Eu Encontrei Você (Num Lugar Sem Esperança) - Cap. 18

Um conto erótico de Th£o
Categoria: Homossexual
Contém 3420 palavras
Data: 14/01/2013 19:12:18

Como um relâmpago em chamas, ele sai do restaurante. Levanto da mesa, andando rapidamente atrás dele. Uma garoa fina e gelada cai do lado de fora e um vento frio vem de encontro ao meu rosto. “Preciso manter a calma”, penso. Meu coração está acelerado e as circunstâncias apontam que a situação só pode se agravar. Ele está se distanciando de mim, dando passos cada vez mais rápidos, e por um momento sinto já ter vivido isso em algum outro lugar.

- Vinícius... espera, caramba! – grito. Ele continua andando, parecendo não me ouvir – Por favor, me ouve!

Em seguida ele entra no carro e bate a porta com força. Corro mais rápido e alcanço a maçaneta. Entro. Ele liga o som, colocando o volume no máximo. Seu rosto está suado apesar do clima ameno. Viro pra ele, que continua imóvel e impedindo a si mesmo de me olhar. A música que grita em meus ouvidos é “Use Somebody”, dos Kings of Leon. Estou arfando de adrenalina, uma bomba relógio está ao meu lado.

- Eu... não queria. – digo, sem saber exatamente o que eu quis dizer. – Você, é muito especial... uma pessoa incrível. Eu juro que não queria te deixar desse jeito – minha visão está desnorteada, sem um ponto fixo. Num relance, observo os diamantes perambulando de um lado para o outro. – Não é fácil pra mim...

- E você acha que pra mim é? – diz ele, no tom mais sombrio que eu poderia ter pensado – Eu te conquisto, você erra e eu te perdoo todos os dias. Essa rotina faz com que qualquer pessoa normal se sinta um lixo. Acontece que... – ele estica o braço e diminui o volume. – eu minto pra mim mesmo que não sou tão inútil... tão impotente assim. Eu minto pra mim mesmo acreditando na ideia que um dia você vai gostar de mim do mesmo jeito que eu gosto de você. É por isso que ultimamente eu tenho agido desse jeito, Lippo.

Minha boca seca totalmente e posso sentir o ar frio vagando dentro dela como uma brisa em um cômodo vazio.

- Mas, tudo tem um limite... eu acho que cheguei no meu. – ele se vira pra mim. Uma lágrima cai lentamente do seu olho.

- Como assim? – pergunto, já sabendo a resposta... já sentindo o inevitável.

- Eu não quero mais isso pra mim. – sua voz sai limitada com um choro. O pranto desponta como um fantasma aprisionado. Nunca o vi tão abatido, e de repente percebo o seu rosto cansado. Em segundos também estou chorando, percebendo o mal que causei. – É melhor a gente ficar longe um do outro! – diz.

As palavras socam o meu estômago, fazendo com que eu fique sem ar.

- Não. – digo, suplicando.

- Por favor.

- Não, não! Eu preciso de você, eu não posso... – aperto o seu braço com as últimas forças que me restam. – Por favor Vinícius, você... é meu único amigo. Eu não tenho mais ninguém... – as lágrimas caem incessantemente. Estou desesperado, como um paciente terminal tendo o seu aparelho cardíaco desligado aos poucos.

- Não Lippo, não piora as coisas. Vai ser melhor e...

- Não! Não! Eu não vou conseguir... Por favor!

- Não! Para de falar! Vai embora!

- Eu sei que você não quer fazer isso, eu sei!

- Eu quero, agora vai embora!

- Eu não vou!

A última frase parece mais um martelo jurídico. Ele olha pra mim, como se quisesse me dizer algo. De repente, ele liga o carro e pisa no acelerador. Minha cabeça bate no encosto do banco, fazendo com que eu fique imóvel de medo. O carro vai em direção ao fim do estacionamento em poucos segundos. Ao chegar no fim, ele gira o volante bruscamente, arrancando um barulho ensurdecedor dos pneus.

- Para com isso, você tá louco?! Para!

Ele continua acelerando, agora fazendo com que o carro desenhe círculos. Olho para ele e noto sua expressão fria. Estou imóvel e me sentindo em pânico. Noto algumas pessoas que saíam do restaurante observando a cena.

- Para com isso! Para esse carro! – e intuitivamente puxo o freio de mão, fazendo o carro brecar.

Abro a porta do carro, pego minha mochila e saio. Raiva, medo, tristeza, uma combinação nebulosa se contorce dentro de mim. Saio andando. Olho pra trás pela última vez. Vinícius está com a cabeça encostada no volante, chorando, acredito eu, pela última vez.

***

Chego no portão do prédio dele com uma sensação estranha. Não é fácil terminar um ciclo confortável para começar outro imprevisível. Olho para o relógio. Duas e meia da tarde. Não estou em condições para ir pra loja e decidi faltar o serviço. Dentro de uma cabine envidraçada, está um homem de idade assistindo algum filme num pequeno aparelho. “Ainda fabricam esse tipo de televisão?”, penso. Aperto o botão do interfone e o homem se assusta com o barulho.

- Boa tarde, é... um amigo meu está esperando. O nome dele é Rafael Ivanov, ele mora no 7º andar.

- O homem me observa atento. Deve estar pensando “se esse menino usa essa técnica pra assaltar apartamentos, ele deve estar louco.”

- Só um minuto... – diz ele, pegando o telefone.

- Claro.

Não consigo ouvir o que ele diz por causa do vidro. Depois de alguns instantes, ele desliga telefone e se vira pra mim.

- Ele ainda não chegou... – diz ele, contraindo os lábios.

- E quem está lá em cima? – questiono.

- O Silveira, o motorista dele.

- Ah... tudo bem então. – digo, já ajeitando a mochila para esperar em algum lugar.

- Espera garoto... ele disse que você pode entrar para esperar lá em cima.

- Sério?! Ah, que ótimo! – digo, agradecendo ao universo por alguma coisa ter dado certo desde que saí de casa.

- Vou abrir o portão.

***

- Pode entrar, Felipe.

Um homem de quarenta e poucos anos me recebe. Está bem vestido, trajando uma blusa social azul claro e calça preta. Olho em volta. O apartamento é incrível! A decoração é uma mistura do estilo “clean” com o urbano. Uma estante branca abriga uma TV gigantesca e alguns aparelhos modernos que não consegui identificar. No canto da sala, uma poltrona de tecido jeans chama a minha atenção, junto com o sofá também do mesmo tipo. “É a cara dele”, penso. Como se me libertasse dos meus pensamentos, o homem volta a falar:

- Liguei para o Rafael, ele disse que estava esperando você chegar mais tarde... você teve sorte, já estava de saída.

- Ah, que sorte mesmo. – digo, timidamente.

- Bom, então vou indo. Se quiser alguma coisa pode pegar na geladeira... Ah, tem vários filmes no quarto, pode ficar a vontade.

- Claro, obrigado.

Sento no sofá. É extremamente confortável, como se abraçasse meu corpo nesse dia frio. “E ele ainda é capaz de ter problemas?”. Levanto em busca do quarto. As paredes são da cor de um amarelo queimado e as portas são todas feitas com algum tipo de madeira escura. “Aconchegante”. Abro uma das portas. É o banheiro, com uma ducha de box envidraçado, uma pia e uma banheira. Sim, uma banheira! Vou em direção à outra porta e abro. Uma cama box de solteiro é iluminada pela luz que sai da janela. Além disso, também há um enorme guarda roupa branco polido e uma escrivaninha amadeirada. Sinto-me como se estivesse num quarto simples de algum hotel cinco estrelas. Fecho as persianas da janela e ligo o ar-condicionado. Em seguida deito na cama, absorvendo depois de muito tempo uma sensação de bem-estar. Penso em Rafael, em como será sua reação ao me ver ali, totalmente entregue à ele e a essa nova vida. Penso em Vinícius, na sua dor, na sua tristeza. Será que um dia ele conseguirá me perdoar? E como se um peso fosse se esvaindo de minhas costas, adormeço.

***

- “Você está indo embora e junto com você está indo o meu sangue, o meu coração e a minha alma. Não largue a minha mão, por favor, eu preciso dessa ligação para respirar! Eu não consigo mais ver você... tudo está escuro” – uma voz familiar sussurra em meu ouvido.

Acordo ofegante, assustado. Olho o relógio na escrivaninha. Cinco horas da tarde. “Já era pra ele ter chegado”, penso. Levanto e olho o céu pela janela. Tons ramificados de violeta pairam no horizonte dando lugar à noite. Percebo que estou faminto, já que não almocei direito no restaurante. Vou até a cozinha e abro a geladeira. Frutas, alimentos industrializados e depósitos lotam as prateleiras. Dentro de algum armário pego um prato, depois coloco uma maçã, dois pães e uma fatia de queijo e presunto. Vou para o sofá e ligo a TV. Enquanto como, observo novamente o apartamento. “Espero que eu seja feliz aqui, por quanto tempo der”. De repente, uma chave gira na fechadura. Meu coração acelera, pulsa, grita. “É ele”, penso. Abrindo a porta, Rafael mostra um lindo sorriso ao me ver, segurando várias sacolas.

- Você pode me dar uma ajuda com essas coisas? – diz ele, rindo.

- Sim, claro. Pra quê tudo isso? – pergunto, pegando duas sacolas e pondo-as sobre a mesa.

- Ah, resolvi passar no supermercado e comprar algumas coisas. Não sei do que você gosta.

- Mas Rafael, tem tudo aqui na geladeira hahaha. Não precisava se incomodar com isso!

- Claro que precisava, você é meu hóspede agora. – diz ele, fazendo minhas pernas bambearem com o seu olhar quente. – Então... gostou do apartamento? – pergunta ele, indo para o sofá.

- Lógico, é incrível.

- Já viu o quarto? – pergunta ele num tom sexy, talvez dito sem querer.

- É... sim, até já dormi na sua cama. – rio

- Olha... que folgado. Primeiro falta o trabalho sem motivo, depois se apossa da minha cama. Começamos muito bem!

- Hahaha, por falar nisso, preciso ligar pro meu chefe pra explicar, ou tentar explicar algo.

- Ahh, agora não! Você não vai mais precisar trabalhar lá! – diz ele, passando a mão na minha nuca. Eu devia me assustar com essa proposta mais que indecente, mas a sua presença não me permite ficar ofendido.

- Claro que vou! Eu não vou me alojar aqui de graça, Rafael. Vou contribuir com o que posso, sem contar com as despesas que vou ter pra ir e voltar na faculdade.

- Eu te ajudo, dou o que você precisar... Mas por favor, resolve isso depois. Eu quero curtir isso aqui com você.

Em segundos, ele está em cima de mim massageando meu tórax com o seu abdômen definido. “Ele é extremamente bom nisso”, penso.

- Você é fogo heim?! Mal saiu do hospital...

- Você me deixa assim! – sussurra ele, mordendo a minha orelha.

Rapidamente, ele se desvencilha da camisa dele e da minha. Sua pele quente e macia parece equilibrar a temperatura do meu corpo. O perfume é um prazer à parte, apenas inspiro o máximo que posso do seu pescoço. Lá embaixo, sinto o seu pênis firme por debaixo do jeans. Crio coragem e o pego.

- Hum... tá perdendo a vergonha né?! Isso tá começando a ficar melhor do que eu esperava!

- Você me deixa assim! – digo, tirando risos de nós dois.

Suavemente, vou movimentando para frente e para trás, arrancando gemidos delicados dele.

- Espera... deixa eu tirar a calça.

De frente pra mim, ele repete a cena que ficou pra sempre na minha “memória sexual”. Ajoelhado e com as pernas separadas pelo meu corpo, ele desabotoa a calça, abaixa o zíper e mostra o instrumento que tiraria qualquer pessoa de seu juízo perfeito. Agora posso vê-lo mais nitidamente e admirá-lo. “Coube dentro de mim?”, penso. Como um ninja, ele tira totalmente a calça e volta a ficar por cima de mim.

- Você não vai tirar a sua?

- É... vou.

- Posso fazer isso? – pergunta, fungando o meu pescoço e me fazendo ir e voltar do paraíso.

- Pode. – digo, num sussurro.

Ajoelhando-se novamente no sofá, ele faz o mesmo processo que fez a sua, porém, ele beija minha barriga antes de completar o ato. Um arrepio gigantesco corre da minha espinha até meu último fio de cabelo.

- Você é lindo! – diz ele, voltando a beijar o meu pescoço.

Continuamos a nos sarrar, entrando em contato cada vez mais fundo. Sentindo aquilo cutucando lá embaixo, resolvo pedir:

- Posso chupar você?

- Pode, claro.

Subitamente ele senta no sofá, fazendo com que aquele pênis atrativamente aponte para cima. Em instantes, estou chupando-o e engolindo-o o máximo que posso.

- Hum... nossa... andou treinando Felipe?!

A imagem de Vinícius vem em minha mente.

- Fica calado... – digo.

- Tudo bem.

Continuo a ação. É suave e forte. Sinto sua mão enroscar nos meus cabelos, incentivando-me a ir mais fundo. Lembro-me dos filmes pornôs “hardcores” que assistia, onde aqueles caras pareciam não se importar com aquele desconforto. Com Rafael é diferente, ele realmente consegue me fazer engolir tudo sem eu me engasgar. Preenchendo minha garganta com aquele membro duro e quente, ele solta gemidos, cada vez mais altos.

- Isso... vai... aaaah!

Com a lição mais do que aprendida, aumento o ritmo e os gemidos que antes eram altos, agora estavam culminantes. Estou batendo palmas pra mim mesmo internamente e assinando um “10” no meu boletim na matéria de “sexo oral”. Puxando os meus cabelos, ele vira o meu rosto pra ele e diz:

- Não quero que termine isso agora... fica de bruços no sofá, vou comer você forte agora.

Uma excitação e medo tomam conta de mim pelo jeito que ele disse. “Não posso me assustar, a nossa intimidade não pode ser sempre um conto de fadas”, penso. No fundo, admito que gostei muito.

- Você tem uma bunda gostosa, cara. Eu poderia foder com você o dia todo. – diz ele, rebolando atrás de mim.

- E você é um safado!

- O safado aqui vai fazer você nunca mais pensar em mais ninguém... Você vai ser meu, pra sempre.

E assim, ele me penetra como um golpe. Grito de susto e de dor. Sinto as minhas entranhas latejando, porém, logo o meu interior é massageado com palavras “não-românticas” e estimulantes.

- Isso... Grita! Sou eu dentro de você... É mais difícil você me esquecer com a dor do que com o carinho!

Ele dá a primeira estocada, arrancando mais um grito meu. Não consigo identificar se o que sinto é dor ou algo mais complexo que isso. Dá a segunda estocada. Mais fundo. Mais forte. A terceira. Pegando o ritmo, ele continua o movimento e preenchendo as minhas costas com o seu corpo nu.

- Ahh, vai mais rápido...

- Mais... Ahhh... Rápido? Você quer mais rápido?! Quer que eu acabe com você mesmo né?! Lá vai!

Mesmo com os olhos abertos, consigo ver um céu de prazer estrelado em minha frente. O ambiente é apenas preenchido com o som de nossas respirações e a batida frenética do seu saco em mim. É a verdadeira essência do sexo.

- Ahh... caralho... que gostoso! Isso... Ahh...! Fica em cima de mim Felipe, quero ver do que você é capaz!

Obedecendo aos meus instintos, que a essa altura já estão completamente entregues a ele, saio da posição de “dominado” e vou pra cima dele, tomando (teoricamente) o controle da situação.

- Assim?

- Você sabe que é... não se faça de santo, hahaha!

Meu sangue está borbulhando debaixo da pele e posso sentir uma onda de prazer guiando-me para cima e para baixo, lentamente. A ideia de ter o seu pau explorando cada vez mais fundo o meu ânus, aliada ao sentimento de “ele está extasiado de prazer com isso”, é capaz de me levar à outra dimensão, destoando de qualquer ideia que me prenda à realidade. O seu sexo... Ele... Tudo se transformou num grande e perigoso vício.

- Ahhhh... Nossa cara... Vai mais rápido Felipe... Não não... Levanta um pouco a bunda, vou comer você bem rápido!

Sou incapaz de resistir ao seu tom de voz rouco.

- Aaaaiii... – grito.

- Ah... Tá doendo?

- Não... Quer dizer... Mais ou menos!

- Ah é? Então vê se ainda dói... – questiona ele, aumentando o ritmo das estocadas.

- Aaaaaaiii, seu idiota! Vai mais rápido!

- Nossa, que menino insaciável!

E assim permanecemos por aproximadamente 8 minutos, alternando entre o estado “vendo estrelas” e “ápice do prazer”.

- Uuuh... quero gozar! Onde você quer?!

- Na barriga!

- Hahaha, que firmeza!

- Vai logo! Eu também tô quase... Aaaaah!

- Nem me esperou! – diz ele, tirando aquele objeto erótico raro de dentro de mim e posicionando a ponta para a minha barriga. – Aaah... Você é incrível Felipe...

- Goza pra mim... – digo, completamente bêbado de deleite.

- Aaaaaaaaah... porra...

Dessa vez consigo ver tudo... sentir tudo. Quente e forte como café num dia chuvoso. Viscoso e suave como algodão frio num ferimento... até quando essa ferida vem de dentro pra fora, do coração até a mente.

***

- Ele não é tão grande assim! – diz ele, medindo o pênis com a mão.

- Claro que é! Na primeira vez que a gente transou eu tremi de medo, pensei que fosse morrer de dor ou algo parecido... – respondo, dando mais um gole na Ice semicongelada que ele acabou de buscar no freezer... ou melhor, pela oitava vez.

- Hahaha, que nada. Isso é questão de momento, depois que você se acostuma com o prazer você deixa a dor de lado, é tudo psicológico.

Estamos nus e abraçados no sofá. Várias garrafas vazias espalhadas pelo chão comprovam o nosso “desprendimento” para falar de tais assuntos.

- Não... eu não gosto de sentir dor nem qualquer tipo de sensação estranha.

- Nossa, como você é medroso! – diz ele, pegando a garrafa da minha mão e dando um gole na bebida. – Agora por exemplo, você está bêbado, fora de si... e nem por isso você corre algum risco.

- Hahaha, eu não estou fora de mim, Rafael. Estou bêbado e protegido. – retruco, inspirando o cheiro de sexo que ainda toma conta do ambiente.

- Existem coisas melhores do que ficar bêbado...

Minha cabeça não processa a informação com tanta clareza, porém, entendo perfeitamente onde ele está querendo chegar e sinto a tensão proveniente disso.

- Eu sei que você sabe e domina muito bem o assunto. – digo, tentando ser mais bem humorado do que desagradável.

- Não começa... eu só tô comentando... a não ser...

- A não ser o quê? – pergunto, absorto.

- Que você prove e me julgue depois.

Meus olhos arregalam inconscientemente, de curiosidade e principalmente de medo.

- Acho melhor não Rafael...

- Por que? Calma, Felipe. Você não vai ficar viciado ou nada do tipo... é só uma questão de você provar. Eu sei que você é bem mais “cabeça feita” do que eu, sei que é controlado.

- Sabe o que eu acho? Que você quer um pretexto pra usar essas merdas perto de mim!

- Aff, deixa de ser imbecil! Eu só uso quando eu quero... você me viu naquela época quando eu tava ruim, por tua causa, diga-se de passagem.

- Não muda de assunto... não quero e pronto. – digo furioso, levantando do sofá e indo pro quarto. Ouço passos vindo atrás de mim no corredor segundos depois.

- Você é um medroso Felipe! O que mais me chateia nisso tudo é que você não confia em mim! Se eu tô dizendo que você não vai se viciar é porque você não vai.

- Ai, cala a boca! Eu não quero mais falar disso! – entro no quarto e empurro a porta com força.

- Eu não calo! – berra ele, segurando a porta com o antebraço.

- Então me deixa em paz, caramba!

- Que merda, Felipe! Parece que você tem prazer em quebrar o clima de qualquer coisa.

- Eu? Quebrar o clima? Você que começou com esse papo idiota de “eu experimentar” o que só você curte.

Deito na cama, esperando a continuação da nossa primeira DR. Entretanto, um silêncio se instala no quarto. Apenas sinto um corpo deitando na cama ao meu lado e puxando o edredom.

- Eu só queria que você pudesse... sei lá... de alguma forma, entender que eu não sou um monstro.

- Você quer que eu entenda você fazendo as mesmas coisas erradas que você faz?

- Não... eu quero que você entenda como eu te amei até estando completamente fora de mim.

Um arrepio frio corre pela minha espinha, chegando até meus lábios e secando-os. Será que se eu aceitasse seria apenas mais uma primeira vez na minha vida? Ou talvez o fim? “Eu tenho total controle sobre mim, já vi o que pode acontecer e aonde eu posso chegar caso eu perca o domínio de mim mesmo”. Mais uma vez sou vencido pelo calor humano de Rafael.

- Só vou experimentar uma vez e o que você tiver de menos piorGente, eu voltei. Vocês devem estar me odiando pra sempre. Dessa vez não tem justificativa mesmo, eu simplesmente dei mais atenção ao meu sono – estou dormindo 5 horas por dia – do que a esse conto. Mas enfim, escrevi um capítulo mais do que longo pra recompensar a minha falta de comprometimento com vocês, ok? Beijos )))))


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Comentários

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AMEM, até que fim vc voltou :DD eu entendo essa necessidade de resolver sua vida pessoal primeiro pra depois vir nos agraciar com essa linda história, e óbvio, esse tempo afastado rendeu um capitulo incrível e excitante...

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Nossa acho que o seu sumiço nesse meio tempo foi recompensado o conto saiu magnifico e muuito excitante.

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Ahhhh que bom que voltou,e ve se não some mais guri. Muito bom o retorno,valeu a espera. Eu disse que ia render eles morando juntos,só ñ curti essa de experimentar ñ,entender o Rafael ja tava ótimo e fazer com que ele saisse desse mundinho. Mas veremos o que tu tens pra nós. Ah e o Vinicius,aparece de novo nesse triangulo amoroso?? Adoro teu conto,continua logo. Beijossss

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Muito bom seu retorno e essa parte foi a melhor de todas, apesar do impasse final. Por favor, não perca o prestígio que sua boa história vem trazendo e a publique com frequencia. 10

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AAAAHHHHHH!!!! Esse conto foi muito excitante... Eu já imaginei que algo assim viesse acontecer. Continua logo>>>>> eu entendo o sono

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