Por mais que eu tentasse distrair pra me esquecer dos meus problemas, era impossível eu sempre me lembrava do Romeo ao telefone comigo, eu imagino o quão difícil deva ser tentar se livrar de um vicio e não conseguir, ele precisava de ajuda e por mais que a família dele tentasse ajuda-lo por fim acabavam era atrapalhando pois não prestava suporte da maneira correta, por esse motivo eu decidi que iria ajuda-lo a sair dessa, ao menos eu queria tentar, me sentiria muito mal se algo viesse a acontecer com ele e eu não tivesse feito o menor esforço pra ajudar, eu sempre olho com olhar de piedade e caridade para as coisas não consigo ser como os meninos que querem prazer a qualquer custo, eu sou o que resta de humanidade no meu grupo de amigos.
Não passei a noite de réveillon com o Victor, ele já tinha confirmado presença em um outro evento com os seus amigos, a noite em si foi ótima, festejamos muito, e as custas de muito álcool eu conseguir não lembrar do tudo, liguei para meus pais como não atenderam eu deixei uma mensagem desejando um ano novo repleto de coisas boas era o que precisávamos na nossa casa, no dia 1 de janeiro desse ano eu vi o Victor a tarde e noite ficamos juntos na casa dele, voltamos na madrugada chegamos pouco mais de uma da manhã em nossa cidade eu deixei os meninos em suas respectivas casas e fui pra minha dormir algumas poucas horas já que no dia 2 eu teria que ir a usina mesmo não sendo o dia de voltar a trabalhar, meu chefe tinha me pedido pra voltar antes pois seria responsável por receber alguns cavalos mecânicos que havíamos compro em novembro do ano anterior.
Atendi o pessoal da montadora na usina fiquei enrolado com eles o meu dia todo, sempre é assim eles querem prender sua atenção e mostrar o quão cordiais e atenciosos eles conseguem ser, meu telefone não tocou nenhuma vez nesse dia, o que eu achei frustrante pois esperava que o Romeo me telefonasse como um instinto assim que sai da usina fui direto para casa dele, sem nem passar na minha antes quando parei o carro a mãe o padrasto dele saiam com o carro da garagem quando me viram pararam e ela desceu do carro chorando e me abraçando, perguntei o que tinha acontecido ela foi me contar que o Romeo tinha se envolvido em uma briga com um pessoal de onde ele estava ficando e estava hospitalizado...
– Qual foi o motivo dessa briga?
– Me parece que foi uma divida que ele tinha com o cara, ele devia R$ 20,00 reais e não me ligou pra pedir, eu nem imaginei que ele já tinha voltado pra lá, ontem depois da virada de ano ele sumiu eu pensei que tinha ido dormir, e quando deu cinco da manhã me ligam do hospital.
– Por causa de R$ 20,00? Qual hospital que ele esta?
– Municipal.
Fui para o hospital acabei chegando primeiro que eles, na recepção tinha uma garota com um moletom sujo e amarrotado chorando, passei por ela olhando com cara de raiva, vai ver a divida era dessa infeliz ele acabou apanhando por ela, nossa eu fiquei cego de raiva mais preferi ignora-la fui direto a recepção e me autorizarão a entrar sem pegar nenhuma informação minha, nem meu nome nem nada mesmo. Fui ao quarto estava ele e mais um senhor em outra cama desacompanhado, quando me viu ele ficou totalmente sem graça, me sentei ao lado dele na cama e não falei nada apenas fiquei esperando ele falar.
A primeira coisa que me disse foi desculpas, se desculpou por me envolver nisso novamente, mesmo que sem ter a intenção eu perguntei quem era a garota na recepção do hospital, ele me disse que uma garota que queria ficar com ele, e o namorado dela era o sujeito a quem ele devia o dinheiro, e acabou vendo os dois se beijando, pode parecer ridículo mais eu fiquei com ciúmes e muito por sinal conversamos quando o medico chegou no quarto, ele me conheceu por ser amigo de longa data da minha, minha mãe já havia sido psicóloga do hospital por uns anos e ele lembrava de mim de quando era criança, conversamos ele me chamou a um consultório, e eu pedi para ele fazer um exame de sangue no Romeo sem que ele soubesse eu queria ter certeza de que ele não era portador de nenhuma doença.
Não sei porque, pode parecer mesquinho e tudo mais, porém eu precisava disso o medico concordou comigo sem questionar meus motivos, apenas disse que éramos amigos e eu estava muito preocupado com ele, considerando o estilo de vida que ele vinha levando, eu não voltei mais ao quarto, do consultório eu já fui embora, quando sai a viciada não estava mais na recepção do hospital apenas os pais dele estavam lá, me despedi deles e fui embora pra minha casa tomar um banho e descansar, não vi nem minha mãe e muito menos o meu pai, tomei um banho pra dar uma relaxada e fui dar uma volta na cidade ainda na caminhonete do meu coroa, o que é melhor abastecendo no posto na conta dele, encontrei com uns colegas de faculdade tomando agua de coco a beira do rio e me juntei a eles foi ótimo tê-los encontrado eu gosto muito dos meus amigos hetero as vezes só sair com gays cansa muito.
Estava eu distraído conversando com o pessoal o Victor me liga, contei pra ele o que tinha acontecido e ele me confidenciou algo que eu nem fazia ideia, me disse que o namorado anterior a mim era viciado também, e que ao contrario do que eu estava fazendo por esse jovem que era apenas um conhecido, ele e a família do rapaz viraram as costas para o problema e não o ajudou, o rapaz havia morrido espancado pela policia quando foi pego em flagrante roubando uma loja, como estava ele mais e dois e ele nem sabia quem eram os outros dois acabou morrendo por não saber passar a informação aos policiais. Fiquei em choque com a noticia, era exatamente isso que eu não queria que acontecesse ao Romeo, quando desliguei o telefone decidi tomar uma decisão.
Existe uma clinica aqui na minha cidade que trabalha com politica de contenção o problema é que ela é filiada a um igreja dessas evangélicas, mesmo assim eu fui a clinica me entregaram uma serie de documentos para preencher e assinar, mais tinha que ser a mãe dele, falei com ela que concordou comigo preenchemos tudo e fomos ao hospital quando chegamos tivemos a noticia de que ele tinha saído acompanhado por um pessoal não identificado, saímos do hospital a deixei em casa para não ver onde ele ficava, mais eu já sabia exatamente onde procurar era certeza que ele estaria lá, quando cheguei a duas esquinas antes da casa eu o vi saindo em uma moto na garupa acompanhado de outro homem, como tudo era muito suspeito e a caminhonete não é um veiculo discreto eu não segui.
Fui pra minha casa de onde não sai o dia todo, já era mais ou menos uma hora da manhã ele me liga em desespero, dizendo que tinha feito um assalto e estava em apuros porque as câmeras pegaram ele, e os outros caras fugiram com a mercadoria roubada, quando perguntei o porque do assalto ele disse que precisava de uma grana pra fugir da cidade pois tinha um mandado de prisão contra ele e que agora era uma questão de tempo até a policia achar ele, ainda bem que pensei rápido, mandei ele ir pra casa e ficar lá que eu resolveria.
Liguei para o plantão da clinica e mandei os enfermeiros irem na casa dele busca-lo em contenção, e assim fizeram chegamos juntos na porta, ele estava tão louco dentro de casa que saiu xingando todo mundo dizendo que iria matar a mãe dele, quando me viu queria avançar em mim mais estava amarrado, era horrível ver aquela cena, parecia um animal preso, o colocaram na ambulância e levaram embora, quando saiu a mãe dele me disse que deveria tê-la consultado antes de fazer isso, quando contei porque do que eu tinha feito ela me abraçou chorando, ele ficaria no mínimo cinco anos presos já era reincidente, como não me contento com pouco liguei de forma anônima na policia e disse onde estavam os outros dois com tudo roubado e eles os prenderam.
Continua...