Alguns dias se passaram...
Adelaide ajudava Rafa se arruma para o jantar, no quarto.
-Permita-me perguntar .O senhor e o patrão já estão bem?- Adelaide perguntou, observando o reflexo de Rafa através do espelho na frente do ruivo.
-Como assim?
-Esses dias passaram muito distantes, o senhor ficou até doente. Graças a Deus que está melhor.
-Está tudo ótimo. Como eu sempre imaginei que seria.- Rafa respondeu com amargura.
-Senhor, na fale assim.- Adelaide o olhou com ar compadecido
TOC –TOC
Olharam, quando Christopher entrou no quarto feito uma rajada de vento.
-Pode descer, Adelaide.- Ele ordenou, olhando implacavelmente para Rafa.
O ruivo o encarou de volta, pelo reflexo do espelho.
-Mas eu ainda tenho que terminar de arrumar o cabelo do senhor!-A mulher protestou.
-Deixe que eu faço isso.- Christopher a olhou. O olhar duro indicava que não queria discussões.
Adelaide, hesitante, assentiu e saiu do quarto. Rafa apertou as mãos, temeroso, quando o marido ainda encarando-o pelo espelho, os olhos brilhantes como os de um gato maldoso se aproximou.
-O que falta aqui?-Ele perguntou
-Falta...-Rafa pigarreou.- Desembaraçar meus cabelos.
Sem dizer nada, Christopher pegou a escova e começou a passar suavemente desembaraçando os cachos ruivus, assustando Rafa, com a delicadeza do marido que a todo momento fazia carinho no pescoço de Rafa. Ele terminou o que fazia e depositou um beijo na nuca do ruivo.
Virou Rafa de frente para ele de repente, com as mãos logo abaixo do bumbum dele.
-Está parecendo uma principe.- Ele disse, observando o ruivo que estava vestido socialmente .
-A principe preso na torre pelo ser do mal.- Rafa atacou.
Ele sorriu.
-Sim. O belo e frágil principe, em seu enorme castelo, ao lado de seu DONO.- Ele frisou a última palavra.
-Você não é, nem nunca será meu dono!
-Eu já sou, meu lindo.- Com um olhar cruel, ele o puxou pelo braço para descerem para jantar.
O jantar daquela noite foi tenso. Até mesmo os criados que serviam a comida notaram o ar pesado.
-Quando vai me permitir uma visita a minha familia, Christopher?- Rafa perguntou, no meio da refeição.
Ele terminou de mastigar, observando-o com um olhar brilhoso e felino.
-Acho que agora não é a hora apropriada.
-Mas eu quero ir vê-los!- Ele disse meio indignado.
-Espere mais um pouco.- Ele se serviu de vinho, calmo.
-Esperar o quê? Eu não os vejo desde o casamento!!
-Sim, o que não se pode dizer que faz muito tempo, não é? Praticamente acabamos de casar, não é necessário você ir visitar seus pais toda semana, ainda mais agora no começo de nossa vida juntos.
-Mas você não pode me impedir se eu quiser ir!
-Posso sim.- Ele o olhou, com as feições duras.- Sou seu marido agora. E você tem que entender isso, Rafael. Não é mais uma menininho que depende da família. Agora é um homem casado, não há necessidade de incomodá-los toda hora.
-Não é porque casamos que você vai me aprisionar, Uckermann!- Ele gritou, largando o guardanapo. Pretende afastar da minha família também?
Christopher se levantou da mesa, a figura alta e poderosa causando um impacto.
-Não grite, nem discuta nas refeições, Rafael!
-Faço o que eu quiser, não pode me controlar, Uckermann!- Ele se levantou também.
Christopher passou a mão no rosto, como que para se acalmar, mas de repente caminhou até a esposo e o pegou pelo braço.
-O que está fazendo?
-Cale-se.- Ele ordenou entre dentes, subindo as enormes escadas da Mansão, arrastando Rafa atrás de si sem a menor delicadeza.
-Vai me bater agora, seu animal??- Ele gritou. Mas estava com medo.
Ele o olhou com os olhos duros e gelados.
-Você está merecendo, Rafael para aprender a me respeitar. Quem sabe um dia eu te dê uma bela surra... Mas não hoje.
Ele abriu a porta do quarto brutalmente e jogou Rafa lá dentro. O ruivo se desequilibrou e caiu no tapete.
-Vai ficar aí até que mude de atitude!- Christopher disse, arrogante.- Casei Rafael! Você não é mais um menino, agora é um homem , e casado! Tem que se dar conta de que as coisas mudaram!
-Uckermann!!- Dulce se levantou com dificuldade, mas quando se aproximou, Christopher já tinha batido a porta e trancado à chave.- Uckermann! Me tire daqui! Abra!
Nada. Christopher já tinha ido. Desesperado, Rafa bateu forte na porta.
-Alguém! Abra a porta! Por favor!
No dia seguinte, Rafa acordou todo dolorido por ter dormido de mau jeito na cama. Esfregou os olhos e sentou-se. Viu que tinha dormido com a mesma roupa da noite anterior.
Ouviu o trinco da porta sendo aberto e ergueu os olhos na mesma hora, esperançoso.
Adelaide entrou, preocupadíssima.
-Senhor?
-Adelaide!- Rafa, sem saber porquê, começou a chorar.
-Ah, senhor, não chore.- A mulher foi até a cama, pôs Rafa no colo e o consolou. -Quando fiquei sabendo que o patrão havia trancando-o aqui, exigi que ele me desse a chave para que eu trouxesse algo para o senhor comer!
-Ele é um homem horrível! –O ruivo disse choroso. -Quero ir embora daqui!
-Se acalme, senhor. Veja, eu trouxe uma comida deliciosa. -Adelaide indicou a bandeja. -Você precisa se alimentar direito, ontem mal jantou! E depois ficou aqui preso, pobrezinho.
Rafa começou a comer. Estava faminto. Quando terminou, olhou para a criada.
-Obrigado
-Imagine...Senhor, me escute por favor. Não discuta, nem provoque o senhor. Ele se torna impiedoso quando fica com raiva! Por Deus! Não o provoque!
Rafa ia responder, quando um dos cozinheiros bateu na porta.
-Adelaide! O patrão está chamando-a!
A mulher acenou e depois olhou para o ruivo.
-Fique bem, senhor. E por favor, ouça o que lhe digo.
Adelaide saiu do quarto, e Rafa suspirou enquanto olhava para a portadias se passaramRafael não estava mais trancado no quarto. Christopher tinha saído naquela tarde, por isso o ruivo estava aliviado e sentindo-se livre novamente na Mansão.
Resolvera dar uma volta lá fora, para tomar ar fresco. Caminhava pelo lado de fora, quando seus olhos pousaram na Fonte da casa Uckermann. Imediatamente flashes da noite em que, o marido o forçara a fazer amor com ele, ali perto daquela fonte, invadiram-lhe a mente.
Desviando os olhos, pálido e ao mesmo tempo quente de vergonha por dentro, Rafa voltou a caminhar.
Andou tão distraído, que quando se deu conta estava perto do Borboletário. Para sua enorme surpresa, viu a chave na fechadura da porta. Aquilo era inacreditável, pois sempre que Christopher e Adelaide saíam, levavam a chave e Rafa não sabia onde a escondiam.
.
Instigado, e sabendo que o Borboletário era o único lugar ali que a fazia sentir-se vivo e alegre novamente, Rafa olhou ao redor para ver se ninguém se aproximava. Ninguém.
Lembrou-se de Uckermann lhe falando que jamais poderia entrar ali sem a companhia dele ou de Adelaide. Ele parecera realmente sério e ameaçador ao lhe dizer isto.
Mas ele tinha saído, e não havia ninguém por perto. Não faria mal Rafa entrar rapidamente, somente para dar uma olhadela nas borboletas, e sair.
Girou a chave e entrou no Borboletário rapidamente, fechando a porta atrás de si.
Sorriu ao ver as borboletas, as flores e as plantas. Adorava aquele lugar! Era como se fosse um bálsamo para a escuridão que andava sua vida naquele lugar.
Foi andando lentamente, respirando o ar puro e o perfume das flores. Andou até o final do Borboletário. Ia se virar, quando viu em sua diagonal uma espécie de tapete de camurça pendurado pelo teto até o chão, num canto afastado das flores e plantas.
Curioso e intrigado, ele se aproximou. Quando estava bem perto, viu que o tapete parecia cobrir algo.
Impulsivamente, o ruivo puxou o tapete para o lado e ofegou de surpresa.
Havia um quadro!
A mais bela pintura que Rafa já tinha visto. Era o retrato de uma mulher...
Bem, não uma mulher feita. Uma moça, mais ou menos da idade do ruivo. Ou até mais nova.
Era loura, de olhos verdes, pele corada. Muito bonita. Os cabelos eram lisos, e os olhos eram ternos.
Ela usava um vestido branco, e sorria. A pintura mais parecia uma foto, de tão perfeita que era.
Impressionado, Rafa ergueu a mão e tocou o quadro. Quem seria aquela bela moça loira? E porquê Christopher guardava aquela pintura escondida tão misteriosamente?
De repente, como se a magia do momento se rompesse, Rafa sentiu uma presença logo atrás de si.
-Adelaide, eu... -O ruivo se virou, e foi com horror que viu Christopher respirando fortemente perto dele.
Ele a olhava com tamanho ódio e ira, que mais parecia um touro feroz prestes a saltar em cima dela. Rafa ficou pálido, e só então percebeu que nunca tivera tanto medo como naquele momento.
-Eu disse para você Rafael, não entrar aqui não disse RAFAEL?- Christopher gritou a ultima palavra. - Mais você gosta de me desobedecer, gosta de me ver furioso.
O loiro o pegou pelo braço e o arrastou para fora do borboletario. Quando já estavam chegando perto da perto principal da mansão o ruivo decidiu abandonar o medo e pergunta ao marido. O que não foi uma escolha muito boa.
- Christopher quem é a mu...- O loiro não deixou Rafael terminar de falar e deu um tapa no rosto do ruivo o fazendo cambalear mais não cair.
- NUNCA MAIS TOQUE NESSE ASSUNTO! VÁ PARA O QUARTO AGORA- Christopher passou a mão no rosto e sorriu diabolicamente- Ou melhor sai da minha casa agora- Ele chegou mais perto do ruivo e gritou- AGORA!
Rafael correu o máximo que pode para fora da mansão, com os olhos embarcados por causa do choro só parou em uma praça principal da cidade que fica bem longe da mansão, ali ele sentou em um banquinho e chorou de tristeza por estar sem casa e de felicidade por estar livre de seu marido obsessivo. Agora sim ele poderia construir a vida do jeito que ele quisesseContinua..?
(Al)- Que maldade kkkk obrigada lindo.
Theusrecifense- Oh deve ser um amor muito do louco, pra ele tratar o Rafa assim...
Gente atendendo a tantos pedidos o Rafael esta LIVRE eeeeh \o/ kkkk calma, essa vida boa dele vai acabar logo, logo. E o Chris vai se tornar uma pessoa boa?
obrigada pelos comentários e pelas notas *o*
Bjs gente....