, Otávio! Esse safado queria me traçar aqui- eu falei segurando Otávio por trás- mas deixa esse fudido aí, vamos embora, por favor?

- Eu te mato, Plínio! Se tu encostares um dedo que seja nele, eu te mato!- gritava Otávio- fique longe dele e de mim!

- Você não está normal, Otávio! A gente sempre dividiu as presas- Plínio falou- porque essa gazela é diferente?

- Gazela é a puta que te pariu, seu escroto!- eu disse- eu sou gay, mas sou muito macho! Vamos sair daqui, por favor, meu amor?

Dona Úrsula entrou na biblioteca nessa hora, estava com os olhos vermelhos. A conversa com Otávio não deve ter sido boa...

- O que está acontcendo aqui?- ela falou colocando uma não no peito- porque esses gritos?

- Tia, esse viado tentou me assediar e quando eu o afastei, ele me agrediu!- Plínio falou se fazendo de vítima- e agora jogou Otávio contra mim! Otávio tentou me matar por causa dele!

- Está vendo, meub filho? Esse rapaz só trouxe discórdia à nossa casa!- ela falou chorosa- é isso que fazer com a nossa família? O que as pessoas vão dizer? Que você está se relacionando com um viado oferecido?

- Epa, um minuto, dona Úrsula!- eu falei- eu não sou nada disso aí! Foi esse cara que veio pra cima de mim!

- É verdade, mãe! Eu vi!- falou Otávio- por isso fui pra cima desse canalha!

- Tire esse rapaz da minha casa, Otávio- disse dona Úrsula- eu não o quero aqui, nunca mais.

Ela nem me olhava. Plínio ficou jogado na mesinha de centro, se fazendo de coitadinho. Tenho nojo de gente que se faz de coitadinha.

Otávio não falou mais nada, me pegou pela mão e foi me levando pra fora. No caminho, encontramos o pai de Otávio bebendo seu uísque. Ele me olhou feio e falou pro Otávio:

- Lembre-se do que eu falei, Otávio- ele disse- faça sua escolha.

Saímos e eu fui dirigindo, pois Otávio tremia da cabeça aos pés. Eu decidi não falar nada, até chegarmos a algum lugar tranquilo. Então entramos no shopping Castanheira, o mais próximo de onde estávamos, e ao chegarmos à garagem, não descemos. Olhei pra ele e esperei que falasse alguma coisa. Ele só olhava pra frente. Ficamos assim durante um tempinho, até que eu decidi quebrar o silêncio.

- Eu espero que você não ache que eu estava realmente me oferecendo pro seu primo- eu falei olhando pra ele- eu jamais faria algo assim.

- Até parece que eu não te conheço. E que eu não conheço aquele cachorro.- ele falou me olhando- eu sei bem do que ele é capaz. Ele tomou a maioria das minhas namoradas durante toda a nossa adolescência.

- Por isso vejo a cada dia que tenho sorte em ser gay- eu disse; ele estranhou- as mulheres são mesmo umas tolas. Ninguém em sã consciência trocaria um príncipe como você por dez ogros como o Plínio.

- Você é um doce, meu fofo- ele me disse tocando minha mão- eu não deveria ter deixado você sozinho. Mas você é homem, não pensei que ele fosse se interessar a esse ponto.

- Bem, pelo que ele falou, isso nunca foi um problema- eu disse- mas mudando de assunto, o que seus pais falaram?

- Donovan, minha mãe quase pirou. Ela não consegue aceitar, quer que eu me afaste de você a qualquer custo- ele disse- acha que você me seduziu, que fez algo comigo pra que eu me apaixonasse por você. Disse que não vai desistir de mim, de trazer de volta ao bom caminho.

- Ela falou isso? Pelo visto vai levar um tempo até nossas mães tomarem um cafezinho juntas...- eu disse- mas, o seu pai me pareceu até tranquilo, nem te bateu nem nada!

-... Não se engane quanto ao seu Gedeão, Donovan- ele disse- de todas as cobras da minha família, ele é a pior, nunca, nunca duvide disso!

- Nossa! Mas por que você diz isso?- eu falei assustado- o que ele disse?

- Donovan, não se engane. Meu pai nunca teve muito amor por mim- ele falou trist- nem por Olga. Somos apenas o resultado de um casamento de fachada, com uma mulher que ele nunca amou, só usou. Ele não liga pra quem eu amo ou deixe de amar, com quem eu namore etc.

- Então... Isso é bom, não é?- eu falei- quer dizer, ele não vai interferir no nosso relacionamento.

- Muito pelo contrário, Doni- ele me disse- meu pai tem uma visão mais fria e calculista das coisas. Ele está para se candidatar a deputado estadual nas próximas eleições, então não quer que nosso relacionamento "manche" a candidatura dele.

- Que pensamento mesquinho! O que ele te disse? O que ele falou pra você?- eu lembrei do que ele falou na saída- o que ele te mandou escolher?

-... Ele me disse que se eu não me afastar de você, vai pedir ao meu tio pra me demitir- ele falou olhando pra frente- e que não me recomende a escola nenhuma. Ele disse que por ele, eu passarei fome e fico sem o apê. Ele paga a metade do valor da parcela, Doni. E metade da parcela do carro. O salário de orientador não é grandes coisa, sabe?

- Seu pai é um canalha. E agora, o que você vai fazer?- eu falei- talvez possamos namorar escondido, sei lá. Não quero que você se ferre por minha causa.

- Não fale bobagens, por favor- ele falou chateado- eu não sou mais criança, não devo nada a ninguém, não vou namorar escondido. E depois, me ferrar só se você me deixar. Você é o melhor que já me aconteceu.

- Me desculpa, não falei por mal- eu disse- mas isso não resolve nossos problemas, amor.

- Vamos dar um jeito, ok?- ele falou pegando no meu rosto- por enquanto, eu só quero ser feliz ao teu lado. Não quero que você esquente a cabeça com isso, deixa que eu cuido dos meus pais, tudo bem?

- Vou tentar, meu amor, vou tentarMas um homem como seu Gedeão, uma mulher como a dona Úrsula e um cachorro como o Plínio, infelizmente não permitem ser esquecidos assim tão facilmente. Esse é o mal dos ricos e poderosos, eles por vezes acham podem fazer o que quiser. Que podem ter aquilo que querem, através do dinheiro que têm. E eu tive uma prova disso na quarta feira de semana seguinte...

Eu estava sozinho no apartamento a tarde, ainda cumprindo a semana de suspensão aplicada pelo diretor, estudando a matéria que pegava com Évora e Brunno. Tavinho estava deitado na cama comigo, tentando chamar a minha atenção. Ele deitava nas minhas apostilas, o danadinho. Foi quando ouvi a campainha tocar, e me assustei. Afinal, o porteiro sabia que nem Paula nem ninguém da família de Otávio estavam autorizados a subir sem ser anunciados.

Eu fui até a sala, com a esperança de que fosse Otávio que tivesse esquecido a chave. Então fui vestido como estava, sem camisa, apenas uma bermuda de surfista sem cueca. E quando abrí a porta, encontrei dona Úrsula, que me olhou de cima a baixo com cara de nojo.

- Estou vendo que você está bem a vontade aqui- ela disse entrando e passando por mim- mas estou aqui pra resolver isso de uma vez por todas, Douglas.

- É Donovan, dona Úrsula. E estou a vontade por que posso- eu disse- o dono do apê me permitiu.

- Que seja. Mas ele não vai ser o dono por muito tempo, nem do carro- ela disse- então pode ir esquecendo a ideia de dar o golpe do baú, rapaz.

- A senhora por favor me respeite- eu estava me irritando- eu não preciso nem quero dar golpe em ninguém.

- Faz me rir! Eu conheço gente como você, desse buraco de onde você saiu, eu vi muitos sairem- ela disse sorrindo- e é pra lá que você vai voltar, Dionísio!

- É Donovan... E eu não saí de buraco nenhum. Meu pai é Tenente coronel das forças aéreas- eu disse- eu nunca precisei de nada dos outros, dona Úrsula! E até o sábado, eu nem sabia que a família de vocês era abastada.

- Vou fingir que acredito, garoto. Olha, eu vou direto ao ponto, que eu estou ficando com nojo de permanecer aqui, nesse antro. Só de imaginar o que você faz com meu filho aqui...

- Só coisa boa, posso lhe garantir! E se a senhora quiser ver, peça ao seu cunhado, ele tem um vídeo que foi roubado daqui por uma vadia da escola- eu falei sarcástico- e se está com nojo, vá embora!

- Não seja grosseiro comigo! Eu tenho idade pra ser sua mãe!

- Pela quantidade de plásticas que já deve ter feito, deve ter idade pra ser minha bisavó!- eu falei- quer se retirar, eu estava estudando!

- Você não pode me expulsar do apartamento do meu filho, seu mal educado!- ela abriu a bolsa- vou falar logo o quero. Quanto você quer pra se afastar do meu menino?

-... A senhora ficou doida? Isso é uma afronta!- eu fiquei indgnado- pensa que está lidando com quem?

- Não se finja de inocente! Eu te conheço!- ela falou pegando um talão de cheques- quer dar um golpe! Eu já gente como você antes...

- No espelho! A senhora está me julgando pelo que a senhora faria! Mas eu não sou assim- eu disse- eu amo seu filho, de verdade. Como nunca imaginei que seria capaz. E ele me ama também.

- Não ama. Meu filho está perturbado. Você fez alguma coisa com ele- ela apontou o dedo na minha cara- mas vai desfazer. Quatro mil reais é suficiente?

- Eu só não mando a senhora engolir esse cheque em respeito a sua idade milenar- eu disse- saia daqui, agora.

- Domenico, eu vou deixar o cheque aqui, espero que você seja esperto e aceite- ela disse- porque se não aceitar, meu marido vai agir. E você não quer isso, meu bem.

- Saia! Agora! A senhora não é bem vinda aqui!

- Eu vou, mas volto. E com certeza, na próxima vez, encontrarei meu filho com uma mulher, como é certo- eu estava bufando- tchau, Deodoro.

- É DONOVAN! Sua bruxa!- eu estava possesso!- mas que caralho!

Ela saiu e bateu porta. Velha desgraçada! Achou que eu era da laia dela! Eu tremia de ódio. Nesse momento, percebi que eles ainda iam me infernizar muito. Fui até a mesa, peguei o cheque e amassei até fazer uma bolinha.

- Tavinhooo! Pega, bolinha, meu bebê- joguei a bolinha de papel pra ele, que começou a bater com as patinhas e correr atrás do cheque de um lado para o outro- pelo menos pra deixar ele feliz aquela velha doida serviu...

Fui estudar, mas não consegui me concentrar. A tarde continuou devagar e eu nem percebi que meu celular ficou sem bateria. Eu já estava adiantando o jantar (Otávio me ensinou o básico, aprendi muitas coisas com meu amor), quando Otávio entrou com muita pressa na cozinha. Eu fui abraçar meu magrão gostoso.

- Oi, amor! Porque essa pressa tod...

- Donovan, pelo amor de Deus! O seu celular está desligado porque- ele falou- sua mãe está tentando falar com você a tarde toda, e eu também!

- Ué, porque? O que aconteceu?- eu falei já com o coração acelerado- fala, homem! O que foi?

- Seu pai está no hospital! Pelo que eu entendi, ele teve um infarto- ele disse- ele está muito mal e talvez não passe de hoje. Sinto muito, meu amor.


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Comentários

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O.O poxa.. Triste pelo seu pai (mas torcendo pra ele ter escapado dessa); Vish, família legal a do Otávio hein?! Poxa... Fiquei pensando agora: o que a Dona Úrsula faria se tivesse a Paula como nora?!?! Ela merece um parente como ela muahahaha.

P.s.: o que será que o Otávio quis dizer com o "casamento de fachada" do pai dele?

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Aff, que nojo dessa família do Otávio. Impressionado como você pôde ficar a tarde toda com o celular descarregado. Isso não existe kkk Mas brincadeiras a parte, nem imagino o que passou por tua cabeça com a notícia de teu pai ;x

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Nossa. Espero que não tenha acontecido nada com teu pai. Aff e essa família do Otávio que povinho uó.

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