Saiu do quarto, batendo a porta e trancando-a novamente. Eu quieta, comecei a chorar, tentando entender o que estava acontecendo e imaginando como seria minha vida doravante. O dia seguiu lento e úmido e fiquei so o tempo todo. Dandira trouxe o almoço e o jantar, sempre deliciosos, e me serviu na boca, pois continuei algemada a cama. Nem ela, nem eu falamos nada. O silencio foi total. Após o jantar, Dandira veio até mim e com uma esponja úmida, limpou meu corpo. Depois me perfumou, penteou meu cabelos e ajeitou as almofadas da minha cama, me deixando mais confortável. Me deu uma taça com um líquido morno, saboroso e cheirando a lavanda e me fez tomar todo o seu conteúdo o que me fez sentir confortável. Acho que adormeci antes que ela deixasse meu quarto.
Meu sono foi agitado, com sonhos estranhos. Sonhei que Carlos entrava no quarto e me beijava ardentemente me levando as nuvens. Depois beijava meu corpo, sugava meus mamilos e tocava meu sexo com seus dedos hábeis. Em seguida, não agüentando mais, pedi para que ele me possuísse o que ele prontamente atendeu me penetrando fundo e forte, arrancando suspiros e gemidos de prazer. Então, juntos alcançamos o ápice do prazer e gozamos muito e senti seu gozo abundante dentro de mim, causando-me uma sensação indescritível de prazer.
Acordei refeita, mas cansada do sono atribulado e o corpo ainda dolorido. Dandira chegou com o café e me livrou das algemas. Serviu o café, sempre me dando na boca a comida. Por ultimo, o tal xarope amargo...tomei reclamando.
Mais um dia de rotina...eu sempre na cama. Dandira ficou mais tempo comigo no quarto, sempre me servindo alguma coisa para comer. Alimentos diferentes, estranhos que nunca havia provado.
O Carlos não veio mais me ver desde o dia em que ele quis me castigar. Perguntei a Dandira o porquê e ela apenas respondeu que ele viria no momento certo.
A noite veio e novamente os sonhos...Carlos me possuindo e eu gostando, pedindo mais e mais. Seus beijos ardentes correspondidos por mim, me deixando louca de tesão, tudo envolto numa atmosfera de volúpia e devassidão.
Durante varias noites, esses sonhos me acompanharam. Eu acordava todos os dias cansada, exausta, mas satisfeita e feliz. Dandira se tornou uma amiga, meu elo entre o dia e a noite, uma vez que meu quarto não tinha janelas. Eu perdi a noção do tempo. Não sei há quanto tempo fui raptada, nem há quanto estou nesse quarto. Perguntei a Dandira até quando teria que ficar no quarto e ela respondeu que somente Dom Carlos poderia dizer. Que era para eu obedecer pois quando ele ficava bravo era uma pessoa muito perigosa.
Cansada de tanto ficar confinada, em uma das vezes que Dandira me trouxe comida, bati na bandeija e derrubei tudo, gritando que não queria comer e por socorro.
Em poucos minutos, Dom Carlos entrou no quarto e sem nada dizer, esbofeteou meu rosto varias vezes me deixando zonza. Quando percebi, Dom Carlos estava me possuindo com brutalidade e sem dó, metendo fundo e forte na minha xana. Senti muita dor e gritei muito. Ele então, com uma das mãos, tapou minha boca e continuou estocando fundo e forte até gozar dentro de mim.
Quando saiu de cima de mim eu gritei COVARDE!!! COVARDE!!! e ele novamente me bateu forte no rosto, tirando sangue do canto de minha boca e deixando meu rosto ardendo e vermelho.
Você está brincando comigo Luna! Cuidado!! Vc não vai gostar de me ver irritado! E Dom Carlos saiu do quarto.
Durante dois dias, creio, ninguém veio ao meu quarto. Não comi nem bebi nada nesse tempo e fiz minhas necessidades na cama, pois presa não tinha como ir ao banheiro.
Quando Dom Carlos entrou no quarto ele olhou-me com reprovação e disse que nem uma cadela de rua mijaria em sua própria cama. Em seguida Dandira entrou e ele, num idioma que eu nao entendia, ordenou-lhe algo.
Dandira me soltou e me levou até a banheira, me deu banho, lavou e penteou meus cabelos. Depois me sentou em uma cadeira, prendendo meus braços e pernas a ela. Logo em seguida, ouço o barulho de uma tesoura e vejo uma mecha de meu cabelo caindo ao chão e outra e mais outra. Começo a chorar e a pedir para ela parar. Por favor, meu cabelo não, meu cabelo não!! Ela pareceu não entender e continuo a cortar, até deixa-los curtos, com apenas 1 cm de comprimento. Dom Carlos entrou nesse momento no banheiro e acenou com a cabeça para Dandira que imediatamente começou a raspar minha cabeça com uma maquina. Eu gritei e Dom Carlos vendo meu desespero riu alto, muito alto.
Dandira pegou um espelho, pos na minha frente e levantou minha cabeça para que eu pudesse me ver. Nesse momento percebi que haviam tirado a ultima gota de dignidade que me restava.
Percebeu agora que vc é nada, Luna? Que seu destino é meu e faço dele o que quiser? E sou deixada sozinha presa em frente ao espelho.