Acordei cedo; deixei o Ber descansar mais um pouco. Me sentia um lixo. Sim. Pensei nos meus avós, como eu estava enganando nos meus pais e que eu era um pervertido que atacava meu amigo. Eu podia ser gay, não naquela hora. Um futuro me aguardava, e não que eu fosse covarde, mas haja estabilidade para enfrentar o mundo e ate aqueles que você ama. Enfrentar o Ber, pedir que ele se afastasse de mim. Eu não queria. Minha cabeça parecia explodir. Olhei pra minha cama e tinha um lindo par de olhos castanhos me encarando. Me arrepiei todo, desviei o olhar. Outra ereção. Tentei esconder, sentei cama onde acabei atacado por Ber que ficou sobre mim. Meu corpo se arrepiou quando seus braços envolveram meus ombros. Começava então um lutinha.
- Vc é grande mas não é dois Alex! Vai apanhar pra caralho..
- Nunca, não esquece que eu sou o mais forte.
Joguei ele na cama enquanto ele se agarrava desesperado ao meu pescoço.Sim eu o levantei e o joguei com força na cama. Fiquei então sobre ele, segurando seus braços. Nossos pênis se encontraram. Ambos eretos e pulsantes. Nossos olhares se encontraram, muito sérios estávamos. Ambos ofegantes. A cama ainda quente, nosso rostos tão próximos. Sentia o calar dele. Da sua pele, sentia seu cheiro de perfume bem suave, soltei suas mãos. Toquei seu rosto. Desci minha mão até seu peito. Seu coração batia numa frequência alta. Talvez por conta da brincadeira. Mas eu não queria brincar. Queria ficar com ele ali na cama. Não queria ter que me explicar. Então pus minha cabeça sobre seu coração, simplesmente contei cada batida. Era como se fosse uma contagem regressiva até que ele se fosse. Pra longe. Pra Rússia. Viver a vida dele. Sem mim. Acabei cochilando de novo. Não fomos para a aula.
- Preciso te contar uma coisa.
- Aconteceu alguma coisa Ber?
- Eu viajo daqui 3 semanas.
Ber me enganou. Meus. Olhos se encheram de água, levantei e desci pro quintal. Subi cada degrau até minha casa da árvore. Meu refúgio desde criança. Meu e dele. Novo clubinho, esconderijo, nosso mundo infantil. Enquanto via nossos desenhos pendurados nas paredes de madeira. Era uma casinha pequena que guardava incontáveis lembranças. As marcas de nossas mãos com tinta por todo canto. Comecei a rir compulsivamente. Um riso frio e tristonho, uma espécie de dor que me fazia sorrir, sentia que ia perdê-lo mas lembrava de tudo que passamos. Mas naquele momento eu precisava ficar só. Éramos homens. Praticamente adultos. Mas essa dor não era apenas uma saudade. Perderia eu meu melhor amigo e agora minha paixão platonica. Recebi seu sms. Estava escrito eu te amo em russo. Sorri. Com um certo receio. Mas se fosse para acontecer, eu teria 3 semanas para me certificar de que ele voltaria, por mim claro. Ia pegar pesado. Naquela mesma tarde cortei o cabelo e comprei umas roupas mais descoladas. Um boné e sim, eu estava realmente bonito. Decidi me olhar no espelho e me amar, provar pra mim mesmo que ele também me amaria. Eu estava realmente gostosinho. Faltava então o teste final
