Antes que eu comece a descrever mais uma experiência minha, peço licença para falar um pouco exclusivamente às leitoras de sexo feminino. Queria dizer que se um homem deixa sua namorada para unir-se a você, não ache ele lindo, fofo e romântico. Veja o lado dela. Se ele abandonou a namorada por uma mais bonita, faria o mesmo com você. Foi o que aconteceu comigo e com Éverton. Apesar de nosso relacionamento parecer, à primeira vista, perfeito, aconteceu um problema.
Uma ou duas semanas após o fim da minha virgindade, resolvi surpreendê-lo. Eu já sabia que ele ficava sozinho em casa todas as quartas feiras. Mas, daquela vez, ele me disse que não poderia me encontrar, já que estaria fazendo um trabalho da escola. Inocentemente, acreditei nele. Porém, o vi combinando com seus amigos, e perguntei a um deles a que horas eles iriam embora. Ele me disse que sairia da casa de Éverton lá pelas 5h.
Fui pra casa, onde também estava sozinha. Vesti uma lingerie especial que tinha comprado para fazer uma surpresa a ele, coloquei por cima uma roupa discreta, mas bonita, e fui à sua casa para fazer uma surpresa. Chegando à sua rua, vi um amigo dele saindo, e o cumprimentei. Quando cheguei perto da casa dele, porém, uma surpresa. Havia uma menina entrando.
Com o coração acelerado no peito, fui ate a janela de Éverton. Reconheci aquela mulher. Era Hellen, uma menina de nosso colégio, um ano mais nova. E linda. Magra, loira, olhos azuis e peitos e bunda durinhos e perfeitos. O tipo de corpo que toda mulher, no fundo, inveja.
Hellen e Éverton se beijaram acaloradamente, fazendo-me chorar. De coração partido, torci para não chorar alto, enquanto via Éverton tirar a camisa dela.
Era suficiente pra mim. Eu não aguentaria mais. Saí, sem querer ver mais nada. Liguei para minha mãe e disse que dormiria na casa de Gabriela, minha amiga ( eu não tinha condições de ir para casa).
Bati à porta de Gabriela, ou Gabi, que correu pra me atender ao ver meu rosto vermelho e inchado. Gabi era de nossa idade: 17 anos, cabelo curto, no ombro, negro e liso; rosto branco, sempre maquiado e boca vermelha que se destacava. De corpo, era um pouco gorda, mas nada fora do normal.
“Mary, o que foi?”
“Ai amiga... o Éverton. Ele me traiu”.
Ela me abraçou, mas eu sabia que ela nunca aprovou meu namoro com ele. Entrei em sua casa e fui muito bem recebida por sua família. Depois de uma noite agradável, eu estava quase esquecendo tudo.
“Vou tomar um banho antes de dormir” disse eu.
“Vou com você” disse ela. “ To fedida”, fazendo-nos rir.
Se você acha estranho, isso não é incomum entre meninas, ainda mais amigas desde sempre. Amigas tomam banho juntas sem muito problema. Tirei minha roupa na frente dela, e eu ainda estava com aquela lingerie por baixo.
“Nossa” disse ela, ficando vermelha em seguida.
“ O quê?”
“Nada” disse ela, disfarçando.
“O que Gabi?”
“Seila, você ficou linda nessa lingerie”.
“Obrigada” disse eu, mas o clima estava tenso.
Na verdade, ela estava linda também. Tomamos banho lado a lado, admirando-a e me sentindo estranha. Eu nunca tinha me atraído por uma mulher antes, mas Gabi estava me deixando louca. E pelo que eu via, ela também me queria; pelos olhares que lançava.
Por sorte, ela tinha cama de casal, onde nos deitamos e conversamos antes de dormirmos. Eu queria dizer a ela que a queria. Fui invadida por um tesão louco, senti minha calcinha se encharcar. Eu queria minha melhor amiga.
Para testá-la, brinquei:
“Estou tão decepcionada com homens que acho que vou virar lésbica”.
“Aí vai cair mulher em cima de ti Mary” respondeu ela.
“Claro que não, sou uma feia” disse.
“Eu não acho” disse ela, chegando perto de mim e me olhando nos olhos.
Beijei aqueles lábios, os lábios daquela que sempre amei como amiga. Olhei em seus olhos e a disse aquilo que sempre senti; mas agora, com um significado bem diferente:
“Eu te amo!”
Beijei-a e ela se deitou em cima de mim. Era só o começo daquela noite.