Oi Pessoal...agora o Luca volta a narra a história.
O voo durou mais ou menos umas 10 horas, quando chegamos ao aeroporto de Heathrow já era de madrugada. Não consegui dormir durante a viagem, coisa que é muito raro de acontecer, mas a tristeza teimava em espantar o meu sono. O Pedro dormia que nem pedra, mas em nenhum momento ele deixou de soltar a minha mão. Às vezes eu me pegava olhando ele dormir. Não tinha como negar que sua beleza era de tirar o fôlego, mas o que era mais atraente era a sua beleza interior. A bondade, o respeito ao próximo, a simpatia, sua alegria, entre outras qualidades, faziam dele o homem perfeito. Depois de refletir sobre isso pensei em voz baixa:
Eu – Por que você não chegou antes?
Sem perceber que estava acordado, levo um susto quando ele responde minha pergunta:
Pedro – Por que não era pra ser.
Eu – Nossa, não sabia que estava acordado. (Falei um pouco sem graça por ele ter escutado)
Pedro – Eu também já me fiz esta pergunta. Quando nos conhecemos ainda estava tentando me recuperar do rompimento com o Felipe. Quando passamos aquela noite juntos em nenhum momento eu pensei nele. Você me fez sentir amado e que tudo seria mais fácil ao seu lado. Pensei que nossa relação evoluiria para um sentimento amoroso, mas não aconteceu, o que aconteceu foi melhor ainda. Entre nós nasceu uma amizade tão forte e intensa, que se tivéssemos ficado juntos estragaríamos este sentimento tão puro. Acho que nós somos almas gêmeas.
Fiquei ali escutando aquelas palavras que saiam da boca dele. Sentia-me da mesma forma em relação a nossa amizade, aquilo só veio para confirmar que o sentimento que tínhamos um pelo outro era muito maior, realmente éramos almas gêmeas. Inevitavelmente senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, não estava chorando de tristeza, estava chorando de alegria por ele estar ao meu lado.
Eu – Te amo Pedro! Obrigado pela sua amizade sincera.
Pedro – Também te amo amigo. Vamos ser amigos para sempre, nada vai nos separar.
Ficamos abraçados até o avião pousar. Desembarcamos e fomos direto para o hotel, eu precisava descansar. Quando chegamos ao hotel fiquei em choque, o local era lindo, a mansão do século XVIII era simplesmente de tirar o fôlego. O Millennium Hotel London Mayfair fica num área bem central, perto de vários pontos turísticos. Subimos para o quarto, naquela hora o sono já não existia mais, estava tão extasiado com o lugar que todo o cansaço da viagem sumiu como um passe de mágica. Pedro fala comigo e me tira do transe em que me encontrava.
Pedro – Luca...Luca...acorda!
Eu – Oi...o quê?...que foi!...ai desculpa Pedro, estava hipnotizado com a beleza deste lugar.
Pedro – Realmente o lugar é maravilhoso.
Eu – É lindo!
Pedro – Luca, você não se importa de dormir comigo? Como a principio eu viria sozinho tinha pedido uma cama de casal, não consegui trocar.
Eu – Até parece, eu deixo você dormir no sofá...rsrsrsrsrsrsrs. Claro que não seu bobo, não me importo de dormir com você, até prefiro assim.
Caímos na risada, fui tomar um banho enquanto Pedro ajeitava as malas. Quando saiu do banheiro encontro o Pedro já dormindo na cama. Apesar de ter dormindo quase toda a viagem, ele ainda estava cansado. O coitado deitou com roupa e tudo, nem tirou o sapato. Tirei sua roupa deixando somente de cueca. Deitei ao seu lado de roupão, logo eu também peguei no sono.
No dia seguinte acordei com uma alegria que não cabia em mim, estava feliz como há muito temp não me sentia. Era por volta das 9h da manhã, levantei e fui me lavar, o Pedro ainda dormia profundamente. A partir daquela manhã estava disposto a superar todas as dificuldades, dali em diante não deixaria a briga com Ricardo me abalar mais. Ligue para recepção e pedi que enviassem o café da manhã. Uns 15 minutos depois o café chega, recebo e organizo tudo na mesinha que tinha no quarto. Queria fazer uma surpresa para o Pedro, queria retribuir toda ajuda que ele estava me dando.
Eu – Pedro, acorda!
Ele estava no sono muito profundo. Para sacanear ele dei um berro perto do ouvido dele.
Eu – Aaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Ele levantou assustado e eu rolei na cama de tanto rir.
Pedro – Que foi? O que aconteceu?
Eu não me continha, ria incontrolavelmente. Ele vendo que eu estava rindo veio para cima e segurou meus pulsos. Pensei que ele iria me bater, pois fazia uma cara de raiva. De repente ele abre um sorriso enorme e cai na gargalhada também.
Pedro – Quer me matar do coração. Se você que me matar fala logo que eu me jogo daqui de cima que vai ser mais rápido...rsrsrsrsrsrsrsrsrs.
O abracei e continuamos a rir.
Eu – Ai como você é dramático. Você não acha que já está na hora de acordar donzela. Pedi o café da manhã para nós.
Ele levantou e deu aquela espreguiçada.
Pedro – Hum! que delícia. Nossa, dormir demais.
Eu – Realmente você dormiu como uma pedra. Eu dormir as prestações durante a viagem, só quando chegamos que eu consegui descansar. Chega de papo, vamos comer.
A comida era deliciosa. Enquanto comíamos, Pedro ficava me olhando.
Eu – Que você tanto me olha?
Pedro – Faz tempo não vejo você tão alegre.
Eu – Hoje acordei outra pessoa, uma alegria me invadiu, uma vontade de curtir a vida.
Pedro – Que bom, assim que se fala. Você já sofreu demais, agora o negócio é esquecer o que aconteceu e tocar a vida pra frente.
Eu – Isso mesmo, vou aproveitar ao máximo esta viagem. Quero voltar para o Brasil renovado.
Terminamos o café, nos vestimos e fomos conhecer a cidade. Estava fazendo muito frio, então tivemos que sair bem agasalhados. Londres é maravilhosa, cada rua, cada esquina, tudo é muito lindo. Para quem gosta de história como eu, vai adorar conhecer a cidade. Primeiro fomos até o Palácio de Buckingham, ficamos quase a manhã toda tirando fotos. Almoçamos e a tarde continuamos com os passeios. Chegamos ao hotel já era noite, estávamos exausto caminhamos o dia inteiro. No quarto, eu deitei na cama enquanto o Pedro tomava banho. Os momentos em que estava sozinho eram os piores, sempre acabava lembrando do Ricardo.
Eu – Que merda, por que eu não consigo te esquecer?
As lágrimas eram inevitáveis, meu coração ainda não tinha entendido que o amor pelo Ricardo era impossível. Quando ouvi a porta do banheiro se abrir tratei logo de enxugar as lágrimas, não queria que o Pedro me visse chorando.
Pedro – Que banho maravilhoso.
Tá certo que o Pedro era meu amigo, mas tenho admitir que seu corpo era um tesão. O sem vergonha saiu do banheiro só de cueca boxe e enxugando os cabelos com a toalha. O peitoral dele era largo e bem definido, suas coxas eram formidáveis, ainda mais com aquela cueca.
Eu – Pedro, você não presta mesmo! Você desse jeito...depois não reclama se eu te agarrar.
Ele deu um sorriso bem safado.
Pedro – Opa...fica a vontade.
Levantei e fui em direção a ele com a cara mais safada que eu conseguia fazer. Coloquei minha mão no seu peito e fui descendo bem devagar. Ele olhava nos meu olhos com muito tesão. Chego bem perto do seu ouvido e sussurro:
Eu – Desculpa, mas amigo meu pra mim é mulher.
Desviei-me e entrei no banheiro dando gargalhada. Ele fez uma cara muito engraçada de decepção.
Pedro – Porra meu, que sacanagem a sua Luca. Olha só como você me deixou.
Disse apontando para sua barraca armada. Eu gargalhava dentro do banheiro, depois ele também começou a rir.
Pedro – Anda logo que preciso tomar outro banho, só que agora um frio.
O Pedro era meu amigo, eu achava ele super gostoso, mas na minha atual situação não tinha vontade de transar. Fiz aquilo só para sacanear com a cara dele. Sai do banheiro e ele estava deitado na cama assistindo um filme tão concentrado que não me viu. Peguei impulso corri me jogando com tudo na cama, ele levou um susto tão grande e com impacto ele caiu da cama. Eu caí na gargalhada, ele levantou e fez uma cara de espanto.
Pedro - Meu...o que você tem hoje? Você está impossível, tá querendo me matar? Primeiro quase me mata de susto de manhã, depois quase me mata de tesão e agora quase me joga pela janela.
Eu – Tá parecendo a Maria do Bairro de tanto drama.
Eu não controlava, rolava na cama de tanto rir. Ele vendo aquilo subiu me cima de mim e começou a fazer cócegas.
Pedro – Você vai ver!
Eu – Não Pedro...não...vou morrer...aaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.
Realmente quase morri de tanto rir, depois começamos a brincar de lutinha na cama. Peguei o travesseiro e acertei com tudo na sua cabeça.
Pedro – Ah seu lazarento, você me paga.
Eu – Vem me pegar.
Saí correndo pelo quarto e ele atrás. Parecíamos duas crianças, como me diverti aquela noite. Voltamos para cama e caímos ofegante, rolei para o lado e o abracei ficando com a cabeça no seu peito.
Pedro – Nossa Luca, que bom te ver sorrindo. Me partia o coração quando você ficava triste e choroso o dia todo.
Eu – Confesso que me sinto melhor, mas ainda lembro dele, da nossa briga.
Pedro – Procura não pensar, aos poucos você vai esquecer.
Eu – E você Pedro? Como você está em relação ao Felipe?
Ele respirou fundo, como se estivesse sem coragem de falar.
Pedro – Ainda dói pensar nele, eu realmente amava aquele desgraça, mas estou bem.
Aconcheguei-me melhor nele e ficamos assistindo um filme, logo pegamos no sono. Os dias que se seguiram foram de muitos passeios e compras, visitamos o Big Bem, o Palácio de Westminster, o London Eye, o Green Park, entre outros lugares maravilhosos. No Green Park passamos a tarde inteira sentados na grama, ele lia um livro e eu estava ouvindo música. Eu estava muito anos 80 aqueles dias. Estava ouvido Bryan Adams, mais especificamente a música Heaven (/ Acho está música linda, sua letra é maravilhosa. Enquanto curtia a música, Pedro me cutuca.
Pedro – Luca, o que acha de irmos a uma balada hoje?
Eu – Ah Pedro, não sei. Não sou muito fã de balada.
Pedro – Vamos amigo, queria tanto beijar um gringo.
Caímos na risada. Ele fazia uma cara que eu não podei negar. Voltamos para o hotel e começamos a nos arrumar. Eu sou bem básico no meu vestir, nunca fui de me enfeitar para sair. O Pedro nem precisava se arrumar muito, ele era lindo de qualquer jeito. Fomos para o Queen of Hoxton, era um pub com pista de dança e ainda tinha um jardim lindíssimo no terraço. O lugar estava ótimo, a música era bem agradável. Nós dançamos um pouco e depois fomos pegar algo para beber no bar. Pedi uma bebida e quando olho para o Pedro vejo que ele estava de olho em alguém.
Eu – Mais é uma biscate mesmo, né!
Pedro – Que foi?
Eu – Em quem você está de olho?
Pedro – Tem um carinha ali. Disfarçadamente olha em direção a pista, é o que está de cachecol preto.
Gente taí uma coisa que não sei é disfarçar. Virei com tudo, quando o vi eu apontei.
Eu – É aquele ali?
Pedro – Luca...não aponta. Ai você me parte a cara de vergonha.
Eu – Desculpa...ele é gatinho, vai lá!
Pedro – Será? E você? Não vou deixar você sozinho.
Eu – Para de bobeira, você queria tanto pegar um londrino. Eu vou ficar bem.
Pedro – Te amo Luca, eu vou lá.
Deu-me um beijo e saiu. Fiquei ali apreciando minha bebida, estava feliz pelo Pedro. De repente sinto alguém sentar ao meu lado, me viro e dou de cara um homem lindo. Levei até um susto, pois o cara era muito parecido com o Ricardo. Ele começou a puxar papo comigo e eu aceitei. Era inevitável não fazer a comparação com Ricardo, eles eram muito parecidos, os traços do rosto dele e os olhos verdes me faziam lembrar o dito-cujo, seu nome era Paul. A conversa estava bem agradável, eu já estava meio tonto por causa bebida. Do nada ele me convida para ir até o terraço com desculpa de que lá poderíamos conversar melhor, eu fui. Procurei o Pedro com os olhos, mas não encontrei. Lá em cima sentamos nos bancos, quando eu ia falar alguma coisa ele me agarra. Fui pego de surpresa, mas retribui o beijo. Estávamos no maior amasso quando ele começa a apertar minha bunda, aquilo ascendeu o alerta vermelho.
Eu – Opa...aí em baixo não tem nada pra você.
Paul – Claro que tem.
Ele continuou a passar mão até que colocou ela dentro da minha calça.
Eu – Paul, para...não estou afim.
Paul – Eu estou afim de transar com você.
Eu – É mais eu não.
Tentei sair do abraço, mas ele me agarrou pelo braços. Paul me agarrando daquele jeito me fez lembrar quando o Ricardo me agarrou pelos braços.
Eu – Paul, me solta!
Paul – Só depois de transarmos.
Ele voltou a me beijar, eu sentia nojo, vontade de vomitar. Para o meu azar estávamos sozinhos no terraço. Eu me debatia, mas o cara era mais forte que eu. Quando pensei que não teria mais jeito, sinto alguém puxar o Paul e eu caí no gramado.
Pedro – Sai de cima dele seu gringo filho da puta.
Paul caiu no chão, nisso Pedro subiu em cima dele e começou a socar o cara. Eu levantei para tirar o Pedro de cima do cara.
Eu – Para Pedro, ele já apanhou o suficiente. Não podemos ter problemas com a polícia aqui.
Quando vi o rosto do Paul fiquei assustado, ele estava totalmente quebrado e ensanguentado.
Eu – Vamos Pedro, vamos voltar para o hotel.
Graças a Deus ninguém viu a briga, senão estaríamos ferrados. Pedro agarrou no meu braço e arrastou para fora do lugar. Na rua ele me arrastava com uma cara de raiva, lembrei-me do dia em que encontramos o Felipe no shopping. Quando estávamos a um boa distância do local, ele parou e ficou me olhando com muita raiva.
Pedro – O que deu na sua cabeça de ter subido com aquele cara? Você tá doido?
Eu – Foi na inocência. Procurei você para avisar, mas não te encontrei.
Pedro – Devia ter me procurado mais.
Eu – Como você sabia que eu estava lá em cima?
Pedro – Quando não te vi no bar fui atrás de você. Ainda bem que cheguei a tempo, nunca me perdoaria se te acontecesse alguma coisa.
Ele me abraçou, eu como sempre comecei a chorar. Estava parecendo mulher quando está naqueles dias. Senti que ele também chorava.
Pedro – Não faz mais isso comigo, tá!
Eu – Me perdoa amigo, te amo.
Pedro – Também te amo amigo.
Eu – Estraguei sua noite.
Pedro – Não...o gringo que eu peguei era muito sem sal, prefiro o fogo dos brasileiros.
Rimos juntos
Voltamos ao hotel, tínhamos que descansar, pois iríamos voltar para o Brasil no dia seguinte. Apesar do acorrido eu estava bem, me sentia mais forte para enfrentar os problemas. O que me dava mais segurança era saber que eu tinha o Pedro.
No dia seguinte embarcamos para o Brasil. A viagem foi tranquila, fora o fato de que eu não dormi nada durante o voo. Mau eu sabia que minhas noite sem dormir seriam muitas daqui para frenteMeus queridos, mil desculpas pela demora em postar. Apesar de ficar em casa por causa perna, não tenho tido muito ânimo, espero que me perdoem. Quero agradecer a todos os comentários, não vou citar nomes para não ser injusto. Que todos tenham uma semana maravilhosa! Bjos e abçs:)
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