Olá caros amigos, nesse conto estarei correndo um pouco no tempo. Avançarei aos meus 17 anos, quando minha vida sofreu uma mudança que com certeza ficará marcada pra sempre. Então vamos ao que interessa e boa leitura (prazer...rs) a todos.
Aconteceu no final de janeiro de 2006. Era o início do ano letivo, a preguiça das férias ainda estava viva no meu corpo. Retornava da aula sozinha, André ainda não havia retornado das férias, pois estava viajando com seus pais para o interior dos seus avós.
Cheguei em casa e vi um carro preto parado em frente. Tinha quase certeza que já havia visto aquele veículo. Na cozinha, ouvi vozes em tom de quase discussão. Reconheci a voz da Teresa (pra quem não conhece, era a "empregada diferente" dos contos anteriores) falando com um homem, cuja a voz não reconheci.
- Não me peça isso, por favor! - voz da Teresa.
- Você me deve! Não esqueça que fui EU que coloquei você nessa casa. - falava o homem em tom sério, mas sem se alterar.
- Cesar, por favor... - Cesar? Nesse momento reconheci a voz do pai do Cesinha e também associei ao carro dele parado lá fora.
- Teresa, não vou fazer nada que ele não queira, apenas quero conversar, dizer o que eu estou sentindo.
Eu estava confuso, de quem os dois estavam conversando.
- Cesar, vou falar com ele, se ele for contra não vou insistir, está me ouvindo, né?
- Ok, mas quero conversar com ele, ouvir da boca dele, você me deve isso, não esqueça.
O barulho da porta do quarto de Teresa se abrindo me fez tremer todo, saí correndo para o meu quarto sem ser notado. Sentei na cama, ainda esperando o coração desacelerar, mas com a curiosidade de saber em quem eles conversavam.
Já estava trocando de roupa quando Teresa bateu na porta e entrou no meu quarto.
- Oi, meu lindo. Já chegou? - quando eu não estava montada, Teresa me tratava como menino.
- Já, sim. Não vi você, então vim trocar de roupa logo, como notou que eu cheguei?
- Vi sua mochila lá fora. Oren, tenho uma coisa pra dizer...
- Diga...
- É...- pausa. - O almoço vai demorar um pouco, tá com muita fome?
- Não não, dá pra esperar.
Teresa saiu e fechou a porta. Eu sabia que ela queria contar algo mas não teve coragem. O dia se passou, ela visivelmente tensa, até minha avó a notou diferente, mas Teresa não contou mais nada nesse dia.
No outro dia, na saída do colégio, lá estava o carro do seu Cesar. O vidro baixou e pude ver o Cesinha:
- Quer carona, Oren? - Após o ocorrido com Cesinha (vide conto "A EMPREGADA DIFERENTE - parte 4 - O prazer desconhecido"), era uma das poucas vezes que ele me dirigia a palavra.
- Quero sim. - respondi sem hesitar, pois o colégio ficava há quase 10 quarteirões de casa e o sol de meio-dia castigava ainda mais. - Tudo bom, seu Cesar? - perguntei.
- Tudo bem, Oren.
Cesinha foi o primeiro a descer, sua casa fica no início do quarteirão da nossa rua, e eu moro no final desse mesmo quarteirão. Era raro pegar carona com o seu Cesar, ou eu voltava do colégio a pé sozinho ou com o André, ou pegava carona às vezes com a mãe do Cesinha. Continuei no banco de trás até chegar em frente a minha casa.
- Pronto, Oren, tá entregue. - disse o seu Cesar olhando pra trás com um sorriso.
- Muito obrigado, seu Cesar, caroninha valiosa.
- Oren, posso te pedir alguns minutos pra conversar?
Meu coração começou a acelerar, eu sabia que tinha algo a ver com a conversa dele com a Teresa. Mas concordei que podíamos conversar.
- Oren, eu sei do seu "segredo". - nessa hora, paralisei total. Aquelas palavras me deixaram mudo, e ele continuou:
- Não tenha medo, seu segredo está guardado comigo.
- Como o senhor descobriu? - na minha cabeça, só podia ter sido o Cesinha que contou, e isso explicaria muita coisa em relação ao comportamento dele.
- Teresa me contou.
- Não acredito! Que traição!
- Calma, não foi culpa dela. Eu descobri seu "guarda-roupas" secreto no quarto dela. Quero propor uma coisa a você.
CONTINUA...
A continuação sairá ainda hoje, prometo! Beijos!