Pessoal, espero que estejam gostado da primeira parte. E lá vai mais uma. Comentem bastante e deixem sua opinião. Add também: Obrigado e boa leitura!
- Tá marcado então. A gente se fala mais tarde. Não, tá de boa. A noite é uma criança. Tchau.
Ele desligou ao me ver. Ele estava marcando um encontro? Que rápido hein!
- Chegou cedo hoje, Carlos?
- É. Saí alguns minutos mais cedo. Vai sair de novo?
- Vou. Só vou me arrumar e dar umas voltar. Precisando arejar sabe?!
- Claro. Você sabe que a gente precisa conversar né?
- Dispenso!
Ele foi em direção ao banheiro e me deixou lá, como se fosse o errado da situação. Mas era assim mesmo. Eu falhei em algum momento e eu não sabia em qual! O pior de tudo era que pra ele seria fácil. Ele poderia sair e encontrar qualquer um que esteja interessado, não ia ser difícil. Mas pra mim não. Eu não era mais o carinha interessante de dois anos atrás. Estava longe de ser atraente de alguma forma.
Fiquei esperando ele sair e na minha cabeça só passava uma traição. Talvez ele estivesse com outro cara e eu era só uma fonte de dinheiro pra ele. Afinal, em dois anos ele nunca precisou trabalhar pra conseguir alguma coisa. Roupas, dinheiro, carro, relógios, tudo eu dava. Tudo ele conseguia. Mas eu precisava ter certeza de tudo.
Estava certo: eu iria segui-lo. Esperei que ele saísse e fingi nem reparar no quanto ele estava lindo. Pena que não era pra mim e eu precisava saber pra quem era aquilo tudo. Peguei a chave do carro e fui direto atrás dele. Entrou em uma boate e eu fui atrás. Foi até a área vip, afinal ele tinha dinheiro pra isso. Tinha o meu dinheiro pra isso!
Fui vigiando e tinha certeza que ele não havia me visto. Ele se encontrou com um carinha e eles ficaram curtindo a noite. Eu, de um ângulo estratégico, só via aquela cena com cada vez mais raiva. Eles estavam cada vez mais próximos e eu cada vez mais nervoso.
- De bobeira, Carlos?
Nossa! Maior susto da minha vida.
- Sergio? Tudo bem?
- Tudo e você? Tá sério...
- Eu tava de saída.
- Ah não. Fica aqui cara, acabei de chegar. Tô com companhia, fica comigo aqui?
Eu ainda olhava pro Daniel se divertindo com aquele carinha enquanto Sergio fazia uma carinha de cachorro sem dono. Decidi ficar. Estava quieto conversando com Sergio, sentados à mesa, até que ele o viu:
- Olha quem tá ali, o Dani! Vou chamar ele.
Não deu tempo de dizer que não. Ele saiu em disparada e eu não seria covarde de ir embora. Aguardei sua chegada à mesa e ele veio furioso:
- Você me seguiu Carlos?
Ele já falava alto e eu não sabia se mantinha a farsa da amizade ou se abria o jogo de uma vez.
- Eu precisava saber umas coisas!
- E você já soube?
- Claro Daniel. Até mais do que eu queria saber...
- Qual o próximo passo? Contar pra todo mundo?
Sabia que ele estava alto por causa da bebida e estava disposto a ficar quieto, calado e deixar aquela conversa pra depois, mas ele insistia.
- Fala logo pra todo mundo. Fala que eu tô te comendo em troca de sustento! Fala que eu moro com você e te aguento todo dia só pra ganhar seus presentinhos...
Eu não sabia mais o que fazer. Pelo menos umas 10 pessoas já tinham entendido o que estava acontecendo. Ele gritava e seu olhar de ódio era o que mais me machucava.
- Você quer que eu continue ou vai embora daqui?
Eu não sabia o que fazer, o que falar. Apenas ficava quieto, meio que esperando a coragem vir e me obrigar a agir. E ele continuava lá, furioso.
- Eu tava doido pra acabar com essa porcaria de uma vez. Antes era legal, você se cuidava, era bonito. Era um sacrifício, mas eu fazia até com certo prazer. Mas agora? Olha pra você...
- Chega Daniel.
Sergio tomou a atitude que eu deveria ter tomado.
- Você já falou demais.
Eu chorava baixo. Era o pior dia da minha vida. Descobria uma traição, era humilhado e percebia que tudo que eu acreditava era mentira. O castelo de areia se desfez e eu estava perdido. Sergio levou Daniel para outro lado e eu ainda sentia os olhares me machucando. Precisava sair dalí.
CONTINUA...