- Bill, cara, passei a noite fora. O cliente me comeu a noite toda. - Menti cauteloso.
- Não vem com essa, moleque. Estou falando do que você fez com o Lipe?
- Com o Lipe? A gente transou pro cliente ver e ….
- Eu tô pouco me lixando se você rasgou o rabo dele, putinha existe para isso. Eu tô falando que ele brigou com o Beto para te defender. Que porra tu fez com ele? Ele te odiava.
- Com o Beto? Bill, não to entendendo.
- O Beto anda meio afim de você, ele foi falar que você daria uma ótima putinha para ele e o Lipe te defendeu, rolou uns socos e eu tive que separar a porra toda. Que sacanagem é essa moleque? Primeiro o Thor, depois o Beto e agora o Lipe, tu tem mel nesse teu cu é?
- Bill, foi só porque a gente conversou quando ficou junto e se curtiu. - Tentei desconversar.
- Sei não, acho que tem mel nesse teu rabo, para tirar a dúvida, eu vou te comer.
- Agora? Eu to morto de cansado...
- Ainda não aprendeu a não me contestar porra? Dessa vez passa, tira a roupa todinha e fica de quatro na cama, se o cliente te fudeu muito mesmo, teu rabo tá todo aberto.
Sem poder reagir, sob o olhar do Tonho, me despi mais uma vez naquela noite e fui até a cama. O Bill estava apenas de samba canção, que logo baixou exibindo seu pênis, era de porte pequeno, mas um membro bonito, com pentelhos louros revelando que o loiro dele não era artificial. Ele já vinha com uma camisinha na mão, a colocou e tentou forçar sem lubrificante atrás de mim.
- Porra meu, precisa de lubrificante não. O cuspe deve dar. - Falou ele e em seguida senti seus dedos melados de saliva pincelando minha entrada, que ainda estava dolorida pela penetração do Samuel.
Logo senti novamente a cabeça do seu pau encostando em mim, senti tanto nojo que minha bunda travou automática. Ele era tão asqueroso, e me comia ali na frente do Tonho, sem ligar para nada. Senti seu membro entrar até o púbis encostar na minha bunda. Desgraçado, doeu muito mais do que deveria só pela minha raiva, não relaxei. Ele passou a bombar rápido em mim e logo gozou. Foi um alívio, eu nunca me senti tão sujo quanto naquele dia que ele me penetrou. Me senti um lixo, uma escória e desejei não ter voltado para aquele lugar. Tudo que queria era ver o Thor novamente e estava tendo que passar por aquilo.
- Meu italianinho lindo. Você é gostoso demais moleque. Me lembre de te comer mais vezes.
- Ok. - Respondi me levantando para pegar minhas roupas.
- Espera ai. Espera aí. - Me interrompeu Bill. - Tonho? Quer comer ele?
Eu gelei.
- O patrão sabe que eu não curto bunda de homem. - Respondeu o guarda costas.
- Ele não é um homem. É um menino, você devia experimentar. Ia viciar.
- Hoje não, quem sabe depois.
- Pensa rápido antes que esse aqui fique todo arrombado. - Riu Bill. - Pode ir meu filho, vá tirar o seu sono, hoje só precisa atender depois da 18, que você trabalhou demais. - Completou se dirigindo a mim.
Me vesti e saí rápido, com medo daquele segurança idiota mudar de idéia e querer transar comigo. Ninguém se pôs em meu caminho até eu chegar ao meu quarto e do Thor. Quando abri a porta, pensei que ele ia estar dormindo, mas tomei um susto quando ele me agarrou.
- Dee, cara. Pensei que tinham te matado.
- Não cara, te acalm...
Minha frase foi interrompida por um beijo na boca. Intenso, entregue, apaixonado. Foi tão surpreso que nem reagi, apenas fiquei parado deixando ele explorar minha boca, acarinhar meus lábios, enquanto puxar minha cabeça pela nuca.
- Eu to louquinho por você. - Falou quando afastou o rosto do meu.
- Thor, eu...
- Não fala nada. Eu não aguentaria ouvir um não.
- Thor.
- Não fala. - Falou ele ríspido colocando o dedo nos meus lábios. - Eu sei que não sou nada, só um escravo sexual de um filho da puta. O que eu teria para te oferecer a não ser a mesma vida miserável que eu levo? Não precisa falar isso, fica calado. Toma. - Falou ele se virando e pegando minha toalha. - Pega tua toalha e vai tomar banho para dormir.
Ainda atordoado com o que ele falou, me virei e fui para o banheiro. Deixei escorrer muita água para sair de mim todo o cheiro de sexo. Toda aquela energia de sexo alheio acumulada em meu corpo. O pior tinha sido transar com o Bill, ele era um cara bonito, nunca imaginei que transar com alguém pudesse ser algo tão asqueroso. Deixei a água levar tudo embora, só desliguei quando me senti limpo novamente, levou cerca de meia hora.
Me enxuguei pensando no Thor. Que louco era ele, não me deixar falar. Me interromper daquela forma quase violenta foi algo estranho. Quando estava com o corpo seco, voltei caminhando lentamente para o quarto, ainda pensando em tudo. Quando entrei novamente, ele estava deitado, com um pano cobrindo a cara para vedar a luminosidade, não sabia se ele estava dormindo ou ainda acordado.
Vesti uma cueca limpa e deitei do lado dele, que também estava apenas de cueca. Fiquei olhando o teto e pensando na vida. Poxa, ele tinha total razão, que loucura um relacionamento naquelas circunstâncias. Que tipo de amor pessoas como a gente poderiam esperar? Certamente não aquele amor romântico idealizado tradicional. Ele não tinha mesmo nada a me oferecer. Era um cara que desde novo foi prostituto, era só o que sabia fazer da vida, nem os estudos chegou a terminar. Eu tinha terminado os meus, mas tampouco podia oferecer algo. Nem nossos corpos podíamos oferecer um ao outro, pois éramos escravizados por um demente.
Esse foi o momento em que percebi uma das grandes verdades da minha vida. Aprendi a reconhecer um amor verdadeiro. O amor verdadeiro é aquele que fica quando não existe nenhuma razão para se amar. Quem ama só deseja mais amor, só deseja a entrega ao sentimento, não deseja bens, não deseja o corpo, tudo o mais é superfluo, tudo o mais é dispensável, quando se está com quem se ama. O amor verdadeiro, então, a tudo resiste, pois nada que façam para destruí-lo irá afetá-lo. Como disse o sábio: nada pode abalar um amor sem motivos. Foi então que apesar de todo o sofrimento, decidi dar uma chance ao meu amor com o Thor. Ignorando se ele estava acordado ou não, puxei seu corpo para o meu e o beijei também de surpresa.
- Deixa de ser idiota. Seu bobão. A minha resposta é SIM....
Continua....
P.S: Ainda não estou no meu pique total pessoal, desculpem só postar dois capítulos. Estamos fechando 20 dias do conto, o do Caio eu fiz 70 capítulos em 20 dias. Obrigado pelas boas energias de todos que desejam minha recuperação e aos que mandaram emails desejando melhoras, *-*. Tô quase lá. Até amanhã.
Ian ()