• 3 – Enganando
– José? Está tudo bem? – Era o Walmir. Droga!
Por um minuto, senti meu coração parar e pular para fora do peito. Mas antes que Eu falasse algo, a Nanny foi mais rápida.
– Sim. – Nanny saiu dos meus braços e foi em direção ao Walmir. – O José me ajudou a pegar um copo. Os armários daqui são altos.
– Ainda bem que Eu não sou o único com problema de altura. – Os dois riram da piada e a Nanny saiu. A acompanhei com o olhar e antes de ela sair pela porta deu uma piscadela. Eu já estava na dela. E ela na minha.
– José? Tem certeza que está tudo bem?
– Sim. – Falei com certa grosseria.
Walmir abaixou seu rosto e falou:
– Me desculpe. Eu sei que está chateado com a minha história com o Pedro. E entendo seu ciúme para comigo. Mas, por favor, não me trata assim!
Senti-me um bosta tratando meu namorado como um qualquer e ele se desculpando sem saber meus motivos. Não quis falar nada, pois sabia que iria dar em merda. Fui em direção à piscina e Pedro estava com a sua namorada, minha futura amante. Aquela já estava no papo.
Comecei a puxar um papo e descobri que Nanny era do mesmo colégio que meu primo, que ela era uma garota de vida média, descobri seus hobbys, cantores, o que ela gostava de fazer no horário de lazer...
Esqueci-me completamente de Walmir. Eu o estava escanteando e não sabia o porquê. Será que finalmente Eu achara a mulher da minha vida?
Passamos a tarde inteira curtindo a piscina e não havia sinal do Walmir. As 14h00min subi para o quarto, Walmir estava deitado por sobre a cama e lia um livro: O Deus das Pequenas Coisas. Incrível era ver que o Walmir era um garoto de multitarefas. Enquanto lia o livro, ouvia música em seu DiscMan e ainda cantava. Como ele podia concentrar-se em três coisas ao mesmo tempo?
Sentei sobre a cama e esperei ele puxar conversa comigo. Mas percebi que ele não estava afim. Fui banhar-me e ao sair do banheiro Walmir não estava mais na cama. Ele me evitara e Eu sabia o motivo. E o pior, ele entendia tudo errado.
Desci para a sala, fui assistir um pouco de TV. Walmir estava junto com Pedro e sua namorada assistindo a um filme que passava no DVD. Não prestava muita atenção no filme, apenas olhava para Nanny, que retribui com pequenas e discretas piscadas. Já estava ficando cheio de tesão por ter aquela gostosa ali e não poder tocá-la.
Fui para a cozinha beber um copo d’água para relaxar. Nanny havia me seguido até lá.
– Eu ainda preciso de um homem de verdade.
– E você vai ter. À noite, me espera no quarto de hóspedes que está vazio. Eu prometo que você não vai se arrepender.
– E o seu namorado? – Ela perguntou com um sorriso na cara.
– E o seu namorado? – Retruquei.
– À noite. – Ela me respondeu. – Mas não demora. Quero te sentir dentro de mim ainda hoje.
Nanny foi em direção à sala e Eu subi para o quarto.
As 21h00min, Walmir deitou-se ao meu lado e dormiu. Eu e ele não trocamos uma palavra desde a “discussão” pela manhã. Era melhor assim.
Agora só faltava o Pedro.
Por volta das 23h00min, Nanny passou pelo quarto onde Eu estava e tossiu. Era a deixa para Eu seguir em direção ao quarto de hóspedes.
Ao entrar pela porta, a Nanny me deu um beijo desesperado, era diferente do de Walmir. Não havia amor. Isso indicava que Eu estava alí apenas pelo sexo. Arranquei seu pijama com ela ainda colada em minha boca e joguei-a de quatro da cama. Com urgência, comecei a tirar cada peça da minha roupa; quase as arrancando. Quando fui tirar a minha cueca, ela apertou meu pau por sob e começou a punhetar e a beijar de leve. Já estava indo à loucura com aquela vadia.
– Põe na boca, põe?! – Ordenei com tom de cafajeste. – Quero te dar leitinho. Põe na boca sua puta!
E assim ela o fez; agachou minha cueca até o joelho e pôs o pau na sua boca. A boca da garota era macia e ela fazia cada movimento de alucinar qualquer um. Tirei minha cobra de sua boca e comecei a bater com ela em seus lábios, vendo um líquido viscoso escorrer pela sua boca enquanto ela fazia um biquinho.
– Você gosta de um pau, não é sua cachorra?
– Gosto. – Afirmou tocando em minhas bolas.
– Abre a boquinha pra receber meu mastro.
E assim ela o fez; abriu sua boca recebendo, com maestria, o meu volume. Puxei seus cabelos e sua nuca e comecei a estocar com força em sua garganta, fazendo-a engasgar. Logo em seguida, gozei dentro de sua boca.
Por fim, joguei-a de quatro na cama e comecei a lamber a vagina dela enquanto a mesma já se encontrava molhadinha, o que denunciava que ela já estava preparada pra receber-me. Pus a cabeça de meu pênis em sua vagina e a penetrei. Fácil. Desigual a quando Eu tentava penetrar o Walmir. Mas que se dane o Walmir! Tentei afasta-lo ao máximo naquele momento. Naquela hora Eu estava mesmo era afim da buceta daquela garota. Ela gemia e tentava abafar seu gemido no travesseiro.
– Vai com calma, José! – Implorava quase chorando.
– O que o Pedro tá pondo aqui? Um lápis? – Eu não podia dizer que a vagina dela era igual à de uma vaca. – Você vai ver o que é homem de verdade. – Disse pondo mais força em minhas estocadas.
– Isso! Era disso que Eu estava falando. Me come! Me fode! Faz-me tua putinha hoje.
– Não só hoje... – Tirei minha vara da sua vagina e pus de uma vez só, o que a fez gritar. – Vai ser minha putinha as férias inteira. Queria um homem de verdade? Você vai ter todo dia.
– Isso. Me come! Vai fundo! Eu quero te sentir todo dentro de mim. – Ela implorava e Eu a atendia.
Sentei na cama e a fiz cavalgar. A safada fazia umas caras que me excitava, me deixava louco. Comecei a rebolar fazendo meu pau entrar todo em sua buceta. 15 minutos depois Eu gozei. Estava satisfeito. Cai por sobre a cama e ele me beijava.
– Chupa meu pau, vadia! Ele ainda tá sujo.
– Quer uma limpeza alí embaixo?
– Cala a boca e faz o que você sabe de melhor! – Ordenei e assim ela o fez.
Levantei-me da cama e ela ficou de quatro lambendo meu pênis. Nosso momento fora quebrado quando uma voz ecoou no quarto.
– Não acredito que vocês fizeram isso comigo. – Ouvimos uma voz de raiva e nos assustamos.
Eu não acreditava que alguém nos tinha pegado em um momento tão intimo. Ao menos a voz era grave e de um homem formado. Não era Walmir. Era Pedro. Droga! Traí a confiança de um cara que Eu considerara meu irmão.
– Amor... Não é nada disso o que você está pensando – Nanny levantou-se vestindo sua calcinha e o resto do pijama.
– Não toca em mim sua cínica. – Pedro a empurrou fazendo-a voltar para a cama. Eu não sabia como reagir. – Você é podre. Vocês são podres.
– Pedro. – Eu falei dando um salto de onde Eu estava; pela primeira vez reagindo. Segurei seu braço. – Por favor, cara, não conta pro Walmir.
Pedro nada falara e desferiu um soco em meu abdômen. Não doeu. O que machucava era o meu coração. Tinha medo de perder o Walmir. Porém meu medo maior era magoa-lo. Eu não gostava de vê-lo triste. Pedro saiu e dirigiu-se para seu quarto.
– Pedro não vai falar nada para o Walmir. Ou vai? – Perguntei a Nanny, estava completamente preocupado com a situação.
– Não importa amor. – Como assim amor? – Deixe-o falar. Não vale mais a pena. Você é meu, só meu. Além do mais, o Pedro nunca sairia como corno na história.
Nessa hora fiquei puto.
– Você está me dizendo que ele vai tentar pegar o Walmir só pra me fazer ciúme?
– Isso não. Ele apenas não vai falar nada. Vai por mim. Eu conheço o Pedro. Deita aqui do meu lado e esquece o Walmir!
– Não posso. Tenho que voltar para o quarto.
– Mas você é meu homem.
– Desculpa Nanny. Tenho que voltar para o quarto. – Saí daquele quarto evitando uma conversa que nem tinha fundamento. Não para mim.
Fui em direção ao corredor que dava acesso ao quarto e Pedro estava próximo, meio que encostado, a porta de meu quarto.
– Quando pretende contar para ele?
– Nunca.
– E você acha isso certo?
– Não é da sua conta. – Eu já estava perdendo a paciência.
– É da minha conta sim. Todos nessa casa estamos envolvidos nessa história. Isso o que você está fazendo com o Walmir não é certo.
– E quem você acha que é para falar o que é certo e o que é errado? – Falei já alterado. Não aguentava mais aquela situação.
– Uma pessoa que foi fiel até o fim. Diferente de você e daquela a quem Eu chamava de minha... – Pedro fez uma pequena pausa, respirou e disse: – Vocês se merecem. São dois nojentos. Mas o Walmir não merece viver em meio a mentira. Seu Eu fosse você...
– Você não é. – Falei pondo o dedo em sua cara.
– Se Eu fosse você, não esconderia a verdade dele. Agora Eu estou indo. Boa noite primo. E pensa bem.
Merda! Eu sou o cara mais filho da puta que existe. Eu não acredito que fizera aquilo com meu amor e com meu primo. Matei dois coelhos em uma tacada só. Mas daria a minha vida para tê-los de volta.
Acordei pela manhã procurando meu amado e ele não estava na cama. Desci até a cozinha e a Nanny já estava lá. Eu precisava conversar com ela. Eu havia gostado daquela noite anterior. Mas... A quem Eu estava enganando? Eu amava o Walmir e não podia continuar com aquela situação. Tinha que romper qualquer coisa que havia com ela.
– Nanny, – Ela virou-se pra mim com um grande sorriso no rosto. – precisamos conversar.
– Mas antes meu beijo.
– Não! Por favor... – Antes de falar qualquer coisa, ela me jogou na parede e me deu um beijo.
Eu já estava começando a criar nojo de mim e da noite passada.
– Eu não acredito que você fez isso comigo. – Empurrei a Nanny daquele beijo sem gosto e fiquei sem expressão olhando para o rosto que me fitava com raiva. Walmir falou fitando-me com uma cara angustiada.
Eu conhecia aquela voz. E conhecia a consequência daquele ato. Eu já passara por tudo na minha vida, nunca havia me importado com as consequências, nunca havia me importado com meus atos. Mas aquele momento... Aquele momento me machucara, machucara a minha alma. Eu estava perdendo, aos poucos, quem Eu amava.
– Amor, Eu posso explicar. É que...
– Isso não se explica José. – Ele falou com uma voz alterada.
– Se explica sim. – Falara Nanny. O que ela tem em mente? – Eu e o José estamos namorando.
– O que? – Eu e o Walmir falamos ao mesmo tempo.
– Nós tivemos uma ótima noite de amor enquanto você e o Pedro dormiam. Está satisfeito?
– Sim. Era isso o que Eu precisava ouvir. Bom... – Ele olhou para mim e para Nanny com os olhos cheios de lágrimas. Nem Eu acreditara no que havia ouvido. – Parabéns ao novo casal.
– Walmir me deixa explicar! – Supliquei.
– Não precisa José. As coisas estão bem claras, certo? – Ele se aproximou de mim e tentou tirar a aliança que Eu havia dado a ele. Aproximou-se do meu ouvido e falou baixo e gutural – Droga! Quando Eu consegui retirar a aliança, Eu lhe devolvo. É bom ver que você finalmente encontrou alguém. Estou feliz por isso.
Meus olhos encheram de lágrimas e ainda suplicando pude falar:
– Walmir não faz isso! Por favor, meu amor! Eu te amo. – Ajoelhei-me aos seus pés e continuei. – Eu juro que nunca mais Eu faço isso. Eu não quero te perder...
– José levante-se! – Ele falou num tom de ordem e assim Eu fiz prontamente. – Não faça isso na frente de sua namorada.
Antes que Eu pudesse falar alguma coisa ele se dirigiu ao andar de cima da casa, sem sequer olhar para trás. Eu merecia aquele choque, mas veio da pior forma possível. Eu queria que ele me compreendesse... Mas como? Eu estava completamente errado. A situação era pior do que Eu imaginava. Essa discussão não estava em meus planos.
Nanny posicionou-se atrás de mim e me abraçou.
– Vai ficar tudo bem amor.
– Amor? Quem você acha que é para chamar-me de amor?
– Mas a nossa noite... Aquela noite... – Ela falara desesperada procurando algumas palavras.
– Aquela noite foi um erro. Não deveria ter acontecido. Eu gostei, não posso mentir. Mas a quem estou enganando? Walmir é a única pessoa que Eu amo. Eu o traí. E agora sabe lá Deus quando ele voltará a falar comigo. Eu me odeio.
– Não se trate assim. Não me trate assim.
– Nanny, o que Eu menos preciso nessa hora é de você. Quer continuar na casa? Continua. Mas continua sabendo que a pessoa que Eu amo não é você. Aquela noite foi um erro.
– Realmente. Eu nunca errei tanto na minha vida. Eu te odeio José!
Aquelas palavras não doíam. Eu estava mesmo era preocupado com o garoto magoado que estava no quarto de cima.
Nanny saiu da cozinha e dirigiu-se a piscina. Enquanto isso Eu subi as escadas para ir de encontro a Walmir.
Quando cheguei ao quarto ele estava arrumando a mala que havia trazido. Tirava as peças de roupa da cômoda e colocava em sua bolsa de viagem. Aquela cena apertou meu coração. Eu estava com raiva, não dele, mas de mim... Dos meus atos. Pigarreei.
– Oh céus! – Ele falou em tom de surpresa. – Desculpe-me! Eu já estou terminando de arrumar a minha mala para ir embora.
– Embora pra onde? – Perguntei aflito.
– Para casa. – Ele falara com um sorriso amarelo no rosto.
– Não! Você não vai! – Falei em tom de ordem.
– José. Eu já estou decidido. Eu vou embora hoje. Não tem mais clima para Eu continuar aqui. Eu ainda não consegui retirar a aliança, mas...
– Eu já disse que você não vai! Com clima ou sem clima você vai ficar aqui. – Gritei e ele se assustou. Era o único jeito de fazê-lo parar. – Como pretende sair daqui?
– De ônibus, oras. Não posso ligar para meu pai.
– Não. Você não vai! Não hoje. Não agora.
– Já que Eu não posso sair, ao menos vou trocar de quarto. Bom... A Nanny vai precisar de espaço na cômoda, então...
– Walmir deixa de besteira. – Falei interrompendo-o. – Você tem que dormir comigo. Com seu homem.
– Infelizmente Eu não conheço mais “meu homem”.
– Me desculpa. Por tudo. Por favor!
– Quando o Pedro vai saber disso? – Ele falou desconversando.
– Ele já sabe. – Falei abaixando a cabeça.
– O que? Eu não acredito. – Ele pôs a mão em sua boca e sua respiração saiu falha. – Todos sabiam. Todos estavam envolvidos na história e ninguém me contou nada.
– Na verdade o Pedro mandou-me contar para você. Mas Eu não tive coragem... Não tive coragem de te magoar.
– Mas me magoou José. – Walmir sentou-se na cama com os olhos cheios de lágrimas. – Me magoou omitindo os fatos.
Sentei-me ao seu lado e pus a minha mão encima da sua. Walmir por sua vez, retirou esta.
– Nunca foi meu objetivo te magoar, amor. Eu sempre quis seu bem. Eu não planejei isso. Perdoa-me!
– Não existe perdão para isso. Eu já estou decidido. Se não posso ir embora, ao menos vou dormir em quartos separados.
– Não, por favor! – Agarrei-o pelo braço. Ele tentou se soltar, mas não conseguiu. – Não faz isso comigo! – Implorei. – Você é o amor da minha vida.
Beijei-o e fui retribuído. Mas Walmir chorava. Não havia clima para continuar. Chorei e deixei-o ir. Ele realmente estava decidido a não olhar para mim.
Não preciso dizer que o resto do meu dia foi péssimo. A dor da perda... A dor sentimental é pior do que qualquer dor física. Mas Eu sabia que enquanto ele usasse a aliança, ele seria meu.
