Olá, pessoal. Bom, sou novo aqui, pelo menos como escritor. Acompanho o site há uns 4 meses e virou rotina acompanhar os contos daqui. E sempre pensei: Pq não escrever a minha história? Pois então, decidi escrever a minha relação aqui, logicamente, depois de ter conversado com meu namorado. Ele relutou no começo e para não brigarmos eu desisti de tentar convencê-lo mas um dia ele me pegou lendo um conto e leu também e disse que tava tudo bem, que deixava. (Isso rendeu uma bela noite de sexo rs). Falei para ele mais ou menos como ia escrever e disse que ia colocar nomes fictícios, mas ele discordou. Disse que se eu fizesse isso ia parecer forçado, o pior é que é verdade. Enfim, resolvi descrever nossos verdadeiros nomes, sim, me chamo Matheus e o nome dele é Leonardo. Porém, os outros nomes serão fictícios, apenas para nos preservar, espero que entendam. Então, vamos começar. Boa leitura:
Me chamo Matheus e tenho 20 anos, não sou afeminado, sou moreno, 1,80 m, cabelos e olhos castanhos, um pouco magro, nada exagerado. Sou de Belém e curso engenharia civil na universidade federal daqui. Bom, vou começar de quando eu tinha 18 anos, em 2011.
Era março de 2011, início de semestre, 3º para ser mais preciso. Até então tava tudo tranquilo na faculdade, sempre tirei boas notas. Eu sempre fui meio quieto, na minha sem sair muito para festas, mas eu tenho amigos tá!? Rsrs E como bom estudante eu fui dar uma olhada nos assuntos que estavam por vir ao decorrer do curso e vi que muito dos livros bons eram em inglês. Conversei com meus pais e eles concordaram em pagar um curso de inglês para mim, era um modo intensivo de 18 meses e muito bom. Em um mês eu já estava sobrecarregado, lá pelo meio de abril eu tava muito estressado devido aos estudos. Como eu disse, sou quieto maaas não sou nenhum santo. Certo dia uns amigos meus da faculdade me convidou para ir à uma balada no centro da cidade, no Café com Arte. É praticamente uma balada gls, é uma casa da década de 20 com marcas dessa época, mas lá dentro o pessoal não é nada recatado. É um ambiente legal, cheio de puffs espalhados. Nunca havia ido lá, sabia disso por fotos. Isso merece um parêntese para a minha vida sexual.
Então, eu desde sempre sentia atração por garotos, homens, enfim. Mas acho que devido a educação que recebi isso parecia “errado” e na faculdade tudo muda, fato. Lá vejo gente de todos os estilos e gostos e acima de tudo, livres. Então, comecei a me aceitar. Até essa data eu havia ficado apenas com garotas e nunca havia namorado sério. Ficar com garotos, nada. Eu tinha uma imensa curiosidade, mas nessa época se tornou desejo.
Enfim, resolvi aceitar o convite de meus amigos para ir a tal festa, e na semana em que me convidaram o assunto era só esse. A festa era no sábado. Pensem num pessoal que tirou sarro da minha cara foram eles. Eles queriam porque queriam que eu desencalhasse e eu ficava puto com aquilo. No sábado, eu já estava me arrumando quando uma amiga minha, Larissa, me ligou.
- Matheus, você já está pronto?
- Quase. Por quê?
- Olha, o pessoal desmarcou?
- COMO ASSIM??- berrei. Para quem não tava muito afim de ir, mostrei muito interesse.
- É que eles estão falando que não vai ser legal, que querem ir a um bar...
- Ah não, odeio quando dão furo.
- Eles não estão furando. Só estão procurando outro lugar para ir e tu vai né!?
- Vou, mas é pro Café.
- Hã?
- É. Poxa, vocês me convidam e agora aprontam essa? Vão se lascar.
- Vocês não, eu nem concordei.
- Então vais comigo?
- Vou.
Nos despedimos e depois de uma hora, nos encontramos na boate. Isso já era 23:30 h Entramos e a festa tava começando a bombar. Não que eu seja fraco para bebida, é que eu tenho medo de saber como fico porre então, fiquei apenas no Ice. Confesso, aquilo tava muito chato. Não a festa, porque tava tudo de bom, e sim a Larissa. Ela vivia mexendo no celular, ficava calada.
- Tá chato né!? – disse ela.
-Eu tô gostando.
- Humm.
- O que foi, hein? São eles te mandando mensagem né?
- Não.
- Ah vá. Eu sei que é, vai lá com eles.
- Mas você vai ficar chateado.
- Não, eu já estou chateado.
- E vai ficar sozinho aqui?
- Tem bastante gente aqui. Tá lotado.
- Grosso.
Ignorei ela e passei a percorrer a boate, eu parecia uma barata tonta rsrsrs. Eu tava morrendo de inveja, isso sim. Todo mundo se pegando e se divertindo e eu ali sozinho andando igual a um besta. Perto do bar um carinha me chamou a atenção, ele era mais baixo que eu, branquinho, cabelo e olhos pretos, cabelo espetado sem muito volume e usava óculos que o deixava extremamente sexy, não tirava os olhos dele e por um momento parecia que ele também me olhava, mas na minha cabeça passava que era só imaginação minha. Teve um momento em que eu fui ao banheiro e quando eu voltei tinha um grupo de umas 7 pessoa, só tinha uma garota. Eles estavam muito loucos, dançando se esfregando e conseguiram a minha atenção. Eu parecia uma criança olhando os coleguinhas com brinquedos melhores, até que um deles me chama.
- Vem cá.
Senhor, eu fiquei super sem graça, sentia minha orelhas queimares. Eles eram doidos. Recusei o convite mas eles insistiam e só pararam quando eu fiz sinal com a mão de “depois”. Certa hora alguém esbarrou em minhas costas, nada demais mas eu virei para olhar e o cara soltou um “desculpa”, mas eu só li porque não ouvi nada e fiz um “legal” dizendo que tava tudo bem. Antes que eu me virasse de volta escuto um: “Oi”.
Ai, aquela voz fez minhas pernas tremerem, não era muito grossa. Era uma mistura de grosso e suave, perfeito define. Quando olho para o dono da voz era o tal garoto do bar, simplesmente pirei mas claro, sem demonstrar. Pude ver ele mais de perto, seu rosto era lindo e tinha aquela marca azulada de barba que tava começando a nascer. Ele era saradinho, não era bombado.
- Oi. – respondi totalmente sem graça.
- Tá sozinho?
- Agora você tá aqui, né?
Caramba, nem acredito até hoje que eu flertei daquele jeito, era o efeito dos drinks, certeza. Mas ele riu, e que riso, JESUS. Ele coçou um pouco abaixo do nariz mostrando sua timidez e perguntando se eu o acompanharia até o bar, dizendo que também estava sozinho. Lógico que eu aceitei.
Chegando ao bar, perguntei se ele tava sozinho por opção e ele disse que sim e ele retornou com a mesma pergunta.
- Sim e não. – respondi.
- Como assim?
- Ah, longa história. – como eu fui grosso.
- Humm.
- Desculpa, é que...
- Tem problema não, depois você explica, se quiser. E, a propósito, qual seu nome?
- Matheus.
- Legal. O meu é Leonardo.