MEU PARCEIRO DE AULA P/14

Um conto erótico de Dexter.souza
Categoria: Homossexual
Contém 2227 palavras
Data: 13/11/2012 15:18:15

A porta do quarto se abriu e minha mãe interrompeu nossa conversa. Não pude ouvir o que Caio queria me dizer, ela falava apressadamente.

_Dexis telefone! É a sua..._Ela fez uma pausa e olhou um tanto envergonhada para nós._...é a sua prima._Ela deu um sorriso sem graça e saiu devagar.

Caio e eu nos olhamos e pouco depois levantando a sobrancelha ele sussurrou:

_O telefone!...lembra?

_É, eu es...tou indo lá.

Sai de cima dele e fui pensativo até a sala, "O que ele queria me falar?", mas depois eu poderia perguntar, aquele telefonema com toda certeza era importante.

Ao chegar na sala minha mãe ainda conversava ao telefone, mas logo ela se despediu e passou-o a mim. Disse então à minha prima:

_Sara! Como você está?

_Estou bem primo. Mas é verdade o que sua mãe me disse?!_Ela falava com um ar de excitação._E serio você vai morar com o Caio! Me conta isso direito Dexis.

_Ah...é verdade, estou indo para casa dele hoje, acho que já estamos prontos para esse grande passo. E o que você acha?

_Eu concordo, vocês são um casal lindo e merecem toda a felicidade...ai Dexis eu não vejo a hora de sumir daqui de casa também._Ela ria com a idéia._Meus país são uns malas.

_Ih Sara não te entendo seus país são ótimos.

_Pra você que não é filho deles...mas não liga, meu dia vai chegar! Agora eu queria te dizer que descobri o que me pediu.

_Descobriu!?

_HUHUM! Demorou um tempo mas meu pai mesmo me contou, e depois eu até me lembrei de outras coisas.

_Sara você não sabe como eu sou grato. Não queria conhecer isso as escondidas do Caio mas ele sofre tanto e você não imagina o quanto eu quero ajuda-lo.

_Eh primo eu sei...e o que vou lhe contar é triste mesmo, com toda a razão o Caio sofre por isso. O que a mãe dele fez foi...no mínimo desumano.

_Mas me conta então! O que você sabe?

Ela contava com todos os detalhes e eu a escutava com espanto, por mais que eu imaginasse o porque do Caio odiar tanto sua mãe, nunca poderia passar em minha mente tamanha maldade, ainda mais na idade que Caio se encontrava na época. Naquele momento não sabia se ficava triste ou mesmo com raiva, após tudo ser revelado pedi para minha prima nos visitar, há um bom tempo não nos viamos e agora que eu morava em São Paulo estávamos mais próximos. A casa da minha prima é em uma cidade ao descer da serra para o litoral, é um sítio lindo e aconchegante, ainda estava a me despedir quando avisto Caio descendo as escadas com minhas malas, mandei um último abraço para meus tios e prima e subi ao encontro dele.

_Pega lá sua mochila, que eu aproveito e já levo._Caio disse com o olhar distante e calmamente.

Fui ao quarto peguei minha mochila e por alguns segundos segurei minha pulseira do reggae, fechei os olhos e tentei relaxar, pensava no que falaria para ele, gostaria que ele soubesse que não precisava esconder nada de mim, que estaria ao seu lado e o amaria o ajudaria. Desci as escadas, Caio estava na porta, permanecia quieto e com a cabeça baixa, cheguei ao seu lado e disse:

_Eu preciso ir trabalhar agora._Levantei seu rosto e sorri._Mas a tarde eu vou direto para nossa casa. Certo?

_Dexter._Ele fez uma grande pausa enquanto me olhava profundamente._Na volta aproveita e trás pão pra gente.

_Pão?...É...claro trago sim._Eu sorria pois também o vi sorrir.

Fiquei ali na frente o observando até ele sumir de minha visão, fui até a cozinha comi alguma coisa e sai para o trabalho.

A faculdade era um local agradável mas o trabalho muitas vezes era cansativo, o senhor que me ajudava nem sempre estava muito disposto, aí sobrava só para mim mesmo, porém ao lado dele não havia tristeza. Aquela tarde não fora diferente das outras, cheguei e já o vi erguendo sua garrafinha com 51 fazendo o líquido descer garganta a baixo de maneira muito discreta, mesmo não havendo ninguém que ficasse em cima de nós em quanto trabalhavamos, ele sempre disfarçava era um alcoólatra mas não admitia.

Fui até a sua frente e como sempre ele me cumprimentou calorosamente, da mesma forma também o fiz. Com suas mãos na terra ele a preparava para o plantio, erguendo as mangas da camisa passei a ajuda-lo.

_Que flor vamos plantadar aqui?_Perguntei curioso.

_Aqui pelas bordas do canteiro a moréia e depois mas perto da árvore vou tirar os beijo-pintados e plantar angélicas.

O canteiro era praticamente uma pracinha, ficava ao lado dos blocos de medicina, enfermagem e outros cursos, alí ficava os grandes laboratórios.

_E onde estão essas flores?_Eu só conhecia o Beijo-pintado, as outras não tinha a menor idéia como eram.

_Chegaram agora pouco, estão lá no fundo perto do almoxarifado...

_Eu pego elas!_Disse interrompendo-o e indo ao local dito.

Algumas vezes era necessário interrompe-lo pois se não ele falaria por horas. O local onde estavam as mudas era próximo, elas eram as flores mais estranhas que já havia visto, brancas um tanto charmosas mas feias. Comecei a carregar o carrinho com várias delas e tomando cuidado para que não desmoronassem segui de volta para o canteiro, ao longe pude avistar o banco de madeira ao sul da faculdade, onde Caio e eu passavamos o tempo livre das aulas juntos. Foi inevitável não lembrar de nossa primeira briga ali mesmo, principalmente agora, após conhecer o motivo pela raiva que ele sentiu por sua mãe.

_Dexter!_O senhor exclamou ao me aproximar com as flores._Eu vou terminar de preparar essa terra e você pode ir arrancando as flores embaixo da árvore.

_Pode ser._Eu ainda permanecia distante em meus pensamentos.

Ao passo que as belas flores iam uma a uma sendo retiradas do solo, igualmente minhas lembranças vinham a tona. O banco de madeira um pouco mais distante estava totalmente inerte e logo o cenário daquele dia que havíamos discutido se desenrolava a minha frente, estava recostado no ombro do Caio, enquanto lia um livro ele escrevia em seu bloco de notas ao qual sempre estava em mãos. Estávamos tranquilos posso dizer que a nossa relação ainda era cheia de descobertas, era tudo muito novo e ele como sempre curioso me questionava.

_Dexis._Dizia ele._Você acha que as escolhas que faz são totalmente condicionadas?

_Hum. Como assim?

_Quero dizer...tudo que você viveu ,aprendeu, sentiu e...tudo que foi feito para você. Essas coisas...

_Ah sei! Acho que sim, pelo menos a maioria de nossas escolhas são condicionadas.

_Sei...e você acha que nunca teremos liberdade para escolhermos além disso que somos? Tipo, seremos condenados a decidir sempre inconscientemente levados por nosso histórico psicológico?

_Essa é uma questão complicada...

_Dexis posso te perguntar uma coisa?

_Pode.

_Em que exatamente seu estupro se relaciona com suas decisões diárias...as mais simples que sejam.

Naquela tarde de trabalho eu relembrava com todos os detalhes as feições e a tonalidade em sua voz. Caio me encarava docemente, enquanto eu fechava o livro e sentava paralelamente a ele.

_Olha..._Estava inquieto em meus pensamentos._Vou ser sincero, avaliando mais profundamente...muito do que escolho hoje tem haver com esse fato. As vezes chega a ser tão normal que não percebo, como quando fecho os olhos aos latidos escandalosos dos meus cachorros só porque nos dois dias que fui violentado a única coisa que ouvia era o barulho infernal de outros cães ao lado da casa, minha dificuldade em me relacionar mais intimamente também tem uma relação direta com meu inconsciente formado por todo esse trauma.

_Eu entendo o quanto isso é ruim de se relembrar.

_Mas!_Passei fortemente minha mão em sua cabeça, como um cafuné que o fez rir._Tudo pode mudar... pois tenho você. E a cada dia sei que tenho tomado caminhos diferentes por nós dois._Me aproximei para dar lhe um beijo só que fui barrado por ele, seu sorriso era de pura vergonha.

_Você é um grude do mesmo jeitinho que sua mãe faz com você, sabia!_Ele se inclinou vagarosamente e me deu um rápido selinho, depois voltou a escrever em seu bloco de notas.

_E sua mãe faz tempo que não a vê?

_Sim._Disse sem exprimir sentimentos.

_E você herdou alguma mania dela também?

_Não quero falar desse assunto._Disse secamente.

_Certo._Tentei ser um pouco mais insistente._Você sente falta dela?_Ele permanecia em silêncio.

_Sua mãe te ama Caio._Um tanto exaltado e impaciente ele se levantou.

_Você não conhece ela!_Ele começou a caminhar._Nem mesmo eu a conhecia.

Peguei meu livro e fui ao seu encontro, seus passos eram apressados.

_Mas...ela ainda é sua mãe Caio! Poxa se abri comigo, divide essa dor._Com o olhar duro, ele pegou firme em meu braço.

_Eu não tenho uma mãe!!...nunca tive.

Não sabia o que falar, após me encarar por um tempo ele continuo, me deixando para trás.

Passei a plantar as novas flores, enquanto ouvia o senhor Ivan falar sobre o desempenho do corinthians no jogo do final de semana. Eu tentava interagir com o assunto, querendo espantar os outros pensamentos, mas era em vão, ao final do expediente já havia revirado todas as maneiras de me aproximar do Caio de maneira que não o mágoasse e nem o deixasse na defensiva, só que sabia que não seria fácil.

Passei rapidamente na padaria, comprei pão e logo segui para casa do Caio, eram cerca de seis da tarde, estava escuro e o céu estava fechado por grossas nuvens, temendo pegar chuva apressei os passos. Abri a porta e vi a televisão ligada e as luzes todas apagadas, olhei por de cima do sofá e vi o meu amor dormindo calmamente com o controle quase a cair da mão, não quis mecher com ele, pois seu sono sempre fora leve. Fui então para o quarto, fiquei impressionado com todas as minhas coisas lá bem arrumadas e ajeitadas, abri o guarda roupa peguei uma roupa limpa e me vesti, me joguei na cama e comecei a rir sozinho, era tudo o que precisava.

Fechei meus olhos e fui apagando pouco a pouco, me esquecendo dos problemas de tudo que não tivesse relação com estar ali. Senti um cansaço e o sono acabou me tomando, então comecei a sentir a presença, o calor de alguém ao meu lado, fui abrindo os olhos com dificuldade e percebi uma respiração próxima ao meu rosto. Ao poder enxergar melhor sorri com a maravilhosa visão do Caio ao meu lado a me observar feliz, cheio de paz de amor. Naquele momento tive a certeza do que realmente importava, não precisava que ele falasse da sua mãe e tudo que eu sabia simplesmente era passado, significativo era o nosso presente o nossos sentimentos. Prometi para mim mesmo que faria de tudo para nossa felicidade, porém mau sabia eu que ainda fortes bombas explodiriam na calmaria das águas que repousavam nossos corações.

Algumas semanas se passaram, era o mês de agosto, ainda permaneciamos inabaláveis contra todas as ondas de decepções tanto quanto aos nossos amigos, quanto a nós mesmos. Passamos e desfrutar de forma mais profunda nossos desejos físicos, a descobrir que não era difícil sonharmos e planejar o nosso futuro era simples pois nele tudo girava em torno de estarmos juntos.

Em um final de semana daquele mês, Caio e eu como normalmente fazíamos, seguimos para almoçar na casa da minha mãe, era um dia de domingo quente e fazia um tempo que não chovia, mesmo morando bem próximo sentia falta da minha casa. Logo quando entramos minha irmã, com vários abraços nos recepcionou mais ao fundo na cozinha a Senhora Magali que era nossa vizinha, mechia com as panelas, chamei por minha mãe enquanto ia em direção a cozinha.

_Dona Magali! A senhora vai almoçar conosco hoje?

Ela com um meio sorriso nos deu um frio bom dia.

_Dexter, você chegou a falar com sua mãe hoje?

_Não._Disse surpreso pela pergunta._Eu não a vi ainda, ela saiu?

_E que estava tentando ligar pra você, mas não conseguia...

_Ah ela não iria conseguir mesmo estava no silencioso._Peguei o celular e passei as chamadas perdidas, me surpreendi pelo horário das mesmas.

_O que houve Dona Magali?_Estava assustado.

_Sua mãe me pediu para ficar com sua irmã, logo pela manhã sua avó não passou bem...

_Elas foram ao hospital? Como minha avó está!?_Perguntava eufórico, quase não deixando ela completar a frase.

_Fique tranquilo, a ambulância levou as duas até o hospital...não sei ao certo como ela está.

_Caio._Fui em sua direção._Vem comigo até o hospital.

_Vamos, eu te levo de moto._Ele parecia estar preocupado.

Enquanto iamos para fora, eu ligava para minha mãe.

_Alô. Mãe?

_Filho...

_Eu soube só agora do que houve.

_Vem pra cá então Dexis!

_É ja estou indo...mas como está ela mãe?

_Nada bem..._Sua voz soava chorosa._Ah filho! Eu temo o pior...

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Agradeço individualmente a cada um dos que comentaram, desculpem pela demora, estava sem créditos para a publicação rsrs. Logo publicarei as últimas partes, espero que ainda estejam gostando! Até a proxima!


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Comentários

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Oie ta muito bom o conto, continua tô esperando ha um ano a continuação rs.

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Nossa que ela fique bem! Posta logo estou roendo os dedos, seu conto está ótimo!!

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Parabéns pelo conto, comecei ler hoje e acabo de terminar continua logo, e mais uma vez parabéns

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Muito legal... Tomara que não seja nada tao grave. Nota 10

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estou aqui,na espectativa.Aguardo ansiosa pela continuação.Bjs

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Mano! não foi hoje que postanos no mesmo dia denovo, eu fui mais adiantado kkkkkk que pena :(

O que será que fez a mãe do Caio? Dexizinho hehehe ,foi pior do que a minha mãe fez a mim e ao outro alguém? Você sabe a maldade que ela fez, e por isso a odio muito, você sabe como ficamos por causa disso, mãe não deveriam ser assim, e diz logo o que o Caio fez de errado, e já tô quase revelando o segredo do meu, e espero que revele o do seu também rsrsrs. Mano! posta logo a continuação eu estou anciosissímo.

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